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Larvas de Coleópteros no Solo em Plantio Convencional e Direto em Passo Fundo, RS, Notas de estudo de Agronomia

Um estudo sobre a ocorrência de larvas de coleópteros no solo de sistemas de plantio convencional e direto em passo fundo, rs. O estudo foi desenvolvido no campo experimental da embrapa trigo e investigou a influência de diferentes preparos do solo e rotações de culturas sobre a presença de larvas de coleópteros. Os resultados mostraram que a rotação de culturas e o manejo do solo podem influenciar a densidade de larvas de coleópteros no solo.

Tipologia: Notas de estudo

2014

Compartilhado em 05/01/2014

mateus-valdir-muller-6
mateus-valdir-muller-6 🇧🇷

4.6

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Baixe Larvas de Coleópteros no Solo em Plantio Convencional e Direto em Passo Fundo, RS e outras Notas de estudo em PDF para Agronomia, somente na Docsity! Ocorrência de Larvas de Coleoptera no Solo de Sistemas de Plantio Convencional e Direto em Passo Fundo, RS Khalil de Menezes Rodrigues 1 Miriam de Oliveira Bianchi1 Maria Elizabeth Fernandes Correia2 Adriana Maria de Aquino2 Henrique Pereira dos Santos3 1 Bolsista de Iniciação Científica da UFRRJ/EMBRAPA. E-mail: agrokhalil@yahoo.com.br; miriambianchii@yahoo.com.br. 2 Pesquisadoras da Embrapa Agrobiologia - BR 465, km 07, C. Postal 74505, CEP 23890-000, Seropédica/RJ. E-mail: ecorreia@cnpab.embrapa.br; adriana@cnpab.embrapa.br 3 Pesquisador da Embrapa Trigo, BR 285, Km 174, Caixa Postal 451, CEP 99001-970, Passo Fundo/RS. E-mail: hpsantos@cnpt.embrapa.br Introdução A ordem Coleoptera é a maior ordem do reino animal, com aproximadamente 300.000 espécies. Receberam este nome pela característica das asas que são do tipo élitro (coriácea) formando um estojo para proteção. São conhecidos vulgarmente por besouros, possuindo diferentes hábitos alimentares, tais como: herbívoros (alimentam-se de plantas vivas), fungívoros (alimentam-se de fungos); detritívoros (alimentam-se de matéria em decomposição); algívoro (alimentam-se de algas); carnívoros/predadores (alimentam-se de outros invertebrados); necrófagos (alimentam-se de restos de animais); espermófagos (alimentam-se de sementes e frutos); ectoparasitas (parasitam outros animais); rizófagos (alimentam-se de raízes); xilófagos (alimentam-se do lenho da madeira); carpófagos (alimentam-se de frutas); filófagos (alimentam-se de folhas); polinífagos (alimentam-se de pólen); caulinífagos (alimentam- se do caule); florífagos e antófagos (alimentam-se de flores) (MARINONI et al., 2001). Portanto, aliada à diversidade taxonômica há uma grande diversidade funcional que exerce funções-chave no ecossistema. Em sistemas de plantio direto, algumas larvas de Coleoptera que se abrigam no solo podem constituir-se em pragas de grandes culturas como o trigo, o milho e a soja. Desta forma, é importante investigar a ocorrência dessas larvas em relação à comunidade da macrofauna do solo e sua associação com o manejo do solo e a rotação de culturas. Metodologia Este trabalho foi desenvolvido no campo experimental do Centro Nacional de Pesquisa do Trigo - Embrapa Trigo, em Passo Fundo, RS (28º05' S e 54º 24’ 32” W). O experimento foi instalado em 1986, com o objetivo de verificar o efeito de diferentes preparos do solo e rotações de culturas sobre a sustentabilidade da produção de trigo. O solo da área experimental é classificado como Latossolo Vermelho Distrófico Típico (STRECK, 2002). O clima é subtropical úmido (Cfa), com chuva bem distribuída durante o ano. O experimento foi implementado em delineamento de blocos ao acaso, em parcelas subdivididas, com três repetições. A parcela principal foi constituída pelos sistemas de manejo e as subparcelas pelos sistemas de rotação de culturas. A parcela principal media 360 m2 e a subparcela 40 m2. Os tratamentos consistiram da combinação de quatro sistemas de manejo de solo: 1) plantio direto contínuo; 2) preparo de solo com implemento de cultivo mínimo “Jan” no inverno e semeadura direta no verão; 3) preparo convencional de solo com arado de discos, no inverno e semeadura direta, no verão e 4) preparo convencional de solo com arado de aivecas, no inverno e semeadura direta, no verão; e de três sistemas de rotação de culturas: trigo/soja (sistema 1), trigo/soja e ervilhaca/milho ou sorgo (sistema 2) e trigo/soja, ervilhaca/milho ou sorgo, e aveia branca/soja (sistema 3) (SANTOS et al., 2006). O experimento foi montado de tal forma que no caso dos sistemas de rotação 2 e 3, todos os anos da rotação encontravam-se no campo ao mesmo tempo, representando diferentes tratamentos. ISSN 1517-8862 Dezembro/2006 Seropédica/RJ Comunicado 92 Técnico Ocorrência de Larvas de Coleoptera no