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Limites de Uso Seguro, Abusivo e Nocivo do Álcool: Sintomas, Efeitos e Tratamento, Notas de estudo de Farmácia

Este documento discute os limites entre o beber social, o uso abusivo ou nocivo de álcool e a síndrome de dependência do álcool. Aprenda sobre os efeitos do álcool no córtex, sistema glutamatérgico, interação com o receptor gaba, e os sintomas de abstinência. Encontre informações sobre as doses de álcool, efeitos no organismo, tratamento e prevenção.

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 20/01/2011

andre-tomaz-terra-junior
andre-tomaz-terra-junior 🇧🇷

4.5

(34)

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Baixe Limites de Uso Seguro, Abusivo e Nocivo do Álcool: Sintomas, Efeitos e Tratamento e outras Notas de estudo em PDF para Farmácia, somente na Docsity! OQ Portal Educação € Portal Educação Sites Associados urso de s de Abuso as e Ilícitas) ÓDULO || tá disponível apenas como parâmetro de estudos para ada, é proibida qualquer forma de comercialização do qui contido são dados aos seus respectivos autores Q Portal Educação MÓDULO II O ÁLCOOL O uso de bebidas alcoólicas é tão antigo quanto a própria Humanidade. Beber moderada e esporadicamente faz parte dos hábitos de diversas sociedades. Determinar o limite entre o beber social, o uso abusivo ou nocivo de álcool e o alcoolismo (síndrome de dependência do álcool) é por vezes difícil, pois esses limites são tênues, variam de pessoa para pessoa e de cultura para cultura. Estima-se que cerca de 10% das mulheres e 20% dos homens façam uso abusivo do álcool; 5% das mulheres e 10% dos homens apresentam a síndrome de dependência do álcool ou alcoolismo. Sabe-se também que o álcool está relacionado a 50% dos casos de morte em acidentes automobilísticos, 50% dos homicídios e 25% dos suicídios. Frequentemente pessoas portadoras de outras doenças mentais (p. ex., ansiedade, pânico, fobias, depressão) apresentam também problemas relacionados ao uso de álcool. De forma direta, o tema específico do alcoolismo foi incorporado pela OMS à Classificação Internacional das Doenças em 1967 (CID-8), a partir da 8º Conferência Mundial de Saúde. No entanto, essa questão não pode ser vista apenas como um fato cronológico. A questão do impacto sobre a saúde provocado pelo abuso do álcool já vinha sendo objeto de discussão pela OMS desde o início dos anos 50, compondo um processo longo de maturação (que até hoje ainda é objeto de contendas médico-científicas). Consta que em 1953 a OMS, através do seu Expert Comittee on Alcohol, já havia decidido que o álcool deveria ser incluído em uma categoria própria, intermediária entre as drogas provocadoras de dependência e aquelas apenas formadoras de hábito. O alcoolismo figura entre as cinco doenças mais incapacitantes do mundo (WHO, 2003). O Alcoolismo pode ser caracterizado por 04 (quatro) fases: 35 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Q Portal Educação estabelece-se durante o uso crônico do álcool. O álcool seletivamente altera a ação sináptica do glutamato no cérebro. O sistema glutamatérgico, que utiliza glutamato como neurotransmissor, e que é uma das principais vias excitatórias do sistema nervoso central, também parece desempenhar papel relevante nas alterações nervosas promovidas pelo etanol. O glutamato é o maior neurotransmissor excitatório no cérebro, com cerca de 40% de todas as sinápses glutaminergicas. As ações pós-sinápticas do glutamato no sistema nervoso central são mediadas por dois tipos de receptores: Um tipo é o receptor inotrópico que são os canais iônicos que causa despolarização neuronal. O 2º tipo de receptor glutamato é o metabotrópico (visto que suas respostas necessitam de passos metabólicos de sinalização celular), enquanto as ações intracelulares são mediadas pela proteína G. Um dos receptores glutamatos inotrópicos tem duas famílias separadamente identificadas tanto nas características farmacológica, biofísica e molecular conhecidas como o receptor NMDA (n-metil-D-aspartato), voltagem dependente, que sustenta as correntes associado a canais de ions permeáveis ao cálcio ao sódio e ao potássio e a segunda família de receptores inotropicos glutamato, o receptor AMPA/Ka (agonista preferencial é a a -amino-3-hidroxi-5-metil-4-isoxazol propiato). O glutamato participa da plasticidade sináptica e potencialização longo-tempo (LTP) parecendo ter um papel critico na memória e na cognição. O efeito eletrofisiológico predominante do etanol é reduzir a neurotransmissão glutaminergica excitatória. Observou-se que baixas concentrações do etanol são capazes de inibir a ação estimulante mediada pelo NMDA sobre células hipocampais em cultura. O etanol inibe a corrente do receptor NMDA em concentração associadaos com a intoxicação em vivo. Estes achados poderiam também participar da gênese de dependência física ao álcool, através de processo inverso ao observado pelo GABA, ou seja, uma vez retirado o etanol, as vias glutaminérgicas produzem superexcitação do SNC , gerando convulsões, ansiedade e delirium. O influxo de ions cálcio para a célula desempenha importante função na liberação dos neurotransmissores na fenda sináptica como também, na atividade de segundo mensageiro celular. O etanol, em concentrações de 25mM parece inibir a passagem de cálcio através dos canais iônicos, diminuindo a liberação de neurotransmissores. Este também poderia ser um dos mecanismos de produção da dependência e da tolerância, uma vez que retirada o álcool, 38 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Q Portal Ex esses canais ionicos aumentaram o flu neurotransmissão, gerando os sinais e sintom 'docação xo de cálcio e, como consegiúência a as da síndrome de abstinência. Tabela de Efeitos do Álcool no Organismo * Tomando-se por base a ingestão de á! Quantidade de álcool por litro de sangue (em gramas)* 0,2a 0,3 g/! - equivalente a um copo de cerveja, um cálice pequeno de vinho, uma dose de uísque ou outra bebida destilada 0,3a 0,5 g/ - dois copos de cerveja, um cálice grande de vinho, duas doses de bebidas destiladas 0,51 a 0,8 g/ - três ou quatro copos de cerveja, três copos de vinho, três doses de uísque 0,8a 1,5 g/- a partir dessa taxa, as quantidades são muito grandes e variam de acordo com o metabolismo, com o grau de absorção e com as funções hepáticas de cada indivíduo 1,5a 2,091 20a5,09/ 5,091 Icool por um indivíduo que pese 70 kg Efeitos As funções mentais começam a ficar comprometidas. A percepção da distância e da velocidade são prejudicadas O grau de vigilância diminui, assim como o campo visual. O controle cerebral relaxa, dando sensação de calma e satisfação Reflexos retardados, dificuldades de adaptação da visão a diferenças de luminosidade, superestimação das possibilidades e minimização de riscos e tendência à agressividade Dificuldades de controlar automóveis, incapacidade de concentração e falhas na coordenação neuromuscular Embriaguez, torpor alcoólico, dupla visão Embriaguez profunda Coma alcoólica Fontes: Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo e médicos. Conteúdo das principais Bebidas 1 lata de cerveja - 350 ml 1 dose de aguardente - 50 ml 1 copo de chope - 200 ml 1 copo de vinho - 90 ml 1 garrafa de vinho - 750 ml bebidas em nosso meio Concentração de álcool / gramas de Unidades de álcool álcool 5% = 17 gramas de álcool 1,5 50% = 25 gramas de álcool 2,5 5% = 10 gramas de álcool 1 12% = 10 gramas de álcool 1 12% = 80 gramas de álcool 8 40%-50% = 20g - 25g de álcool 225 1 dose de destilados (uísque, pinga, vodca etc.) -50 ml 1 garrafa de destilados - 750 ml Fonte: Site Alcoolismo Embora o alcoolismo seja uma doenç: 40% - 50%+3009-370 gramas de álcool 30-37 a tratável, ainda não há cura. Isto significa que mesmo que um dependente de álcool esteja sóbrio por muito tempo e tenha sua saúde de volta, ele ainda está suscetível a recaídas e deve continuar a evitar todas as 39 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Q Portal Educação bebidas alcoólicas. “Reduzir” não adianta; parar é necessário para uma recuperação bem sucedida. Contudo, até indivíduos determinados a ficarem sóbrios podem ter recaído, antes de chegar à sobriedade de longo prazo. Recaídas são muito comuns e não significam que uma pessoa fracassou ou não pode eventualmente se recuperar do alcoolismo. Tenha em mente também que todo dia que um dependente do álcool fica sóbrio antes de uma recaída é extremamente valioso, tanto para o indivíduo quanto para sua família. Ocorre-se uma recaída, é muito importante tentar parar