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Eefeitos da desnutrição proteico-calórica: respostas ao exercicio agudo, Exercícios de Fisioterapia

Resumo da ANÁLISE DOS EFEITOS DA DESNUTRIÇÃO PROTEICO-CALÓRICA SOBRE AS RESPOSTAS AO , EXERCICIO AGUDO (SINGLE SECTION) PARÂMETROS METABÓLICOS·

Tipologia: Exercícios

2010

Compartilhado em 09/05/2010

samantha-carvalho-10
samantha-carvalho-10 🇧🇷

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Baixe Eefeitos da desnutrição proteico-calórica: respostas ao exercicio agudo e outras Exercícios em PDF para Fisioterapia, somente na Docsity! 32 _______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Motriz – Volume 1, Número 1, 32- 43, junho/1999 ANÁLISE DOS EFEITOS DA DESNUTRIÇÃO PROTEICO-CALÓRICA SOBRE AS RESPOSTAS AO , EXERCICIO AGUDO (SINGLE SECTION) PARÂMETROS METABÓLICOS· Cassiano Merussi Neiva 2 Marcelo Renato Guerino 2 Maria Alice Roston de Mello 3 _____________________________________________________________________________________ RESUMO A intenção deste estudo foi apresentar resultados da aplicação de uma dieta hipoprotéica, potencialmente geradora de desnutrição, em um modelo animal e suas interferências sobre os níveis séricos de glicose, agi, albumina e proteínas totais, níveis hepáticos e musculares de glicogênio. bem como crescimento e ganho de peso. O estudo em um segundo momento, relaciona ainda as alterações fisiológicas e metabólicas ocorridas frente ao exercício, submetendo animais desnutridos e não desnutridos ao exercício agudo. UNITERMOS- Exercício, Desnutrição. I - INTRODUÇÃO 1. 1. NUTRIÇÃO, DESNUTRIÇÃO E ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO DESENVOLVIMENTO Muitos conceitos e respostas foram descritas neste século sobre o papel dos nutrientes presentes na dieta do homem e suas relações com as fases pré natais, pós natais, no crescimento e desenvolvimento do indivíduo. Temas relacionando a dieta com processos patológicos têm sido muito estudados nos últimos anos. Enfermidades ligadas à desnutrição, como avitaminoses e desnutrição proteico-calórica, são temas bastante comuns I _ Apoio financeiro CNPQ e FAPESP 2 _ Pós- Graduandos do Laboratório de Biodinâmica do Depto de Educação Física -IB-UNESP- Rio C/aro 3 _ Profa. Dra. do Depto. de Educação Física – IB/UNESP Rio Claro enfocados pela maioria dos pesquisadores ligados a essa área. Alterações metabólicas e comportamentais mostram- se amplamente descritas e discutidas na literatura. Os casos de desnutrição tomaram-se bastante comuns em nossa sociedade, e por isso, métodos mais simples e eficientes têm aparecido no sentido de solucionar tais ocorrências. Segundo GOBATTO (1993), alterações drásticas na dieta, ocasionando baixa ingestão calórica ou de baixo valor biológico nos primeiros anos de vida, proporcionarão alterações desenvolvimentais para o indivíduo desnutrido. entre outros, relatam de maneira ampla os mecanismos e alterações metabólicas ocorridas em função da desnutrição e suas implicações sobre as diversas situações comportamentais do homem. Estes estudos mostram a interferência dos hábitos alimentares, sobre parâmetros fisiológicos do homem como por exemplo a carência de proteínas séricas, alterações do níveis séricos de gordura e açúcares assim como distúrbios nas atividades homeostáticas como neoglicogênese hepática, transporte e captação de 02 além de alterações nos processos de 33 _______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Motriz – Volume 1, Número 1, 32- 43, junho/1999 Sem dúvida a nutrição encontra um grande espaço entre as pesquisas e isso deve-se ao fato da vital importância do alimento para todos os seres vivos. 1. 1. 1. PAPEL FISIOLÓGICO DAS PROTEÍNAS As proteínas exercem papel de grande importância no ciclo vital do homem. Sua necessidade é clara e bem apresentada na literatura. Suas funções estão ligadas a um grande número (quase que a totalidade) de reações homeostáticas. Podemos citar as seguintes funções da proteína: plástica; formação de enzimas: formação de anticorpos; formação de hormônios; equilíbrio ácido-básico; distribuição de líquidos no organismo; transporte de substâncias; transporte de oxigênio; coagulação do sangue; atividade muscular e em menor valor como substrato energético. Todos esses fatores mostram como esses "pools" de aminoácidos são importantes para o desenvolvimento e manutenção do organismo. Seu papel é amplamente estudado na literatura e sua importância é inquestionável, não cabendo aqui demais atributos a seu respeito. Como última observação, cabe chamar a atenção, que a carência deste nutriente implicará nas mais variadas disfunções orgânicas. 