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Fundamentos de astronomia: o Sol, cap.7, Notas de estudo de Astrofísica

Capítulo 7 da apostila Fundamentos da Astronomia do Observatórios Virtuais

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 04/01/2011

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bruna-mayato-2 🇧🇷

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Baixe Fundamentos de astronomia: o Sol, cap.7 e outras Notas de estudo em PDF para Astrofísica, somente na Docsity! Observatór ios Vir tuais – Fundamentos de Ast ronom ia – Cap. 7 (Gregor io-Hetem & Jatenco-Pereira) O SOL Vimos no capítulo anterior a natureza da radiação eletromagnética e como ela transfere energia através do espaço. É com base na luz emitida pelas estrelas que podemos extrair informações importantes a respeito de suas características. Antes de prosseguirmos no estudo das propriedades estelares, vamos falar a respeito do Sol, uma estrela muito bem conhecida, graças à sua proximidade. Neste capítulo vamos resumir as principais propriedades do Sol; descrever sua estrutura interna; bem como sua atmosfera; e discutir a relação entre seu campo magnético e as diferentes atividades solares. • Características gerais: massa, raio, densidade, temperatura superficial, etc. • Estrutura do Sol  )RWRVIHUD: granulação, temperatura, linhas espectrais, manchas, abundâncias  &URPRVIHUD: espectro, espículos, região de transição  &RURD: visível, rádio, linhas de emissão • Vento Solar • Atividade do Sol: )ODUHV, regiões bipolares magnéticas, filamentos, fáculas, condensações. %LEOLRJUDILD • Zeilik & Smith, 1987 “Introductory Astronomy & Astrophysics” (cap. 10) • “Astronomia e Astrofísica” – IAG/USP, ed. W. Maciel (cap.13, O. Matsuura) Observatór ios Vir tuais – Fundamentos de Ast ronom ia – Cap. 7 (Gregor io-Hetem & Jatenco-Pereira) O SOL: a nossa estrela Características Gerais O Sol, como todas as estrelas, constitui-se de uma esfera gasosa brilhante, sustentada por sua própria gravidade e pelas forças geradas por reações nucleares que ocorrem no seu centro. Comparado com outras estrelas, em termos de massa, raio, brilho e composição química, o Sol está na faixa média de valores desses parâmetros. Na tabela a seguir apresentam-se algumas de suas propriedades: Raio 6,96 x 108 m ~ 109 R⊕ Massa 1,99 x 1030 kg ~ 330.000 M⊕ Densidade 1410 kg m-3 Luminosidade 3.8 x 1033 erg s-1 Temperatura superficial 5780 K Período de rotação 24,9 dias (no equador) 29,8 (nos pólos) Os gases no interior solar (principalmente hidrogênio e hélio) encontram-se quase que completamente ionizados, pois estão submetidos a temperatura, pressão e densidade muito elevadas, as quais aumentam tanto quanto maior for a profundidade dentro do Sol. Assim, na região mais central as condições físicas propiciam as reações termo-nucleares de transformação do hidrogênio em hélio, liberando então grandes quantidades de energia na forma de fótons e movimentos térmicos. Opticamente nós observamos apenas o contorno bem definido que é considerado a superfície solar, uma fina camada (espessura menor que 0,1% do raio do Sol) chamada IRWRVIHUD. No entanto, a estrutura interna do Sol pode ser representada por várias camadas, estabelecendo regiões sob diferentes condições físicas, as quais veremos a seguir. Estrutura do Sol Internamente o Sol é composto basicamente de um Q~FOHR central rodeado por uma camada contendo a chamada ]RQD UDGLDWLYD, ambos circundados por um HQYROWyULR FRQYHFWLYR. No que se refere à atmosfera, por ser uma região de transição entre o interior estelar e o meio interestelar, encontra-se uma grande variação (em função da profundidade) das condições físicas, tais como temperatura, pressão e composição química. Assim, divide-se a DWPRVIHUD em três regiões: fotosfera, cromosfera e coroa. 83 Observatór ios Vir tuais – Fundamentos de Ast ronom ia – Cap. 7 (Gregor io-Hetem & Jatenco-Pereira) )LJXUD Geometria de observação do obscurecimento de limbo. (c) Espectro de Absorção A primeira identificação das linhas fotosféricas solares de absorção foi apresentada por Fraunhofer em 1814. Para identificá-las, ele utilizou a nomenclatura de letras maiúsculas, para denotar as linhas mais fortes, e letras minúsculas para as mais fracas. As mais referidas hoje em dia são as linhas ' do dubleto de sódio, as linhas + e . do Ca II e as linhas E do magnésio. Identificações mais recentes incluem as linhas do hidrogênio, da série de Balmer. Na região do ultravioleta o espectro é dominado pelas linhas de emissão produzidas na cromosfera e na coroa solar. As linhas de absorção mais fracas são produzidas nas regiões mais internas da