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MOTORES E ACIONADORES ELÉTRICOS
Volume 2
Prof. Nilson De Lucca
od a RO A a e
CONTEÚDO
Volume 1:'
12
ELETROMAGNETISMO: Revisão dos Conceitos Fundamentais
CIRCUITOS ELÉTRICOS: Revisão dos Conceitos Fundamentais
SISTEMAS ELÉTRICOS POLIFÁSICOS
O MOTOR ELÉTRICO DE INDUÇÃO
MÁQUINAS DE CORRENTE CONTÍNUA
Volume 2:
6.
10.
DISPOSITIVOS SEMICONDUTORES DE POTÊNCIA
CONTROLE DE MOTORES C.€,
INVERSORES ESTÁTICOS
CONTROLE DE MOTORES DE C.A.
MOTORES ELÉTRICOS ESPECIAIS
6. Dispositivos Semicondutores de potência
6.1 Introdução
Os recentes desenvolvimentos dos dispositivos semicondutores de potência,
quer sejam nos novos tipos disponíveis, quer sejam na ampliação das capacidades em
tensão e correntes, vem propiciando a utilização crescente de conversores estáticos em
um grande número de aplicações.
A utilização em massa destes dispositivos permitem, por sua vez, uma sensível
redução dos custos de fabricação, estimulando o desenvolvimento de novos
subconjuntos bem como o desenvolvimento de novas topologias de conversores.
Para facilitar o entendimento das diferentes topologias -e aplicações é conveniente
fazermos uma retróspectiva dos diversos semicondutores de pótência disponíveis.
Este capítulo mostrará um resumo das características principais destes dispositivos,
bem como das capacidades atualmente disponívéis em termos de tensão, corrente e
velocidade de comutação. :
6.2 Categoria dos dispositivos de comutação . ”
Conforme o grau de controlabilidade, os dispositivos dé comutação atualmente
disponíveis podem ser classificados nas seguintes categorias:
a) Diodos - os estados de condução e corte são controlados pelo circuito de
potência.
b) Tiristores - são “disparados” para o estado dé condução por um sinal . de
controle, mas só podem ser levados ao estado de bloqueio pelo circuito de
potência.
c) Chaves controladas - são levadas à condução ou ao corte pelos sinais de
controle
Na categoria c temos os transistores bipolares de junção, os transistores de
efeito de campo MOSFETSs, os GTOs e os transistores IGBT.
É exatamente nesta categoria que tivemos significativos desenvolvimentos nos
últimos anos.
143
6.3 DIODOS
- Simbolo :
ap —— |
Rel
“Dn
- Característica iv
ib
YBR
) ”D
1 região
P de
bloqueio
Diodo "Real" Diodo "Ideal"
- Característica de transição para o estado de bloqueio
144
2 eme! o TE e ie e DA a Ra qa al
e ae et A
- Tipos de diodos de potência :
a) Diodos Schottky : São rápidos, com queda. de tensão muito baixa no
sentido direto (da ordem de 0,3 Volts). São indicados
para retificação de tensões baixas proporcionando
menores perdas.
Atualmente são limitados a tensões inversas mã-
ximas de 50-150 V.
b) Diodos rápides e ultra-rápidos : São indicados para utilização em circui-
tos de aita frequência, e sempre que for necessário
um tempo de recuperação pequeno (abaixo de 1
microsegundo). São disponíveis com capacidade de
bloqueio de várias centenas de volts e em correntes
de várias centenas de amperes.
c) Diodos para fregtiência dé rede : São fabricados com o objetivo. de apre-
sentarem a menof queda possível: no sentido direto,
em detrimento do témpo de tecuperação, .o qual cos-
tuma ser alto (vários microsegundos)-
São disponíveis com capacidade de bloqueio de. vári-
os 'Kilovolts e para correntes de vários KiloAmperes,
sendo indicados para retificação em circuitos de 50/60
Hz.
Obs. : Quando os circuitos exigirem uma capacidade de bloqueio maior do
que as tensões máximas disponíveis, é possível conectar-se diodos
em série. Deve-se entretanto utilizar resistores em paralelo com
estes diodos para equalização das tensões distribuídas no sentido
inverso.
e
[a
R1
Quando os circuitos exigirem uma capacidade de corrente maior do que as
TETO TES”
R2 R3 Rn
correntes máximas disponíveis, pode-se recorrer ao paralelismo de diodos.
Deve-se entretanto utilizar um bom acoplamento térmico entre os diodos em
paralelo (mesmo dissipador), tendo em vista que o coeficiente de temperatura é
normalmente negativo, podendo levar a um severo desequilibrio de corrente entre as
unidades.
145
Obs.: No circuito anterior é importante que o tempo de polarização inversa tg seja
maior do que o Toff (“Turn-off time”) do tiristor, caso contrário o mesmo não recupera o
seu estado de bloqueio (falha de comutação).
Parâmetros importantes de um tiristor :
a) Características limites
- Vem (Tensão máxima de pico inversa repetitiva)
- Vdrm (Tensão máxima repetitiva no sentido direto)
- Irrms) (Corrente máxima eficaz ou RMS)
- Irave) (Corrente média máxima para uma dada condição de tempe-
ratura, forma dé onda e ângulo de condução).
-Irsu (Valor máximo de um pico de corrente não repetitivo durante
meio ciclo da tensão da rede).
“A (parâmetro que exprime a capacidade de sobrecorrente de um
tiristor, para uma condição não repetitiva, para um pulso de
corrente de curta duração - 8.3.ms ou menos).
- Veru(Tensão máxima de pico inversa na junção gate-catodo)
- Poem (Potência instantânea dissipada máxima permissível na jun-
ção gate-catodo)
- Perave) (Potência média máxima permissível, durante um ciclo, na jun-
ção gate-catodo)
148
EDNA
do
b) Características principais adicionais
- dvídt
= di/dt
- tg (Turn-off time)
- Ii (corrente de manutenção)
- ley (corrente direta de “gate” necessária para disparar o tiristor)
- Ti (temperatura máxima de junção)
- Ros (resistência térmica invólucro - dissipador)
- Rengc (resistência térmica junção - invólucro)
- Tipos de Tiristores
a) Titistores para retificação controlada (Phase-Control SCRs)' são ihdica-
dos principalmente para retificação controlada de tensões com frequên-
cia de 50/60 Hz.
Apresentam normalmente baixa queda de tensão no sentido direto (ano-
do-catodo) e são disponíveis em correntes até vários milhares de ampe-
res e para tensões até 7000 volts. A queda de tensão no sentido direto
varia entre 1,5v a 3,0v dependendo do dispositivo.
b) Tiristores para inversores (Inverter grade SCRs)
Estes tiristores são otimizados para apresentarem um baixo tq (turn-off
time), em detrimento da queda de tensão no sentido direto, à qual é um
pouco maior.
Valores típicos de tg estão na faixa de 10us - 100 us.
c) Tiristores assimétricos (ASCRs)
Apresentam uma construção interna diferenciada, a qual proporciona um
tg (turn-off time) muito baixo (da ordem de.3 - 5 microsegundos), em de-
trimento da tensão de bloqueio no sentido inverso (< 50 volts). São indi-
cados para circuitos inversores que utilizam um diodo de “free - wheeling”
em paralelo.
149
/t
d) TRIACs e Alternistores
São basicamente tiristores bidirecionais, equivalentes à conexão anti-pa-
ralela de 2 tiristores convencionais.
Apresentam entretanto menor dv/dt admissível.
Main Term. 2 ?
pr
gate
Main Term. 1 gate
e) LASCR (Light - Activated SCR)
São tiristores que podem ser disparados por um pulso de luz, direciona-
do normaimente por fibras óticas a uma região foto-sensível dos mes-
mos.
A utilização mais comum destes tiristores é em aplicações de alta tensão
(p.ex. HVDC), onde muitos dispositivos são ligados em série para com-
patibilização com as tensões envólvidas.
6.5 Potência dissipada em chaves controladas
Conforme dito anteriormente, vários dispositivos semi - condutores
comportam-se como chaves controladas e podem ser levadas ao es-
tado de condução ou ao estado de corte mediante a aplicação de
um. sinal de controle (transistores bipolares, MOSFETs, GTOs,
IGBTSs).
Uma chave ideal deveria apresentar as seguintes caracteristicas:
“| a. queda de tensão nula no estado
+ de condução
“7 b. capacidade de bloqueio de
|” altas tensões no estado de não
condução, com corrente nula neste
estado.
c. comutação de um estado para
outro instantaneamente quando comandada
d. energia desprezível para comandar a chave
Na prática os dispositivos reais disponíveis não apresentam estas
150
ud aa Pa RE A a a PS A
o NO
y
6.6 Transistores bipolares de junção
Simbolo:
c ! c
ia é
—o— Yc
Obs. Transistor NPN
- Curvas características
le
Vi
O ces CE
- Modelo idealizado:
ç
á
i
A
=, or
LL.
D| CE
Para que o transistor se mantenha no estado de condução e
apresente uma queda de tensão pequena neste estado é necessário
fornecer ao mesmo uma corrente de base ib tal que:
ib > Icthrs
onde hre = ganho de corrente DC do transistor
153
Nestas condições podemos dizer que o transistor está saturado ou em
regime de saturação, e a tensão coletar-emissor é normaimente designada
como V ce sa Esta tensão é da ordem de 1V - 2V para transistores bipolares
de silício.
