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Só Para Estudar, Notas de estudo de Psicologia

Texto organizadp para o estudo de psicologia humanista

Tipologia: Notas de estudo

2017
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Compartilhado em 07/12/2017

liliam-paixao-12
liliam-paixao-12 🇧🇷

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Baixe Só Para Estudar e outras Notas de estudo em PDF para Psicologia, somente na Docsity! Bons estudos, Jesus te ama. 43 Só Para Estudar Psicologia Humanista, Existencialismo, Fenomenologia, Fenomenologia e Psicologia, Abordagem Centrada na Pessoa, Gestalt-terapia, Logoterapia. Psicologia Humanista no Brasil http://www.ufrgs.br/museupsi/brasilpsio.htm Gomes, Holanda & Gauer. A psicologia estabeleceu-se como disciplina independente elegendo como objeto de estudo a experiência consciente. Para tanto, substituiu a introspecção especulativa pela introspecção científica, um método desenvolvido para o estudar o conteúdo da experiência imediata. A psicologia da consciência, como proposta por Wilhelm Wundt (1832-1920) e seu discípulo Edward B. Titchener (1867-1927), não obteve o sucesso esperado, desaparecendo nas primeiras décadas do século XX. A teoria dos conteúdos da consciência foi sucedida pelo funcionalismo, que procurou integrar técnicas introspectivas com técnicas extrospectivas. No entanto, a difusão da psicanálise e do behaviorismo deslocou o interesse, respectivamente, para o inconsciente e para a observação direta do comportamento. Na perspectiva psicanalítica, a consciência seria abordada indiretamente através das explorações do inconsciente. Na perspectiva behaviorista, o estudo da consciência não se mostrava factível ou relevante para a Psicologia (Gomes, 1983). Na década de 1930, duas tendências começaram a emergir na Psicologia internacional. De um lado, a exploração científica da experiência consciente reaparecia por influência da Psicologia Gestáltica. Como exemplos podem ser citados: a teoria de aprendizagem de Clark Hull (1884-1952), que introduzia o conceito de variável interveniente ou intraorganísmica na seqüência estímulo-resposta; a teoria cognitiva de campo ou behaviorismo intencional de Edward C. Tolman (1886-1959), que introduzia o conceito de mapas cognitivos; e a teoria neurofisiológica de Karl S. Lashley (1890-1958), para quem a linguagem representava as Viva o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 1 Bons estudos, Jesus te ama. 43 funções integrativas do córtex cerebral, alcançando o seu mais alto desenvolvimento nos processos do pensamento humano. Esses teóricos são hoje considerados como precursores do movimento cognitivo, um movimento que ganhou força nas últimas duas décadas do século XX (Kristensen, Almeida & Gomes, 2001). De outro lado, o aparecimento dos estudos da personalidade, como um esforço integrativo diante da dispersão e fragmentação das pesquisas em processos básicos, recuperou a centralidade da experiência consciente para a Psicologia. A tendência foi representada pelos trabalhos de Eduard Spranger (1882-1963) e William Stern (1871-1938) na Alemanha; e de Gordon Allport (1897-1967), Abraham Maslow (1908-1970), Rollo May (1909-1994), Charlotte Bühler (1893-1974), e Carl Rogers (1902-1987) nos EUA. Esses autores, de diferentes maneiras, mas com vários pontos convergentes, defendiam uma psicologia compreensiva capaz de considerar o ser humano em sua singularidade e totalidade. A repercussão destas idéias nos EUA deu origem a uma nova orientação no campo psicológico que se tornou conhecida como Terceira Força ou Psicologia Humanista. Em suma, os esforços dos experimentalistas na retomada das questões cognitivas, e dos compreensivistas na retomada das questões fenomenais e vivenciais trouxeram de volta o lugar da consciência na pesquisa e na prática psicológica. Em um estudo histórico sobre as psicologias fenomenológicas, existenciais e humanistas, Misiak e Sexton (1973) reconheceram a dificuldade para definir a Psicologia Humanista de modo conclusivo e satisfatório. Em primeiro lugar, pela ausência de uma teoria humanista de Psicologia, e em segundo lugar pela própria história do humanismo. O pensador católico Alceu Amoroso Lima (1893-1983), ao apresentar o existencialismo para os leitores brasileiros em 1951, distinguiu três variedades de humanismo: marxista, existencialista, e personalista. No humanismo marxista, de inspiração hegeliana, o homem é objeto, produto da evolução da matéria e da história da sociedade. O humanismo existencialista, de orientação sartreana, é um protesto contra o marxista: o homem é um projeto, vive sem saber de onde vem e para onde vai. Não dependendo de Deus e nem da sociedade, é soberano e livre, em escolhas e situações (angústia, náusea, etc.). O humanismo cristão, ou personalista, preferido por Lima, Viva o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 2 Bons estudos, Jesus te ama. 43 explicar a possibilidade de qualquer experiência consciente através das estruturas fundamentais da própria experiência consciente. É, portanto, uma abordagem fundamentalmente técnica e metodológica, isto é, um método para pensar. Um correlato do humanismo crítico foi o movimento estruturalista e pós-estruturalista, liderado por pensadores franceses. As diferentes faces do movimento humanista dificultam qualquer proposição de definição de humanismo e muito mais de psicologia humanista. Shaffer (1978) resumiu as principais convergências da psicologia humanista em cinco pontos: 1) tomam como ponto de partida a experiência consciente, alinhando-se com a fenomenologia e o existencialismo; 2) abordam o ser humano em sua totalidade e integridade; 3) entendem a condição humana como limitada pela imbricação eu-corpo/outro/mundo, mas nem por isso destituída de liberdade e autonomia; 4) trabalham com uma metodologia anti-reducionista; e 5) assumem uma ética fundamentada na abertura para a experiência, na possibilidade de escolha, e na exeqüibilidade da redefinição do sentido de vida. O humanismo não é uma teoria, não é um método, não é uma filosofia, e nem é uma psicologia. É um movimento implícito na historicidade das idéias que aflora com maior ou menor intensidade de tempos em tempos. Enquanto mensagem, alcança uma variedade de grupos, dos mais diferentes modos, em função de um estado de opressão individual e social. Enquanto força de mobilização, pode estar na base da busca individual por mudança de sentido de vida, ou na mobilização de grandes massas por justiça e reformas sociais. Os humanismos têm em comum a ênfase no valor da individualidade. O humanismo individual, mais