de beber de novo e obter o apoio necessário para não beber mais. A recaída não destrói as conquistas que ocorreram durante a abstinência, na maioria das vezes. A natureza do tratamento depende da gravidade do alcoolismo do indivíduo e dos recursos disponíveis na comunidade. O tratamento pode incluir a desintoxicação (o processo de retirar álcool do sistema de uma pessoa com segurança); tomar medicamentos receitados pelo médico, como disulfiram (Antabuse/EÊ) ou a Naltrexona (ReVia!M), para ajudar a evitar o retorno à bebida uma vez que já parou; e aconselhamento individual e/ou em grupo. Há tipos de aconselhamento promissores que ensinam a recuperar dependentes de álcool e a identificar situações e sentimentos que levam à necessidade de beber e de descobrir novas maneiras de lidar com a ausência do álcool. Quaisquer destes tratamentos podem ser ocorrer tanto em hospital, como em tratamento residencial ou ambulatorial (o paciente fica em sua casa e vai às consultas, até todos os dias). Como o envolvimento com a família é importante para a recuperação, muitos programas oferecem aconselhamento conjugal e terapia familiar como parte do processo de tratamento. Alguns programas podem oferecer para os dependentes recursos vitais da comunidade como assistência legal, treinamento de trabalho, creche e aulas para ajudar a conseguir a reabilitação total. A próxima tabela apresenta alguns conselhos sobre o importante papel da família, escrito pela Drº. Neliana Buzi Figlie (Psicóloga, Mestre em Saúde Mental, pós-graduada do depto de Psiquiatria da UNIFESP/EPM e pesquisadora da UNIAD (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas): 40 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Q Portal Educação 6-"Mas ele é tão inteligente que não pode ser um alcoólatra" Esta é uma fala comum entre os patrões quando começam a desconfiar do consumo de álcool de seu funcionário. Lembre-se: Não há relação entre inteligência e alcoolismo. 7-"Ele desempenha seu trabalho brilhantemente e raramente falta" Que bom! Este funcionário ainda não deixou que seu consumo afetasse seu trabalho, mas e depois do expediente? 8- "Mas eu nunca o vi beber" Quando pensamos na figura do alcoólatra, a primeira imagem é o estereótipo do consumidor que não sai do bar. Porém, existem muitos alcoólatras que compram sua bebida e a bebem nos lugares mais inesperados. 9- "Todo alcoólatra é um vagabundo ou beberrão" Não pense que o alcoólatra é apenas aquele que fica jogado na sarjeta. Muitos são pessoas respeitáveis, que têm a aparência bem cuidada. 10- "Mas ele(a) veio de uma boa família" Alcoolismo acontece com qualquer pessoa, independente do nível social, econômico ou de status. 11-"Com a internação ele (a) irá se curar" Na maioria das vezes a internação é vista como "Salvadora da Pátria", mas para alguns familiares que já passaram por esta experiência, sabem que a afirmação acima nem sempre é verdadeira. Em alguns casos a internação pode ser eficaz quando o dependente está motivado ou quando ele está muito doente. Pensemos: em um ambiente protegido de problemas, pressão social e bebida, com cuidado 24 horas por dia, tornar-se fácil atingir a abstinência. Quando ocorre o retomo para o seu meio de origem: amigos, problemas, bares, bebidas e cobranças continuam a existir. Por tal o tratamento ambulatorial em alguns casos pode ser mais efetivo. 12- "O alcoolismo só atingem os homens" A realidade é que existem mais homens do que mulheres alcoólatras. Contudo, existem mulheres alcoólatras e por ser considerada uma dependência masculina, é esperado que as mulheres escondam sua dependência por vergonha ou culpa. COMO A FAMÍLIA ACABA AGINDO Para amenizar sentimentos ruins ou de pressão social, profissional, escolar e por que não dizer familiar, os parentes acabam atuando de forma a proteger a alcoólatra, isentando-o de seus atos ou diminuindo sua auto-estima. Veja alguns casos: 1- O familiar que presta socorro 24 horas por dia Se o patrão reclama a ausência do funcionário e o familiar dá "desculpas", fica cômodo para o alcoólatra permanecer escondido e protegido. Uma vez assumido um compromisso a responsabilidade é de quem o assumiu, mas vem o pensamento: "Se o patrão o ver desta forma (ressaca), irá demiti-lo". Questão: Com o passar do tempo, havendo a diminuição na qualidade do trabalho e aumentando o número 43 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Q Portal Educação de faltas, o patrão não irá demiti-lo? 2- Policiar intensivamente O dependente deve ter consciência de que não deve beber e não somente o familiar. Ilusão pensar que você poderá controlar os hábitos do dependente 25 horas por dia, todos os dias. Acontece um desgaste duplo: o ato de fiscalizar gera ansiedade e nervosismo e consequentemente, a ausência de seus próprios compromissos para ter tempo de fiscalizar. Com o familiar preocupando-se pelo dependente, para que o dependente vai se preocupar? 