O ganho de corrente hre não é muito alto para transistores de alta potência
(da ordem de 8 - 12) e por esta razão os fabricantes desenvolveram
transistores monolíticos (isto é, na mesma pastilha de silício), nas
configurações Darlington e Triple Darlington:
he
Je |
As desvantagens das configurações Darlington são a menor velocidade de
comutação (limitando em consequência a frequência máxima de operação) e
à queda de tensão vcesar que resulta ligeiramente maior.
Os transistores bipolares são disponíveis para tensões até 1200 volts e
correntes de até 5DO Amperes.
Embora apresentem um coeficiente de temperatura negativo para a tensão
Vcesa, é possível paralelá-los desde que certos cuidados sejam tomados
nestas aplicações.
Os tempos de comutação situam-se na faixa de 0,2 microsegundos - 3
microsegundos.
6.7 Transistores MOSFETs
- Simbolo :
“F
+
o]; “Ds
- -
“os
-68
Obs. FET canal N
154
- Características:
- Modelo idealizado:
ip
On
O transistor MOSFET comporta-se como uma chave controlada por tensão.
Acima de um certo valor (Vgsm) o dispositivo começa a condizir,
apresentando uma região de resistência. dreno-fonte. (Rason) praticamente
constante, e outra região de corrente de dreno (Id) praticamente constante.
A queda de tensão dreno-fonte (voson) no estado de condução pode ser
expressa por
Voson = Roson . Ip
E será tanto menor quanto menor for o valor de Roson
O valor de Roson depende do dispositivo em consideração, mas aumenta
rapidamente para dispositivos de tensão mais elevada.
Voss Rbson Ip
Ex. MOSFET IRF 3205 55 V 8 mo 98 A
IRF 2807 75V 13 mo TIA
IRF 3710 100 V 28 mo 46 A
IRF 3415 150 V 42 mO 37 A
155
Exemplo de aplicação;
- Gerador de alta tensão
bob. iemição de automóvel
saida de alta Lensão
(3 - 5 XV)
220 n7/400V
Gec
- Chopper de alta frequência
+z8V -LagagF
o Ri
47R '
500:
k
158
a e RS o a a
ves
NO NS a
69 IGBTs (Insulated Gate Bipolar Transistors)
- Símbolo :
co ou =
o
F
s. 1GBT canal N
- Características | - v
On
Off
159
Os IGBTs comportam-se como chaves controladas por tensão,
apresentando caracteristicas de entrada (“gate - emissor”) semelhantes às
caracteristicas de entrada (“gate - source) de um MOSFET. As
características de saída, entretanto, assemelham-se às de um transistor
bipolar, apresentando baixa queda de tensão no estado de saturação,
mesmo para dispositivos de alta tensão (da ordem de 2 - 3 volts).
São disponíveis para tensões até 1400 volts (no momento) e para correntes
até 1000 A.
Os tempos de comutação (tcon e tcorr) são da ordem de 1
microsegundo, mas variam conforme a categoria do IGBT (standard, rápido,
ultra-rápido), bem como em função da capacidade do dispositivo.
Tipicamente os IGBTs são indicados para aplicações de média/alta
corrente, altás tensões e com frequência de comutação até 20 KHz.
Dependendo do tipo, bem como do fabricante, o IGBT pode vir com
um diodo anti-paralélo interno, como indicado a seguir.
Exemplo: CM 1000 HA-28H
(10004/1400V) Po
co
CM 300 HA-12H (3004/600V)
(Mitsubishi)
É também muito comum a disponibilidade de módulos IGBT com 2
ou até 6 IGBTs internos:
109 54
[má Too” TAP" : Ex, CM 200DY- 12H
(2008/600V)
| A a ; (Mitsubishi)
! ZA i ZA i '
1, 12qu ta —— A E 41,2
1 1
1 1
1 D2 l D1 Í
A e am ao mm mo e am A
67
160
3
eo ma
e da
7. CONTROLE DE MOTORES C.C.
7.14 INTRODUÇÃO
Os motores de corrente contínua, normalmente designados como motores
C.€., possuem características elétricas e funções de transferência que os
tomam atraentes em muitas aplicações onde se requer uma variação e/ou
controle da velocidade rotórica. Este fato decorre, principalmente, em
virtude da simplicidade do equipamento necessário para proporcionar esta
variação e/ou controle da velocidade, em contraste com a complexidade
maior dos acionamentos de frequência variável utilizados com motores de
CA,
Por esta razão, embora a utilização de motores de C.A. em sistemas de
velocidade variável venha crescendo nos últimos. anos, os motores €.C.
continuam a ser utilizados, principalmente em aplicações onde não for
requérida uma extremamente baixa manutenção.
7.2. CARACTERÍSTICAS DOS MOTORES C.C.
Os motores C.C. podém ser basicamente de dois tipos:
* motores C.C. de imã permanente
* motores C.€. com enrolamento de campo
No primeiro casó (normalmente utilizados em pequenos motores €.C.), o
fiuxo magnético é produzido por um estator de imã permanente (br
constante).
No segundo casó o fluxo magnético é produzido por um enrolamento de
campo no estator, o qual é percorrido por uma corrente contínua É a qual
determina a magnitude do referido fluxo:
dr= Er. Ir
O rotor é constituido por um núcleo, normalmente construído a partir de
chapas de aço-silício, nas ranhuras do qual é realizado o enrolamento da
“armadura”. Este enrolamento receberá a tensão continua principal, através
dos segmentos de um comutador (coletor) de cobre, solidário ao próprio
163
rotor, bem como através de escovas de carvão que deslizam e fazem
contato elétrico com o referido comutador.
Para um motor €.€. são válidas as seguintes expressões:
Tem =. dr ia
ek. dr Wm
onde:
Tem = torque eletromagnético
es = força contra eletro:matriz induzida na armadura
Wm = velocidade angular do rotor
k, = constante de torque
ke = constante da tensão da armadura
Pode-se demonstrar que k, = k., pois
P.=es.is=K. dr. Wm - is (potência elétrica associada)
Pm = Tem Wm=K. dr. is. Wm (potência mecânica produzida)
Como P.=P, -. k=k
Um motor €.C. pode ser representado pelo seguinte circuito equivalente:
Podemos escrever:
v=R,. à + Lodi, +e,
dt
Tem =3 e dwm +b. Wm + TwL co
dt
onde:
va = tensão aplicada à armadura
R, = resistência do enrolamento da armadura
L, = indutância do enrolamento da armadura
e, = F.c.e.m. induzida na armadura
Wm = velocidade angular do rotor
J, — Inércia total associada ao conjunto motor-carga
B = atrito total associado ao conjunto motor-carga
Twz = torque associado à carga
Como podemos observar pelas equações anteriores, para uma dada tensão
va aplicada, a corrente de partida de um motor €.C. tenderia a ser muito alta
(podemos considerar e, = 0. na partida). Por esta razão a partida de um
motor C€.C. deve ser realizada com uma fonte operando no modó corrente
constante, ou através de resistores série capazes de limitar a corrente de
partida em um valor aceitável.
Outra característica importante a ser considerada é a operação do motor
C.C. no modo gerador. Esta situação ocorre sempre que a f.c.em. e, for
superior à tensão aplicada va, O que por sua vez acontece quando a
velocidade rotórica for superior à velocidade desejada. Nessas condições a
energia cinética associada à inércia da carga atua como fonte geradora, a
fc.e.m. e, mantém a sua polaridade (que é função do sentido de rotação) e
a corrente da armadura (i,) tende a inverter o seu sentido. Essa energia deve
ser absorvida pela fonte de tensão (caso de frenagem regenerativa), ou por
resistores conectados em paralelo com a armadura (frenagem dissipativa).
Dependendo do tipo de circuito utilizado para implementar o equipamento
de acionamento do motor C.C. poderemos ter ou não o modo de
funcionamento correspondente à frenagem regenerativa, bem como a
possibilidade ou não da inversão do sentido de rotação. De uma forma geral
um motor €.C. pode operar em qualquer um dos quatro quadrantes do
gráfico torque x velocidade, conforme indicado a seguir:
165
Emprega-se em geral uma fonte controlada de C.C., independente, para
alimentar o enrolamento de campo e proporcionar um amplo controle do
motor.
O circuito equivalente do motor, incluindo o enrolamento de campo, pode
ser desenhado como segue:
À corrente de campo em regime (Iç) vale portanto:
= XY
Rr
onde Vs é a tensão média da fonte C.C. que alimenta o enrolamento de
campo e Rra resistência ôhmica do referido enrolamento.
À dependência entre a velocidade angular de seu. eixo (Wm) O torque
eletromagnético Tem & as outras variáveis de interesse, pode ser expressa
pela equação:
168
RS O a De it a NDA RA SS a a A
Esta equação é semelhante à que foi apresentada para o caso do motor €.C.
de imã permânente, onde kz foi substituída por k, . 6r e ky foi substituída
por k,. dr
Devemos observar que dé uma variável que pode ser controlada, assim
como Vs, de forma a permitir um amplo controle de velocidade e torque.
