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Sistemas de Ancoragem e Fundação Offshore, Notas de estudo de Engenharia Civil

Descritivo Técnico dos variados tipos de plataformas e sistemas offshore flutuantes da atualidade. Descreve os tipos de ancoragem em uso e fundação aplicados às unidades de perfuração e produção petrolífera.

Tipologia: Notas de estudo

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Baixe Sistemas de Ancoragem e Fundação Offshore e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Civil, somente na Docsity! ANÁLISE E PROJETOS DE ESTRUTURAS OFFSHORE I   Professor: Gilberto Bruno Ellwanger, D.Sc. Aluno: Antonio Roberto de Medeiros       ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHORE  RIO DE JANEIRO – RJ SETEMBRO/2009 CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 2      1. OBJETIVO                    06  2. INTRODUÇÃO A SISTEMAS OFFSHORE              06  3. PRINCIPAIS TIPOS DE PLATAFORMAS              10  3.1 PLATAFORMAS FIXAS                  11  3.1.1 PLATAFORMAS FIXAS TIPO JAQUETA            11  3.1.2 PLATAFORMA AUTO‐ELEVÁVEL (JACK UP)            14  3.1.3 PLATAFORMA DE GRAVIDADE (GRAVITY PLATFORM)        15  3.1.4 TORRE COMPLACENTE                21  3.2 PLATAFORMAS FLUTUANTES                24  3.2.1 SEMI‐SUBMERSÍVEL (SS)                25  3.2.2 TLP – Tension Leg Platform              29  3.2.3 SPAR BOUY (Bóia Cilíndrica)              35  3.2.4 FPSO – Floating Production Storage and Offloading System (Sistema Flutuante de  Produção, Armazenamento e Transferência)          44  4. ANCORAGEM OFFSHORE                46  4.1 Fundamentos sobre Tipos de Ancoragem            47  4.2 Tipos de Ancoragem Offshore                48  4.2.1 Ancoragem em Catenária                48  4.2.2 Ancoragem Taut‐Leg(Esticada)              49  4.2.3 Ancoragem Vertical                51  4.2.4 Ancoragem Combinada                52  4.3 SISTEMAS DE ANCORAGEM (Atracação / Posicionamento/ Fixação)      52  4.3.1 Ancoragem com Ponto Único (SPM)            53  4.3.2 Amarração com Turret (Torre)              54  4.3.3 Sistema CALM (Catenary Anchor Leg Moorings)          55  4.3.4 Sistema SALM (Single Anchor Leg Mooring)          56  4.3.5 Amarração com Quadro de Ancoragem (SM – Spread Mooring)      57  4.3.5.1 Sistema DICAS ‐ (Differentiated Compliance Anchoring System)      58  4.4 COMPOSIÇÃO DAS LINHAS DE ANCORAGEM            59  4.5 FUNDAÇÃO OFFSHORE                 59  4.5.1 FUNDAÇÕES PROFUNDAS                 62  4.5.2 FUNDAÇÕES RASAS                64  4.5.2.1 Estacas de Sucção                  64  4.5.3 ÂNCORAS                    66  5. SÚMULA DE ANCORAGEM POR TIPO DE UNIDADE          71  6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS               73          CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 5      ABREVIAÇÕES  CALM  CATENARY ANCHOR LEG MOORING  DEA  DRAG EMBEDMENT ANCHORS  DICAS  DIFFERENTIAL COMPLIANT MOORING SYSTEM  DGP  DRIVEN AND GROUTED PILES  FPDSO  FLOATING, PRODUCTION, DRILLING, STORAGE AND OFFLOADING  FPS  FLOATING PRODUCTION SYSTEM  FSO  FLOATING, STORAGE AND OFFLOADING  FSU  FLOATING STORAGE UNIT  GP  GROUTED PILES   MODU  MOBILE OFFSHORE DRILLING UNIT  P  ÂNCORA DE PESO  PEA  PLATE EMBEDMENT ANCHOR  SALM  SINGLE ANCHOR LEG MOORING  SEPLA  SUCTION EMBEDDED PLATE ANCHORS  SM  SPREAD MOORING  SP  SUCTION PILES  SPM  SONGLE POINT MOORING  SS  SEMI‐SUBMERSÍVEL  TC  TORRE COMPLACENTE  TLP  TENSION LEG PLATFORM  TP  TORPED PILES  UEP  UNIDADE ESTACIONÁRIA DE PRODUÇÃO  VIV  VIBRAÇÃO INDUZIDA POR VÓRTEX  VLA  VERTICAL LOADING ANCHORS          CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 6      1. OBJETIVO  O presente trabalho tem a finalidade de apresentar os variados tipos de plataformas e sistemas offshore flutuantes da atualidade, e descrever os tipos de ancoragem em uso e fundação aplicados às unidades de perfuração e produção petrolífera, tendo como alvo a consolidação de conhecimento obtido em sala de aula e a obtenção proporcional do grau final da avaliação da disciplina Análise de Estruturas OFFSHORE I.   2. INTRODUÇÃO A SISTEMAS OFFSHORE  A exploração offshore de petróleo no mundo vai cada vez mais fundo. E, no Brasil , isso é fato consolidado com os desafios e recordes mundiais sendo superados a todo momento pela PETROBRAS. A indústria do petróleo, no Brasil, é motor de desenvolvimento para outras áreas do conhecimento. É fator fundamental na busca por tecnologias ainda desconhecidas. É que mais se desenvolve. Além da PETROBRAS, há muitas outras empresas que já se instalaram no país. No desenvolvimento de suas atividades, a produção de petróleo no mar é a que mais carece de novas tecnologias, métodos científicos, serviços e mão-de-obra especializada. As estruturas empregadas no mar, para essa finalidade, são essencialmente ligadas à área da engenharia civil. Ao longo das buscas por soluções as engenharias civil, naval, oceânica e mecânica vem se destacando na fundamentação e comprovação de teorias ligadas com a solução dos problemas apresentados e no desenvolvimento de softwares que promovem a confiabilidade dos projetos a um nível de segurança nunca visto antes. A crescente quantidade de poços produtores em ambientes com lâminas d’água cada vez mais profundas vem ocasionando inúmeros desafios, e nas sua soluções, vêem-se grandes saltos tecnológicos gerando mais conhecimento e especializações técnicas de alta confiabilidade. Os