claramente identificado com o que se reconhece como psicologia humanista, tem como meta a promoção de revoluções individuais, isto é, o rompimento com um estilo de vida e com uma maneira de pensar. Em contraste, o humanismo social, mais claramente identificado com uma psicologia sócio- histórica, é anti-individualista e enfatiza a união de forças em grandes movimentos solidários na promoção de mudanças sociais. Ambos os humanismos estão comprometidos com a melhoria da qualidade de vida. No Brasil, uma introdução histórica ao humanismo, no caso propriamente identificado como matrizes românticas e pós-românticas, encontra-se no Viva o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 5 Bons estudos, Jesus te ama. 43 conhecido livro de Luís Cláudio Figueiredo (1989) Matrizes do Pensamento Psicológico. O texto de Figueiredo, pela clareza didática e pela perspicácia epistemológica, supera de longe similares internacionais. É, sem dúvida, uma boa maneira de introduzir o tema, em seus aspectos conceituais, metodológicos e históricos. Teorias associadas ao humanismo, como fenomenologia e existencialismo, aparecem sob a denominação de psicologias compreensivas por estarem interessadas no estudo da expressividade e da comunicação. Tecnicamente, são teorias preocupadas com os problemas de interpretação. O presente registro histórico limita-se ao reconhecimento da presença de tendências humanistas na Psicologia praticada no Brasil. Enquanto registro é provisório e parcial, posto que a preocupação com a memória e as ligações históricas de nossas idéias e ações é ainda uma prática recente. Para este estudo, foi possível localizar notas avulsas sobre personagens, eventos, publicações e sociedades identificadas com o humanismo na Psicologia. Neste sentido, o estudo limita-se ao registro das cinco teorias mais claramente associadas ao termo psicologia humanista no Brasil: Existencialismo, Fenomenologia, Abordagem Centrada na Pessoa, Gestalt-terapia e Logoterapia. As psicologias humanistas tiveram uma importante participação na difusão de várias modalidades de grupoterapias, como os grupos de sensibilização e o psicodrama. Registre- se que essas atividades foram introduzidas no Brasil, na segunda metade dos anos 1960, por Pierre Weil, que chegou estudar psicodrama com J. L. Moreno, na Itália (Weil, 1967). No entanto, o foco desta exposição é o registro da chegada das grandes teorias humanistas no Brasil, não se detendo em desdobramentos como o trabalho de grupos, ou aplicações em educação. A ordem da exposição obedece ao vetor teórico que serviu de atração para o estudo das teorias humanistas. Neste sentido, a primazia cabe à Abordagem Centrada na Pessoa que parece ter sido a primeira a ser difundida entre psicólogos, introduzindo o existencialismo e a fenomenologia. Na verdade, o existencialismo já era estudado no Brasil, desde os anos de 1910, pelo filósofo Farias Brito; e a fenomenologia desde os anos de 1940, pelo médico psicólogo Nilton Campos. Por outro lado, houve psicólogos que chegaram à proposição de uma abordagem fenomenológica para a psicologia fundamentando-se diretamente em Viva o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 6 Bons estudos, Jesus te ama. 43 fontes européias, como foi o caso de Monique Augras (1981). A seqüência dos tópicos a serem apresentados é a seguinte: Existencialismo, Fenomenologia, Fenomenologia Existencial, Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), Fenomenologia e Psicologia, Gestalt-terapia, e Logoterapia. Existencialismo No Brasil, a discussão filosófica que rompeu a entrada do século XX estava em torno de três tendências: espiritualismo, positivismo e materialistasmo. Neste contexto, um filósofo irá se diferenciar e se distinguir como o grande divisor de águas da filosofia no Brasil. Trata-se do cearense Raimundo de Farias Brito (1862-1917). Ele formou-se em Direito no Recife, onde recebeu a influência de Tobias Barreto de Menezes (1839- 1889). Trabalhou em Fortaleza e Belém, terminando sua carreira como catedrático de Lógica no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Em alguns trabalhos pioneiros sobre a história da filosofia no Brasil (França, 1929; Machado, 1976; Rabello, 1941), Farias Brito foi considerado o principal filósofo brasileiro do início do século XX. Mas qual era a filosofia de Farias Brito? Aí está a surpresa. Segundo Guimarães (1979), Farias Brito assentou as bases para a recepção do pensamento existencialista no Brasil. Em uma análise da obra de Farias Brito, Penna (1992) identificou influências de Henri Bergson (1859-1941), Johann Gottlieb Fichte (1762-18140), e da Escola de Würzburgo, que ficou conhecida por defender, ao contrário de Wundt, a ocorrência de pensamentos sem imagens. Crítico do materialismo, do evolucionismo, do mecanicismo, do marxismo e do positivismo (Machado, 1968), Farias Brito defendia uma espécie de monismo espiritualista, que o Padre Leonel França (1896-1948) chamou de "panpsiquismo panteísta" (França, 1929), com influência do filósofo Espinosa (Baruch Spinoza, 1632-1677). Em seu pioneiro estudo histórico da filosofia no Brasil, França classificou Farias Brito à parte daquelas que ele identificava como as três tendências principais do pensamento brasileiro: espiritualismo, positivismo e materialismo. A obra de Farias Brito foi por ele mesmo dividida em duas fases (não necessariamente sucessivas): uma primeira de preocupação com a Viva o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 7 Bons estudos, Jesus te ama. 43 Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). O primeiro livro de Ernildo Stein, publicado em 1966, e intitulado Introdução ao Pensamento de Martin Heidegger, foi seguido em 1967 pela sua tese de livre-docência, Compreensão e Finitude: Estrutura e Movimento da Interrogação Heideggeriana. Desde então, Stein publicou pelo menos mais cinco livros e numerosos artigos influenciados ou dedicados ao método fenomenológico e à reflexão sobre o problema da verdade em Heidegger. Paralelamente, Stein dedicou-se a temáticas próximas do existencialismo, como no livro Melancolia, de 1976. Ernildo Stein é ainda tradutor de diversas obras de Heidegger para o português. Stein lecionou na UFRGS até aposentar-se em 1996, quando iniciou atividades na PUCRS. Por fim, cabe deixar esclarecida a diferença dos termos existência e existencialismo. Foi o filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard (1813- 1855) quem usou pela primeira vez o termo existência no sentido de subjetividade, assinalando a experiência da interioridade individual enquanto algo válido e concreto. Heidegger pretendeu