3- Perda de controle. Os familiares tornam-se tão preocupados em controlar o beber do dependente ou evitar recaídas, que chegam a abandonar suas próprias vidas (lazer, trabalho, estudos...). O beber de forma indireta passa a dominar os pensamentos e ações dos familiares. Lembre-se que esta preocupação tem que ser do dependente e não sua. Por mais que ele esteja despreocupado, você apenas poderá lembrá-lo e ajudá-lo, mas não atuar por ele. 4- Agressão Física Infelizmente ocorrem casos de espancamento e atos de violência com alguns familiares, principalmente esposas e filhos. Quando restam os sinais de agressão é comum filhos deixarem de ir à escola ou esposas evitarem sair de casa por vergonha. Indiretamente estas atitudes omitem os atos dos alcoólatras. Violência é crime! Não se esconda e procure ajuda! Você sabe que existe a Delegacia da Mulher e o SOS Criança? 5- Os passivos Apatia não ajuda! O familiar apático tenta se esconder em seu mundo e não se confronta com o beber e suas consequências. 6- Os acusadores São aqueles que acreditam que o alcoólatra é o problema da família, tornando responsabilidade do dependente todas as ações dos outros membros da família. Intensifica o rebaixamento da auto-estima - O dependente se sente o pior dos piores, sem saída para mudar seu conceito. 7- Símbolo da perfeição Trata-se de familiares que tentam chamar atenção do alcoólatra através de seu comportamento exemplar, comparando-se a este em todo o momento. Também é comum a comparação entre irmãos ou cônjuges. Tal atitude somente contribui para que o dependente se sinta pequeno, sem valor. BUSCANDO SOLUÇÕES A solução ideal seria a "cura do alcoolismo", mas esta solução depende da motivação do dependente e do familiar. Se o dependente não tem esta motivação, a melhor solução para a família seria efetuar algumas 44 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Q Portal Educação modificações nos comportamentos dos familiares, objetivando a interrupção ou pelo menos dificultar, o curso do alcoolismo. 1- Não atuar pelo alcoólatra É importante a família quebrar o sistema de proteção, atribuindo a responsabilidade dos problemas e consequências do beber ao próprio alcoólatra. 2- Pensar mais em você Só podemos ajudar alguém quando estamos bem, caso contrário, como oferecer algo que não temos para dar? O dependente causa um abalo na vida do familiar e este tende a abandonar algumas de suas atividades. Retome-as, cumpra suas responsabilidades e cuide mais de si mesmo. Quando o alcoólatra passa a perceber que você não está mais seguindo o ritmo dele, ele começa apensar: "o que está acontecendo?". 3- Adquirir conhecimento Informe-se: é importante saber alguns conceitos básicos para poder entender e ajudar o alcoólatra. Por exemplo: nos primeiros dias em que o dependente fica sem beber, é comum um hálito alcoólico, que dá a impressão de consumo, denominada "Hálito de Vinagre. A família se desespera, fiscaliza ou cobra, fato este que pode levar o alcoólatra a beber. Se os familiares tem este tipo de informação, a atitude muda. 4- Conversar Evite falar com o dependente apenas assuntos relacionados ao álcool. Procure mantê-lo interessado e também se interessar sobre outros aspectos da vida. E, lembre-se: o alcoolismo é consequência e não causa. Porém existem pessoas que chegam a um grau de dependência tão elevado, que mal restam outros aspectos de vida para conversar. Nestes casos procure estimular ou mesmo apontar este "vazio" na vida do alcoólatra, tentando ajuda-lo a enxergar o que ele pode fazer para modificar seu futuro. 