sistemas offshore, como poderão ser vistos adiante, e nas imagens que se sucedem ao longo deste trabalho, compreendem unidades marítimas de exploração, produção e/ou armazenamento de petróleo. Eles podem ser fixos CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 7    (não flutuante), tais como: Jaquetas; Torres Complacentes (torre estaiada; torre Gamma; torre Roseau; torre Delta), Plataformas de Gravidade, e Plataformas Auto-elevatórias; Ou flutuantes, tais como: Plataformas Semi-submersíveis; Plataformas de Pernas Tensionadas (TLP), Plataformas Spar; e Navios Ancorados [1] e [2]. É importante ressaltar que o incremento da produção offshore, deu-se, em sua maioria, a partir de plataformas fixas, com desenvolvimento quase que incipiente na Venezuela e depois com técnicas já avançadas no Golfo do México, daí expandindo-se para o Mar do Norte, onde tecnicamente foi ampliado seu desenvolvimento, seguindo depois para África, Brasil e Ásia. A descrição de cada tipo de plataforma pode ser encontrada em Chakrabarti [1987, 2005]. Ver na Error! Reference source not found. Figura 1 abaixo, uma ilustração com os principais tipos de sistemas usados em águas profundas [3].   Figura 1: Tipos de plataformas empregadas em águas profundas [3].  No princípio da exploração offshore, principalmente nas prospecções em águas rasas, plataformas Auto-Elevatórias e Fixas foram bastante utilizadas. No Brasil, até mesmo na Bacia de Campos, elas foram muito empregadas. Com a continuidade do avanço da busca pelo petróleo em alto-mar, as severas dificuldades impostas pela crescente ampliação da lâmina d’água e condições ambientais cada vez mais rigorosas e afastadas da costa, inviabilizaram a utilização desses tipos de estrutura. Iniciou-se então a busca por alternativas para viabilizar a continuidade exploratória e de produção, e muito embora, em outras regiões do planeta, já se conhecesse a utilização de outros sistemas, eles não eram adequados às condições brasileiras. Havia muitas adaptações a CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 10    utilizado e economicamente viável dos arranjos de posicionamento estacionário de unidades flutuantes tem sido o sistema de fixação por ancoragem. O sistema de ancoragem usado em unidades flutuantes pode ser formado por um conjunto homogêneo ou heterogêneo (este mais usado em águas profundas visando minimizar o peso suspenso). O seu arranjo se faz com aproveitamento de materiais de alta resistência, normalmente formada por amarras, cabos de aço, cabos sintéticos (poliéster) ou uma combinação dos três. Os sistemas combinados utilizam-se das propriedades dos materiais sintéticos (compostos por polímeros de alta resistência e empuxo adequado). Na extremidade das linhas de ancoragem são utilizadas âncoras ou estacas, e nos trechos intermediários podem ser encontrados alguns acessórios para a conexão de segmentos de materiais diferentes. Existem vários modelos de configuração de linhas aceitáveis para a utilização em ancoragem de estruturas offshore. De acordo com a geometria da linha, podem ser encontradas ancoragens em catenária (convencional), ancoragem tipo taut-leg e ancoragem vertical (utilizando tendões), cada uma delas se aplica a diferentes sistemas de ancoragem. O critério de escolha do tipo de ancoragem dependerá principalmente do tipo da embarcação (ou plataforma), sua geometria (design e dimensional), condições ambientais do local de instalação, lâmina d’água, número de risers, tipo de operação e custo. 3. PRINCIPAIS TIPOS DE PLATAFORMAS  Os principais tipos de plataformas utilizadas na prospecção e/ou produção offshore e sua pertinente conceituação são resumidamente descritos a seguir. Basicamente elas se dividem em: i – Fixas - Apoiadas no Fundo do Mar (Jaquetas, Auto-Elevatória, de Gravidade e do tipo Complacente); ii – Flutuantes (Semi - Submersíveis, Bóias, Torres e Navios Ancorados). A Figura 3, ao lado e a Figura 4 a seguir, ilustra a maioria dos tipos tradicionais de plataformas fixas, complacentes e flutuantes em uso no planeta. Figura 3 – Tipos de Plataformas em uso no mundo CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 11      Figura 4: Principais tipos de estruturas em uso com capacidades de produção e perfuração [3].    3.1 PLATAFORMAS FIXAS  As principais plataformas fixas são classificadas como: Jaquetas de aço (Steel Jackets), Auto-eleváveis (Jack-ups), de Gravidade (Gravity Platform) e Torres Complacentes (CT - Compliant Towers). Nesses sistemas3, a árvore de natal (conjunto de válvulas que controla a produção do poço) e as unidades de processamento da produção estão posicionados na superfície, sobre a plataforma. A isso se dá o nome de completação seca. As plataformas do tipo Jaqueta e Auto- Eleváveis foram as primeiras unidades offshore utilizadas. Observe-se que no desenvolvimento dos sistemas offshore, as plataformas de produção fixas têm merecido especial atenção por permanecerem estacionárias durante a vida produtiva do poço, ficando expostas às condições ambientais e oceanográficas. 3.1.1 PLATAFORMAS FIXAS TIPO JAQUETA  Esse tipo de plataformas fixa consiste em grandes estruturas metálicas que repousam sobre o subsolo marinho, feitas de aço, e compostas por estruturas modulares (jaquetas, conveses, e estacas), instaladas no local de operação e fixadas com estacas cravadas no fundo do mar. Possuem grande rigidez estrutural, e têm sido as preferidas para campos localizados em lâminas d’água de até 300m.                                                              3  A grande vantagem é a capacidade de serem completamente estáveis até  nas piores condições do  mar (Furtado, 1996).  CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 12    Figura 5: Plataforma de PXA‐1, ao fundo  Navio Tanque ancorado em Quadro de  Bóias, no Campo de Xaréu‐CE, Brasil. São projetadas para receber todos os equipamentos de perfuração, estocagem de materiais, alojamento de pessoal, e todas as instalações necessárias para a produção de petróleo. Sua freqüência natural aproxima-se da freqüência de excitação causada pelas ondas conforme vai aumentando a profundidade. Para aumentar sua resistência ao colapso, havia que se investir de forma exponencial em seus custos de construção4 na tentativa de fazê-las mais robustas. Há quase duas décadas, o recorde mundial, de plataforma fixa de aço, ainda continua sendo a plataforma da Shell Oil, instalada em Bullwinkle, no Golfo do México a uma profundidade de 412 metros sendo até, maio 2008, a plataforma fixa mais profunda do mundo (Figura 6). Sua instalação, ocorrida em 1991, constitui uma proeza em termos de engenharia dada a dimensão dos seus módulos [3] e [6].   Figura 6 Plataformas fixas de aço em lâmina d’água maior que 310m [2].                                                               4  De  fato,  as  plataformas  fixas  sejam  elas  de  aço  ou  cimento  não  podiam  ser  utilizadas  em  águas  profundas,  por  uma  questão  de  custos  crescentes.  Esses  tendiam  a  aumentar  exponencialmente  de  acordo com a profundidade., não podiam ser utilizadas em águas profundas, por uma questão de custo  crescentes [6].  CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 15    Essas unidades são adequadas para águas rasas. Possuem altura de perna variável, pela justaposição das seções (acopladas mecanicamente), sendo acionadas através de macacos hidráulicos e sistemas de pinhão-e-cremalheira. Figura 10 – Plataforma auto‐Elevatória / Jack‐Up.  Ocasionalmente são aproveitadas na produção de petróleo (em caráter provisório por tempo determinado), ou para apoio, como flotel5. Tem limite de profundidade máxima determinada pelas condições ambientais e de economicidade6. O recorde mundial em profundidade de utilização (150m) é atualmente da AP Moller Jack-up7 Drilling Rigs – Noruega - construída pela Hyundai Heavy Industry em 2002 [7].   3.1.3 PLATAFORMA DE GRAVIDADE (GRAVITY PLATFORM)  É um tipo de plataforma basicamente usada em águas rasas, cujo conceito principal como o próprio nome define é a utilização da força de atração gravitacional para fixá-la na locação apoiando-se sobre o solo oceânico, e assegurando sua estabilidade em uma posição permanente (estacionária) sem fundações especiais. As figuras de 11 a 17 ilustram esse tipo de plataforma.                                                              5   FLOTEL  ‐ A vessel built or converted to accommodate people working  in the construction phases of  offshore  development.  The  floating  accommodation  used  as  quarters  for  offshore  personnel.  É  uma  espécie de Hotel offshore. Uma unidade estruturada para ser utilizada como alojamento e apoio; fica via  de regra posicionada ao  lado de uma  jaqueta (plataforma fixa),  interligada por rampa, a fim de prover  serviços de construção, reparos, mudanças estruturais ou manutenção em geral.  6 É a palavra que sintetiza os termos racionalidade econômica ou econômico racional.  7 As principais dimensões desse Jack‐up são: comprimento de 102m, largura de 88m, calado de 8m, peso  bruto de 26.000 toneladas, com comprimento das pernas de sustentação de 205m e capacidade de  operar no Mar do Norte, em lâmina d’água de 150m, com cargas combinadas de correnteza de 2 nós,  altura de onda de 29m, e ventos de 95 nós, com air‐gap de 25m.  CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 16    Podem ser de concreto armado e/ou protendido (essas alcançam maiores profundidades chegando aos limites de 400 metros). Em seu interior encontram-se uma composição de células estanques periféricas Figura 11: Plataformas de gravidade em concreto [9]. CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 17    que servem para equilíbrio de peso (lastro), possuindo um conjunto de células centrais, intercomunicadas, que são utilizadas para armazenamento de petróleo. São submersíveis e também podem ser em aço. São rebocadas flutuando até o local de instalação, onde são submergidas e posicionadas por meio de lastro.   Figura 13 – Plataforma em concreto protendido Troll A                                                               8   No  Brasil  existem  apenas  três  plataformas  do  tipo  gravidade.  Todas  localizadas  no  estado  do  Rio  Grande  do  Norte,  sendo  duas  no  Campo  de  Ubarana  e  outra  no  Campo  de  Agulha.  São  feitas  em  concreto protendido e situam‐se em lâmina d’água rasa, em torno dos 13 a 20 metros de profundidade.    Figura 12: Plataforma PUB‐3, Campo de Ubarana, RN, Brasil8  CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 20    Figura 17 – Plataforma de Hibernia – Atlântico Norte.  Figura 18 – Rebocador laça Iceberg com cabo flutuante para mudar a trajetória de deslocamento da  montanha de gelo.  Um mar de gelo, afora os gélidos ventos, Figura  20  ‐  Navio  petroleiro  transportando  petróleo  nas  águas  geladas  do  Campo  de  Hibernia no Atlântico Norte.  