ser antes de tudo o filósofo do ser, tentando resolver o problema ontológico do ser na ex- sistência, o ser-fora-de-si (o que parece não ter conseguido), e Jaspers se considerou como um filósofo da existência. O termo existencialismo identifica filósofos como Gabriel Marcel, Jean-Paul Sartre, Maurice Merleau-Ponty, Simone de Beauvoir (1908-1986), Paul Tillich (1886-1965), e Martin Buber (1878-1965). Fenomenologia Assinala-se o início do movimento fenomenológico com a publicação do livro Investigações Lógicas, de Edmund Husserl (1859-1938). Nesse livro, Husserl criticava o psicologismo, apontado por ele como a substituição da lógica pela empiria psicológica. Husserl opunha-se à pretensão de uma psicologia positiva e experimental, baseada em uma epistemologia fisiológica, apresentar-se como fundamento para a filosofia. Diante da improcedência do psicologismo, a fenomenologia surgia como um método descritivo e reflexivo para estudo da experiência consciente. Tecnicamente, o método enunciava um modo de apresentar a experiência consciente como uma evidência para a investigação. Após Husserl, o Viva o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 10 Bons estudos, Jesus te ama. 43 desenvolvimento da fenomenologia desdobrou-se em pelo menos quatro ramos distintos (Embree, 1997): 1) fenomenologia realista com ênfase na procura de essências universais nos mais variados objetos, por exemplo, os estudos de Max Scheler (1874-1928) sobre ética; 2) fenomenologia constitutiva com a ênfase nos aspectos técnicos do método, em particular, as questões concernentes à suspensão das suposições apriorísticas, por exemplo, Aron Gurwitsch (1900-1973), ao estudar a percepção sem se preocupar com qualquer influência de estimulação; 3) fenomenologia existencial conforme as diferentes concepções de Martin Heidegger, Jean- Paul Sartre, e Maurice Merleau-Ponty; e 4) fenomenologia hermenêutica, representada pelos trabalhos sobre interpretação de Hans-Georg Gadamer (1900-2002) e Paul Ricoeur (n. 1913). Esses quatro ramos articulam-se, na atualidade, de diferentes modos, principalmente quando o interesse é a aplicação do método a ontologias regionais. Em sua história exaustiva do movimento fenomenológico, Spiegelberg (1982) reconheceu a impossibilidade de apresentá-lo em uma definição consensual e unívoca. A fenomenologia tomou diferentes caminhos para atender necessidades das mais diferentes áreas de conhecimento. Neste sentido, é sempre uma surpresa localizar onde estão alojados os estudos e as pesquisas fenomenológicas em uma universidade. Elas podem estar em departamentos tão díspares como geografia, matemática, arquitetura, enfermagem, direito ou teologia. No entanto, é possível dizer que os pesquisadores fenomenológicos concordam ao menos com um ou outro dos seguintes pontos (Embree, 1997): 1) que a cognição, enquanto consciência da coisa em si, pode ser abordada do modo claro e distinto, de acordo com as especificidades de sua natureza; 2) que a cognição, enquanto consciência da coisa em si, pode se constituir de objetos naturais, culturais e ideais, e que estes objetos podem ser evidenciados e conhecidos; 3) que a pesquisa é eminentemente dialogal; 4) que a abordagem central do método é a descrição do fenômeno, enquanto ato anterior à determinação de causas, propósitos ou fundamentos; 4) que a autenticidade da descrição depende da habilidade do pesquisador em suspender ou colocar entre parênteses seus preconceitos (este aspecto é polêmico, não sendo aceito por todos). O movimento fenomenológico opõe-se à aceitação ingênua ou não-crítica Viva o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 11 Bons estudos, Jesus te ama. 43 de pensamentos especulativos e de sistemas teóricos fundamentados em premissas hipotéticas. Ele é também conhecido por sua oposição ao objetivismo e ao positivismo. Contudo, deve-se deixar claro que a fenomenologia não se opõe ao desenvolvimento da ciência natural ou da tecnologia. Ao contrário, ela é na verdade uma forma sofisticada e refinada para trabalhar com a evidência e desta forma contribuir para o aperfeiçoamento técnico e ético da ciência, da filosofia, e da existência. As idéias fenomenológicas se expandiram rapidamente, apesar das dificuldades pessoais de Husserl com comunicação e relações interpessoais. A primeira área de influência da fenomenologia, ainda nas no início do século XX, foi a psiquiatria, representada nos trabalhos de Ludwing Binswanger (1881-1966) e mesmo na fenomenologia independente de Karl Jaspers (1883-1969). A seguir, a influência da fenomenologia alcançava, na década de 1920, a educação, a música, a teologia e o simbolismo. Na década de 1930, a fenomenologia chegava à arquitetura, à literatura, e ao teatro; na década de 1940, foi a vez da antropologia, do cinema, das pesquisas de gênero, e da política. Nas décadas de 1950 e 1960, a fenomenologia dominou o cenário filosófico francês. Na década de 1970, a fenomenologia transformou-se em método empírico de pesquisa em psicologia com os estudos do grupo da Universidade de Duquesne, em Pittsburgh, no estado da Pensilvânia - EUA. Nas últimas décadas do século XX, a fenomenologia passou a ser estudada na medicina e na enfermagem (Embree, 1997; Spiegelberg, 1982). O primeiro nome ligado à introdução da fenomenologia no Brasil é Nilton Campos (1898-1963), que também foi o primeiro profissional a dedicar-se em tempo integral à psicologia (Cabral, 1964). Médico voltado à neurologia e à psiquiatria, formado em 1924, Campos começou a trabalhar em 1925 com Waclaw Radecki (1887-1953) no Laboratório de Psicologia da Colônia de Psicopatas do Engenho de Dentro. Em 1934, Nilton Campos tornou-se diretor do Instituto de Psicologia do Serviço de doenças mentais, que daria origem ao Instituto de Psicologia da Universidade do Brasil. A tese de doutoramento de Campos, preparada em 1945 e defendida em 1948, versava sobre O Método Fenomenológico na Psicologia. Uma análise do trabalho de Campos foi apresentada por Penna (1992), em sua História da Viva o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 12 Bons estudos, Jesus te ama. 43 assunto foi psicoterapia Em contraste, as influências da fenomenologia na psicologia e na psiquiatria foram examinadas por Spiegelberg (1972) com o objetivo de indicar de que modo psicoterapeutas se apropriaram ou desenvolveram técnicas fenomenológicas. Com efeito, em psicoterapia a convergência entre pensadores fenomenológicos e existencialistas é acentuada. Valle e King (1978) na introdução do livro Existencial Alternatives to Psychotherapy trataram conjuntamente de conceitos existenciais e fenomenológicos. Valle