1. 2. NUTRIÇÃO E EXERCÍCIO FÍSICO Os hábitos alimentares também exercem grande papel nas condições fisiológicas e psíquicas do atleta. Nos últimos anos muita importância tem sido dada a modelos dietéticos a serem empregados por atletas na busca de melhores rendimentos. Este fato é um reflexo claro do nível de competitividade e da importância dada à competição desportiva na atualidade. O esporte moderno de caráter competitivo é um grande mercado financeiro para investidores e patrocinadores e isto tem levado a uma enorme aceleração na busca e produção de conhecimentos que aprimorem cada vez mais a sua prática. A nutrição, sem dúvida alguma é um dos principais temas. A dieta balanceada tem sido apontada como fator primordial no desempenho do atleta assim como fator de aceleração na recuperação de lesões ocorridas por ocasião da prática desportiva. (AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION, 1987). A maioria dos autores parece convergir na teoria da grande importância de uma dieta rica e balanceada para atletas de alto nível. Contudo, a mesma convergência parece não estar ainda bem definida sobre a suplementação alimentar e desempenho físico. Alguns autores como DONLY & LEMON (1986), em trabalho com humanos, reportam não haver um padrão de suplementação de proteínas na dieta de indivíduos submetidos ao treinamento físico, porém consideram a importância da suplementação de proteínas na dieta do atleta, dependendo da variação, do tipo e frequência do treinamento empregado. Por outro lado, CATHCART (1925), reporta o grande papel da atividade muscular no metabolismo das proteínas, apontando dessa forma para a importância de uma suplementação padrão de proteínas para atletas e indivíduos ativos, independente da intensidade desta atividade, considerando também o catabolismo protéico do período de recuperação. Outros estudos como CONSOLAZIO et al. (1975), apontam a dieta balanceada como suficiente para o provimento das necessidades protéicas do atleta jovem, sendo que em casos de competições extenuantes como por 36 _______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Motriz – Volume 1, Número 1, 32- 43, junho/1999 3.3.- PROTOCOLO DE ATIVIDADE FÍSICA Ao final do experimento, parte dos animais de cada grupo, foi submetida a uma sessão de exercício agudo. O protocolo foi composto de atividade aeróbica do tipo natação, por um período de I hora, sendo que os animais foram colocados individualmente a cada 2 minutos em tanque com água aquecida a 30° C e ao término foram sacrificados. 3.4. GRUPOS EXPERIMENTAIS Os animais foram divididos em dois grupos de acordo com a dieta a que foram submetidos. Cada grupo foi composto de 10 animais e foram tratados em gaiolas coletivas, sendo uma para cada grupo. Os grupos foram: G I - Controle, alimentados com dieta; G 11 - Desnutridos, alimentados com dieta hipoprotéica; Para a sessão de exercício, que ocorreu no último dia do experimento, os dois grupos foram subdivididos em Exercitados (E) e Repouso (R), antes do sacrifício, contendo cada um, 5 animais. 3.5. ANÁLISES BIOQUÍMICAS 3.5.1. SANGUE Como já citado, ao final do experimento todos os animais foram sacrificados, sendo este procedimento realizado por decaptação. Após o sacrifício, o sangue dos animais foi coletado em tubos de ensaio e posteriormente submetido a centrifugação para separação do soro. Uma vez separado, o soro foi submetido à análise para determinação dos níveis de glicose, ácidos graxos livres, albumina e proteínas totais, conforme descrito em 3.5.2. FÍGADO E GASTROCNÊMIO Após o sacrifício, foram coletadas amostras de tecido hepático e do músculo gastrocnêmio fibras mistas, as quais foram digeridas e homogeneizadas em KOH 30%, e levadas em banho-maria por 1 hora. Dando continuidade ao processo o glicogênio foi separado e analisado, conforme procedimento descrito em 3.6. DETERMINAÇÕES DO GANHO DE PESO CORPORAL, INGESTÃO ALIMENTAR E EFICIÊNCIA ALIMENTAR. 