É usual, na prática, os equipamentos de controle de motores C.C. (“variable
speed drives”) apresentarem duas regiões de funcionamento:
a) região de Torque constante
b) região de Potência constante
A primeira região (Torque constante) corresponde a fluxo ôrnominal, e a
tensão de armadura é variável desde aproximadamente zero até o seu valor
máximo . especificado. Nesta região a velocidade angular wm- varia
linearmente com a tensão da armadura (V,).
A segunda região (Potência constante) se. inicia quando a tensão da
armadura atinge o seu valor máximo especificado. Nesta condição, e a
partir deste ponto, a velocidade angular w poderá ser auméntada através
da. redução do campo (redução de 49). Com isto o torque máximo
disponível se reduz à medida que.à velocidade angular aumenta, mas o
produto Tem . Wm resulta praticamente constante.
O gráfico seguinte ilustra o exposto:
região de potencia “m
constante
região de
torque cte.
Vale observar, que na região de potência constante (enfraquecimento de
campo) a velocidade angular poderá atingir 1,5 Wwom a 2,0 Wnom »
dependendo apenas da compatibilidade destas maiores velocidades com as
características mecânicas do motor (balanceamento, limitações dos
rolamentos, etc).
169
7.4 VARIADORES DE VELOCIDADE DE MOTORES C.C.
Basicamente duas possibilidades existem para a implementação de um
equipamento que se destina ao comando e controle da velocidade de um
motor €.C., as quais serão analisadas nos capítulos seguintes.
7.4.1 Utilização de conversores CC - CC
Se o sentido de rotação for único e se não houver necessidade de frenagem
regenerativa (operação em um único quadrante do gráfico Torque x
velocidade) poderemos utilizar um simples conversor “chopper” ou
convérsor de comutação abaixador (“step-down converter”). Esta
possibilidade está representada na fig. seguinte.
+ la. operação em1
So. quadrante
ia
va ) > -
a ya Va
Conversor CC - CC para operação em 1 quadrante.
No diagrama anterior a chave controlada S pode ser um transistor bipolar,
FET ou IGBT, a qual opera em fregiiência elevada (p.exemplo 20 kHz). A
relação entre o intervalo de tempo de condução (Ton) e o período (T)
determinará a tensão média de saída aplicada ão motor:
Va= va on va Jor
Ton + Torr T
Desta forma, a velocidade do eixo do motor poderá ser controlada através
de um circuito eletrônico que controle a razão cíclica ( Ton/T) da chave S.
170
ND ssa a
EE A a e NE tt
T
Vin = Va LOCO va DI
T
T,
oi
Voy = Va van
Ts
onde Tacon € Texmon) São respectivamente os intervalos de tempo de
condução das chaves Ta eTreTséo período correspondente à
frégiência de comutação utilizada.
Portanto
Vo=V Voy =Va(DI- D2)
A equação anterior nos mostra que a tensão média de saída depende apenas
da magnitude da tensão da fonte (Vd) e da diferença entre as razões cíclicas
das chaves Ta, e Ts+. Também podemos ver que esta tensão poderá ser
positiva ou negativa, conforme D1 seja maior ou menor do que D2. Desta
forma o motor poderá operar em ambos os sentidos de rotação.
Para o conversor indicado na figura antérior duas técnicas de controle são
normalmente utilizadas na prática:
* Técnica PWM com comutação bipolar
* Técnica PWM com comutação unipolar
Na primeira técnica as chaves Ta- e Tp. conduzem sempre
simultaneamente, assim como as chaves Ta e To
Na segunda técnica as chaves de uma perna são comutadas em instantes
diferentes aos da outra perna.
Para o controle das razões cíclicas das chaves utiliza-se normalmente um
sinal com forma de onda triangular o qual será comparado com um nível
€.C. de controle (tensão de controle).
Pode-se demonstrar que, neste caso, independentemente da técnica PWM
de comutação utilizada (bipolar ou unipolar) a tensão média de saída do
conversor resulta proporcional ao referido nível C.C. de controle, isto é:
Va = Ke . Vcontrole
O parâmetro Kc é denominado ganho do conversor, relativamente à tensão
de controle.
173
7.4.2 Utilização de Retificação Controlada
Muitos equipamentos que se destinam à variação e/ou controle da
velocidade de um motor €.C. utilizam o princípio da retificação controlada,
segundo o qual a tensão de saída é uma função do ângulo de condução de
tiristores em um subconjunto retificador.
O subconjunto retificador é normalmente alimentado pela tensão alternada
proveniente da rede da concessionária (60Hz), e eventualmente, mas não
necessariamente, através de um transformador isolador. O retificador
poderá ser do tipo monofásico ou trifásico e várias configurações ou
topologias poderão ser utilizadas, algumas das quais já foram estudadas no
capítulo 4.2.
A tabela 7.1 ilustra as tópologias mais utilizadas na prática para o
subconjunto retificador, nos casos em que não for necessária .a frenagem
regenerativa. Eventualmente poderemos ter a inversão do sentido de
rotação através da mudança da polaridade do enrolamerito de campo (ou da
armadura) através de contatores eletromagnéticos adeguados.
Algumas topologias utilizadas para permitir a inversão do sentido de
rotação estão nas tabelas 7.2 e 7.3. ,
A tabela 7.2 corresponde às topologias que permitem a inversão do
sentido de rotação: através da inversão do sentido da corrente no
enrolamento da armadura.
A tabela 7.3 corresponde às topologias que permitem a inversão do
sentido de rotação através da inversão do sentido da corrente no
enrolamento de campo.
174
ne
vo
DS ed a O a A O
FREQUÊNCIA
ENTRADA TOPOLOGIA POTÊNCIA DA .
(f = 60Hz) TÍPICA HP | ONDULAÇÃO
RESIDUAL (Hz)
14 HQ 1-20 120
34
100 - 350 360
34 , ! 300 - 2000 720
rem
' '
' 1
Tabela 7.1: Topologias mais comuns de Retificadores
Controlados para aplicações com motores C.C.
5
7.4.3 Diagrama em blocos de um sistema típico em malha fechada
A figura seguinte ilustra o diagrama em blocos de um sistema típico
destinado a regular a velocidade de rotação de um motor C.C.
referência ! ]
de veloci.
Conversor | uia PURE
de cc Carga ii Tacomébrico
Potência
dade
Cireuito [ig
limitador
de corrente
realimentação de velocidade
No diagrama anterior, um sinal de tensão, correspondente à velocidade de
referência desejada, é aplicado a um bloco comparador; juntamente com o
sinal de tensão correspondente à velocidade real do-eixo. Este último é
fornecido por um gerador tacométrico acoplado mecanicamente ao referido
eixo.
A diferença entre os referidos sinais (referência de velocidade e
realimentação de velocidade) corresponde ao sinal de erro, o qual é
amplificado por um bloco amplificador PID (proporcional integral-
derivativo), na saída do qual obtemos a tensão de controle vc. A tensão de
controle vc atua, por sua vez, no bloco Conversor de Potência, o qual
fornece em sua saída a tensão contínua Vt que é aplicada ao motor. A
magnitude da tensão contínua Vt é proporcional à tensão de controle ve.
Como consegiiência da tensão contínua Vt o eixo do motor gira a uma
velocidade wm, provocando a rotação da carga mecânica acoplada ao
mesmo. O gerador tacométrico acoplado ao eixo produz uma tensão de
saida proporcional à velocidade angular do mesmo, tensão esta que é
realimentada ao bloco comparador de entrada.
Qualquer perturbação com a tendência de provocar um aumento ou uma
redução da velocidade do eixo, relativamente à velocidade de referência
desejada, será rapidamente compensada pelo sistema de controle em malha
fechada, pois o sinal de erro é sempre amplificado pelo sistema e atua
alterando a tensão contínua aplicada ao motor no sentido de reduzir a
magnitude do referido erro.
178
O diagrama em blocos da figura anterior mostra também um bloco
correspondente ao circuito limitador de corrente . Tal circuito se faz
necessário para limitar eletronicamente a intensidade máxima da corrente
de saida fornecida pelo Conversor de Potência ao motor C.C. Para realizar
esta limitação um sinal proporcional à corrente de saída (por exemplo, a
queda de tensão sobre um shunt em série com a saída do Conversor) é
comparado com uma referência de tensão correspondente à corrente
máxima desejada (la max). Sempre que a corrente de saída atingir o valor Ia
max O Conversor de Potência operará como fonte de corrente, reduzindo a
tensão de saída de forma a não permitir que a corrente ultrapasse o referido
valor máximo desejado.
7.4.4 Considerações sobre a resposta dinâmica
Para que 6 sistema de controle em malha fechada, do tipo
apresentado no diagrama em blocos do item anterior, apresente um
desempenho ' satisfatório (boa regulação estática, alta velocidade de
resposta, elevada estabilidade) é importante determinar as funções de
transferência de cada bloco, para que a função global de transferência possa
ser determinada.