e Halling (1989) preferiram unir os dois conceitos no título do livro Existential-Phenomenological Perspectives in Psychology. Recentemente, o Journal of Phenomenological Psychology dedicou um número à história da fenomenologia. O número trazia dois artigos, um intitulava-se The Early History of Phenomenological Research in América (Halling & Nill, 1995) e o outro, A Brief History of Existential-Phenomenological Psychiatry and Psychotherapy (Cloonan, 1995). Na comparação dos dois títulos se tem uma síntese clara das relações entre os dois movimentos e do modo como são tradicionalmente tratados em psicologia. Quando se referindo à pesquisa, fala-se em método fenomenológico. Quando se referindo à psicoterapia, fala-se em existencialismo ou em fenomenologia existencial. A fenomenologia serve de base reflexiva para a análise da existência (ver Holanda, 1997). Por fim, há ainda uma tendência à prática de um existencialismo descomprometido com qualquer esforço de sistemática reflexiva ou pesquisa psicológica, exemplificada por uma variedade de proposta de vivências, muito a gosto de certos setores da psicologia no Brasil. Vários autores brasileiros, identificados com as teorias psicoterápicas a serem discutidas adiante, circulam entre temas existenciais e compreensão fenomenológica. Amatuzzi é neste sentido uma boa ilustração, como mostra a seqüência de títulos de seus textos: A Abordagem Fenomenológica no Atendimento Psicoterápico (Amatuzzi, 1999), Psicoterapia como Hermenêutica Existencial (Amatuzzi, 1991), e Atitude de Boa Vontade e a Abordagem Centrada na Pessoa (Amatuzzi, Cury, Graetz, Belatini, Andrade e Seber, 2002). Textos sobre psicoterapias fenomenológico-existenciais têm sido publicados regularmente pelo Jornal Brasileiro de Psiquiatria e pela revista Informação Psiquiátrica, da UERJ, Viva o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 15 Bons estudos, Jesus te ama. 43 que circulou nas décadas de 1980 e 1990. Com esses esclarecimentos, podemos apreciar a difusão, no Brasil, da psicologia humanista que, enquanto movimento, colocou em pauta a discussão dos temas existenciais e do método fenomenológico. Abordagem Centrada na Pessoa A Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), inicialmente conhecida como Psicoterapia Centrada no Cliente ou Aconselhamento Não-Diretivo, tem um papel de destaque na história da psicologia. Abriu o trabalho psicoterapêutico aos psicólogos, antes uma atividade exclusivamente médica, e introduziu a pesquisa rigorosa e quantitativa ao estudo da efetividade psicoterapêutica (Rogers, 1961/1970). Também incentivou o uso de métodos qualitativos em pesquisa psicológica (Rogers, 1970/1972). A ACP teve início com o trabalho de Carl Rogers nos EUA, na década de 1940. A teoria caracteriza-se pela crença nas potencialidades de desenvolvimento e crescimento psicológico em condições comunicativo- relacionais realistas, sensíveis, e compreensivas. Em suas origens, ela recebeu influências do funcionalismo americano, do gestaltismo, das teorias do self, da psicanálise, da terapia relacional de Otto Rank, dos psiquiatras culturalistas, e do existencialismo. De la Puente (1970) distinguiu três fases na trajetória do pensamento rogeriano: a fase técnica baseada em regras de atendimento não-diretivo, tais como respostas reiterativas e reflexos de sentimentos (Rogers, 1942/1973); a fase das atitudes terapêuticas baseadas na autenticidade, aceitação calorosa e compreensão empática (Rogers, 1951/1974); e a fase da investigação do processo terapêutico, ocorrendo neste período a aproximação do existencialismo (Rogers, 1961/1970). Certamente, uma quarta fase pode ser acrescida, referindo-se à transformação da teoria em abordagem, quando o pensamento rogeriano volta-se para um amplo espectro de questões, incluindo educação (Rogers, 1969/1971), grupos (Rogers, 1970/1972), casamento e alternativas (Rogers, 1972/1974), e temas mais gerais (Rogers & Rosenberg, 1977). Uma primeira aproximação da teoria de Rogers com a fenomenologia poderia se dar através do termo campo fenomenal, que apareceu no capítulo escrito por Rogers (1959) para a série, Psychology: A Study of a Viva o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 16 Bons estudos, Jesus te ama. 43 Science, editada por Sigmund Koch (1917-1996), em 1959. No entanto, o conceito de campo fenomenal utilizado por Rogers devia-se à influência dos autores americanos Arthur Combs (1912-1999) e Donald Snygg (1904- 1967). Para esses autores, o campo fenomenal era o ambiente percebido, incluindo neste ambiente o percebedor, enquanto determinante de comportamento. Sendo assim, o campo fenomenal era a estrutura básica para a predição e controle do comportamento. Combs foi aluno de Rogers, introduzindo ao professor as idéias que havia desenvolvido juntamente com Snygg (Snygg & Combs, 1949). A aproximação de Rogers da fenomenologia e do existencialismo veio com a influência de Eugene Gendlin (Gomes, 1983). O impacto das pesquisas de Rogers na psicologia norte-americana fez com que suas idéias se espalhassem pela Europa e pela América Latina. No Brasil, a influência rogeriana se fez sentir já na década de 1940, com o trabalho de Mariana Alvim (1909-2001). Em 1945 ela conheceu Carl Rogers pessoalmente, em visita a Chicago no intuito de instruir-se na técnica de entrevista não-diretiva. No ano seguinte, Alvim esteve no Rio de Janeiro, onde trabalhou com Emílio Mira y López (1896-1964) no Instituto de Seleção e Orientação Profissional da Fundação Getúlio Vargas (ISOP) desde a criação do Instituto, até mudar-se para Brasília em 1960. Dois anos depois, foi convidada pelo reitor Darcy Ribeiro (1922-1997) para coordenar os serviços de seleção de pessoal para a Universidade de Brasília. Alvim também lecionou em Salvador, sendo professora de Maria Constança Villas-Boas Bowen (1933-1993), que depois veio a ser colaboradora de Carl Rogers em La Jolla, Califórnia. Em 1951, a Abordagem recebia no Rio de Janeiro a colaboração de Ruth Nobre Scheeffer (n. 1923), que havia retornado do seu mestrado no Teachers College da Universidade de Colúmbia. Scheeffer teve um papel importante na divulgação do aconselhamento não-diretivo através dos seus livros Aconselhamento Psicológico (1964) e Teorias de Aconselhamento (1976). Nesta década, os alunos do recém-criado Curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, em seus estágios, já praticavam o aconselhamento psicológico de orientação rogeriana, introduzido por Pe. Antonious Benko (Féres-Carneiro & Lo Bianco, 2003). Viva o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 17 Bons estudos, Jesus