5- Recaídas Prepare-se! Por mais estabilizada que esteja a situação de abstinência, as recaídas são previstas no processo. Tenha em mente que o voltar a beber pode ser passageiro, principalmente se forem tomadas às medidas adequadas. 6- Limites Seja compreensivo e amigo com firmeza, sabendo definir limites e regras, principalmente sobre sua competência e do dependente. No primeiro momento a reação é de raiva, ódio e explosão! Tente se acalmar e refletir sobre a situação. Não gaste suas energias em falar com uma pessoa intoxicada. Espere os efeitos passarem para haver um diálogo consciente. Neste diálogo, procure colocar o que você espera e até onde você agúenta (seus próprios limites). 7-Aspecto Social Com a abstinência, perde-se ou ocorre uma diminuição no convívio social com os amigos do bar. Daí vem às frustrações: falta de amigos e falta de bebida. 45 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Q Portal Educação A ligação do adenosina, um neurotransmissor natural, aos seus receptores, diminui a atividade neural, dilata os vasos sanguíneos, entre outros. A cafeína se liga aos receptores do adenosina e impede a ação da mesma sobre o SNC. A cafeína estimula a atividade neural e causa a constrição dos vasos sanguíneos, pois bloqueia a ação da adenosina. Muitos medicamentos contra a dor de cabeça, tal como a Aspirina Forte, contém cafeína — na dor de cabeça vascular, a cafeína irá contrair os vasos sanguíneos e aliviar a dor. Com o aumento da atividade neural, a glândula adrenal (localizada sobre os rins), libera grandes quantidades de adrenalina, que, causa uma série de efeitos no corpo humano, como a taquicardia, aumento da pressão arterial, abertura dos tubos respiratórios (por isso muitos medicamentos contra a asma contêm cafeína), aumento do metabolismo e contração dos músculos, entre outros. Um outro modo de ação da cafeína é o bloqueio da enzima fosfodiesterase, responsável pela quebra do mensageiro CAMP, então os sinais excitatórios da adrenalina persistem por muito mais tempo. Repare como as estruturas da cafeína, adenosina e CAMP são similares. A cafeína também aumenta a concentração de dopamina no sangue (assim como fazem as anfetaminas e a cocaína), por diminuir a recaptação desta no SNC. A dopamina também é um neurotransmissor (relacionado com o prazer) e suspeita-se que seja justamente este aumento dos níveis de dopamina que leve ao vício da cafeína. Sistema Cardiovascular Duas a três xícaras de café forte (aproximadamente 250 mg de cafeína), numa pessoa que não faz uso regular da bebida, pode causar aumento da frequência cardíaca (taquicardia). Em alguns casos pode haver sensação de palpitação produzida pela ocorrência de extra-sístoles. Há também maior probabilidade de haver um aumento da pressão sangúínea desencadeada pela cafeína, juntamente com vasodilatação e aumento do fluxo sangúíneo para os tecidos em geral, incluindo as coronárias. Os vasos sangúíneos cerebrais, por sua vez, apresentam diminuição do calibre. Essa vasoconstricção cerebral é a propriedade que justifica o emprego da cafeína no 48 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Q Portal Educação tratamento de crises de enxaqueca, onde a vasodilatação existente é responsável pelo quadro, e é combatida pela cafeína. Sistema Respiratório A cafeína possui dois efeitos importantes no sistema respiratório. Ela estimula os neurônios do centro respiratório do cérebro proporcionando um aumento discreto da frequência e a intensidade da respiração, juntamente com um efeito local nos brônquios, produzindo um satisfatório efeito broncodilatador. Essas propriedades sugerem benefícios no consumo regular de cafeína por pacientes asmáticos. Sistema Geniturinário A ingesta aguda de cafeína produz um moderado aumento no volume de urina e na excreção urinária de sódio, diminuindo a reabsorção de sódio e de água nos túbulos renais. Assim sendo ela tem algum efeito diurético que pode ser útil no alívio de cólicas menstruais (dismenorréia) produzidas pela retenção de líquidos. Esse efeito de alívio na dismenorréia e realçado pelos efeitos analgésicos da substância. Sistema Digestivo A cafeína estimula a secreção gástrica de ácido clorídrico e da enzima pepsina no ser humano, em doses a partir de 250 mg (duas xícaras de café forte). Essa característica da cafeína a contra-indica em pacientes com úlcera digestiva. Entretanto, em pessoas sem nenhuma patologia digestiva a cafeína não tem sido associada a um maior risco de úlcera péptica. Essa associação ainda não foi definitivamente investigada e esclarecida através de pesquisas clínicas convincentes. Sitema Endócrino A cafeína tem sido associada a um aumento nos níveis de ácidos graxos livres no sangue, portanto, funcionaria como uma substância capaz de mobilizar gorduras. Esse efeito não teria influência da tolerância, ou seja, ele se observaria tanto em pessoas que usam cafeína esporadicamente, como nos usuários crônicos. 