A otimização do desempenho poderá ser conseguida utilizando-se as
técnicas conhecidas da Teoria de Controle, como por exemplo, o traçado
das curvas de resposta em fregiência em gráficos de Bode, cartas de
Nichols, etc. A determinação de valores adequados dos parâmetros do
bloco amplificador PID ou de alguma eventual rede compensadora inserida
após o sinal de erro, permitirá a obtenção de uma solução de compromisso
satisfatório entre as principais características de desempenho (regulação
estática, velocidade de resposta, “ undershoots e overshoots ”, etc).
Embora a análise da função de transferência global e a aplicação das
referidas técnicas da Teoria de Controle fujam ao escopo deste capítulo, é
interessante analisarmos a função de transferência típica do conjunto motor
C.C. + carga, o que pode ser feito sem muita dificuldade se considerarmos
um modelo linear para o referido conjunto. Essa função de transferência
será válida para variações pequenas das variáveis de interesse em torno dos
seus valores de regime.
Conforme já visto anteriormente (parágrafo 8.2):
v=R,. it Lo di + e
dt
179
Vs
4
ne ANE EN E TN E REG DS a e a a
Tm=5. dwg +Db. wo + Tm (0
dt
Tem = kr «ia
ek. Wm
Tomando-se às transformadas de Laplace das equações anteriores:
Va(s)= Ea(s) + (Ra +sLa). Ia (s)
Ea(s)= ke . Wm(s)
Tem(s)= kr . Ta (s)
Tm ()= Tw (9) + (B+ sD.Wm (s)
A partir dessas equações obtemos então o seguinte diagrama em blocos:
Tuyts)
vela I Luls) E 1 cms)
+ Ba +sL, fr TAL B+sJ
Eçts)
Podemos interpretar que o conjunto motor + carga corresponde a um bloco
com entradas Va (s) e Ty. (s) e cuja saída é Wm (s).
aço] Iotor
+ [+ wm(s)
Ta. (8) Carga
WI
180
Para os casos de acionamento de motores com frenagem regenerativa,
o diagrama em blocos do sistema pode ser representado como segue :
pie re
Conversor Inversor
Chaveado
Neste capítulo serão estudados os inversores estáticos monofásicos e
trifásicos para os quais a entrada DC é uma fonte de tensão de baixa
impedância. Estes inversores são normalmente designados de VSIs (Voltage
Source Inverters) é constituem a grande maioria dos inversores utilizados na
prática. Existem todavia outros inversores, designados por CSls (Current
Source Inverters) para os quais a entrada DC é uma fonte de corrente. Tais
inversores são utilizados em algumas aplicações de acionamento de motores
de altíssimas potências.
Os-inversores estáticos VSls podem ser ainda subdivididos nas
seguintescategorias:
a. Inversores PWM
b. Inversores “Square-wave”
c. Inversores com cancelamento de tensão
Estas categorias de inversores serão apresentadas ao longo deste
capítulo.
8.2 Conceitos básicos
8.2.1 Considerações Iniciais
Consideremos um inversor estático VSI com saída senoidal monofásica,
representado a seguir, onde a carga a ser alimentada apresenta uma certa
defasagem da corrente em relação à tensão :
+ Ls
vd A, Yo
“o o
Inversor
monofásico
183
E
Como podemos observar, nos intervalos de tempo 1 e 3 a tensão e a
corrente apresentam a mesma polaridade (ambas são positivas no intervalo 1
e ambas são negativas no intervalo 3). Isto significa que nestes intervalos a
potência instantânea p(t) é positiva e o conversor está fornecendo energia à
carga (modo inversor).
Nos intervalos de tempo 2 e 4 a tensão e a corrente apresentam
polaridades opostas resultando p(t) negativa, o que significa que o conversor
está recebendo energia da carga, funcionando portanto no modo “retificador”.
Do exposto concluímos que o nosso inversor deve ser capaz de
funcionar nos 4 quadrantes do plano iç - vo, durante cada ciclo da tensão de
saida.
A figura seguinte ilustra-os modos de operação nos quatro intervalos de
tempo considerados.
Retificador Inversor
! 3 4
Inversor Retificador
Um inversor que apresente a topologia “em ponte” contendo um diodo
(FWD) em ligação anti-paralela com cada uma de suas chaves controladas
permite a operação nos quatro quadrantes mencionados.
Apresentamos a seguir a topologia básica de um inversor “meia ponte”,
onde as chaves controladas Ta+, TA. e os seus respectivos diodos Da+, DA.,
constituem uma “perna” básica da qual derivam todas as outras topologias que
serão examinadas neste capítulo.
+
Tar Dar
io
vd a —-,
D
— N
Obs. Para facilidade de explicação assumiremos que o ponto médio
“O” é disponível, embora na maioria dos inversores isto não seja
necessário.
184
8.2.2 Técnica PWM de operação
Nos inversores estáticos estamos geralmente interessados na obtenção
de uma tensão senoidal de saida (veremos oportunamente que a comutação
com onda retangular representa um caso particular da operação PWM).
A tensão PWM obtida na saída das chaves deve aprésentar uma
modulação senoidal, onde a frequência do sinal modulador é a própria
frequência da tensão desejada na saída do inversor.
Para isto um sinal senoidal de controle deve ser comparado com uma
tensão com forma de onda triangular, conforme indicado a seguir.
Veontroi Vim
y
t
e Sinal triangular e sinal modulador
“TN
Es
(Vao),
= E”
, Vd
2
t
vd
2
rn o
t
Na + 1 me Sinal PWM resultante
“control S Ya "control > Yty
Como podemos observar a frequência de comutação das chaves
controladas é determinada pela frequência do sinal com forma de onda
triangular, a qual é normalmente mantida constante.
185
43
me ad NS a
Table 8-1 Genvralized Harmonics of es, for a Large my.
Ma
k 02 04 25 Ss 10
1 02 0.5 Gé “a 10
Fundamental
Me. 1.242 LIS 1L.0D6 0.818 0.601
m+2 0.016 0.061 0.131 0.220 4318
mts 0.018
2m=1 0.190 0.326 0.370 0.334 os
2m,*+3 0.024 DOM 0.139 6.212
2m,=5s 0.013 0.08
Im, 0335 0.123 0,083 o1n 0.113
3m 2 0.044 O.iã9 0,203 0./7%6 0.052
3m, + 4 0.012 0.047 0.304 e.157
Imp + 6 DOIS 0.044
am +1 0.163 0.157 0.008 0.105 0.068
Am, +3 0.012 B.070 0.:32 0.115 0.09
Am + 5 0.034 0.084 0.119
ómp 7 0017 0.050
Note: (Vao) GV ES (Fada? E Vo) às txbulatod as à functiva ví vm,
c) O número m,. deve ser (preferivelmente) um inteiro impar.
Pode-se demonstrar que com my impar obtem-se
ft
e H)= A +2) (simetria de 2 onda)
-+(1) (simetria impar)
resultando que somente os harmônicos impares existem.
* Considerações sobre a escolha da frequência de comutação
Em principio, a escolha de uma frequência elevada de comutação
apresenta duas vantagens :
- maior facilidade na filtragem, resultando em um filtro de menores
proporções.
- redução do ruído acústico, se for adotada uma fregiência superior a
10 KHz.
Entretanto, na prática um certo compromisso se faz necessário, pois as
perdas de comutação aumentam proporcionalmente com a frequência de
comutação fs.
Evidentemente o valor ideal de fs depende da velocidade, e portanto do
tipo, das chaves semicondutoras utilizadas.
À medida que sejam disponíveis, no mercado, chaves mais rápidas e
com preço competitivo, a tendência é a de se utilizar inversores com elevada
frequência de comutação. Entretanto é importante lembrar, que quanto maior
for a frequência de comutação, maior deverá ser a velocidade de comutação
de suas chaves, e com isto maior será, em geral, a irradiação eletromagnética
188
produzida pelo circuito. Este fenômeno poderá provocar níveis de interferência
eletromagnética (EMI) incompatíveis com os limites permitidos para o
equipamento em consideração.
* Considerações sobre o tipo de modulação
Para baixos valores de mr (p: ex. mr < 21) a modulação deverá ser
necessariamente síncrona, isto é, o sinal modulador deverá ser sincronizado
com o sinal “triangular”, tal como foi apresentado anteriormente no gráfico da
tensão PWM.
Deve ser observado que a modulação assíncrona provoca o surgimento
de componentes sub-harmônicas, o que é indesejável na maioria das
aplicações.
Conforme já mencionado anteriormente, my deve ser um número inteiro
impar afim de que tenhamos redução dos harmônicos.
Para vaiores elevados de m; a modulação poderá ser eventualmente do
tipo assíncronó, porque a amplitude dos componentes sub-harmônicos é
pequena. Entretanto, para determinados tipos de carga (tais como motores de
C.A) mesmo pequenas amplitudes de componentes sub-harmônicas podem
provocar correntes elevadas. e portanto a modulação assíncrona não é
recomendável.
* Sobremodulação (m, > 1.0)
Se a amplitude do sinal de controle (senoidal) for maior do que a
amplitude do sinal triangular teremos. uma modulação acima de 100% ou
sobremodulação.
