Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Artigo - As práticas sustentáveis e a Construção Civil, Manuais, Projetos, Pesquisas de Urbanismo

Tendo em vista que o grande desafio da sustentabilidade é a preservação da vida humana, ela pode ser definida como uma condição que possibilita a continuidade de nossa existência. Seu conceito mostra que soluções isoladas são apenas paliativas para o problema total, consistindo em um processo de mudança que deve ter a participação de todos os setores da sociedade.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2013

Compartilhado em 04/03/2013

isadora-atem-6
isadora-atem-6 🇧🇷

4.7

(18)

5 documentos

1 / 18

Documentos relacionados


Pré-visualização parcial do texto

Baixe Artigo - As práticas sustentáveis e a Construção Civil e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Urbanismo, somente na Docsity! FACULDADE DE SAÚDE, CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLÓGICAS DO PIAUÍ ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE PROJETOS E OBRAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (TURMA 2010/2011) AS PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS E A CONSTRUÇÃO CIVIL ISADORA ATEM GONÇALVES CAMARÇO TERESINA/ PI NOVEMBRO - 2011 AS PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS E A CONSTRUÇÃO CIVIL ISADORA ATEM GONÇALVES CAMARÇO Artigo apresentado à Faculdade de Saúde, Ciências Humanas e Tecnológicas do Piauí – NOVAFAPI, como requisito para conclusão do Curso de Especialização em Gestão de Projetos e Obras da Construção Civil. Orientadora: Prof. Nícia Bezerra Formiga Leite, Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela UFPB, Especialista em Planejamento Municipal pela UFV e Mestre em Engenharia Civil pela UFV. TERESINA/ PI NOVEMBRO - 2011 DISCUSSÕES Sustentabilidade Tendo em vista que o grande desafio da sustentabilidade é a preservação da vida humana, ela pode ser definida como uma condição que possibilita a continuidade de nossa existência. Seu conceito mostra que soluções isoladas são apenas paliativas para o problema total, consistindo em um processo de mudança que deve ter a participação de todos os setores da sociedade, implicando em pesquisa, desenvolvimento e implantação de novas tecnologias. Para a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (criada em 1987, pela ONU – Organização das Nações Unidas), haver sustentabilidade significa que: “todos tenham suas necessidades básicas atendidas e lhes sejam proporcionadas oportunidades de concretizar seu desejo de uma vida melhor; os padrões de consumo sejam mantidos dentro do limite de interferência que o meio natural pode suportar; as necessidades humanas sejam garantidas de modo igualitário (...); a evolução demográfica esteja compatível com o potencial produtivo dos ecossistemas; os sistemas naturais que sustentam a vida na Terra (...) não sejam degradados; o acesso equitativo aos recursos ameaçados seja garantido (...) no sentido de aliviar as pressões de sobre-utilização dos recursos; os recursos renováveis sejam usados dentro de limites que permitam sua regeneração natural; os recursos não renováveis sejam utilizados de modo racional, com ênfase na reciclagem e no uso eficiente, de modo que não se esgotem antes de haver substitutos adequados; os impactos negativos sobre a qualidade do ar, da água e dos demais elementos naturais sejam minimizados, a fim de manter a integridade global do sistema.” (AFONSO, pág.12). Ainda segundo a Comissão, para se colocar em prática esse processo de transformação, é necessário construir: “um sistema político que assegure a efetiva participação dos cidadãos nos processos decisórios; (...) um sistema social que resolva (...) a distribuição desigual de renda e benefícios; um sistema de produção que respeite a necessidade de conservar a base de recursos naturais; um sistema tecnológico que busque constantemente novas soluções; um sistema internacional que estimule a interdependência entre economia e conservação dos recursos ambientais na formulação de regras para comércios e financiamentos; um sistema administrativo flexível, que tenha capacidade de modificar s estruturas legais e institucionais visando o bem-comum” (AFONSO, 2002, p.12) Almeida (2002, pag.28) chega à seguinte tabela comparativa resumindo as diferenças entre os antigos e novos paradigmas: Tabela 01 – Paradigma cartesiano versus paradigmas da sustentabilidade CARTESIANO SUSTENTÁVEL • Reducionista, mecanicista e tecnocêntrico • Fatos e valores não relacionados • Preceitos éticos desconectados das práticas