Figura  19 ‐ Cápsula  de  transferência  dos  trabalhadore entre a plataforma e o convés da embarcação de apoio  suprimento no Campo de Hibernia ‐ Canadá.  CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 21    ondas e correntezas marinhas, e a constante neblina ao redor da Plataforma de Hibernia é um desafio inflexível a se enfrentar na superação genuína das hostis condições ambientais10. Os desafios nas intervenções offshore encontram sempre as melhores e mais seguras soluções para os problemas operacionais, continuamente aportando recursos técnicos e de gestão para a confiabilidade dos sistemas produtivos e do pessoal envolvido no processo. A Gestão Estratégica da Confiabilidade e de Segurança nos Projetos de Instalações Offshore é fundamental para evitar os possíveis danos ambientais e conseqüentes colapso na explotação.       Figura 21 – Plataformas Fixas de produção em mar de gelo [9] / [10] / [24].  3.1.4 TORRE COMPLACENTE  A plataforma do tipo de torre complacente (Compliant Piled Tower – CPT), conforme mostrada, a seguir (Figura 22), consiste, essencialmente, de uma torre estreita e flexível fixada a uma fundação com pilares capazes de suportar uma superestrutura convencional para operações de perfuração e produção. Geralmente, são utilizadas em lâminas d’água entre 300 e 600 metros e possui capacidade de suportar grandes esforços laterais, graças à possibilidade de oscilar lateralmente.                                                              10  As Figuras 20 e 21 ilustram as condições hostis do meio ambiente.  CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE ENGENHARIA CIVIL — UFRJ/ COPPE | 22 Trabalho de Offshore | - ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR BALDEATE eETPQuUIS. Baldpate - GoM Figura 22 - Plataforma torre complacente [11]. CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 25    3.2.1 SEMI‐SUBMERSÍVEL (SS)  As Plataformas Semi-Submersíveis são compostas por estruturas emersas (conveses) que por meio de colunas se apóiam em cascos submersos, chamados de flutuadores. Sendo estes e parte das colunas que dão flutuabilidade ao todo. Tais flutuadores são também denominados pontoons, oferecendo a possibilidade de lastro e flutuabilidade. Estas unidades flutuantes tem a superestrutura interligada ao conjunto de flutuadores que ficam logo abaixo da superfície do mar. A P-52 na Figura 24 abaixo, é do tipo Plataforma Semi-Submersível. Ela pode realizar operações de produção de hidrocarbonetos, processamento e offloading (transferência do óleo), mas não de armazenagem. Não possui limites operacionais de profundidade, pois flutua na superfície e sua fixação ao fundo do mar se dá por meio de ancoragem em forma de catenárias que produzem esforços capazes de restaurar a posição do flutuante quando alterada pela ação dinâmica das cargas ambientais. O que limita sua ação são as cargas provenientes dos sistemas de escoamento da produção associadas com a sua estabilidade e condições operacionais relativas às forças de ondas, correntes e ventos. Uma unidade flutuante sofre movimentações devido à ação das ondas, correntes e ventos, com possibilidade de danificar os equipamentos que ficam abaixo da superfície, instalados no fundo do mar. Por isso, torna-se necessário que ela fique posicionada na superfície do mar, numa área alvo pré-determinada, com raio de tolerância ditado pelos equipamentos de sub-superfície.   Figura 24 – Plataforma Semi‐Submersível P‐52. CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 26    As “semi-sub” são plataformas flutuantes que podem ser utilizadas na produção, completação ou perfuração.     Figura 25 – Imagens e Desenho esquemático de uma plataforma Semi‐Submersível.  CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE ENGENHARIA CIVIL — UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore | - ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR Figura 27 - Plataforma Semi-Submersível Thunder Horse, da British Petroleum, a maior do mundo. Na foto sendo transportada pelo Dockwise Blue Marlim, único no mundo com capacidade para isso. CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE ENGENHARIA CIVIL — UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore | - ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR Figura 31 - Morpeth SeaStar TLP - Sobre Balsa de Lançamento (Launching Barge). CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE ENGENHARIA CIVIL — UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore | - ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR Figura 33 —- Morpeth SeaStar TLP - Instalação do Convés. CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE ENGENHARIA CIVIL — UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore | - ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR Figura 35 — Morpeth SeaStar TLP - Desenho arti CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 35    3.2.3 SPAR BOUY (Bóia Cilíndrica)  São plataformas flutuantes que incorporaram o conceito de bóias cilíndricas operando verticalmente. É apoiada sobre um único cilindro vertical metálico de grande diâmetro, ancorado e operando com calado de profundidade constante e aproximadamente 200m, gerando assim principalmente movimentos verticais. Neste cilindro é instalado supressores de vórtices com o intuito de reduzir o fenômeno VIV. Suas principais peculiaridades