A figura seguinte exemplifica esta situação:
Sobeemodulação
Caos, Sinal PWM resultante
IE EM
is
189
+vdiz
Na condição de sobremodulação a tensão PWM apresenta uma
componente fundamental (vao) com amplitude maior do que Vd/2, o que pode
ser conveniente em algumas aplicações (acionamento de motores). Entretanto,
como pode ser comprovado pela análise de Fourier, a tensão PWM apresenta,
nesta condição, componentes não nulas de 3º, 5º,.... harmônicas (múltiplos
impares de baixa ordem da frequência do sinal modulador).
A figura seguinte mostra o diagrama espectral da tensão PWM com
sobremodulação (m, = 2,5 e my= 15).
Yaodh
vdjz
1,0
Diagrama espectral com sobremodulaçao
ma =2,5 mf=15
b,5
Mlpsailliço,
9 di 13 As w7 19 21 23 25 27
mf
harmônicos
Outro ponto importante é que na região de sobremodulação a amplitude
da fundamental (frequência do sinal modulador) não varia linearmente com o
índice ma de modulação, além .de ser também dependente da relação de
frequência de modulação mç.
Em contraste, conforme já foi visto anteriormente, na região de
modulação abaixo de 100% (ma < 1) a amplitude da fundamental varia
linearmente com o índice ma de modulação, bem como independe
praticamente da relação my.
O gráfico seguinte ilustra o exposto.
Grok
vaz
I
I
t
I
[regiao linear
I
A sobre-
,
1
:
r
1
1
'
t
1
I
1
f
I
I
modulação Nm Onda Quadrada
Ê
I
I
1
0 10 32
pimf=15
ma
196
e Va<yvas>+*Va (ot ma + 10)
+
H
8.3.2.2 Modulação PWM com comutação unipolar de tensão
Neste tipo de modulação as chaves controladas nas duas pernas do
inversor não são comutadas simultaneamente (tal como acontecia na técnica
anterior). :
Agora os sinais de comando para as chaves A e B são obtidos pela
comparação do sinal triangular com os sinais Veontrol & - Veontroi fespectivamente.
A figura seguinte ilustra esta modalidade de modulação, onde podemos
observar as tensões van, V.pn, bem como a tensão de saída vo.
*eortrol Yi
MEO,
A
RR
Como podemos observar pelo gráfico anterior existem 4 combinações
possíveis dos níveis das tensões van € VEN!
e Ta+. TB. on: van=Vd, ven=0 .. vo=Vd
“Ta, Ter on: van=0O ,vgn=Vd-. vo=-Vd
e Ta+, TB+ on: van=Vd, van= Vd .. voz0
“Ta, Ta. on: van=0, van=0 «. vo=0
193
O leitor deve observar que, quando ambas as chaves superiores
(Ta+,Tp+) estão conduzindo, a tensão vo = O e a corrente de saída i circula na
malha via Ta+ e Dp+ ou via Da+ e TB+, dependendo do sentido da corrente io.
Situação análoga ocorre quando ambas as chaves inferiores estão
conduzindo (TA, TB-), quando então teremos vo = 0 e a corrente de saida io
circula via TA. e De. ouvia DA. e Tp., dependendo do sentido da corrente io.
A modulação PWM com comutação unipolar apresenta a vantagem de
possuir um diagrama espectral mais favorável pois os harmônicos da tensão
de saída só aparecem a partir de 2m,, ou seja, a partir do dobro da frequência
de comutação das chaves. Além disto a amplitude do 1º harmônico não nulo
de alta freguência é menor, tornando a filtragem mais simples.
O gráfico seguinte mostra o diagrama espectral correspondente a esta
técnica de modulação. .
(Yo)h
vd
10 Diagrama espectraí dos harmônicos de f1
8
26
[a
02] ] I
o | E , a ttttes
1 mê amf
zmE'N .
(2ror- 1) (om +1)
8.3.2.3 Operação com forma de onda “quadrada”
O inversor monofásico em estudo pode também operar de maneira a
apresentar forma de onda quadrada da tensão de saída. Esta situação ocorre
quando as chaves conduzem diagonalmente (TA+, Teje (TA-, Te+), com
razão ciclica igual a 0,5.
Evidentemente, neste caso não temos controle da amplitude da tensão
de saída, a não ser pela variação da tensão contínua de entrada.
8.3.2.4 Operação com forma de onda “quase - quadrada”
Também denominada de operação com saida controlada por
cancelamento de tensão, esta técnica consiste em produzir-se duas tensões
(van € ven) com forma de onda quadrada, mas que apresentem uma
defasagem angular entre sí.
194
“an
1
vd
e ! we
=aep— so
“BN 1
1
L é =[
vd
|
a we
SC
vo (180-e)
ra
|
Loo vd
Em | | “
ke Ui
(180 -«)
Como podemos facilmente concluir, a amplitude da componente
fundamental varia em função de ângulo a :
2
(Vo), = H 1 Vo cos 0. de —
= = * Va.sen B =
= É VacosL
H 2
Os harmônicos da tensão de saida também podem ser calculados da
mesma forma, ou seja,
(Vo) = 2 [vo - cos(ho). do =
= sr -Va. sen(hB)
=90º-
2
195
CA
Ta
8.4 INVERSORES TRIFÁSICOS
8.4.1 Considerações iniciais
Inversores trifásicos são bastante utilizados em sistemas no-break (UPS )
trifásicos, bem como em acionamento de motores trifásicos a frequência variável.
Várias topologias de circuito poderão ser utilizadas para a implementação
de um inversor estático trifásico. Destacamos as seguintes possibilidades:
- utilização de 3 inversores monofásicos defasados de 120º
- utilização de 2 inversores monofásicos com transformador em ligação
Scott
í - utilização de 2 pontes trifásicas defasadas de 30º e 2 transformadores
com secundários em zig-zag
- utilização de 1 única ponte trifásica
As figuras seguintes ilustram de forma simplificada, as topologias
correspondentes acima referidas.
Inversor 32 a partir de 3 pontes monofásicas
198
TRZ
ra)
TRt B
1
RI LL
o à
— o
| vpZ
TI qa
TR2
B
vei kivpl kivpl
Inversor 3 E a partir de 2 pontes monofasicas e transformador Scott
Inversor 3 8 a partir de 2 pontes 3 4 defasadas de 30" e 2 trafos com secundários em zig-zag
199
S
+ — '
Í I I
ds NE VAO Nd
-2 o â
vd| 04 Sê
= á & á
— 0
Inversor 32 com uma única ponte trifásica
Das topologias anteriores a mais utilizada na prática, principalmente no
caso de alimentação de motores trifásicos, é a última, ou seja, aquela que
apresenta uma únita ponte trifásica, a qual é constituída de três pernas básicas.
Por esta razão abordaremos, nos parágrafos subseguentes, um estudo
mais detalhado relativo a esta topologia.
8.4.2 Modulação PWM em inversor 33 com uma única ponte 39.
Seja a topologia da figura anterior, onde cada perna básica é constituída
por duas chaves controladas, as quais estão em paralelo com os respectivos
diodos de circulação (free-wheeling").
Já tivemos a oportunidade de estudar, no capítulo 6.2.2, a técnica de
modulação PWM aplicada a uma perna básica, onde a tensão PWM vaott) era
obtida a partir da comparação de um sinal modulador senoidal com um sinal
triangular de alta freguência (frequência de comutação).
Para a obtenção de uma tensão PWM trifásica deveremos ter três sinais
moduladores senoidais, defasados de 120º entre si, os quais poderão ser
comparados com o mesmo sinal triangular de alta frequência.
A figura seguinte mostra o gráfico dos três sinais moduladores (Voontroi, Ar
Veontrol, C), Sinal triangular (Vir), bem como das tensões PWM resultantes van, VBN &
VaB.
Como podemos observar, os harmônicos das tensões van (?), Ven (1) E VON
(1) são idênticos aos harmônicos de vao (t) já examinados em 6.2.2. A única
diferença é a componente DC que estas tensões apresentam, a qual é cancelada
nas tensões de linha.
200
Obs. A tabela anterior é válida para valores elevados de mf e que -sejam também
ímpares e múltiplos de três. Os números indicados na tabela representam os
valores eficazes das tensões de linha, normalizados em relação à Vd, ou seja,
(WViyh/Vd.
* Sobremodulação (ma > 1.0)
Analogamente ao que já foi examinado no caso da tensão PWM de uma
perna básica (vao (t) ), poderemos também ter, no caso dos inversores trifásicos,
uma situação de sobremodulação. Esta situação ocorre quando a amplitude dos
sinais senoidais de controle exceder a amplitude do sinal triangular.
Na região de sobremodulação a amplitude (bem como o valor eficaz) da
componente fundamental não mais varia linearmente com o Índice de modulação
conforme pode ser observado no gráfico seguinte.