cotidianas • Seres humanos e ecossistemas separados, em uma relação de dominação • Conhecimento compartimentado e empírico • Relação linear de causa e efeito • Natureza entendida como descontínua, o todo formado pela coma das partes • Bem-estar avaliado pela relação de poder (dinheiro, influência, recursos) • Ênfase na quantidade (renda per capita) • Centralização de poder • Espscialização • Ênfase na competição • Pouco ou nenhum limite tecnológico • Orgânico, holístico e participativo • Fatos e valores fortemente relacionados • Ética integrada ao cotidiano • Interação entre o objetivo e o subjetivo • Seres humanos inseparáveis dos ecossistemas, em uma relação de sinergia • Conhecimento indivisível, empírico e intuitivo • Relação não-linear de causa e efeito • Natureza entendida como um conjunto de sistemas interrelacionados – o todo maior que a soma das partes • Bem-estar avaliado pela qualidade das interrelações entre os sistemas ambientais e sociais • Ênfase na qualidade (de vida) • Descentralização de poder • Transdisciplinaridade • Ênfase na cooperação • Limite tecnológico definido pela sustentabilidade A distância entre teoria e realidade Casagrande Jr. (2009) afirma que, a busca pela sustentabilidade requer algumas estratégias de planejamento de longo prazo, que podem esbarrar com alguns obstáculos para sua aplicação: a viabilidade financeira, por exemplo. É fundamental analisar todas as etapas de fabricação de um material, pois a distância da fonte de alguns pode torná-los anti-econômicos devido ao alto custo do transporte. Ou, os grandes conglomerados de materiais de construção podem impedir a entrada de novos produtos no mercado. Os materiais de construção, hoje empregados, possuem significações próprias decorrentes de processos históricos. É necessário, então, que as vantagens e qualidades desses novos materiais sejam bem esclarecidas para que sejam aceitas e incorporadas à cultura do consumidor. Novos materiais e técnicas de aplicação exigem mão de obra qualificada, o que se torna um problema técnico pela falta. Tanto as empresas podem especializar seus funcionários, como as instituições de ensino podem incluir em suas grades curriculares, disciplinas relativas. A Construção Civil “Nossos ancestrais eram muito apegados ao meio ambiente, já que sua sobrevivência dependia dele. Eles utilizavam os recursos naturais disponíveis para criar abrigos, caçar e posteriormente, cultivar a terra e viajar. Ainda que os meios fossem grosseiros e o dia a dia fosse simples, os recursos naturais eram abundantes em relação ao tamanho e a densidade da população”. (KEELER; BURKE, 2010, p.29) É notável que o ambiente construído seja necessário, ao mesmo tempo em que é perceptível sua contribuição para os impactos negativos sobre a paisagem natural. A preocupação com o bem-estar ambiental não é irrelevante. Hoje se enfrenta problemas naturais visíveis de tipos e intensidades diferentes que ameaçam a permanência dos seres no planeta. Assim, é necessário promover uma reflexão a respeito dos principais procedimentos adotados pela construção civil analisando a possibilidade de absorção e implantação de práticas que reduzam esses efeitos. O desafio é, portanto, conciliar as atividades necessárias às sociedades, com os conceitos de desenvolvimento sustentável. A representatividade da indústria civil é evidente, sendo o setor, um dos maiores consumidores dos recursos naturais e a maior fonte de impactos causados ao meio ambiente: consome 40% da energia mundial e a quantidade de resíduos gerada é, em média, 150kg/m² construído (figura 01) (KEELER; BURKE, 2010, p.21). Nos EUA, a indústria da construção civil responde por 40% de todo o consumo de matérias-primas – chegando a consumir 3 bilhões de toneladas por ano. (KEELER; BURKE, 2010, p.23). No Brasil, os números não deixam de ser preocupantes. Uma pesquisa realizada na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) calculou que, em média, na construção de casas de interesse social gera-se 9,5 toneladas de dióxido de carbono por cada unidade construída - considerando formas convencionais que utilizam cimento, cal, metal, tijolo, areia e brita. possível e viável e educação ambiental, com a conscientização dos envolvidos o processo. As Legislações Sustentáveis e os Sistemas de Certificação Na troca por pesquisas científicas, as primeiras conferências ambientalistas enfatizaram somente a proteção de espécies de vidas selvagens. Como exemplo, a Comissão Consultora de 1913 para Proteção Internacional da Natureza e a Convenção para Preservação de