Solo de Sistemas de Plantio Convencional e Direto em Passo Fundo, RS2 Entretanto para o estudo da macrofauna edáfica foram avaliados somente dois dos métodos de manejo de solo: o plantio direto contínuo (PC) e preparo convencional de solo com arado de discos, no inverno e semeadura direta, no verão (PC) e dois sistemas de rotação de trigo: os sistemas 1 e 3. No entanto, foram avaliados os três anos do sistema de rotação 3. Além disso, como referência foi utilizada uma área de floresta secundária adjacente ao experimento. O histórico de culturas dos tratamentos avaliados encontra-se descrito na Tabela 1. Tabela 1- Tratamentos avaliados obtidos da combinação de dois sistemas de manejo do solo e de dois sistemas de rotação de culturas em três anos consecutivos, em Passo Fundo, RS. Sucessão/Rotação Tratamento Manejo do Solo 2003 2004 2005 PC 1 Arado de discos Trigo/Soja Trigo/Soja Trigo/Soja PC 2 Arado de discos Aveia Branca/Soja Trigo/Soja Ervilhaca/Sorgo PC 3 Arado de discos Trigo/Soja Ervilhaca/Sorgo Aveia Branca/Soja PC 4 Arado de discos Ervilhaca/Sorgo Aveia Branca/Soja Trigo/Soja PD 1 Plantio direto Trigo/Soja Trigo/Soja Trigo/Soja PD 2 Plantio direto Aveia Branca/Soja Trigo/Soja Ervilhaca/Sorgo PD 3 Plantio direto Trigo/Soja Ervilhaca/Sorgo Aveia Branca/Soja PD 4 Plantio direto Ervilhaca/Sorgo Aveia Branca/Soja Trigo/Soja Na coleta de amostras da macrofauna do solo foi utilizado o método adotado pelo TSBF (Tropical Soil Biological and Fertility) proposto por ANDERSON & INGRAM (1993). Foram coletadas duas amostras por parcela, na palhada e nas seguintes profundidades do solo: 0-10, 10-20 e 20-30 cm. Na triagem da macrofauna do solo foram utilizadas bandeja e pinça, sendo coletados os invertebrados edáficos com diâmetro corporal maior que 2 mm. Os indivíduos foram capturados e colocados em solução de álcool a 70% para preservação e posterior identificação taxonômica. A coleta da macrofauna do solo foi realizada em agosto de 2004, antes do florescimento das culturas de inverno, para avaliar a influência da palhada das culturas de verão que encontravam- se em processo de decomposição já bem avançado. A partir destes dados foram estimados o número de indivíduos m-2 e o respectivo erro padrão. Na análise de variância foi utilizado o programa Sisvar 4.3. Para isso foi verificada a homogeneidade de variância pelo teste de Bartlett utilizando o programa SAEG, assim como a normalidade dos dados pelo teste de Lilliefors. Os dados não homogêneos foram transformados por log (x+1). Resultados e Discussão A densidade de larvas de coleópteros foi expressiva, quando confrontada com o total da macrofauna coletada no solo dos tratamentos PC1, PC2, PC3 e PD1 e PD3 (Tabela 2). Percebe-se que as larvas de coleópteros foram influenciadas pela rotação ou sucessão de culturas, havendo predomínio de larvas de Ataenius sp. (Scarabaeidae) e de Diabrotica speciosa (Chrysomelidae). Os adultos de D. speciosa apresentam coloração verde, com três manchas em cada élitro e medem em torno de 0,6 cm de comprimento. As larvas apresentam coloração esbranquiçada, com cabeça e placa anal pretas. O corpo da larva é cilíndrico, mais afilado na parte anterior e pode atingir 1 cm de comprimento. As larvas alimentam- se das raízes e partes subterrâneas do trigo. Na região da coroa, alimentam-se de afilhos e bloqueiam a base do colmo, provocando o sintoma denominado de “coração morto” (GASSEN, 1984). As larvas e adultos de Ataenius sp. foram descritos como sendo insetos de solo que se alimentam de sementes, raízes e do córtex da raiz principal de feijão, milho e outras culturas (SEFFRIN et al., 2006). No PD2 e PD4 também houve o predomínio da larva Ataenius sp. O PD4 apresentou também larvas de Pantomorus sp. (Curculionidae) (Tabela 2), que ao menos no Estado de Santa Catarina, tem causado danos em algumas culturas de importância econômica e em áreas de reflorestamento, mas que ainda carecem de estudos básicos sobre taxonomia, biologia, danos e controle (MILANEZ, 2001). Os adultos de Pantomorus sp. apresentam coloração geral cinza a pardo-escura, medindo 1,5 cm de comprimento e têm forma típica de gorgulho. As larvas são curculioniformes, de coloração branco-leitosa e atingem 1,5 cm de comprimento. Vivem no solo a profundidades variáveis, subindo à superfície em períodos de chuva e aprofundando-se em períodos de seca. Alimentam-se do sistema radicular e coroa das plantas. Normalmente causam a morte de plantas até a fase de afilhamento e continuam a alimentar- se das partes subterrâneas, causando enfraquecimento sem causar a morte das plantas. Ocorrem nas culturas de colza, tremoço, linho, soja, milho e pastagens reduzindo a população de plantas (GASSEN,1984).
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