Baixe Gestão Social: Aonde o bem coletivo ultrapassa o interesse individual (2010) e outras Notas de estudo em PDF para Comunicação, somente na Docsity! Gestão Social: Aonde o bem coletivo ultrapassa o interesse individual – Estudo sobre Agentes Sociais (2010) por Rafael de Faria da Costa Praticas de Gestão Social são amplamente difundidas e as técnicas e metodologias utilizadas tem claras aplicações no campo social, mas não explicam totalmente a atuação do marketing na área social, a expressão “marketing social” foi usada pela primeira vez em 1971, descrevendo-o como sendo o processo de criação, implementação e controle de programas para influenciar a aceitabilidade de ideias sociais. Mais tarde, o marketing social foi conceituado como sendo o emprego de princípios e técnicas de marketing para a promoção de uma causa, ideia e/ou comportamento, segundo Philip Kotler. Outro intelectual da área, Wasek defende que marketing social “é um programa público do ponto de vista do consumidor”, enquanto Atucha propõe a seguinte definição: “marketing social é uma ferramenta democrática e eficiente que aplica os princípios e instrumentos do marketing de modo a criar e outorgar um maior valor a proposta social, redescobrindo o consumidor por meio de dialogo interativo, gerando condições para que se construa o processo de reflexão, participação e mudança social” (Schiavo, 1999, p. 25) A logica do marketing tem uma unidade que transcende a organização e produtos específicos, desta forma qualquer organização pode utilizar o instrumental de marketing para promover mudanças de comportamento, porém determinadas vezes quem tem que mudar sua “approach” é o próprio desenvolvedor. Assim, quando o governo realiza uma campanha para prevenção da AIDS, procura promover uma mudança de comportamento na população através do incentivo ao uso de preservativos. Para tanto, utiliza promoção, distribuição e outros elementos de um composto de marketing. Organizações do terceiro setor que se dedicam a causas de proteção ambiental, por exemplo, procuram encorajar pessoas a se engajarem em campanhas de reciclagem de lixo, instruindo comunidades sobre como separar e selecionar materiais orgânicos, latas e plásticos para a coleta inteligente. Usam, portanto, ferramentas de marketing visando mudanças de comportamento. Recentemente no Brasil, o termo Marketing Comunitário vem sendo utilizado. Este tipo de marketing envolveria marketing social, marketing cultural e marketing ecológico, os quais apelam para aquilo que o individuo valoriza acima e além do consumo de bens. O Marketing Comunitário é visto pelos críticos da área como o “sonho encantado” dos ativistas sociais e dos profissionais de marketing, aos quais realmente estão trabalhando para ajudar os menos favorecidos. O marketing é definido como uma iniciativa que visa a incrementar os negócios de uma empresa ou instituição através do seu apoio a atividades de ordem social, cultural ou ecológica. As áreas de atuação do marketing comunitário sempre trazem benefícios a comunidade ao mesmo tempo que trazem retorno para a empresa patrocinadora. O retorno pode não ser somente em dinheiro, mas também com benefícios para a imagem da empresa, algo muito importante hoje em dia pois quando se tem maior visibilidade, se consegue arrecadar maior renda e arrecadando maior renda, mais fundos a empresa tem para investir no Social. Vejamos um exemplo internacional de sucesso em Gestão Social advindo do setor público. A Coreia do Sul, no pós-guerra, percebeu a necessidade de investimento na area da educacao e baseou-se na unica força que lhe restava no momento: Mão-de-obra e força de vontade. Naquela época o termo “Gestão Social” não existia, mas o Governo Coreano utilizou-se de estratégias voltadas para a comunidade. Para que percebamos a grandiosidade do investimento Sul-Coreano, é necessária uma comparação com o maior exemplo que temos, o do Brasil. A Coreia do Sul tinha em 1960 um PIB per capita de 900 dólares, enquanto o Brasil tinha o dobro. Em algum ano da década de 1980 nos igualávamos, com um PIB per capita da ordem dos 5 mil dólares. Hoje, o da Coreia é de 32 mil dólares e o nosso está na casa dos 10 mil dólares. Embora tenhamos que ser cautelosos no explicar tal diferença de desempenho, pois estamos comparando histórias, geografias, etnias e culturas bem diversas, não há como negar que a evolução educacional tem muito a ver com a dianteira que tomaram os asiáticos. Não há quem discorde, mundo afora.2 02 8Em 1960, tínhamos, Brasil e Coreia, 35% de analfabetos. Hoje, temos 13% (não considerados os analfabetos funcionais) e eles têm zero. Apenas 18% dos jovens brasileiros estão na universidade, en quanto só 18% dos coreanos não estão lá. A evasão escolar ao fim do ensino médio é de mais de 60% no Brasil, enquanto na Coreia é de 3%. Há que se ter cuidado no comparar trajetórias de dois países tão diferentes, um com área de 100 mil quilômetros quadrados e 50 milhões de habitantes e outro com população quatro vezes maior, e área