te ama. 43 Congresso, a grande novidade foi a Analise Transacional, trazidas na época por Odette Lourenção Van Kolck e seu marido Theodorus Van Kolck. Em contraste, na mesma década de 1970 a ACP seria intensamente estudada na academia. Por esta época, Miguel de la Puente regressava ao Brasil de seu doutorado na Université de Strasbourg, na França, trazendo em sua bagagem a versão em livro de sua tese de doutorado, Carl Rogers: De la Psychothérapie a l'Enseignement. O texto de Puente (1970) era um exame profundo da teoria de Rogers, apontando pela primeira vez as distintas etapas do desenvolvimento da teoria (técnicas, atitudes, e experiencing). As mesmas etapas eram simultaneamente indicadas em um livro sobre as novas direções da Terapia Centrada no Cliente, publicado nos EUA (Hart & Tomlinson, 1970). No Brasil, De la Puente tornou-se professor da Universidade Estadual de Campinas, onde continuou suas pesquisas sobre a ACP no Programa de Pós-Graduação em Educação. Não seria exagero afirmar que a ACP, na década de 1970, despertava nos seus estudiosos grande entusiasmo pela pesquisa empírica. Com efeito, esse foi o grande momento da abordagem na academia brasileira. Havia uma expectativa de se estar diante de uma grande escola do pensamento psicológico. Em 1972 foram defendidas duas importantes teses por duas mulheres que ocuparam posição de destaque na psicologia humanista. Elas foram Rachel L. Rosenberg com a tese Um Estudo de Percepção de Condições Psicoterápicas em Grupos de Aconselhamento Psicológico, e Yolanda Cintrão Forghieri com a tese Técnicas Psicoterapêuticas e Aconselhamento Terapêutico Rogeriano. Em seguida, vieram da PUCSP as teses Análise Lógico-Formal da Teoria de Aprendizagem de Carl Rogers, defendida por A. A. Mahoney em 1976, e Fundamentos fenomenológico-existenciais da comunicação professor-aluno na teoria da educação de Carl Rogers, defendida por Lucila Schwantes Arouca em 1977. Na PUCRJ, no mesmo ano, era defendida a tese Raízes Filosóficas do Pensamento de Carl Rogers por Rosa Maria Niederauer Tavares Cavalcanti. Do Rio Grande do Sul chegava o livro Carl Rogers, teoria da personalidade, aprendizagem centrada no aluno do Irmão Henrique Justo (1973). É provável que a publicação de Justo tenha sido o primeiro livro sobre Rogers escrito por um autor brasileiro. Na Pontifícia Universidade Viva o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 20 Bons estudos, Jesus te ama. 43 Católica de Campinas, o Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica criou uma área de concentração em Aconselhamento Psicológico sob a orientação de Miguel de la Puente. De la Puente lançou, nesta década mais dois importantes trabalhos, um sobre a psicologia social de Rogers (De la Puente, 1973) e outro sobre a educação centrada no estudante (De la Puente, 1978). As traduções das obras de Rogers surgiam por esta época. Primeiro apareceu uma tradução de Tornar-se Pessoa, publicada em Portugal (Rogers, 1961/1970). Seguiram-se Liberdade para Aprender (Rogers, 1969/1971), Tornar-se Pessoa, versão brasileira (Rogers, 1961/1973), e Grupos de Encontro (Rogers, 1970/1974). As obras Psicoterapia e Consulta Psicológica de 1942 e Terapia Centrada no Paciente de 1951, chegaram ao Brasil primeiro em versão de Portugal, em 1973 e 1974, respectivamente. Um livro que foi muito utilizado na segunda metade da década de 1970 foi Psicoterapia e Relações Humanas de Rogers e Kinget, em dois volumes. O primeiro voltado aos aspectos teóricos, trazendo uma versão do texto A Theory of Therapy, Personality and Interpersonal Relationships, as Developed in the Client'Centered Framework aquele que havia sido preparado a pedido de Sigmund Koch em 1959. Neste texto foram definidas as premissas básicas da teoria (Rogers, 1959). O segundo volume trazia exemplos e estudos de casos clínicos. O livro foi publicado originalmente em francês em 1965, sendo traduzido para o português em 1975, neste interim foi muito usada a versão em espanhol. Desta forma, o texto mais importante,enquanto teorização sistemática, do pensamento rogeriano chegou ao Brasil traduzido de uma versão francesa. Na verdade, o rogerianismo era muito estudado na França, na década de 1960. Em meados de 1970, Eduardo Bandeira visitou Carl Rogers no Center for Studies of the Person, em La Jolla, Califórnia - EUA e de volta ao Brasil trouxe material informativo e ilustrativo da prática terapêutica da ACP. Com esse material, Bandeira percorreu o país, dando início à preparação da visita de Rogers, que ocorreu nos meses de janeiro e fevereiro de 1977, nas cidades do Recife, São Paulo e Rio de Janeiro. O ponto culminante da visita foi a realização de um evento vivencial na Aldeia de Arcozelo, na serra fluminense. Intitulado de Primeiro Encontro Centrado na Pessoa, o evento ocorreu entre os dias 4 e 18 de fevereiro. Estavam inscritos 200 Viva o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 21 Bons estudos, Jesus te ama. 43 participantes das mais diferentes profissões: advogados, engenheiros, enfermeiros, médicos, psicólogos, administradores, educadores, atores, diretores de cinema, jornalistas, e estudantes. O evento despertou grande atenção do público e da mídia. O Encontro viveu a não-diretividade em sua forma radical. Não havia nem programa nem pauta, e a comunidade foi planejando e realizando as atividades, debatendo exaustivamente cada questão. Rogers veio ao Brasil acompanhado de membros de sua equipe. Foram eles John Wood, Maureen Miller, e o casal Maria e Jack Bowen. Maria Bowen, uma baiana, ex-aluna de Mariana Alvim, trabalhava com Rogers em La Jolla; John Wood casou-se depois com uma brasileira e permaneceu no Brasil, residindo em uma fazenda no interior de São Paulo; Maureen Miller trazia para o encontro as novidades da Gestalt Therapy, e ainda retornaria diversas vezes ao Brasil. A forte ênfase vivencial do Encontro propagou-se nos Encontros seguintes. Rogers voltou ao Brasil em 1978 para um evento semelhante, retornando ainda em 1985 para um encontro com estudiosos da ACP. A ênfase vivencial também dominou as atividades dos inúmeros centros de estudos que foram criados em várias cidades do Brasil. Após o primeiro Encontro de Arcozelo, Rachel Rosenberg tornou-se efetivamente a principal representante do rogerianismo no Brasil, sendo co-autora com Rogers no livro A Pessoa como Centro (Rogers & Rosenberg, 1977). Neste período, Rosenberg procurou manter a articulação entre ACP e pesquisa. Um exemplo marcante foi o evento intitulado "Vivência Acadêmica: O enfoque centrado na pessoa" realizado na USP, em maio de 1986. O evento contou com a participação, entre