49 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Q Portal Educação O efeito termogênico, de aumento dos níveis de ácidos graxos, ocorre devido a uma mobilização das gorduras de seus depósitos (lipólise), muito provavelmente em consequência da ação da cafeína como antagonista dos efeitos da adenosina no tecido adiposo. Atualmente já existem evidências de que possa ter algum efeito da cafeína no emagrecimento de pessoas obesas, principalmente quando ingerida junto com as refeições. A NICOTINA O tabaco é uma planta cujo nome científico é Nicotiana tabacum, da qual é extraída uma substância chamada nicotina. Começou a ser utilizada aproximadamente no ano 1000 a.C., nas sociedades indígenas da América Central, em rituais mágico religiosos, com o objetivo de purificar, contemplar, proteger e fortalecer os ímpetos guerreiros, além disso, esses povos acreditavam que essa substância tinha o poder de predizer o futuro. A planta chegou ao Brasil provavelmente pela migração de tribos tupis-guaranis. Conforme Malbergier (2003), a dependência de nicotina é a mais comum das dependências. Nos Estados Unidos, 50% da população adulta, no momento, é ou já foi dependente de nicotina. No Brasil, segundo os dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), um terço da população adulta fuma, sendo 11,2 milhões de mulheres e 16,7 milhões de homens. Os homens fumam em maior proporção que as mulheres em todas as faixas etárias. Porém, a mulher vem aumentando sua participação, principalmente nas faixas etárias mais jovens. No Brasil, como também vem ocorrendo em vários países do mundo, observa-se maior consumo de cigarros nas classes com menor poder aquisitivo e menor escolaridade. Os indivíduos tendem a começar a fumar ao redor dos 15 anos e somente 10% após os 19 anos. Alguns fatores aumentam o risco de se tornar um fumante: hereditariedade, uso/abuso de álcool e outras drogas, déficit de atenção e sintomas depressivos. Cerca de 92% dos fumantes têm consciência de que o Cerca de 92% dos fumantes têm consciência de que o ato de fumar é nocivo e ameaça sua saúde. Desses, 70% desejam parar de fumar, mas poucos (em torno de 5%) conseguem fazê-lo sem ajuda profissional; ainda carece de comprovação em relação aos benefícios à saúde. 50 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Q Portal Educação Os poluentes do cigarro dispersam-se pelo ambiente, fazendo com que os não-fumantes próximos ou distantes dos fumantes, inalem também as substâncias tóxicas, tornando-se fumantes passivos. Estudos comprovam que filhos de pais fumantes apresentam uma incidência três vezes maior de infecções respiratórias (bronquite, pneumonia, sinusite) do que filhos de pais não fumantes. Aspectos Gerais O hábito de fumar é muito frequente na população. A associação do cigarro com imagens de pessoas bem sucedidas é uma constante nos meios de comunicação. Este tipo de propaganda é um dos principais fatores que estimulam o uso do cigarro. Por outro lado, as campanhas contra o fumo vêm recebendo um destaque cada vez maior em diversos países, ganhando apoio de grande parte da população e gerando um movimento popular de intolerância. Neste sentido, o "espaço" dos fumantes vem sofrendo restrições consideráveis ao longo dos últimos anos. XAROPES Os xaropes nada mais são que formulações farmacêuticas com grande quantidade de açucares e nesse líquido é acrescentada a substância medicamentosa que vai trazer o efeito benéfico desejado. Nesse caso, existem xaropes onde a substância medicamentosa ativa é a codeína. Outra substância medicamentosa ativa acrescentada ao xarope é o zipeprol, uma substância produzida em laboratório, portanto sintética, de grande toxidade