Animais, Aves e Peixes da África, de 1900. Respectivamente, uma foi criada para proteger as aves migratórias e a outra para controlar o comércio de partes de animais de caça. (KEELER; BURKE, 2010). Foi após a Segunda Guerra Mundial que o movimento ambientalista floresceu no mundo. Que as crises ambientais afetavam todo o planeta – tanto os países menos desenvolvidos, quanto os industrializados, os líderes políticos só perceberam no final da década de 70. A Conferência de Estocolmo (1972) foi considerada um marco, devido ao surgimento de várias conferências a seguir voltadas ao meio ambiente. Em uma delas, a Comissão de Brundtland (1984), definiu-se o desenvolvimento sustentável como sendo o desenvolvimento capaz de atender necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender às suas. Outro que teve relevante importância foi o Protocolo de Quioto (1997), que exige dos países, compromisso com a redução da emissão dos gases de efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono (CO2). Tem importância particular, já que as edificações são responsáveis pela maior emissão de gás carbônico, como mostrou a figura 01. Como os edifícios são produtos de grande vida útil, a importância de avaliá-los quanto ao grau de sustentabilidade vem crescendo dentre os agentes do setor da construção civil. E, é por meio das políticas de construção sustentável, que os pedidos de licença e os códigos de edificações que o projeto sustentável sairão da esfera das iniciativas voluntárias rumo às políticas públicas obrigatórias. Os códigos de edificações sustentáveis representam, portanto, uma mudança de paradigma, já que fomentam ou obrigam o uso de materiais e energia de alto desempenho. É consenso entre alguns autores que, os melhores precedentes em termos de legislações para as construções sustentáveis se encontra em São Francisco na Califórnia. Explanando de forma resumida, em 2008, o prefeito da cidade de São Francisco, na época, Gavin Newson assinou a Lei nº 180-08, a mais abrangente já adotada nos Estados Unidos. A mesma define metas quantificáveis para a construção de edificações sustentáveis com níveis de exigência crescentes com o passar do tempo. Aplica-se a todas as novas edificações comerciais e habitacionais licenciadas, e também reformas de grandes edificações comerciais. Outro exemplo é no estado da Califórnia (EUA) como um todo. Lá, os Códigos de Edificações e de Energia são revisados a cada três anos. Sendo assim, o estado se tornou em 2008, o primeiro dos EUA a incorporar padrões de construção sustentável ao sei código de edificações. (KEELER; BURKE, 2010). Por sua vez, o Brasil ainda não sancionou nenhuma legislação específica. Os sistemas de certificação entram devagar no processo da construção civil aqui no país. Sistemas estes, internacionais, que consistem em avaliar a incorporação de estratégias sustentáveis a uma edificação comparada a construções convencionais. Porém, que não se adequam totalmente à situação brasileira pelo fato de terem sidos criados para analisarem outra realidade (seja ela climática, social e/ou ambiental). Basicamente, as exigências tratam do Estudo Prévio de Impacto Ambiental, que recai sobre atividades com potencial nocivo considerável. Ou seja, por não haver nem no Brasil, nem na América Latina, sistema de avaliação de sustentabilidade para projetos nem normas específicas que abordem o assunto, aqui, a produção de edificações sustentáveis ainda é voluntária. Como a variedade dos sistemas de certificação é vasta, abaixo seguem os mais vigentes. Vale ressaltar que esta diversidade consiste basicamente nas aplicações específicas para determinadas regiões. Criado no Reino Unido na década de 90, a metodologia de avaliação BREEAM (Building Establishment Assessment Method), foi elaborado pelo setor privado e conseguiu grande penetração no mercado interno e externo, tendo sido adaptado para outras realidades. Tem como objetivo minimizar os impactos ambientais tanto de empreendimentos em fase de projetos e já construídos cobrindo diferentes tipos de edificações. (CSILLAG, 2007) O LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), criado nos EUA na década de 94, tem como principal objetivo ajudar a construir a consciência do edifico verde, transformando assim, o mercado imobiliário e certificando com selo, os edifícios que atingirem as metas estabelecidas. Existem versões diferentes, para avaliação de edifícios de características distintas (comerciais, institucionais, residenciais, em fase de projetos ou já construídos). Análise esta, baseada em pontuações