fotosfera, enquanto que as mais fortes são geradas nas regiões mais externas, como o caso das linhas H e K do Ca II - as mais fortes, formadas principalmente na base da cromosfera. (d) Manchas Solares Na fotosfera também se encontram as chamadas PDQFKDV VRODUHV regiões em que o campo magnético é muito mais intenso, inibindo o transporte convectivo, tornando-as muito mais frias que a atmosfera (~ 2000K). Observações do deslocamento das manchas, no sentido de leste para oeste, permitem a determinação do período de rotação diferencial do Sol (período de rotação maior nos pólos do que no equador). A evolução da mancha se dá em alguns meses, desde seu surgimento, quando ainda é muito pequena, aumentando de tamanho até se fragmentar e finalmente desaparecer. As manchas aparecem em grupos, segundo a bipolaridade do campo magnético, ou seja, uma mancha associada à polaridade norte vem sempre acompanhada por uma outra mancha, associada à polaridade sul do campo magnético. Algumas podem se apresentar mais dispersas ou mais concentradas que as outras. 86 Observatór ios Vir tuais – Fundamentos de Ast ronom ia – Cap. 7 (Gregor io-Hetem & Jatenco-Pereira) )LJXUD Imagem de manchas solares. As maiores chegam ter dimensões cerca de duas vezes o diâmetro da Terra. (e) Abundâncias Analisando as linhas espectrais, podemos deduzir propriedades da fotosfera, como composição química por exemplo. O elemento mais abundante é o hidrogênio (91,2%) seguido do hélio (8,7%), enquanto que elementos mais pesados como oxigênio, carbono, nitrogênio, silício, magnésio, neônio, ferro e enxofre somam cerca de 0,1% da massa total. Em menor fração ainda encontram-se outros elementos como sódio, alumínio, fósforo, potássio e cálcio. 87 Observatór ios Vir tuais – Fundamentos de Ast ronom ia – Cap. 7 (Gregor io-Hetem & Jatenco-Pereira) Cromosfera A densidade na cromosfera é muito menor que na fotosfera e sua espessura é de aproximadamente 1500 km (incluindo a chamada zona de transição). A variação de densidade é bastante grande, diminuindo de 1012 cm-3 na sua base até 109 cm-3 na parte mais externa. A temperatura aumenta da base para o topo, sendo em média 15000 K. Acredita-se que esse aquecimento se origine na turbulência do envelope convectivo, onde as ondas seriam excitadas e amplificadas em choques, ao se propagarem nas regiões menos densas O aquecimento seria devido à dissipação desses choques na cromosfera. (a) Espectro O nome da cromosfera é baseado em sua cor avermelhada, devida a emissão da linha de hidrogênio da série de Balmer (Hα) a 6562 Å. A principal linha de emissão no espectro cromosférico é a linha do hélio, que requer altas temperaturas para ser excitado e foi detectado no Sol antes de ser descoberto na Terra, daí a origem do nome desse elemento - em grego KHOLRV significa sol. As transições atômicas de baixo potencial de excitação, como aquelas de metais neutros, são vistas somente na base da cromosfera, enquanto que linhas do cálcio e do ferro ionizado são encontradas a altitudes maiores. (b) Espículos No limbo do Sol ocorrem jatos tênues de gás brilhante com tamanhos de 500 a 1500 km, elevando-se até 10000 km acima da cromosfera. Esses fenômenos de ejeção de gases recebem o nome de HVStFXORV, que emitem principalmente radiação Hα. Apesar de ocuparem apenas uma fração da superfície solar e durarem pouco menos que 15 minutos, os espículos podem representar um importante papel no equilíbrio de massa da cromosfera, da coroa e do vento solar. Sua distribuição não é uniforme, formando uma estrutura de super-grânulos, ocorrendo apenas nas regiões de aumento da intensidade do campo magnético. )LJXUD  Os espículos solares. Jatos estreitos de gases aparecem escuros por serem mais frios. 88 Observatór ios Vir tuais – Fundamentos de Ast ronom ia – Cap. 7 (Gregor io-Hetem & Jatenco-Pereira) Os elétrons que restaram em átomos altamente ionizados, permanecem fortemente ligados, favorecendo as transições permitidas que requerem altos potenciais de excitação. Os fótons produzidos por essas transições são altamente energéticos formando linhas do ultravioleta, na faixa de 5 a 50 nm, observáveis apenas acima da atmosfera terrestre. Finalmente, destaca-se a emissão de raios-X (de baixa energia), produzidos no gás coronal quente. Imagens de raios-X do Sol mostram que a distribuição dessa emissão não é uniforme, apresentando-se “mais escura” no polo superior e abaixo da região mediana. Nessas regiões, chamadas EXUDFRV FRURQDLV, o gás deve se encontrar a temperaturas e densidades menores que das outras partes da coroa. Acredita-se que nos buracos coronais as linhas de campo magnético sejam abertas, ao contrário