3.6.1. GANHO DE PESO CORPORAL Durante o experimento os animais foram pesados uma vez por semana. Para a determinação do ganho de peso corporal, foi subtraído o peso de cada animal obtido no dia da semana usado para a pesagem do peso registrado na semana anterior. 3.6.2. INGESTÃO ALIMENTAR A ingestão alimentar dos animais foi obtida pesando-se 2 vezes semanais o alimento contido nos comedouros. Por subtração da quantidade de alimento colocada no dia anterior, obteve-se a quantidade de alimento ingerido pelos animais de cada gaiola. A estimativa de ingestão alimentar por rato foi conseguida 37 _______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Motriz – Volume 1, Número 1, 32- 43, junho/1999 através da divisão do consumo total de cada gaiola pelo número de animais contido nela. A ingestão relativa, ou seja, o consumo em função do peso corporal foi calculada dividindo a quantidade de alimento ingerido por rato, pelo seu peso corporal. 3.6.3. EFICIÊNCIA ALIMENTAR A eficiência do alimento foi calculada, através da divisão do ganho de peso corporal do animal em gramas, pelo total de alimento ingerido em gramas, no período respectivo. Este resultado portanto, indica o ganho de peso corporal obtido em grama, por grama de alimento ingerido. 3.7. PROCEDIMENTO ESTATÍSTICO Nas comparações entre apenas 2 (dois) grupos foi empregado o teste t Student para dados não pareados. Em todos os casos foi prefixado o nível de significância estatística para p<O0,05. 4- RESULTADOS 4.1. INGESTÃO ALIMENTAR Os dados apresentados na tabela I representam as diferenças no ganho de peso, no ganho de comprimento e a quantidade diária (em g) de alimento ingerido por 100g de peso corporal respectivamente. Os ratos desnutridos apresentaram menor ganho de peso e maior ingestão alimentar relativa ao peso corporal do que os controle. 4.2. TEORES SÉRICOS A tabela 2 mostra os resultados e sinaliza para os grupos que apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre grupos comparados, em relação aos teores séricos de albumina, proteínas totais, glicose e agl. Os níveis séricos de albumina, foram menores nos animais desnutridos do que nos animais do grupo controle e mais elevados nos exercitados que nos do grupo repouso equivalente. As proteínas séricas mostraram-se mais baixas nos desnutridos repouso que nos controle correspondentes e mais altas nos desnutridos exercitados que nos desnutridos repouso. TABELA 2. Teores Séricos de AIbumina (g/dl), Proteínas Totais (g/dl); Glicose (mg/dl) e Agi (mEq/l) dos Ratos de Todos os Grupos. Grupos Albumina Proteínas Glicose AGL C.R. 2,7±0,3 9,6±0,3 123,3±15,2 212±131,8 C.E. 3,2±0,1a 9,9±0,4 161±12,8a 863±229,7ª D.R. 2,3±0,2d 8,7±0,5d 126,6±9,7 691,6±241,7d D.E. 2,5± 0,1 bc 9,5± O,8b 102,4± 4,9bc 1630,3± 269,3bc Resultados expressos momo media desvio padrão (n = 5); C = Controle; D= Desnutrido; R = Repouso e E = Exercício. a ⇒diferença significativa para p<0.05 de C.E. em relação a C.R. b ⇒ diferença significativa para p<0.05 de D.E em relação a D.R c ⇒ diferença significativa para p<0.05 de D.E em relação a C.E. d ⇒ diferença significativa para p<0.05 de D.R em relação a C.R. TABELA 1. Ganho de Peso (g), Incremento no Comprimento Corporal (cm), Ingestão Alimentar (g/100g peso corporal por dia), e Eficiêncía Alimentar (ganho de peso em g/g de alimento ingerido) dos animais durante o experimento. Grupos Peso Comprimento Ingestão E. Alim. C (10) 98,6± 16,6 4,2± 1,3 4,1±1,0 0,27±0,04 D(10) 75,8±24,0 3.0± 1,5 5,6± 1,0* 0,12±0,02* Resultados expressos como média desvio padrão (n=4); C= Controle; D=Desnutrido. * Diferença significativa para p<0,05 em relação ao controle G 38 _______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Motriz – Volume 1, Número 1, 32- 43, junho/1999 4.3. GLICOGÊNIO HEPÁTICO E MUSCULAR Na tabela 3 são apresentados os resultados dos teores de glicogênio muscular e hepático. Os valores encontrados para o glicogênio muscular foram significativamente inferiores nos desnutridos. exercitados em comparação com os desnutridos repouso. TABELA 3. Teores de Glicogênio (mg %) no FÍgado e no Músculo Gastrocnêmio dos Ratos Grupos Fígado Músculo C.R. 7,9±0,8 0,65±0,03 C.E. 6,8±1,9 0,74±0,05 D.R. 9,2±1,4 0,66±0,08 D.E. 8,4± 0,8 0,46± 0,21 bc Resultados expressos em média desvio padrão (n = 5) C = Controle; D=Desnutrido; R = Repouso e E = Exercício. b ⇒ diferença significativa para p>0,05de D.E. em relação a D.R. c ⇒ diferença significativa para p>0,05 de D.E em relação a C.E. 5. 