já pré- estabelecidas certificando os projetos em patamares de sustentabilidade. Ressalva que, o cumprimento de todos os pré-requisitos é que torna o edifício elegível a passar para a análise de desempenho. (CSILLAG, 2007) O sistema japonês Casbee, criado em 2002, constitui-se de quatro sistemas de análise: pré-projeto, novas construções, edifícios existentes e renovações – com foco em arquitetos, engenheiros e projetistas. Sua analise define dois fatores – avalia a qualidade e a performance do ponto de vista do usuário e as cargas ambientais do edifício (avaliando seu impacto no entorno). (CSILLAG, 2007) Lançado na França (em 1996), o HQE – Haute Qualité Environmentale é de caráter nacional e voluntário, certifica edifícios não residenciais e aborda o processo construtivo, desde o projeto até a manutenção do mesmo. Ou seja, procura avaliar a intenção, execução e manutenção da obra. Sua estrutura de avaliação, e fundamentada em 14 metas, denominadas de “cibles”. As ferramentas práticas A cada dia, as construtoras inserem em seu processo de produção, a construção virtual dos edifícios, antes que eles sejam erguidos na realidade. Ela permite o armazenamento e o compartilhamento de dados referentes ao projeto em um único modelo, que pode ser acessado a qualquer momento por qualquer integrante, mantendo-o sempre atualizado. Por ser uma metodologia de trabalho que lida com as mais diversas disciplinas projetuais simultaneamente, permite antever antecipadamente as incompatibilidades construtivas. Além de proporcionar um quantitativo mais preciso dos materiais que serão necessários, esta forma de projetar permite prever prazos através da visão sistêmica do processo produtivo e do controle do ciclo de vida do projeto. Hoje, arquitetos, engenheiros e demais profissionais da área, gastam mais tempo na fase de execução, que na de concepção, em virtude dos imprevistos que surgem in loco, e acarretam paralisações e atrasos. A tendência é que esta situação se inverta, para que a produtividade e a qualidade aumentem. É um forte modelo para aplicar no Brasil, pois aqui, muitos compradores adquirem seus imóveis ainda em planta – modo de venda que chama por orçamentos sem margens de erro. Trata-se de um processo cujo retorno financeiro não é de curto prazo, e que exige alto investimento inicial destinado à aquisição das licenças de softwares e qualificação da mão de obra. Sua implantação acarreta, inicialmente, na queda temporária da produção e, para tanto, é necessário que a empresa esteja preparada para sustentar o investimento necessário durante esta transição. Mesmo com muitas vantagens, é consensual que não satisfaz todas as necessidades de seus possíveis usuários. Muitos profissionais se queixam, por No Brasil, o Centro de Integração do Comperj (CICJ), em São Gonçalo Janeiro), pode ser o melhor exemplo, Com a intenção de maximizar a eficiência energética do edifício, o mesmo foi implantado no terreno, de forma a minimizar a incidência solar nas fachadas. As faces mais expostas à luz do sol estão protegidas por brises automatizados e programáveis para operar conforme a trajetória solar. As áreas externas foram tratadas com pavimentação permeável, onde existem duas cisternas subterrâneas, sedo uma posteriormente utilizada em descargas sanitárias e irrigação. O centro também dispõe de uma estação para tratamento de esgotos, sendo a água depurada, reutilizável. Figura 03 Fonte: Conclusão Uma prática para a minimização das construção civil proporciona projeto de edificações sustentáveis ao currículo das faculdades. princípios devem fazer parte desta educação direcionada, aprender a solucionar problemas, supondo e prevendo as possíveis implicações de suas decisões projetuais, pois, da mesma forma que há recipiente plástico ao lixão, as construções, ecológicas ou não, têm seu impacto sobre delas responsável pela coleta de água da chuva – CH2 (Melbourne, Austrália) KEELER; BURKE, 2010, p.243. consequências negativas que a ao meio natural, é uma educação que vise Os problemas e onde os estudantes devem consequências (Rio de – integrar o ao atirar um o meio natural. Todas as atividades realizadas afetam, latente ou imediatamente, o equilíbrio do meio ambiente. No curso de Arquitetura da UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, por exemplo, a disciplina Urbanismo e Meio Ambiente, antes optativa, foi inserida no currículo desde 1997, e a Arquitetura e Sustentabilidade está disponível, porém de forma optativa. No estado de São Paulo, na FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, há