do que se observa freqüentemente ao redor do Sol. As linhas de campo magnético atingem grandes alturas a partir da coroa e depois retornam ao Sol. O gás coronal acompanha essas linhas de campo, formando estruturas com geometria de ORRSV. )LJXUD  Imagem de uma proeminência solar em forma de ORRS, observada em ultravioleta. (NASA) Vento Solar A ação gravitacional do Sol sobre o gás coronal não é suficiente para retê-lo, ocorrendo assim um constante fluxo de matéria na forma de YHQWR liberado pelo Sol. A composição do vento solar é basicamente a de um plasma eletricamente neutro, com elétrons e prótons em iguais proporções, onde a condutividade térmica é muito grande, garantindo as elevadas temperaturas mesmo a grandes distâncias do Sol. À medida que o vento se expande, sua velocidade aumenta e a densidade de partículas diminui. Nas proximidades da Terra a densidade varia de 0,4 a 80x106 m-3 e a velocidade varia de 300 a 700 km s-1. A atividade do Sol, como a ocorrência de erupções conhecidas por IODUHV solares, pode mudar drasticamente a energia das partículas do vento. Como o vento solar está associado às linhas de campo magnético, este também varia intensamente. Enquanto que no vento normal, a energia dos prótons e elétrons é da ordem de 103 eV, durante a ocorrência de um IODUH o vento pode carregar partículas com energia de 107 a 1010 eV. 91 Observatór ios Vir tuais – Fundamentos de Ast ronom ia – Cap. 7 (Gregor io-Hetem & Jatenco-Pereira) O ciclo do Sol A atividade solar corresponde a fenômenos cíclicos ligados à rotação do Sol e à variação do campo magnético. As regiões consideradas ativas, são aquelas áreas do Sol onde ocorrem manchas, proeminências, praias e IODUHV. Como já foi mencionado, as manchas solares estão associadas a fortes campos magnéticos (0,1 a 0,4 T), que inibem o transporte de energia por convecção, e portanto são regiões com temperaturas menores que a fotosférica. Desde o tempo de Galileu que se realizam contagens do número de manchas solares visíveis. Nota-se um fenômeno cíclico, onde um número máximo de manchas solares é observado a intervalos de 11 anos. )LJXUD . Ciclos das manchas solares observados anualmente desde 1600. O período de 60 anos (1645 a 1705) em que não ocorreu atividade solar é chamado de mínimo de Maunder, e provavelmente corresponde a uma fase de mudanças que devem acontecer a intervalos muito maiores. Neste ciclo do Sol (11 anos) ocorre também uma variação da distribuição das manchas em relação à latitude solar. No início do ciclo as manchas encontram-se preferencialmente nas altas latitudes (±35o), na época de pico máximo do ciclo a maioria das manchas encontram-se a ±15o, e finalmente quando o número de manchas diminui no final do ciclo, elas se distribuem em torno de latitudes ±8o. Os mapas do campo magnético mostram que a intensidade do campo é, de uma forma genérica, da ordem de 0,01 T, aumentando para 0,1 T nas manchas solares. Esses mapas mostram a variação de direção e de força do campo magnético e indicam no Sol a ocorrência de estruturas bipolares. As partes que mostram essas estruturas são chamadas UHJL}HV PDJQpWLFDVELSRODUHV. Na fotosfera ainda aparecem regiões ativas chamadas IiFXODV, que são mais densas e mais quentes que a fotosfera, aparecendo mais brilhantes quando observadas na luz branca. 92 Observatór ios Vir tuais – Fundamentos de Ast ronom ia – Cap. 7 (Gregor io-Hetem & Jatenco-Pereira) )LJXUD . Distribuição das manchas solares em função da latitude. No início do ciclo solar, quando a atividade é mínima, as manchas encontram-se a altas latitudes, com o passar do tempo, elas migram para o equador, até que o ciclo se complete. Na cromosfera, além dos IODUHV já mencionados, ocorrem outras regiões de atividade, como as SUDLDV, mais brilhantes em Hα e Ca II, que são as contrapartidas das fáculas, mencionadas anteriormente. Ainda na cromosfera apresentam-se também as SURHPLQrQFLDV ou ILODPHQWRV que apresentam movimentos que acompanham o campo magnético e levam material para a coroa. Finalmente, destacam-se na coroa solar as regiões chamadas FRQGHQVDo}HV, onde a densidade eletrônica é alta e ocorre um aumento da formação das linhas proibidas e linhas ultravioleta, associadas à radiação rádio que varia lentamente. EXERCÍCIOS 1. Quais atividades solares ocorrem nas diferentes regiões atmosféricas do Sol: (a) )RWRVIHUD(b)&URPRVIHUD(c) &RURD: 2. Suponha que você esteja observando uma mancha solar durante uma fase de mínimo de manchas solares. Como identificar se ela corresponde ao final de um ciclo ou se ela corresponde ao início de um novo ciclo do Sol? 93
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