1. EVOLUÇÃO PONDERAL E DO COMPRIMENTO Houve uma diferença estatística significativa entre os dois grupos em relação aos dados da última semana de experimento, o que concorda com a literatura, uma vez que a dieta hipoprotéica, utilizada neste trabalho e também por outros pesquisadores envolvendo diferentes grupos experimentais, afeta diretamente o ganho de peso e o crescimento dos animais em fase de desenvolvimento, até a chegada da idade adulta, característica essa dos animais empregados aqui. (GOBATTO, 1993). Os animais do grupo controle apresentaram um evolução do ganho ponderal 80% maior e um crescimento aproximadamente 10% maior do que o apresentado pelos animais do grupo desnutrido. Este fato Pode ser justificado por uma baixa eficiência alimentar da dieta hipoprotéica, o que é verificado pelo quociente obtido entre o ganho de peso corporal (em g) dividido por grama de alimento ingerido. A dieta hipoprotéica foi eficiente na desnutrição dos animais, como está claro na literatura, afetando diretamente a formação de hormônios assim como a formação de enzimas importantes no processo de evolução ponderal e do crescimento. Dessa forma fica evidente que o baixo valor biológico desta dieta foi o fator de terminante dos dados encontrados (BIORVELL, 1985). 5.2. INGESTÃO ALIMENTAR Os dados encontrados em nosso estudo contrariam a literatura (MELLO et. al., 1987) uma vez que esta aponta menores valores de ingestão para grupos hipoprotéicos em comparação com os normoprotéicos. Segundo GOBATTO (1993), a diminuição da ingestão pode ser atribuída ao fato de que alterações séricas de aminoácidos promovem alterações na captação periférica e central deste nutriente. Sendo assim, o fato da inibição na ingesta estaria relacionado ao aumento da captação de triptofano pelo cérebro, onde este exerce efeito regulador. Como precursor da serotonina, que por sua vez é um neurotransmissor inibidor da ingestão, a carência de triptofano pode indiretamente reduzir o mecanismo de inibição da ingesta em conseqüência de uma menor produção de serotonina. Assim, sabendo que a concentração sérica de triptofano, é inversamente proporcional ao aumento da proporção de proteína no alimento (pelo fato de que a proteína altera a relação triptofano/aminoácidos de cadeia ramificada, aumentando a concentração destes últimos diminuindo a 41 _______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Motriz – Volume 1, Número 1, 32- 43, junho/1999 hepático para animais desnutridos em relação ao grupo controle. Segundo GOBATTO (1993), estas variações nos resultados seriam provocadas pelos diferentes tipos de dietas empregadas pelos estudiosos. Em sua discussão, o autor aponta a ingestão de dieta hipoprotéica como agente alterador na atividade da enzima glicose-6fosfatase, que por sua vez age na última etapa da liberação da glicose pelo fígado, durante a glicogenólise ou na gliconeogênese. Desta forma, ao reduzir a atividade desta enzima, a glicose ficaria retida no tecido hepático e não seria liberada na corrente sanguínea. Contudo em uma dieta hipocalórica e não hipoprotéica, esse fenômeno parece não ocorrer e, dessa forma, não são detectados elevações do glicogênio hepático, pelo contrário nesse tipo de desnutrição os depósitos hepáticos de glicogênio estão sendo constantemente depletados ou ainda nem chegam a se formar consideravelmente, apresentando baixos níveis de glicogênio. Nenhuma das duas hipóteses justifica nossos resultados, necessitando ainda este aspecto de maiores investigações. 