0,612 /-—.
regiao linear
I
moduleção "+ Onda Quadrada
,
1
1
t
t
t
t
t
l
I
I
I
Í
I
0 ER) 3,24 ma
pimf= 15
Para valores bem elevados de ma, conforme já visto anteriormente, a
tensão na saída de uma perna-básica apresenta a forma de onda quadrada, para
: 4,X
a qual a amplitude da componente fundamental vale ae
No caso das tensões de linha, esta situação limite corresponde a uma
forma de onda “quase-guadrada”, cuja amplitude da componente fundamental
vale
Vulmas)= (ed ay vd
6,
e portanto o valor eficaz /,, (rms)= qr = 0,78V/d
203
/E
Referência
5 System design using abstract Petri nets
Boswell, A.M.; Wood, S.D.:
southeastcon '90, Proceedings., IEEE, 1-4 April 1990
Paggs5390Distôfção nã tensão de saída provocada pela zona morta das chaves
controladas
Conforme já dito anteriormente, as chaves controladas reais (transistores
de junção, FETs, IGBTs) apresentam tempos finitos de comutação. Por esta
razão, as chaves controladas de uma perna-básica devem ser comandadas, na
prática, de forma que o seu instante de condução seja atrasado em relação ao
instante de corte da outra chave, a fim de se evitar uma condução simultânea de
ambas as chaves (o que poderia levar à destruição das chaves, ou na melhor das
hipóteses, ao aumento significativo das perdas de comutação). Este atraso,
propositadamente colocado para o início da condução das chaves controladas é
denominado “zona morta” do circuito excitador e já foi examinado no capítulo 2.5.
Na prática costuma-se adotar um valor conservativo para a zona morta (isto
é, um pouco maior do que o necessário) e isto produz um “tempo morto” na
tensão de saída, isto é, um intervalo de tempo em que ambas as chaves (superior
e inferior) estão cortadas.
Examinemos agora, com mais detalhes, o que acontece durante o referido
intervalo de tempo, observando novamente o circuito de uma perna-básica de
comutação:
+
Ta+ Dar
i
vd A +
D,
1 Do la
- N
Seia >0, a corrente circula necessariamente pelo diodo Da -., e portanto Vanz 0.
Se is<0,a corrente circula necessariamente por Da «, e portanto Van = Vd.
A figura apresentada a seguir mostra:
- em “a” as formas de onda dos sinais de comando “ideais”, sem zona
morta
- em “b” as formas de onda dos sinais de comando com uma zona morta tA
- em “c” a forma de onda da tensão VAN para ia > O
- em “d” a forma de onda da tensão van para ia < O
Páxpina 1
Ê e Pri “cepa A
o 7 N Z
a Yeantrol Tay ideal)
º t
o *Ycontrol Tp - ideal)
nº ! y t
1 1
| "control Ta+i
t
r t
º t
Icontral Ta Fed
b E A
t mm
à t
0
A
E
Perda
YAN Ideal. l Real
cl :
(igpppj >>>
Ganho
Real |
“an
Ideal -
dt
tia <0)
Comparando a tensão de saida real van (t) com a tensão ideal (que seria
obtida sem zona morta) e extraindo a média desta tensão durante um ciclo de
comutação, obtemos uma diferença cujo valor depende do sentido da corrente ia
(b:
A
para inr0>4V4=V AN(reat) V antuacot) = -4 Pd
. tA
para 402 8P =P unlrea)-V aunque) = tva
Considerando-se agora um inversor monofásico em ponte e aplicando-se o
mesmo raciocinio para a perna-básica B obtemos:
205
“4
9. Controle de Motores de €
9.1 Introdução
Embora o controlé da velocidade de rotação de motores C.C. seja bem
mais simples do que o correspondente aos motores de C.A. , a utilização de
acionamentos de velocidade variável com motores de C.A. tem crescido
significativamente nas duas últimas décadas. As razões para este fato são as
seguintes :
- a significativa evolução das chaves semicondutoras controladas (FE Ts
de potência, IGBTs) e das técnicas de implementação de conversores
estáticos de potência
- as inegáveis vantagens dos motores de C.A. em relação aos motores de
€.C., dentre as quais destacamos:
* ausência de escovas e comutadores, acarretando, em conseqãência,
menor necessidade de manutenção;
* menor peso e menor volume do que os de um motor de €.C. de
mesma capacidade;
* custo sensivelmente inferior ao de um motor de €,C.
* menores perdas e consequentemente maior rendimento
Por outro lado, para a variação da velocidade de um motor de C.A., sem
prejuizo do torque disponível, faz-se necessário, via de regra, utilizar um
inversor de frequência variável com características específicas. Este tipo de
controlador (inversor) é evidentemente mais complexo do que um simples
“chopper” ou retificador controlado que pode ser utilizado para a variação de
velocidade de um motor de C.C. .Por essa razão o controlador de um motor de
C.A. é mais caro do que o de um motor €.C. de mesma potência.
Entretanto, levando-se em conta o maior custo de um motor de C.€., o
conjunto controlador + motor de C.A. já está competitivo atualmente com o
custo controlador + motor de €.C. . Este fato vem provocando uma crescente
preferência para os acionamentos de velocidade variável utilizando motores de
C.A., tornando os motores de €.C. obsoletos em muitas aplicações.
Os acionamentos C.A. de velocidade variável podem ser subdivididos
em duas categorias principais :
- Acionamento de motores de indução
- Acionameno de motores sincronos
208
Em virtude da grande maioria das aplicações corresponder a acionamentos
de motores de indução, abordaremos nos capitulos seguintes os conceitos e
técnicas relativas a essa categoria.
9.2 Acionamento de motores de indução
Os acionamentos de motores de indução podem ainda ser de dois tipos
básicos:
- Acionamentos simples de velocidade variável (com relativo
desempenho estático e dinâmico)
- Acionamentos tipo “servo”, com controle em malha fechada
Os do primeiro tipo constituem a grande maioria das aplicações e são
utilizados para o controle da velocidade de ventiladores, bombas, correias
transportadoras, etc. Nesses casos, uma extrema exatidão da velocidade e/ou
do desempenho dinâmico não são normalmente necessários.
Os -acionamentos 'de segundo tipo são utilizados em máquinas
operatrizes com controle numérico, periféricos de. computadores, robôs
industriais, onde uma alta exatidão do controle da velocidade e/ou posição se
fazem necessários. Nesses casos são utilizadas técnicas avançadas de sistemas
de controle em malha fechada, tais como controle adaptativo, controle do
escorregamento, modelos de referência, controle vetorial, etc.
No presente capítulo abordaremos as características básicas dos motores
de indução e como os mesmos poderão ter sua velocidade controlada, dando-
se ênfase aos acionamentos do primeiro tipo.
9.2.1 Características básicas dos motores de indução
Os motores de indução, também conhecidos como motores de “gaiola”,
são, na grande maioria das aplicações industriais, do tipo trifásico.
Consideremos um motor de indução do tipo trifásico. Os enrolamentos
do estator são portanto trifásicos e distribuídos ao longo das diversas ranhuras
das laminações do estator. O rotor, tipo “gaiola de esquilo”, é constituído de
um conjunto de laminações de aço empilhadas, as quais apresentam uma
isolação superficial para redução das perdas. Na periferia dessas laminações
temos barras condutoras (de cobre ou alumínio) dispostas axialmente a
intervalos regulares, apresentando o aspecto de uma “gaiola”. Nas
209
a
extremidades das barras condutoras temos, de cada lado, um anel condutor
que curto-circuita as referidas extremidades.
Rotor bar
End
ring
Simplified squirrei cage.
Aplicando-se aos enrolamentos do estator uma tensão senoidal trifásica
de fregiiência f teremos em consegiiência um fluxo magnético cossenoidal
distribuído espacialmente no entreferro (pois & = fes ).
Como este fluxo magnético varia em função do tempo, o efeito é de um
campo magnético girante com uma velocidade angular ws , normalmente
denominada de velocidade síncrona, a qual pode ser expressa por :
20 d4af
s p p (rad/seg)
onde p é o número de pólos do estator.
É importante salientar que tanto o enrolamento do estator como as
barras condutoras do rotor possuem um resistência ôhmica finita, bem
como uma indutância associada . Além disto, o entreferro existente entre os
pólos do estator e o rotor cria uma reatância de dispersão entre o estator e o
rotor .
Levando esses fatores em consideração o circuito equivalente do motor
de indução (por fase) pode ser desenhado como segue :
is
Cy $EVA
Mes Res Pr ie
v
es jim Tra Rr
onde
Xes = reatância de dispersão do estator, por fase
Res = resistência ôhmica do estator, por fase
Xm = reatância de magnetização
Rm = resistência associada às perdas de excitação, no núcleo
Xr = reatância de dispersão do rotor
Rr = resistência Chmica do rotor
s = escorregamento
Obs.: O leitor pode observar, a partir do circuito equivalente, que à medida
que o rotor se aproxima da velocidade sincrona, a corrente i'r no rotor tende a
zero, pois o escorregamento s tende a zero. Por outro lado, por ocasião da
partida inicial do motor o escorregamento é máximo (s = 1), provocando um
alto valor de iºr e consequentemente de is . Para motores convencionais de
indução, a corrente de partida, drenada de uma alimentação de 60 Hz, atinge
tipicamente de 6 a 8 vezes a corrente nominal do motor .
Um gráfico muito importante para um motor de indução é o que
relaciona o Torque disponível x velocidade de rotação.
Para um motor de indução convencional, um gráfico típico da
característica Torque x velocidade está indicado a seguir .