outros, de Oswaldo de Barros Santos (USP), Oswaldo Frota-Pessoa (USP), Mauro Amatuzzi (USP), Henriette T. Penha Morato (USP), Jaime Roy Doxsey (Universidade Federal do Espírito Santo), John Wood (Psicólogo americano residente em São Paulo), Virgínia Moreira Leitão (Universidade Estadual do Ceará), Vera Engler Cury (Pontifícia Universidade Católica de Campinas - Puccamp), e William Barbosa Gomes (Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS). Os trabalhos apresentados foram publicados em uma edição chamada Cadernos USP 2 (Rosenberg, 1987b). O evento organizado por Rosenberg foi sobre a vivência, mas não uma vivência no sentido terapêutico e sim uma vivência acadêmica com trabalhos Viva o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 22 Bons estudos, Jesus te ama. 43 Fenomenologia e Psicologia As relações entre fenomenologia e psicologia ganharam impulso nos EUA na década de 1970, sob a liderança de Amedeo Giorgi, na Duquesne University. O livro que marcou a aplicação da fenomenologia enquanto método para a pesquisa empírica psicológica foi Psicologia como Ciência Humana: Uma Abordagem Fenomenológica, publicado por Giorgi em 1970. Neste livro, Giorgi criticou radicalmente o uso do modelo de ciência natural em psicologia, e mostrou a viabilidade de uma pesquisa empírica psicológica numa perspectiva de ciências humanas. O trabalho de Giorgi foi, contudo, precedido pela pesquisa de dois outros psicólogos, ambos relacionados a Carl Rogers. Um deles foi Adrian L. van Kaan (1959) que defendeu a tese A Experiência de Ser Realmente Compreendido. Ele foi o fundador de um programa de psicologia dedicado à fenomenologia em Duquesne, que veio a se tornar o centro de referência para a formação em pesquisa fenomenológica. O outro foi Eugene Gendlin (1962), que com a tese Experiencing and the Creation of Meaning modificaria os rumos da Psicoterapia Centrada na Pessoa, tornando-a uma abordagem existencial. O trabalho de Gendlin ganhou força própria e ficou conhecido como Psicoterapia Experiencial. Segundo Spiegelberg (1972), Gendlin formulou o modelo de psicoterapia que mais se aproximou da fenomenologia. Na década de 1970, Giorgi e seus colegas da Duquesne University editaram a célebre coleção Duquesne Studies in Phenomenological Psychology, em três volumes (Giorgi et al, 1971, 1975, 1979), com diferentes exemplos de pesquisas fenomenológicas em variados temas. O método fenomenológico serviu, inclusive, para realização de experimentos em memória (Colaizzi, 1971). As novidades das aplicações do método fenomenológico de Duquesne chegaram ao Brasil no final da década de 1970. Primeiro, na tradução do livro de Giorgi (1970) por sua ex-orientanda Riva S. Schwartzman em 1978. Schwartzman estudou com Giorgi em Duquesne e atualmente dedica-se ao trabalho clínico em Belo Horizonte, em uma abordagem fenomenológico-existencial (Schwartzman, 1986). Outra obra representativa foi a tradução do livro de Ernest Keen (1975/1979) Introdução à Psicologia Fenomenológica, pela psicóloga carioca, Heliana Barros de Conde Rodrigues, professora da Universidade Viva o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 25 Bons estudos, Jesus te ama. 43 Estadual do Rio de Janeiro. É impossível concluir a leitura do livro de Keen sem tentar exercitar a maneira fenomenológica de refletir. O texto, muito criativo e de leitura agradável, continua sendo uma boa introdução à prática da fenomenologia como método para pensar. A década de 1980 iniciou com o primoroso O Ser da Compreensão: Fenomenologia da Situação de Psicodiagnóstico, de Monique Augras (1981). Augras é uma psicóloga francesa graduada pela Université Paris IV, em 1958. Transferindo-se para o Brasil, passou a lecionar no Instituto de Seleção e Orientação Profissional (ISOP) da Fundação Getúlio Vargas em 1961. Em 1970, foi convidada a integrar o corpo docente do Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUCRJ). Em ambas as instituições, Augras envolveu-se em atividades de pesquisa e orientação de trabalhos de conclusão de curso. Em O Ser da Compreensão Augras está preocupada com o que denominou de crise da psicologia clínica e do ensino de psicodiagnóstico. O primeiro capítulo tem o sugestivo título de Por que não a fenomenologia? (p. 7). Os demais capítulos introduzem temas clássicos da fenomenologia: a situação, o tempo, o espaço, o outro, a fala, e a obra, neste último referindo-se à "obra implícita, de um fazer contínuo que nada mais é do que o próprio processo de vida" (p. 88). O livro de Augras teve ampla circulação e aceitação nos cursos de graduação em psicologia. Note-se que Augras chega à psicologia fenomenológica por influência européia, baseando-se, entre outros, em Jaspers, Heidegger, Binswanger, e Minkowski. O segundo livro que especificou o campo para o estudo da fenomenologia nos cursos de psicologia foi Fenomenologia e Psicologia, organizado por Forghieri (1984). Neste livro, filósofos e psicólogos falam sobre um novo paradigma para a pesquisa e a clínica psicológica. Também por esta época começa a aparecer os vários livros que contam com a participação do professor Joel Martins , um dos nomes mais representativos das relações entre psicologia e fenomenologia no Brasil. Em 1983, Martins e Bicudo lançaram os Estudos sobre Existencialismo, Fenomenologia e Educação, destacando-se a conjunção dos temas existencialismo, fenomenologia e abordagem centrada na pessoa, sendo este último o enfoque do capítulo dedicado à educação. A partir daí, a pesquisa fenomenológica passa a aparecer em dissertações, teses, artigos e livros. Entre os trabalhos Viva o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 26 Bons estudos, Jesus te ama. 43 destacam-se: Cegueira: Do fato para o fenômeno (Meira, 1983); Descrição fenomenológica da experiência da crise existencial ou angústia (Tápia, 1984); Obesidade: Um enfoque fenomenológico-existencial (M. Gomes, 1986); Atendimento a pais no processo de psicodiagnóstico infantil: Uma abordagem fenomenológica (Ancona-Lopez 1987); e Percepção de sentimentos de alunos durante a freqüência à disciplina enfermagem psiquiátrica (Teixeira, 1989). No final da década de 1980, Dichtchekenian organizou a obra de cunho fenomenológico-existencial intitulada Vida e Morte: Ensaios Fenomenológicos, reunindo trabalhos do Centro de Estudos Fenomenológicos de São Paulo, uma organização ligada a Joel Martins. Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) destacaram os trabalhos de Amatuzzi (1989) sobre o Resgate da Fala Autêntica e de França (1989), Psicologia Fenomenológica: Uma das Maneiras de Fazer. No Rio Grande do Sul, a pesquisa fenomenológica aplicada à educação e à psicologia teve início com o retorno dos EUA de Vânia Maria Moreira Rasche e William Barbosa Gomes, nos primeiros anos da década de 1980, ambos professores da UFRGS. Por influência de Rasche, Amedeo Giorgi lecionou na UFRGS, por curtos períodos, em 1985 e 1986, retornando ainda em 1988, quando também lecionou na PUCSP, como professor visitante (Bicudo, 1990; Gomes, 1998). A influência do método fenomenológico ocorreu, inicialmente, nos cursos de mestrado e doutorado da Faculdade de Educação da UFRGS, sob a orientação de Rasche. Com a criação do Programa do curso de mestrado em Psicologia, também na UFRGS, Gomes pôde dar continuidade a suas pesquisas utilizando o método fenomenológico. Foram pesquisas que tiveram início ainda nos EUA sob a orientação de Richard Lanigan (1972) na Southern Illinois University - Carbondale. Com a transferência de Rasche para a Universidade de Michigan, o trabalho com o método fenomenológico concentrou-se, grandemente, no Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Na década de 1980, Gomes publicou regularmente sobre fenomenologia, divulgando o método (Gomes, 1984, 1985, 1987) e realizando pesquisa empírica, entre as quais destacaram-se os estudos sobre efetividade em Psicoterapia (Gauer, Souza, Dal Molin & Gomes, 1997; Gomes, 1992; Gomes, Reck & Ganzo, 1988). No início da década de 1990, Forghieri (1993a,) realizou um levantamento Viva o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 27 Bons estudos, Jesus te ama. 43 a terapia, Perls foi influenciado por sua esposa Laura Perls, pela teoria organísmica de Kurt Goldstein (1878-1965), pelos estudos sobre holismo e evolução do proeminente político sul-africanao Jan Christiaan Smuts (1870-1950), pelas idéias em energia vital de Wilhelm Reich (1897-1957), pelas preocupações com a constituição do sentido do crítico literário britânico I(vor) A(mostrong) Richards (1893-1979), e pela teoria semântica do polonês Alfred Korzybski (1879-1950). As proposições de Perls foram bem recebidas pelo movimento humanista dos anos 1960, encontrando boa acolhida junto aos movimentos de contracultura e aos movimentos libertários que viam o crescimento individual vinculado à perspectiva de independência pessoal e construção de um mundo melhor (Kogan, 1976). A Gestalt-Terapia (Frazão, 1995) é conhecida no Brasil desde a década de 1960, por influência da teoria de Rogers, do Psicodrama, e da pedagogia de Summerhill (Inglaterra). Há registros de terapeutas que já estavam trabalhando no referencial da Gestalt-Terapia em Curitiba e no Rio de Janeiro na década de 1960. A difusão do pensamento da Gestalt no Brasil intensificou-se no início dos anos 1970, através de grupos de estudo, com destaque para o grupo de Thérèse Tellegen, Jean Clark Juliano, Walter da Rosa Ribeiro e Tessy Hantzschel. Costuma-se destacar (Frazão, 1995; Prestelo, 2001) que um dos pontos de atração ao gestaltismo nos idos de 1970 foi a compatibilidade ideológica com a resistência ao regime militar. Além disso, a abordagem reservava espaço para a criatividade e para a afirmação de estilos pessoais, ensejando a expressão verbal e não-verbal. Do ponto de vista terapêutico, a Gestalt-Terapia apresentava-se como um método eficaz, com resultados terapêuticos em curto prazo. Aliados ao intenso trabalho com grupos, esses fatores colaboraram para que essa abordagem fosse vista como uma alternativa de intervenção de alta viabilidade, quando comparada com o modelo tradicional da psicoterapia individual de longo prazo. O primeiro trabalho em Gestalt-Terapia escrito no Brasil foi o artigo Elementos de Psicoterapia Guestáltica (ipsis verbis) de Térèse Tellegen, publicado em 1972, no Boletim de Psicologia de São Paulo. Téllègen, holandesa de nascimento, conheceu a Gestalt-Terapia em Londres, fazendo formação no Gestalt Training Center em San Diego, CA - EUA, com Erving e Miriam Polters. Ela foi autora também da primeira Viva o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 30 Bons estudos, Jesus te ama. 43 dissertação de mestrado, defendida na USP em 1982, e intitulada Reflexões sobre o Trabalho com Grupos na Abordagem Gestáltica em Psicoterapia e Educação; e foi autora do primeiro livro escrito e editado no Brasil, Gestalt e Grupos: Uma Perspectiva Sistêmica, publicado em 1984 (Holanda & Karwowski, 2003). Naquele livro, Tellegen (1984) retrata o seu próprio percurso com a psicologia da Gestalt e o trabalho com grupos, trata do desenvolvimento histórico da Gestalt-Terapia e de suas influências, e apresenta reflexões conceituais sobre a visão de grupos como sistemas e o trabalho do terapeuta nos grupos. O livro conclui com o relato de uma experiência de grupo. O primeiro programa de formação em Gestalt-Terapia foi oferecido em Brasília em 1977, por Walter Ribeiro. Neste mesmo ano começaram a aparecer as primeiras traduções dos livros de Perls, Isto é Gestalt e Gestalt-Terapia Explicada. Dois anos depois foi traduzido Escarafunchando Fritz. Com o crescimento do número de interessados, começaram a ser organizados, na década de 1980, os encontros de Gestalt terapeutas, sendo o primeiro no Rio de Janeio, em 1986. Em 1985 foi publicado o livro Gestalt-Terapia: Refazendo um Caminho, por Jorge Ponciano Ribeiro, da Universidade de Brasília. A obra de Ribeiro constitui-se em referência obrigatória para os terapeutas da abordagem gestáltica no Brasil. Em 1988 apareceu a tradução de outro livro de Perls A Abordagem Gestáltica Testemunha Ocular da Terapia. Na década de 1990 os eventos passaram a ser denominados de Encontro Nacional de Gestalt-terapia, e culminanaram, recentemente, com a criação da Associação Brasileira de Gestalt-Terapia e Abordagem Gestalt (Holanda & Karwowski, 2003). Alguns autores (Frazão, 1995; Holanda & Karwowski, 2003) reconheceram que, no Brasil, a proposta da Gestalt-Terapia encontrou dificuldades para superar o preconceito segundo o qual se trata de uma atuação a-teórica, baseada na aplicação indiscriminada de técnicas. Aparentemente, esse estigma prevaleceu durante vários anos em função de um dos primeiros livros dedicados à Gestalt-Terapia lançados no Brasil, "Tornar-se presente", de John Stevens (1971/1976). Essa obra, embora criticada pelos adeptos da abordagem por consistir numa mera coleção de técnicas para serem aplicadas, havia se popularizado como referência em Gestalt- Terapia no contexto psicológico do país. De fato, o livro de Stevens Viva o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 31 Bons estudos, Jesus te ama. 43 descreve algumas séries de exercícios de conscientização para serem executados