atualmente uma disciplina, chamada Ambiente Construído e Desenvolvimento Sustentável - Moradia Social, com caráter optativo. Dentro das disciplinas obrigatórias do curso de Arquitetura da Universidade FUMEC (Belo Horizonte), há Arquitetura e Sustentabilidade Ambiental. Exemplos estes que podem ser seguidos pelas demais universidades brasileiras. (VILLELA, 2007). Projetar de forma integrada também pode ser considerada uma ação sustentável. Alguns autores até defendem que os termos Projeto Sustentável e Projeto Integrado devem ser vistos como equivalentes, já que cada decisão de projeto implica em inúmeras consequências, e não em efeitos isolados. Com o projeto integrado existem as inter-relações de cada material, sistema e elementos espaciais. É uma forma de projetar de onde é possível tirar proveito do compartilhamento dos conhecimentos específicos dos diferentes membros da equipe. No projeto e/ou obra concluída é importante avaliar a eficácia do processo. Na prática, o processo integrado não termina com a construção: a contratação de diversos especialistas em manutenção garante que a edificação permaneça saudável e funcional, confirmando que o processo de projeto teve o objetivo alcançado. Apesar de ser uma prática que requer um tempo de projeto adicional durante a fase de estudos preliminares – tempo necessário para a equipe questionar, discutir e estimar as opções, seus impactos e custos das escolhas consideradas – o processo ao todo envolve menos tempo. As técnicas de Arquitetura Bioclimática defendem a otimização do uso dos recursos naturais, maximizando seu potencial e reduzindo, ou até mesmo eliminando, o conceito de desperdício. Um exemplo: o consumo de água pode ser reduzido na fase de ocupação com o aproveitamento da água não potável (servida) e da água da chuva coletada em usos que não sejam do consumo humano. Sendo o projeto o ponto de partida do ciclo de vida do edifício, espera-se que grande parte das soluções minimizadoras de seus impactos parta dos seus planejadores. Como afirmam Zambrano et al (2009), a qualidade da edificação depende do grau de comprometimento dos agentes envolvidos no desenvolvimento do empreendimento. A melhor eficácia será resultado das melhores decisões. A busca da sustentabilidade requer estratégias de planejamento de longo prazo, onde a ideia principal está associada ao futuro, onde busca-se racionalmente uma situação melhor que a atual, evitando ou minimizando problemas e aproveitando benefícios. É desta forma, uma situação que se obtém instantaneamente. Trata-se de um processo com mudanças e transformações que deve ter necessariamente a participação de todos os setores da sociedade. Referências Bibliográficas AFONSO, Cintia Maria. Sustentabilidade, caminho ou utopia? São Paulo: Annablume, 2006. ISBN 857419588X ALMEIDA, Fernando. O bom negócio da sustentabilidade. Lisboa: Editora Nova Fronteira, 2002. ARAÚJO, Viviane Miranda. Práticas recomendadas para a gestão mais sustentável de canteiros de obras. 2009. 229p. Dissertação de Mestrado em Engenharia de Construção Civil e Urbana - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo. CASAGRANDE JR., Eloy Fassi. Pauta de Sustentabilidade do Concurso Público Nacional de Arquitetura para a sede do CREA – Paraná em Curitiba, Curitiba: Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Janeiro de 2009 CSILLAG, Diana. Análise das práticas de sustentabilidade em projetos de construção Latino-Americanos. 2007. 135p. Dissertação de Mestrado em Engenharia - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo. KEELER, Marian e BURKE, Bill. Fundamentos de Projetos de Edificações Sustentáveis. Porto Alegre: Bookman, 2010. 362p. ISBN 9788577807109 PORTO, Marcio. O processo de projeto e a sustentabilidade na produção da arquitetura. São Paulo: C4, 2009. ISBN 9788599353202 PRIORI JUNIOR, Luiz; RÊGO SILVA, José J.; BURRATTINO, M. Sílvio. Desenvolvimento Sustentável no Ambiente Construído. Estudo de Caso: o projeto de arquitetura. ELECS, Recife, out. 2009. VILLELA, Diana Santiago. A sustentabilidade na formação atual do arquiteto e urbanista. 2007. 181p. Dissertação de Mestrado em Arquitetura e Urbanismo – Universidade Federal de Minas Gerais. Minas Gerais. ZAMBRANO, Letícia M. de A.; BASTOS, Leopoldo E. G.; FERNANDEZ, Pierre. Procedimentos e instrumentos para integração dos princípios do desenvolvimento sustentável ao projeto de arquitetura. ELECS, Recife, out. 2009.
Docsity logo



Copyright © 2024 Ladybird Srl - Via Leonardo da Vinci 16, 10126, Torino, Italy - VAT 10816460017 - All rights reserved