213
Trated
torque ETTA
/ "
” N
“a
-
15 - Pag decreases
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das = rated!
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. 1.0f oa; oe 04 6 “to
10 08 06 04 o2 “o
Para baixos valores de escorregamento a corrente no rotor é o torque
Tem variam linearmente com a velocidade de escorregamento (ws — wr).
Entretanto, para valores mais elevados de escorregamento essa dependência
deixa de ser linear pelas seguintes razões :
a)a reatância Xr do circuito rotórico deixa de ser desprezível
relativamente à resistência Rºr do mesmo, limitando em conseqgiiência a
taxa de crescimento da corrente rotórica com o aumento do
' escorregamento.
' b) À medida que a corrente ir e consequentemente is aumentam de
amplitude, as quedas de tensão na reatância XKes e na resistência Res
aumentam, reduzindo efetivamente a tensão na reatância de
magnetização e o fluxo magnético Amax -
c) A defasagem 6r entre a corrente rotórica e a tensão induzida no rotor
deixa de ser desprezível, fazendo com que a defasagem entre o fluxo
magnético e a corrente rotórica seja maior do que o valor ótimo de 90
graus (isto por sua vez reduz o torque Tem disponível).
No gráfico anterior vemos que o Torque de partida é maior do que o
Torque nominal, bem como que o Torque máximo supera o Torque de partida.
Em condições normais de operação (situação de regime) o
escorregamento é pequeno e o torque resistente imposto pela carga mecânica
acoplada ao eixo não deve exceder o Torque nominal do motor. Entretanto,
214
por ocasião da partida do motor, a disponibilidade de um torque motor acima
do exigido pela carga contribuirá para a rápida aceleração do eixo até se
atingir a velocidade de regime.
A título ilustrativo mostramos a seguir um gráfico onde as
características Torque x velocidade, do motor e de uma carga arbitrária,
foram sobrepostas. O ponto de intersecção das duas curvas representa o ponto
de operação na situação de regime .
em
Tace = Tem — Tiuad Tem
ioad-torque Tioag
Wr.
1
Í
1
|
;
Steady-state speed
No gráfico anterior a diferença entre o torque motor eo torque
resistente da carga (Tem — Ticad) Tepresenta o torque disponível para o motor
acelerar até atingir a velocidade de regime.
É importante observar, relativamente á característica Torque x
velocidade de um motor de indução, que o seu aspecto depende fortemente
das características construtivas do rotor e particularmente da resistência
ôhmica de suas barras condutoras. Pela variação da referida resistência o
fabricante do motor pode oferecer diferentes famílias de produtos, as quais
poderão proporcionar diferentes Torques de partida, por exemplo. O gráfico
seguinte mostra o efeito da resistência do rotor na característica Torque x
velocidade de um motor de indução.
215
LE MO SA a
Lim = ko,
Considerando a aplicação de tensões com fregiências fl, £2, £3,...fn
teremos em correspondência velocidades síncronas 0,5 0,230,
Se desejamos manter o mesmo torque disponível em cada uma dessas
velocidades, deveremos ter :
On=On=On=.=Om
Concluímos portanto que os trechos lineares da característica Torque x
velocidade, para cada uma das fregiiências fl, f2, ...n , devem ser paralelos
entre si, conforme indicado no gráfico seguinte .
==" — Load torque
teonstant)
WsI3 Este “a
A título ilustrativo, consideremos um motor de indução típico, de 2
pólos, trifásico, 220 V — 60 Hz. A sua velocidade de rotação sincrona em 60
Hz é portanto de 3600 RPM. Variando-se a fregiiência de alimentação pará 30
Hz, 60 Hz, 90 Hz, 120 Hz, 150 Hz, obteríamos as características Torque x
velocidade conforme indicado no gráfico seguinte .
T ' . T T
vor
VA
2
CIMO TUM 3000 an SO00 fumo
Spevd (REM
BO ROMP GOO LONGO
218
Os acionamentos de C.A. que permitem controlar a velocidade de um
motor de indução pela variação conjunta da fregiência e tensão são
denominados de conversores de fregiiência variável. Esses conversores são
constituídos, basicamente, por um estágio Retificador (que poderá ser
controlado ou não), um estágio de Filtro de C.C., eum estágio inversor.
Conforme a topologia e estratégia utilizada para se obter a variação
conjunta da fregiiência e tensão, os referidos conversores podem ser
classificados como-segue :
a) Retificador não controlado com inversor PWM-VSI
b) Retificador controlado com inversor de onda quadrada
c) Retificador controlado com inversor CSI
Estas diferentes classes de conversores de fregiência variável serão
examinadas a seguir.
9.2.3.1 ' Retificador não controlado com inversor PWM-VSI
O diagrama em blocos correspondente pode ser desenhado conforme
segue :
entrada
Motor
de
1 Ee
ca À Dc [Inversor
CÁ] Fº as ÃO)
O estágio Retificador é normalmente constituído por uma ponte trifásica
a diodos, cujas características já foram estudadas anteriormente.
Geralmente utiliza-se um indutor de baixo valor entre a saída da ponte
retificadora e o capacitor C, ou então um circuito de pré-carga do capacitor C
a fim de se evitar um elevado pico de corrente por ócasião da energização do
equipamento.
O estágio inversor é normalmente constituido por seis chaves
semicondutoras controladas, as quais podem ser do tipo IGBT, FETs de
potência, GTOs ou mesmo tiristores rápidos com circuitos auxiliares de
comutação.
Graças ao desenvolvimento dos IGBTs e FETs de potência, e às suas
inegáveis vantagens de simplicidade de comando e confiabilidade de
219
e ti É NG O a O a SA a
o o
comutação, os inversores fabricados atualmente usam preferencialmente esses
tipos de semicondutores . Os inversores com GTOs e tiristores rápidos
ainda existem, todavia, para aplicações de potência muito elevada (acima de
500 kVA).
O capacitor C propicia uma baixa impedância nos terminais de entrada
do inversor, o que é um requisito necessário para os inversores VSI. Este
capacitor é normalmente do tipo eletrolítico, com várias unidades em paralelo,
formando um banco de elevada capacitância (tipicamente de algumas dezenas
de milhares de |'F). Adicionalmente, cada perna do inversor (tipicamente um
IGBT duplo), deve possuir um capacitor adequado entre os seus terminais (por
exemplo 1 uF /1200 V com baixa ESR interna), a fim de se evitar picos de
tensão nos terminais do semicondutor devido às indutâncias distribuídas nos
condutores de €.C..
O diagrama simplificado do conversor em descrição pode ser desenhado
conforme apresentado a seguir .
is
motor
entrada c.a.
60 Hz
»
»
»
|x
O funcionamento do inversor PWM-VSI já foi analisado no capítulo 8 .
Os sinais de comando para as chaves controladas podem ser obtidos a partir da
comparação de um sinal, com forma de onda triangular, com três sinais
senoidais defasados de 120 graus entre si e com a freqiiência desejada da
tensão de saída, conforme já visto anteriormente.
A título ilustrativo repetimos a seguir os gráficos com as formas de
onda correspondentes.
220
motor convencional de 60 Hz for utilizado com um conversor PWM-VSI é
usual adotar-se um sobredimensionamento do motor da ordem de 10% , a fim
de compensarmos as perdas adicionais referidas.
Finalizando esta descrição dos conversores PWM-VSL, vale observar
que devido à elevada fregiiência de comutação normalmente utilizada, as
pulsações de torque desenvolvidas são pequenas em amplitude e de alta
frequência. Em consegiiência, e devido à inércia mecânica associada ao rotor e
à carga, as pulsações de velocidade são normalmente desprezíveis.
9.2.3.1 Retificador Controlado com inversor de onda quadrada
O diagrama em blocos correspondente pode ser desenhado conforme
segue :
entrada £
CA] Á ==cl=
- My
O estágio Retificador é normalmente constituído por uma ponte trifásica
totalmente controlada (6 pulsos). Para grandes potências (acima de 100 KVA)
pode-se utilizar duas pontes trifásicas totalmente controladas alimentadas à
partir de um transformador que forneça tensões defasadas de 30 graus (por
exemplo com um secundário em A e outro em estrela) a fim de se obter um
Retificador de 12 pulsos, o qual apresenta menor distorção harmônica da
corrente de entrada e maior fator de potência de entrada.
Um filtro LC, contendo um indutor de razoáveis dimensões, é
necessário para a filtragem da tensão de saída retificada.
Nessa classe de conversor o estágio Retificador, por ser controlado,
permite realizar a variação da tensão €.C. que alimenta o inversor através da
variação do ângulo de disparo dos tiristores, conforme já estudado no capítulo
42.
O diagrama simplificado do conversor em descrição pode ser desenhado
conforme apresentado a seguir .
entrada CA.
60 Hz
O inversor opera no modo “onda quadrada” e as tensões fase-neutro
bem como a corrente no motor resultam. conforme indicado nos gráficos
seguintes .
Motor Motor
phase voltage current
Fundamental
to WO»
Exercício ; Para uma dada tensão continua Vd na entrada do inversor, deduzir
qualitativa e quantitativamente a forma de onda da tensão fase-neutro aplicada
ao motor (forma de onda indicada no gráfico anterior). Calcular a seguir o
valor eficaz da componente fundamental desta tensão, bem como a sua
distorção harmônica total (THD).