5.8. GLIGONÊNIO MUSCULAR Os níveis de glicogênio muscular apresentaram diferenças significativas apenas entre D.E. e D.R. e D.E e C.E. Nos dois casos os níveis de glicogênio muscular para o grupo desnutrido exercitado apresentaram-se mais baixos. Este fato pode ser justificado pelo aumento da demanda de glicogênio imposta pelo exercício de longa duração associado ao estado de sedentarismo dos animais e ainda ao deficiente estado nutricional apresentado por este grupo. Em comparação com D.R. os 2 primeiros ítens seriam os maiores influenciadores ao passo que em determinantes. Outro fator determinante para esses resultados, pode ser atribuído à menor glicemia encontrada para este grupo, que certamente contribui o para uma mais rápida depleção do glicogênio muscular para o grupo D.E. 6 – CONCLUSÃO O experimento apontou as implicações da desnutrição protéico-calórica sobre os parâmetros relativos ao exercício agudo. Dessa forma podemos concluir que a má-nutrição associada ao sedentarismo acarretará em sensíveis alterações dos padrões considerados normais ou bons de algumas variáveis tais como glicogênio muscular, glicemia e proteínas séricas, intimamente ligadas ao exercício físico. A desnutrição alterou sensivelmente o ganho ponderal e o crescimento dos ratos, fato o qual também contribui sensivelmente para baixos níveis de desempenho motor na idade adulta. Finalmente, podemos concluir que a dieta hipoprotéica, causadora da desnutrição protéico-calórica e também o sedentarismo, afetaram direta e indiretamente o desempenho da atividade motora, quando consideramos os resultados apresentadas nas tabelas 1, 2 e 3. Dessa forma é possível apontarmos a desnutrição protéico-calórica como fator limitante na performance motora, estando suas conseqüências fisiológicas, intimamente relacionadas com alterações metabólicas no exercício físico. Os resultados apresentados pela desnutrição nesse estudo, comprovam a grande importância do estudo desse tema, para as atividades relacionadas ao exercício físico, estando ele ligado ao desporto, profilaxia ou reabilitação. 42 _______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________ Motriz – Volume 1, Número 1, 32- 43, junho/1999 Além disso, a participação de estudiosos dessas áreas nesse tipo de investigação dá, cada vez mais, ênfase à integração dos mesmos junto a pesquisa de base e pesquisa aplicada, possibilitando à Educação Física, ao Esporte e à Motricidade Humana, embasamento teórico, fixado em seu próprio campo interdisciplinar de conhecimento e descoberta. Alguns fatores limitantes influenciaram o estudo. O sistema de morfometria empregado, dividindo a medida em calda e corpo, não é o mais adequado. Contudo para a realização de um método mais eficiente, seria necessário que o animal fosse anestesiado, o que também não ocorreu. Para isso, alguns cuidados devem ser tomados no sentido de evitar a morte por anestesia. Outro fator limitante foi o emprego de animais previamente alimentados com sua respectivas dietas. Para uma análise mais aprofundada seria interessante que os animais fossem submetidos as suas respectivas dietas no momento exato do início do experimento. Para próximas investigações, sugerimos um maior número de animais por grupo,o que dará mais garantia e confiabilidade aos resultados além de manter a integridade de cada grupo, evitando que uma eventual perda de animais de um ou mais grupos, comprometa o desenvolvimento do estudo. Efects of protein-calorie malnutrition in responses to accute exercise (single section) - metabollc p arameters. ABSTRACT The purpose of this study was to present the results of one hipoproteic diet. potentially a malnutrition generater. in an animal modelo and its interference on glicose . .ffa. albumin and total protein serum levels. glicogen liver and muscle as well growth and upper weight. lt was evident also some physiological and matabolic alterations to the acute exercise the animais ware submitted. UNITERMS- Exercise, Malnutrition. 7 – REFERÊNCIAS AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION. Position stand on nutrition for physical fitness and athletic performance for adults. Journal of the American Dietetic Association, v. 87, p. 933-39,1987. BELDA, M.C.R., ZUCAS, S.M. Some effects of quality of protein, food restriction and physical exercise on liver development: hepatic total lipids. In: INTERNA TIONAL SYMPOSIUM ON THE BIOCHEMISTRY OF EXERCISE, 5., Boston, 1992. Proceedings. Champaign: Human Kinetics Publ., 1983. p,487-96. BIORVELL, H.R.S. 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