podem ser vistas abaixo (Figura 38 e 39). Figura 38 ‐  Características típicas de uma Spar Buoy [13]. Sua estrutura suporta risers rígidos e sistemas de completação seca, pois sofre exclusivamente movimentos verticais. Na Figura 40 encontram-se os três principais tipos de Spar. Este tipo de plataforma flutuante possui estrutura com casco cilíndrico cuja altura é muito maior que seu diâmetro, sendo as mesmas fechadas ou treliçadas e ancoradas por sistemas de amarração convencionais. CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE ENGENHARIA CIVIL — UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore | - ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR Typical Spar Components DrilingAWork-qver Derrick od AM 1 Risar Tensioners (optional) or Buoyancy Cans. in Hard Tank Centerwel a Hard Tank Chain Jack & Cain Strakos A VIV Suprassiga Sirakas Monring Lines | j —— Mooring Failzads Truss To Tension Risers: SOR Pull Tubes Soft Tank SOR Porcims Figura 39 - Ilustração de componentes típicos em Plataforma SPAR [3]. CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 37      Figura 40 ‐ Plataforma spar buoy [5] e [14].  A característica fundamental deste tipo de plataforma é o baixo movimento vertical de heave. Têm também a capacidade de armazenar grandes volumes de óleo e pode ser instalada em profundidades de até 1700 m. Uma das principais diferenças entre uma Spar-Buoy e uma TLP é que na primeira o sistema de risers rígidos verticais de produção não transmite carga vertical à plataforma, enquanto que na segunda um sistema de tensionamento transmite totalmente a carga para o convés de produção [RIBEIRO, 1999]. Como ilustrado na Figura 41 abaixo, as respostas relativas dos três tipos de casco variam consideravelmente. Em todos os casos o objetivo é minimizar a resposta das cargas ambientais e reduzir os movimentos dinâmicos que podem gerar tensões excessivas nas linhas de risers e de ancoragem, levando-as à ruptura. Figura 41 – Freqüência Natural de Resposta induzida por Período de Onda [13].  CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE ENGENHARIA CIVIL — UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore | - ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE ENGENHARIA CIVIL — UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore | - ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR TRANSPORTE é eia TERTICALIZAÇÃO Figura 50 Convés da Plataforma Spar Buoy Gênesis instalado sobre o casco. CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE ENGENHARIA CIVIL — UFRJ/ COPPE | 42 Trabalho de Offshore | - ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR SPAR EVOLUTION D TRUSS SPAR q Technip Offshore Branch Figura 51 — Evolução das Plataformas do tipo SPAR — e recorde mundial em Perdido GoM - USA [3]. CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 45    Tem-se descoberto nesse conceito de plataforma uma grande versatilidade e economia, pois é instalada em campos localizados muito distantes da costa e em águas ultra-profundas. Por serem unidades navais, com características náuticas próprias de navios de grande porte, têm razoável independência quanto às necessidades básicas de logística e bem-estar. Apresentam grande capacidade de armazenamento de combustível, água, e rancho, oferecendo conforto e proporcionando incondicional autonomia por extenso período. Figura  54 – Sistemas Flutuantes.  Variação na nomenclatura – diferentes terminologias classificam-nos de acordo com a operação que realizam. Sendo as principais: → FPSO (sistema de produção flutuante, cuja denominação pode aplicar-se a uma plataforma semi-submersível). → FPDSO - FLOATING, PRODUCTION, DRILLING, STORAGE and OFFLOADING (plataforma flutuante de produção de petróleo e gás, perfuração, armazenagem e transbordo da produção). Esta descrição aplica-se também ao FPSO, exceto quanto à perfuração (drilling). → FSU (são unidades flutuantes de armazenamento). → FSO - FLOATING, STORAGE and OFFLOADING (armazena e promove o transbordo da produção) Plataforma flutuante cuja única diferença quando comparada ao FPSO é não produzir hidrocarbonetos, só os armazena e promove seu transbordo (transferência para navios aliviadores ou dutos). → FPS – Floating Production System (Sistema de produção flutuante) Esta denominação pode aplicar-se a uma plataforma semi-submersível CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 46      Figura 55 ‐ Plataforma FPSO P50 – PETROBRAS [18].    4. ANCORAGEM OFFSHORE  Na explotação offshore, os múltiplos sistemas flutuantes apresentam diversas configurações de amarração variando de acordo com os fundamentos do projeto, cujo critério para escolha final da ancoragem dependerá principalmente do tipo da embarcação, da locação (lâmina d’água, características do solo, e cargas ambientais), do número de risers, tipo de operação e custo. Na Figura 56, abaixo, se vê esquematicamente os marcos de progressão e tipos de unidades de explotação vinculadas à profundidade em que são empregadas. Figura 56 – Datas memoráveis da Shell na direção das águas profundas.  CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 47    4.1 Fundamentos sobre Tipos de Ancoragem  O preceito fundamental de ancoragem usada em sistemas flutuantes origina-se no princípio complacente. Esse configuração suporta esforços de carregamentos ambientais oferecendo resistência através da deformação elástica dos seus componentes que apresentam como conseqüência a ativação de forças de reação. Esse mecanismo funciona como molas onde o deslocamento do meio flutuante induzido pelas cargas ambientais, desde uma posição neutra, em equilíbrio, é restabelecida ao ponto de origem pelas forças de reação que se opõem ao carregamento aplicado, restaurando o equilíbrio. As forças restauradoras decorrentes do efeito mola das linhas de ancoragem resultam de dois mecanismos: o “efeito da catenária suspensa” – devido a força de gravidade que age verticalmente em cada linha de ancoragem; e o “efeito elástico” – que deriva do aumento na extensão do comprimento da linha causado pelo alongamento da mesma, instigado pelo carregamento axial. Destarte, sistemas de ancoragem são qualificados em função desses mecanismos: configuração catenária e configuração esticada (taut-leg). Determina-se a configuração catenária por formulações padrões que relacionam os seguintes parâmetros: peso submerso da linha suspensa, carga horizontal de ancoragem, tensão e ângulo de saída da linha no fairlead (guia- cabo). A complacência do sistema para permitir movimentos induzidos pelas ondas é assegurada pela combinação de alterações geométricas e elasticidade axial das linhas. As grandes mudanças geométricas em configuração catenária fazem esse sistema sujeitar-se a efeitos dinâmicos significativos devido à cargas de arraste transversais. O arranjo das linhas de ancoragem nos sistemas de configuração catenária é geralmente composto por cabos de aço e segmentos de amarras. Cabe ressaltar que, para obter-se as configurações desejadas, muitas vezes, se faz necessário o uso de bóias e pesos concentrados, distribuídos em pontos predeterminados da configuração. Na conservação das plataformas flutuantes em suas locações de projeto podem ser utilizados os sistemas de ancoragem apresentados acima. Cada um destes sistemas pode empregar CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 50    praticamente igual ao da lâmina d’água, e portanto, muito menor que o das configurações em catenária. Assumem inclinações de cerca de 40º a 45º (Ehlers et al., 2004), podendo, ainda, ter implementado o uso de materiais sintéticos avançados - como fibras de poliéster (Huang et al., 1998) – o que reduz consideravelmente o peso do sistema de ancoragem. A Figura 58 abaixo, compara um sistema de amarração convencional em catenária com o sistema em taut (esticado). Como conseqüência desses grandes ângulos de inclinação, as ancoragens feitas através do sistema taut transmitem grandes carregamentos verticais à fundação, de tal forma que o projeto é governado pela capacidade de resistência à carga de arrancamento na direção axial, diferentemente do caso da catenária, em que a capacidade de carga lateral prevalece. Portanto, deve ser bastante acurada a seleção nos tipos de elementos de fundação capacitando-os a resistirem às componentes verticais das cargas transmitidas     Figura 58 ‐ Ilustração comparativa Catenária x Taut [19]. CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 51    pelas linhas de ancoragem. Ambos os sistemas acima descritos, tem comportamento diferenciado em relação ao sistema de ancoragem vertical.   4.2.3 Ancoragem Vertical  Este tipo de ancoragem baseia-se na utilização de tendões verticais, que precisam estar sempre tracionados pelo empuxo proveniente da parte submersa da embarcação. Nesse sistema a força do empuxo na unidade flutuante é muito maior que o seu peso. Seu fundamento é a constante tração promovida pelo excesso de empuxo fornecido pelo casco. É usado principalmente em plataformas tipo TLP (Tension Leg Plataform), sendo também adotado para bóias e monobóias, entre outras aplicações. Os tendões podem ser tubulares, de cabo de aço ou de material sintético, proporcionando alta rigidez no plano vertical e baixa rigidez no plano horizontal. A força de restauração no plano horizontal é fornecida pela componente horizontal da força de tração nos tendões. Para tendões de pequenos diâmetros (cerca de 25 cm), os efeitos de flexão podem ser desprezados enquanto para grandes diâmetros (cerca de 1.00 m) os efeitos de flexão devem ser considerados.   Figure 59 – Fundação em TLP.  CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 52    4.2.4 Ancoragem Combinada  Trata-se de uma proposta de ancoragem que fundamenta-se na utilização de um sistema complacente de amarração formado por uma unidade flutuante com coluna d’água oscilatória, bóias auxiliares cilíndricas com sistema de ancoragem vertical, linha de ancoragem composta por amarras e poliéster, e âncoras de reação vertical como mostrado na Figura 60 abaixo. Figura 60 – Sistema de Ancoragem Combinada [20].   4.3 SISTEMAS DE ANCORAGEM (Atracação / Posicionamento/ Fixação)  Conceitualmente os sistemas de ancoragem offshore utilizados em estruturas flutuantes compõe-se de três tipos principais: amarração em ponto único SPM (Single Point Mooring), amarração com quadro de ancoragem SM (Spread Mooring) e o posicionamento dinâmico (DP - Dynamical Positioning) - este não apresenta interesse particular para esse trabalho pois não possue fundação, isto é não tem ligação com o solo oceânico. É caracterizado como sistema ancoragem ativa porque pressupõe que a unidade flutuante está equipada com um sistema de posicionamento diligente que atua instantaneamente por meio dos propulsores principais, impelidores de vante, de ré, azimutais ou qualquer CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 55    4.3.3 Sistema CALM (Catenary Anchor Leg Moorings)  O sistema CALM consiste numa bóia de grandes dimensões que suporta um número de linhas de ancoragem em catenária. Os risers são presos na parte de baixo da bóia CALM e utilizam cabos sintéticos (polímeros) para fazer a amarração entre a bóia e o navio. Este sistema é limitado em sua capacidade de resistir às condições ambientais, pois quando a reação da bóia, sob influência da onda e cargas ambientais, for totalmente diferente da resposta do navio (e as condições do mar alcançarem certa magnitude), tornar-se-á imperativo suspender as operações em curso e desconectar o navio da bóia.   