Solução : Designando os terminais de saída do inversor por 4, Be €
podemos facilmente desenhar o gráfico das tensões dos referidos pontos em
relação ao negativo da fonte (3 ondas retangulares, de amplitude Vd, e
defasadas de 120 graus entre si). A seguir podemos desenhar as tensões de
linha Vas, Vpc, Vea, pois:
VaB= Va Vj
Vec= VB — Vc
Vea = Vc— VA
224
Se a E eai NÉ A Na NS A ND o O RÃ Ê
Oo e AD NÃ a NE al Sat ut
Essas tensões apresentam, portanto, forma de onda “quase-quadrada”,
com amplitude Vd, e duração correspondente a 120 graus em cada semi-ciclo.
Para desenharmos as tensões fase-neutro devemos nos lembrar que :
— Pta + He
V À
portanto
VV +V,
Pan=Va-Vy=Po- 4 3 E =
= Pa — Pa
3
Analogamente obtemos :
Va —V
Voy =-2 5 AB
Voy —V,
Pay = Sá 3 BC
Podemos então desenhar as formas de onda das tensões fase-nentro
Van. Ven Von . Essas terisões apresentam portanto dois patamares,
correspondentes aos níveis Vd/3 e 2Vd/3.
Mostramos a seguir os gráficos correspondentes
2:=0,1..720
vao) = 1- o(a - 180) + Ola - 360) - o(a - 540)
vita) := (a — 120) - (a — 300) + o(a - 480) - o(a — 660)
vda):=1- o(a - 60) + Ofa - 240) - o(a — 420) + Da — 600)
Vab(a) := Va) - vila)
Vale) vás vd)
vanla) = (vabla) - Vealo))
225
“3
3
= 0.955
Retomando a topologia do conversor constituído pelo Retificador
Controlado. e
considerações :
a)
b)
inversor de onda quadrada podemos fazer as seguintes
Como a relação entre a tensão de saída do inversor e a tensão
contínua Vd que o alimenta é fixa, a variação da fregiência de
saida deve ser acompanhada de uma variação proporcional de
Vd, a fim de termos a desejada relação constante Vo/f na
alimentação do motor.
Em virtude da significativa magnitude de harmônicos de baixa
ordem (5, 7, 11, 13...) na tensão de saída, a corrente de saída
também apresenta componentes harmônicos que poderão
provocar pulsações de torque e em consegiiência indesejáveis
pulsações de velocidade em baixas rotações do motor.
Desprezando-se o efeito das indutâncias na entrada C.A. do
Retificador a tensão contínua de saída Vd pode ser expressa
por:
Vd=1.35 Vi cosa
228
ma
PS A a E E A TS o o
onde Vi é a tensão eficaz de linha na entrada C.A. do Retificador e q é o.
ângulo de disparo dos tiristores, conforme já estudado no capítulo 4.2.
Na saída do inversor a tensão eficaz de linha, da componente
fundamental, vale : :
VrLitmotor) = 0.78 Vd
Portanto:
ViLitmoror = 0.78 . 1.35 Vip cos o. = 1.05 Vi cos a
Concluímos portanto que a tensão máxima da componente fundamental
aplicada ao motor (que ocorre para o = 0) é aproximadamente igual à tensão
C.A. aplicada à entrada do Retificador. Isto permite utilizar um motor de
indução convencional (220 V - 34 - 60 Hz) na saída do inversor, com o
Retificador sendo alimentado pela tensão de 220 V «34 - 60 Hz .
d) Considerando que tenhamos no motor a relação Vs/f
constante, para uma dada velocidade rotórica q, teremos :
o Vo.
. r — LLl-motor e cosa
O, nom. Pr
Isto nos mostra que para baixas rotações deveremos ter baixos valores
de cos a e em consegiiência, conforme visto no capítulo 4.2 , teremos um
baixo fator de potência na entrada C.A. do Retificador, pois :
FP.=0.955.cosa = 0.955. —2r —
o
r-nom.
Este fato pode ser um grande inconveniente se o motor tiver operação
prolongada em baixas rotações. Nesses casos é preferível utilizar um
Retificador Trifásico não controlado e um “chopper” (conversor DC/DC) em
vez do Retificador Trifásico controlado, pois assim teremos sempre um
elevado Fator de Potência de entrada. Essa possibilidade está ilustrada no
diagrama seguinte.
229
A
Proteção
9.2.3.2 Retificador Controlado com inversor CSI
Esses conversores são também conhecidos como acionamentos com
inversores de corrente constante. O diagrama em blocos correspondente é o
seguinte :
ig
——-
O estágio inversor é normalmente implementado com tiristores ou
GTOs e por essa razão conversores desse tipo só são utilizados atualmente em
aplicações de elevada potência.
Uma característica dos acionamentos CSI é a existência de um indutor
de alto valor entre a saída do Retificador e a entrada do inversor. Desta forma
a fonte C.C. se comporta como um gerador de corrente, fazendo com que a
corrente C.C. de entrada do inversor seja praticamente constante durante todo
o período de cada ciclo de operação do inversor.
A figura seguinte mostra a topologia típica de um acionamento CSI
implementado com tiristores no estágio inversor.
230
m——— Speed control range ——
ty
&
ne
“a
o
Load torque
(Ty varies as speed?)
8
Torque (% of rated torque)
a
O
o 20 ao so so 100
Speed —
(% of synchronous speed)
No. gráfico anterior vemos também a sobreposição da característica
Torque x velocidade de uma carga mecânica do tipo centrífugo (p.ex.
ventilador, bomba centrifuga,etc.) . A intersecção das características do motor
e -da carga nos fomece o, ponto de operação. Como o torque resistente
apresentado pela carga é altamente dependente da velocidade de rotação, o
ponto A da figura anterior é estável . Tal não aconteceria se a carga
apresentasse uma característica de torque constante com a velocidade (p.ex.
uma carga do tipo esteira transportadora).
É possível entretanto realizar-se o controle da velocidade através da
regulação da tensão aplicada, mesmo para uma carga de torque constante, se o
motor apresentar uma elevada resistência rotórica (motor com caracteristica
especial). Neste caso as características Torque x velocidade do motor devem
ser conforme indicado no gráfico seguinte .
233
23
speed control rango—]
200
g
2
£ 150
z Load torque
g 754 (constant)
5
; 100
4
8
8
5 so
s
o
0 20 ao eo Bo 100
Speed —
(% of synchronous speed)
Obs.: O leitor pode verificar que a condição necessária para que o ponto de
operação (na curva Torque x velocidade) seja estável pode ser expressa por :
or oT
Do moror < 20 carga
A variação da tensão aplicada ao motor pode ser obtida utilizando-se a
associação anti-paralela de tiristores em série com cada uma das fases da
entrada C.A. de alimentação. Neste caso, variando-se o ângulo de disparo dos
tiristores obtém-se uma variação da tensão eficaz aplicada ao motor.
A figura seguinte nos mostra esta possibilidade de implementação, bem
como o gráfico da corrente em uma das fases e o torque eletromagnético
resultante para um dado ângulo de disparo .
ig
0 t
1
entrada , fon
tnifásica —4 1
sCA, J
f
/ 0 t
Tem
VN NNNOY,
234
Conforme podemos observar a corrente de linha apresenta uma
significativa distorção harmônica, bem como o torque Tem apresenta uma
significativa pulsação. Além disto, a técnica em estudo provoca perdas
adicionais devido à operação com alto escorregamento. Por essas razões esta
técnica de controle da velocidade de motores de indução é limitada a
aplicações de baixa potência (motores fracionários) ou quando a variação da
velocidade for desejada apenas durante a partida e/ou parada do motor .
9.2.5 Chaves “soft-starter” para redução da corrente de partida de
motores de indução
Conforme já mencionado anteriormente (cap. 9.2.1) a corrente de
partida de um motor convencional de indução, drenada de uma alimentação de
60. Hz, atinge tipicamente de 6 a 8 vezes a corrente nominal do motor.
O circuito apresentado no capítulo, anterior utilizando tiristores em
conexão anti-paralela pode ser empregado para a redução da referida corrente
de partida. O subconjunto constituído pelos tiristores e respectivo circuito de
controle é conhecido comercialmente com o nome de chave “sofi-starter” ,
pelo fato de permitir uma partida suave do motor, com corrente de partida
limitada.
Geralmente os circuitos de comando das chaves “sofi-starter”
disponíveis comercialmente utilizam técnica de controle microprocessada,
contendo teclado e display de cristal líquido, de forma a apresentar uma
interface amigável para o operador. É possível desta forma programar-se
vários parâmetros de interesse, como. por exemplo-nível de limitação de
corrente, duração da rampa de tensão, etc., bem como visualizar-se no display
os valores eficazes da corrente e tensão no motor e eventuais mensagens de
erro ou de alarme .
Evidentemente os parâmetros a serem programados na chave “soft-
starter” devem ser compatíveis com a característica Torque x velocidade da
carga mecânica, a fim de que o torque eletromagnético seja suficiente para
permitir a adequada aceleração do motor .
235
“A