que atua no cérebro e faz com que a pessoa se sinta sonolenta, com a sensação de leveza, vendo ou sentindo coisas diferentes e pode causar convulsões. Devido a isso, foi proibida a fabricação e a venda de medicamentos à base de zipeprol no Brasil. Há também uma medicação feita com uma solução aquosa, às vezes com pouco de álcool que são as chamadas gotas para tosse. A substância ativa dessas gotas é geralmente a codeína ou o zipeprol. Essas duas substâncias são chamadas de antitussígenas (medicamentos para combater a tosse). A codeína, ou metilmorfina é um alcalóide natural (opiáceo natural) que compõe o ópio. O ziprepol é uma substância sintética (opióide), isto é, fabricada em laboratório. 53 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Q Portal Educação Indicadas para tosses irritativas e sem expectoração (tosse seca), são chamadas de substâncias antitussígenas, estando presentes em xaropes e gotas para tosse como, por exemplo: Belacodid, Tussaveto etc. O método usual de administração é oral ou endovenoso. A duração do efeito é de 3 a 6 horas. A codeína é um narcótico de origem natural mais amplamente empregado na clínica médica. Mesmo sendo menos potente que outros opiáceos, seu uso continuado induz a certa tolerância. O zipeprol, devido a sua grande toxicidade, foi recentemente banido do Brasil (ou seja, está proibido fabricar ou vender remédios à base desta substância no território nacional). No ano de 1991, foram retirados do comércio remédios com o ziprepol como, por exemplo: Eritós, Nantux, Silentós e Tussaveto. Isto ocorreu pelo fato de ter havido várias mortes de jovens que abusavam destas substâncias, principalmente crianças em situação de rua. Os xaropes e gotas à base de codeína só podem ser vendidos nas farmácias brasileiras com a apresentação da receita do médico, que fica retida para posterior controle. Isto nem sempre acontece, pois há estabelecimentos que, para ganhar mais dinheiro, vendem estas substâncias por "baixo do pano". Efeitos físicos e psíquicos A codeína possui os vários efeitos das drogas do tipo opiáceo. Assim, é capaz de dilatar a pupila, de dar uma sensação de má digestão e produzir prisão de ventre. O ziprepol, além da possibilidade de produzir convulsões, pode também produzir náuseas. A codeína e o ziprepol são drogas capazes de inibir e bloquear o centro da tosse, no cérebro. Assim, mesmo que haja um estímulo para retirá-lo, o centro não reage, estando bloqueado pela droga. Também agem em mais regiões do cérebro, inibindo outros centros que comandam as funções de nossos órgãos. Com a codeína, a pessoa sente menos dor (é analgésico), e pode ficar sonolenta. A pressão do sangue, o número de batimentos do coração e a respiração podem ficar diminuídos. 54 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Q Portal Educação O ziprepol pode atuar no cérebro, fazendo a pessoa sentir-se aérea, flutuando, sonolenta, vendo ou sentindo coisas diferentes. Com frequência, leva também a acessos de convulsão. A codeína, quando tomada em doses maiores do que a terapêutica produz uma acentuada depressão das funções cerebrais. Como conseguência, a pessoa fica apática, a pressão do sangue cai muito, o coração funciona com grande lentidão e a respiração torna-se muito fraca. A pele fica fria, pois a temperatura do corpo diminui, e meio azulada, por respiração insuficiente. A pessoa pode ficar em estado de coma, inconsciente, e se não for tratada, pode morrer. A codeína leva rapidamente o organismo a um estado de tolerância. Assim, não é incomum saber-se de casos de pessoas que tomam vários vidros de xaropes ou de gotas para continuar sentindo os mesmos efeitos. E, se deixam de tomar a droga, já estando dependentes, aparecem os sintomas da chamada síndrome de abstinência. Calafrios, cáibras, cólicas, nariz escorrendo, lacrimejamento, inquietação, irritabilidade e insônia são os sintomas mais comuns da abstinência. Com o ziprepol há, também, o fenômeno da tolerância, embora em intensidade menor. O pior aspecto do uso crônico (repetido), dos produtos à base de ziprepol, é a possibilidade da ocorrência de convulsões. Nomes comerciais e Belacodid, Belpar, Benzotiol, Codelasa, Naquinto, Pastilhas Veabon, Pastilhas Warton, Setux, Tussaveto, Tussodina, Tylex (substância ativa: codeína). e Eritós, Nantux, Silentós, Tussiflex (substância ativa: zipeprol). ANTIDEPRESSIVOS A depressão é uma característica comum das doenças mentais, independentemente de sua natureza ou origem. Uma pessoa com histórico de qualquer transtorno psiquiátrico grave corre quase o mesmo risco de desenvolver depressão que alguém que já padeceu um episódio de depressão maior no passado. Muitos pacientes esquizofrênicos podem apresentar depressão crônica, 55 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Q Portal Edocação REBOXETINA Prolift TIANEPTINA Stablon TRAZODONA Donaren VENLAFAXINA Efexor Principais Antidepressivos IMAOs Nome Químico Nome Químico TRANILCIPROMINA TRANILCIPROMINA MOCLOBEMIDA MOCLOBEMIDA SELEGILINA SELEGILINA OS BARBITÚRICOS Grupo de substâncias depressoras do Sistema Nervoso Central, quimicamente derivado do ácido barbitúrico. Entre eles se incluem o fenobarbital, dial, amobarbital, pentobarbital e secobarbital. Eles são usados como antiepilépticos (anticonvulsivos), anestésicos, sedativos, hipnóticos e - menos comumente - como ansiolíticos ou drogas antiansiedade. Na psiquiatria, alguns deles têm aplicação como antiimpulsivos. Os barbitúricos têm uma pequena margem de segurança entre as dosagens terapêutica e tóxica e são frequentemente letais em superdose. Devido à sua maior margem de segurança, os benzodiazepínicos têm substituído amplamente os barbitúricos como sedativos hipnóticos ansiolíticos e mesmo como anti-epilépticcos. A tolerância aos barbitúricos se desenvolve rapidamente e o risco de uso nocivo ou de dependência é alto. Os pacientes que usam estas drogas por períodos prolongados podem tornar-se dependentes, mesmo quando a dose prescrita não é ultrapassada. Assim sendo, eles podem desencadear síndromes de abstinência quando de sua 58 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Q Portal Educação privação ou, mais traumatico ainda, podem induzir à convulsões quando interrompidos bruscamente. Conforme Rotman F. (2002), podemos enumerar os efeitos provocados pelo uso abusivo e indiscriminado dos barbitúricos, em: - Dependência física (a administração repetida de barbitúricos cria, no sistema nervoso central, um transtorno fisiológico que obriga à continuação do consumo destas drogas para evitar o aparecimento da síndrome de abstinência) - Dependência psicológica (o viciado fica obcecado em obter os barbitúricos, e persiste em usá-lo apesar do conhecimento prévio de que eles são nocivos física, psicológica e socialmente) - Tolerância (são necessárias doses progressivamente maiores de barbitúricos para se gerarem os mesmos efeitos iniciais) - Depressão do centro respiratório - Depressão do sistema nervoso central (principalmente do hipotálamo, sistema límbico, córtex cerebral) - Depressão dos centros termoreguladores localizados no hipotálamo - Depressão dos centros vasomotores localizados na medula - Redução do volume de urina, gerada por alterações hemodinâmicas no rim e também pelo aumento da secreção do hormônio antidiurético hipofisário - Interferência na transmissão nervosa periférica do sistema autonômico ganglionar - Interferência na liberação de neurotransmissores no sistema nervoso central - Sensação de anestesia - Vertigem - Espasmo da laringe - Potencialização dos efeitos do álcool e dos narcóticos - Crise de soluço - Sedação - Redução da atividade motora - Estimulação do sistema microssomial enzimático, aumentando a velocidade de degradação de várias drogas 59 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Q Portal Educação Abstinência Barbitúrica A síndrome de abstinência barbitúrica de moderada gravidade é representada pelo aparecimento dos seguintes sintomas: - Hipotensão arterial na posição de pé. - Transpiração excessiva - Hiperatividade dos reflexos - Náusea - Vômitos - Ansiedade - Apreensão - Taquicardia - Tremor corporal - Abalos musculares A síndrome de abstinência barbitúrica de importantíssima gravidade é representada pelo aparecimento das seguintes manifestações: - Convulsão - Obnubilação - Alucinações visuais - Desorientação - Delírio - Estado parecido com o delirium tremens da abstinência alcoólica emma FIM MÓDULO II ----- 60 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
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