Figura 63 – Ancoragem tipo CALM com navio amarrado (com hawser).  Para evitar essa limitação, podem ser empregadas forquilhas (yoke), um acoplamento estrutural rígido com articulações, para ligar o navio na parte superior da bóia. Esse dispositivo elimina deslocamentos horizontais entre a bóia e o navio.   Figura 64 – Amarração em catenária com YOKE.  CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 56    4.3.4 Sistema SALM (Single Anchor Leg Mooring)  O sistema SALM emprega um sistema de riser vertical que possui alta capacidade de flutuação próximo do nível do mar, e, em algumas vezes, na superfície, sendo mantido por um riser pré-tensionado. O sistema é composto basicamente por um riser articulado, tanques de flutuação, e forquilha de acoplamento rígida. Suas partes estruturais são ligadas ao fundo do mar por meio de conexões articuladas, sendo os tanques de flutuação que fornecem a força de restauração ao sistema, caso a unidade saia da sua condição de equilíbrio. Ver Figura 65 abaixo.   Figura 65 ‐ SALM com riser e Yoke.  Também é possível utilizar o arranjo da Figura 66, a seguir, onde o dispositivo inferior de articulação contém amarras, o empuxo dos flutuadores atua no topo do CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 57    riser, e este funciona como um pêndulo invertido. Quando o sistema se desloca para a lateral, a ação pendular tende a restaurar a posição vertical do riser. O navio cisterna pode ainda ser amarrado à bóia SALM através de um cabo ou de uma forquilha de acoplamento rígido, tal como mostrado no sistema CALM.   Figura 66 ‐ SALM com riser de corrente e hawser.  4.3.5 Amarração com Quadro de Ancoragem (SM – Spread Mooring)  A ancoragem SM é mais freqüentemente utilizada por plataformas semi- submersíveis em operações de perfuração e produção. Neste sistema, as linhas de ancoragem se encontram distribuídas em torno da embarcação, de modo a resistir a carregamentos ambientais vindos de quaisquer direções. Assim, os efeitos de restauração para cargas ambientais independem da direção de incidência sobre a plataforma semi-submersível.   Figura 67 – Semi‐Submersível ancorada.  CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 60    comportar os chamados pontos de fixação ou pontos fixos da ancoragem. As linhas de ancoragem são fixas na sua extremidade inferior por meio de estacas de sucção, âncoras com resistência vertical, ou estacas de fundeio. Assim, as fundações submarinas, podem conter sapatas, âncoras e / ou estacas responsáveis pela fixação das estruturas offshore em solo oceânico, e devem ser projetadas para suportar carregamentos estáticos, cíclicos, periódicos e transientes de forma que a unidade flutuante ou fixa não sofra vibrações e /ou deformações excessivas. Portanto, as fundações devem ter resistência adequada para suportar às tensões causadas pelos esforços solicitantes. Além disso, o solo deve ter resistência e rigidez apropriadas para não sofrer ruptura e não apresentar deformações exageradas ou diferenciais. Figura 69 – Ilustração de estaca interagindo com o solo.  Para se escolher a fundação mais adequada, deve-se conhecer os esforços atuantes sobre a edificação, as características do solo e dos elementos estruturais que formam as fundações. Assim, analisa-se a possibilidade de utilizar os vários tipos de fundação, em ordem crescente de complexidade e custos (WOLLE, 1993). Ao se projetar uma fundação, a engenharia leva em consideração a capacidade de suportar carregamentos laterais e axiais compatível com as cargas aplicadas e que o fator carga-deslocamento deve CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 61    relacionar-se diretamente com as condições de trabalho da plataforma, e as tensões deformações do solo, além de certificar-se da viabilização de sua instalação. Abaixo se vê uma ilustração (Figura 70) de comportamento global de uma estaca longa submetida a um carregamento lateral [21], considerando- a cravada no solo firmando uma plataforma do tipo do tipo jaqueta. Figura 70 – Ilustração gráfica de comportamento de estaca submetida à carregamento lateral.  A classificação da fundação é realizada de acordo com a profundidade de cravação e sua forma de transmissão de carga. Quanto ao tipo pode-se classificá-las em Fundações Rasas e Fundações Profundas.   CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 62    4.5.1 FUNDAÇÕES PROFUNDAS     Este tipo de fundação é geralmente composta por estacas. São peças tubulares de seção transversal reduzida quando comparadas com o comprimento. São amplamente utilizadas para transmitir esforços provenientes das estruturas para as camadas mais profundas do maciço. As fundações profundas representam a solução mais comumente empregada como meio de transferência de carga para o solo no caso de plataformas offshore. As fundações de plataformas fixas como as jaquetas são executas com estacas regulares, cilíndricas cravadas por impacto (percursão), através de martelos hidráulicos ou bate-estacas, ou ainda perfuradas e grauteadas. As estacas de estruturas offshore são comumente de aço e apresentam relação diâmetro-espessura em torno de 30. São muito usadas em plataformas, devido à sua forma de transferência de cargas, sua resistência e funcionalidade. A interface solo-estaca depende diretamente do método de instalação adotado. - ESTACAS CRAVADAS POR PERCURSSÃO (DP): são estacas metálicas de ponta aberta ou fechada (ponteira em aço forjado) cravadas à percussão com auxílio de martelos a vapor, a diesel ou hidráulicos. Possuem grande comprimento e pequeno diâmetro. - ESTACAS CRAVADAS E GRAUTEADAS (DGP): dependendo do tipo de solo, este tipo de estaca pode até dobrar a sua resistência devido ao atrito lateral. É executada em duas etapas, primeiramente ocorre a cravação em si e em seguida é injetada calda de cimento na interface lateral solo-aço. Figura 71 – Martelo à vapor cravando estaca. CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 65    utilizando assim o conceito de diferencial de pressão hidrostática, constantemente monitorada durante a instalação, juntamente com a verticalidade e a taxa de penetração. Abaixo, se vê passo à passo, na Figura 74 a instalação de uma dessas estacas de sucção. Figura 74 – Passo à passo da instalação de uma estaca de sucção [23].  CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 66        Figura 75 Estaca de sucção [2] e [23].  As estacas de sucção permitem reações à cargas verticais e horizontais, podendo assim ser usadas em sistemas convencionais ou taut-leg. São consideradas economicamente viáveis, pois são largamente utilizadas em águas profundas e não necessitam de teste de carga de projeto. 4.5.3 ÂNCORAS  As âncoras resistem, basicamente, a esforços de tração. Podem ser usadas tanto em unidades flutuantes como fixas (em modo auxiliar durante posicionamento, caso de Jack-ups). Os esforços suportados pela âncora podem ser horizontais (catenária) ou verticais (taut-leg), dependendo somente da trajetória da linha de ancoragem. Devido à grande diversidade de modelos, podem ser dividida em grupos distintos de acordo com sua geometria, capacidade de carga e método de instalação. CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 67    - ÂNCORAS DE PESO (P): são âncoras de gravidade, também chamada de poitas, possui baixa eficiência e é anti-econômica. A sua componente vertical tem reação dada pelo peso submerso utilizado como âncora e pela sucção que ocorre entre o solo e a base do corpo. Já a componente horizontal, conhecida como força de arrasto, é resistida pela adesão na interface solo-superfície (fricção) e pelo empuxo passivo localizado na área da parte enterrada no solo marinho.   Figura 20: Âncora de peso [5].  - ÂNCORAS CONVENCIONAIS (DEA): são os modelos tradicionais, evoluídos a partir das âncoras usadas em navios. São cravadas com o auxílio de uma embarcação através do arraste no solo marinho logo abaixo da superfície, sem penetração profunda. Em princípio, as cargas que chegam à âncora devem ser CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE ENGENHARIA CIVIL — UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore | - ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR Figura 77 - Exemplos de VLA - Âncora vertical [22]& (Randolph et al., 2005). CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 71    Necessitam do auxílio de embarcações para efetuar sua instalação, além de procedimentos de arraste que podem dificultar e até mesmo impedir seu posicionamento correto, principalmente em áreas congestionadas por UEPs. Tem sido difícil a remoção depois de instalada, o que a contra-indica para o uso em MODUs, ou projetos de curta duração, onde há previsão de reutilização. - ÂNCORAS DE PLACA (PEA): são leves e de médio porte. Instaladas por cravação com auxílio de martelos ou explosivos. Sua utilização em meio offshore tem sido estudada, mas ainda não empregada apesar de amplamente usada pela marinha americana. - ÂNCORAS TORPEDO: É o mesmo que estaca torpedo.   5 SÚMULA DE ANCORAGEM POR TIPO DE UNIDADE  As tabelas a seguir resumem os principais tipos de plataforma versus ancoragem e fundação.  Tabela 1: Plataformas e tipos de ancoragem.  ANCORAGEM  UEP  Permanente  Temporária  Catenária  Taut‐leg  Tendões  Fixa  Sim  Não  Não  Não  Não  Jack up  Sim  Não  Não  Não  Não  Gravidade  Sim  Não  Não  Não  Não  SS  Sim  Não  Sim  Sim  Não  TLP  Sim  Não  Não  Não  Sim  Spar Buoy  Sim  Não  Não  Sim  Não  FPSO  Sim  Não  Sim  Sim  Não  TC  Sim  Não  Não  Não  Não    CURSO DE MESTRADO DO PROGRAMA DE  ENGENHARIA CIVIL – UFRJ/ COPPE Trabalho de Offshore I ‐ ANCORAGEM E FUNDAÇÃO OFFSHOR 72    Tabela 2: UEP’s e seus tipos de fundação (depende da lâmina d’água).  FUNDAÇÃO    UEP  DEA  VLA  PEA  P  TP  IP  DGP  SP  DP  Fixa  N  N  (*)  N  N  N  N  N  S  Jack up  N  N  (*)  N  N  N  N  N  N  Gravidade  N  N  (*)  N  N  N  N  N  N  SS  S  S  (*)  N  S  S  S  S  S  TLP  N  N  (*)  N  S  S  S  S  S  Spar Buoy  S  S  (*)  N  S  S  S  S  S  FPSO  S  S  (*)  N  S  S  S  S  S  TC  N  N  (*)  N  N  N  N  N  N  (*) Em estudo.         
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