individualmente ou em grupos, pares e casais. As considerações teóricas resumem-se a duas páginas nas quais o autor descreve três tipos de consciência que perfazem a experiência: consciência do mundo exterior, do mundo interior e da atividade de fantasia. O foco no momento presente, como foco de toda a existência, o faz afirmar que passado e futuro resumem-se à fantasia. Ciornai (1998), em um artigo sobre a prática e a formação da Gestalt- Terapia no Brasil, enfatizou o interesse pelo estudo dos fundamentos epistemológicos da abordagem. Tais fundamentos encontram-se, segundo a autora, na fenomenologia de Husserl e Heidegger, no existencialismo, e na filosofia oriental. Outro aspecto diferencial da abordagem no Brasil é a abertura do espectro aplicativo para integrar grupos, famílias, e comunidades. Um exemplo da força do interesse no trabalho de grupo por terapeutas gestálticos é o livro Gestalt Terapia: O Processo Grupal, publicado em 1975, por Jorge Ponciano Ribeiro. Holanda e Karwowski (2003) analisaram a produção acadêmica nacional relacionada à abordagem gestáltica, na forma de teses e dissertações defendidas em diversas áreas do conhecimento, conforme catalogação da Universidade de São Paulo (USP). Os autores encontraram 35 trabalhos, defendidos entre 1982 e 2002. Os trabalhos concentraram-se na USP, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e na Universidade de Brasília (UnB), e eram dedicados às áreas da psicologia clínica e da educação. Os autores identificaram no crescimento da produção acadêmica dedicada às abordagens gestálticas uma preocupação, por parte dos seus praticantes e estudiosos, em obter titulação e desenvolver uma reflexão sobre a prática gestáltica e seus fundamentos teóricos e epistemológicos. A produção de conhecimento sobre as abordagens gestálticas no contexto acadêmico também foi vista como uma superação de certas imagens errôneas que o público desenvolveu acerca dessa tendência. A primeira tese de doutorado em Gestalt-Terapia foi defendida em 1992 na USP por Ana Maria Loffredo, intitulada De Cotovelos Apoiados no Para-Peito da Palavra: Do Cenário Clínico, Qual é o Horizonte? Viva o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 32 Bons estudos, Jesus te ama. 43 contra-cultura, entre 1965 a 1980. Por conseguinte, o pensamento humanista passou a ser contra o método, contra o intelectual, e contra o racional. Foi o período no qual as chamadas vivências eram propostas como um convite para novas experiências conscientes, mas que raramente chegavam à etapa reflexiva da consciência da experiência. Em substituição à pesquisa, tinha-se a ironia, ou a lamentação anacrônica em relação à contemporaneidade. Essa prática ainda perdura em alguns setores a ponto de confundir o discurso humanista com o discurso tele- evangelista. No entanto, notou-se nos últimos anos, em grupos restritos, uma maior preocupação com a formação intelectual, a produção acadêmica, e descrições mais acuradas e técnicas da prática profissional. É bom lembrar que a antitécnica é também um manejo e o estabelecimento de uma estrutura com poder para determinar. Mesmo assim, há ainda um grande espaço a ser recuperado em termos de credibilidade, seriedade e ética. Boa parte dos seguidores da psicologia humanista derivou para tendências tidas como alternativas. Um exemplo destes movimentos alternativos é a psicologia transpessoal que se interessa por práticas meditativas, êxtases, intensificação de experiências sensoriais, e afins (Valle & Halling, 1989). O objetivo é abrir e ampliar a relação do individual com algo maior, com forças que ultrapassem a experiência consciente. Do mesmo modo, foi a psicologia humanista que se mostrou mais receptiva a conceitos oriundos da psicologia oriental, como por exemplo, Zen, Ioga e Sufismo (Fadiman & Frager, 1979). Entre estudantes de psicologia verifica-se grande interesse por práticas alternativas e muitos deles matriculam-se em disciplinas de fenomenologia, com o intuito de se instruírem para tal fim. Obviamente, eles se decepcionam ao longo do caminho, pois a fenomenologia é o estudo sistemático da intuição em busca do diálogo com o preconceito, o lógico, o inusitado, e o novo. Ressalte-se tendência recente de confundir fenomenologia com fenomenalismo em propostas que retornam ao corolário dos sentimentos não como caminho para uma descoberta e exame de si, mas como um núcleo para decisões irrefletidas. Por fim, é importante reconhecer que muitos dos ensinamentos das primeiras teorias identificadas como humanistas foram incorporados à prática psicológica geral. São exemplos os conceitos de empatia e de Viva o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 35 Bons estudos, Jesus te ama. 43 relacionamento interpessoal, de grande importância ao trabalho do psicólogo em qualquer contexto. Por outro lado, uma das mais importantes contribuições do humanismo foi o conceito de abertura para a experiência. Tal conceito constitui-se em visão abrangente e integrada, capaz de diálogo entre diferentes teorias, sem contudo perder a noção de justiça ao objeto em estudo (ética), nem a noção de rigor na abordagem do objeto (método). Neste sentido, a perspectiva humanista transforma-se em uma abordagem compreensiva orientada para o estudo de aspectos expressivos e interpretativos da condição humana, enquanto existência corporificada e contextualizada (sócio-histórica e ecológica). Seria muito positivo que os conceitos básicos da fenomenologia existencial, principalmente no que se refere a hermenêutica, fossem cuidadosamente estudados nos cursos de graduação. Por fim, cabe lembrar, que o estudo da consciência assumiu posição central na psicologia contemporânea, reunindo esforços de filósofos, psicólogos e neurocientistas. Por outro lado, o cognitivismo é uma tendência central na psicologia, sendo adotado por boa parte de segmentos behavioristas. Referências Amatuzzi, M. M. (1989) O resgate da fala autêntica: Filosofia da psicoterapia e da educação. Campinas: Papirus. Amatuzzi, M. M. (1991). Psicoterapia como hermenêutica existencial. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 43(1/2), 120-129. Amatuzzi, M. M. (1996). Apontamentos acerca da pesquisa fenomenológica. Estudos de Psicologia, 13(1), 63-70. Amatuzzi, M. M. (1999). A abordagem psicoterapêutica no atendimento psicoterápico. Psicologia em Estudo, 4(1), 67-81. Amatuzzi, M. M., Cury, V. E., Graetz, C. F., Belatini, J. M., Andrade, M. L., & Seber, M.M. (2002). A atitude de boa vontade e a abordagem centrada na pessoa. Estudos de Psicologia: 19(2), 5-16. Amatuzzi, M. 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