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Cuidados paliativos oncológicos: controle de sintomas, Notas de estudo de Enfermagem

Uma das necessidades estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde / OMS - em suas recomendações para prevenção e controle do câncer - a prestação de cuidados paliativos aos pacientes fora de terapia antitumoral específica. Isso, mais do que um desafio profissional e gerencial, torna-se uma necessidade imperiosa no nosso meio.

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 21/02/2010

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gerson-souza-santos-7 🇧🇷

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Baixe Cuidados paliativos oncológicos: controle de sintomas e outras Notas de estudo em PDF para Enfermagem, somente na Docsity! Cuidados Paliativos Oncológicos Controle de Sintomas Ministério da Saúde Instituto Nacional de Câncer MINISTÉRIO DA SAÚDE José Serra SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE Renilson Rehem de Souza INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER Jacob Kligerman COORDENAÇÃO E EDITORAÇÃO INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER Centro de Suporte Terapêutico Oncológico/CSTO Rua Visconde de Santa Isabel 274-A Vila Isabel – Rio de Janeiro – RJ – BRASIL - Cep. 20560 120 Tel. e Fax: (0XX21) 2577-9553 / e-mail: csto@inca.org.br Divisão Técnica-Científica/DTC: e-mail: tcient_csto@inca.org.br Coordenação de Ensino e Divulgação Científica Seção de Produção de Material Educativo Rua do Rezende, 128 - Centro - CEP:20231-092 Tel.: (0XX21) 3970-7819 / e-mail:mateduc@inca.org.br FICHA CATALOGRÁFICA B823c Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Cuidados paliativos oncológicos: controle de sintomas. Rio de Janeiro: INCA, 2001. 130p. il. Inclui bibliografia ISBN 85-7318-072-2 1. NEOPLASIAS. 2. CUIDADOS A DOENTES TERMINAIS. 3. SINTOMAS. 4. CENTRO DE SUPORTE TERAPEUTICO ON- LÓGICO. I. Título. CDD 616.994 Tiragem: 3 000 exemplares © 2001 Ministério da Saúde É permitido a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte. Uma das necessidades estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde / OMS - em suas recomendações para prevenção e controle do câncer - a prestação de cuidados paliativos aos pacientes fora de terapia antitumoral específica. Isso, mais do que um desafio profissional e gerencial, torna-se uma necessidade imperiosa no nosso meio. Cuidados paliativos são cuidados ativos totais prestados a pacien- tes e às suas famílias quando se estabelece que o doente já não se bene- ficiará de tratamento anti tumoral. Neste momento, o enfoque terapêutico é voltado para a qualidade de vida, o controle dos sintomas do doente e o alívio do sofrimento humano integrado pelo caráter trans, multi e interdisplinar dos cuidados paliativos. Ressaltamos aqui a necessidade da iniciativa de se criar e manter serviços de cuidados paliativos com a oferta de assistência domiciliar. Re- marcamos, também, que a orientação e o concurso dos familiares e da comunidade, em seu contexto social, são fatores importantes no cuidar e no alcance do equilíbrio psico-emocional indispensável à manutenção da vida compartilhada e digna. Tendo em vista cumprir com nossos objetivos e visando orientar o profissional de saúde que atua na área de cuidados paliativos, vimos a necessidade de uma publicação revisada, ampliada e atualizada de con- ceitos e terapêutica com base na prática cotidiana do Centro de Suporte Terapêutico Oncológico deste Instituto. Adequando e possibilitando a vi- são e divulgação da realidade brasileira, proporcionando a comparabilidade e considerando a experiência internacional, anteriormente único orientador de Cuidados Paliativos Oncológicos. Pag. INTRODUÇÃO----------------------------------------------------------------------------- 11 ESCALA DE CAPACIDADE FUNCIONAL “PERFORMANCE STATUS” --------------- 12 AGITAÇÃO PSICOMOTORA / CONFUSÃO MENTAL ------------------------------- 13 CORTICÓIDE – EFEITOS ADVERSOS -------------------------------------------------- 14 ALTERAÇÃO DA MUCOSA ORAL ------------------------------------------------------ 16 NA CRIANÇA --------------------------------------------------------------------------------------- 16 AGRESSIVIDADE NA CRIANÇA ----------------------------------------------------------------- 17 ANOREXIA--------------------------------------------------------------------------------- 18 NA CRIANÇA --------------------------------------------------------------------------------------- 18 ASCITE -------------------------------------------------------------------------------------- 20 PARACENTESE -------------------------------------------------------------------------------------- 20 CONSTIPAÇÃO---------------------------------------------------------------------------- 22 NA CRIANÇA --------------------------------------------------------------------------------------- 22 CONVULSÃO ------------------------------------------------------------------------------ 24 NA CRIANÇA -------------------------------------------------------------------------------------- 24 DEPRESSÃO------------------------------------------------------------------------------- 25 NA CRIANÇA --------------------------------------------------------------------------------------- 26 DERRAME PLEURAL --------------------------------------------------------------------- 27 TORACOCENTESE E PLEURODESE DIARRÉIA ---------------------------------------------------------------------------------- 30 NA CRIANÇA --------------------------------------------------------------------------------------- 30 DISPNÉIA ---------------------------------------------------------------------------------- 32 NA CRIANÇA --------------------------------------------------------------------------------------- 34 DISTÚRBIO DO SONO ------------------------------------------------------------------ 36 NA CRIANÇA --------------------------------------------------------------------------------------- 36 FADIGA ------------------------------------------------------------------------------------ 38 FRATURA PATOLÓGICA ----------------------------------------------------------------- 39 HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA ------------------------------------------------- 40 HIPERTENSÃO INTRACRANIANA NA CRIANÇA -------------------------------------- 41 HIPERCALCEMIA -------------------------------------------------------------------------- 42 HIPERGLICEMIA -------------------------------------------------------------------------- 43 LINFEDEMA -------------------------------------------------------------------------------- 44 NÁUSEA E VÔMITOS -------------------------------------------------------------------- 45 NA CRIANÇA --------------------------------------------------------------------------------------- 45 OBSTRUÇÃO INTESTINAL --------------------------------------------------------------- 47 NA CRIANÇA --------------------------------------------------------------------------------------- 48 SANGRAMENTO ------------------------------------------------------------------------- 49 NA CRIANÇA --------------------------------------------------------------------------------------- 50 SÍNDROME DE COMPRESSÃO MEDULAR ------------------------------------------ 51 TOSSE E SECREÇÕES NA CRIANÇA --------------------------------------------------- 52 ANEXO 1 – RADIOTERAPIA ------------------------------------------------------------ 53 ANEXO 2 - ANTIBIOTICOTERAPIA --------------------------------------------------- 54 NA CRIANÇA ----------------------------------------------------------------------- 57 PROFILAXIA ANTIMICROBIANA --------------------------------------- 58 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS-------------------------------------------------------- 60 Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 12 Tabela 1 – “Performance Status” - PS Otimizar e revisar sempre a medicação prescrita. Avaliar o benefício almejado. Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 13 AGITAÇÃO PSICOMOTORA / CONFUSÃO MENTAL Estado confusional resultante da queda da função mental em curto espaço de tempo. Pode ser caracterizado por distúrbio da consciência, altera- ção da cognição ou ter etiologia orgânica. • Evitar opiáceos. • Observar corticoterapia (Tabela 2). O corticóide geralmente favorece uma sensação de bem estar, porém pode causar insônia, psicose, agita- ção e depressão. Não tem estes efeitos dependentes da dose, porém é mais comum quando o uso é crônico e em dose alta, tendo ocorrido alteração abrupta da dosagem. • Buscar causas desencadeantes , geralmente multifatorial: hemorragia, metástase cerebral, interação de medicamentos, infecção, alterações metabólicas e nutricionais (hipoglicemia, hipercalcemia, hipocalemia, hiponatremia), impactação fecal, retenção urinária, hipoxemia, dor, hospitalização, doença e idade avançadas. CONDUTA : • Corrigir alterações desencadeantes na medida do possível. • Avaliar e suspender drogas possíveis e reduzir as que não podem ser suspensas. Se em uso de opióide, promover rodízio do mesmo; se com suspensão abrupta do corticóide, retornar à dose prévia. • Proceder orientação do paciente e cuidador e tranqüilizar o ambiente. Prevenir acidentes. • Medicações: haldol - casos leves : 1 mg 3 X dia VO casos severos : 2,5 a 5 mg SC ou IM ou 1 a 10 mg diluídos em 10 ml ABD IV até 3 X dia clorpromazina 25 a 75 mg / dia midazolam até 30 mg/dia (infusão EV ou SC em casos gra- ves) d e x a m e t a s o n a : 1 6 a 3 6 m g / d i a V O ( s e c o m metástase cerebral) Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 14 CORTICÓIDE / EFEITOS ADVERSOS • NEUROPSIQUIÁTRICOS : alucinações, paranóia, delírio, depressão e ansi- edade. • ÚLCERA PÉPTICA : o risco aumenta na associação com anti inflamatórios não hormonais. • MIOPATIA : uso crônico pode levar a miopatia proximal, especialmente nas pernas. Eventualmente podem afetar a musculatura respiratória. • HIPERGLICEMIA : o aumento da glicemia se dá por aumentar a resistên- cia à insulina e por afetar o transporte muscular de glicose não insulino dependente. Paciente com diabetes induzido por uso de corticóides au- mentam muito o risco de desenvolver comorbidades, como infecções, e agravar seu estado com um quadro severo de hiperglicemia. O acompa- nhamento regular de pacientes de risco deve reduzir as complicações por hiperglicemia. Além do controle específico para diabetes, uma hidratação adequada deve ser observada de forma criteriosa. • DOR: o corticóide aumenta a osteoporose. Sua contribuição para o au- mento da dor óssea metastática é incerta, mas sabe-se que podem in- duzir a necrose asséptica da cabeça do fêmur, além de mialgias a artralgias quando da redução da dosagem. • QUEIMAÇÃO PERINEAL: só ocorre quando fazemos infusão rápida de dexametasona ,em dose de 20 a 100 mg Este sintoma é de caráter transitório. • PSEUDOREUMATISMO: síndrome álgica que afeta músculos e articula- ções, associada a redução rápida ou lenta de corticóides, após períodos longos ou curtos de tratamento. Seu tratamento consiste em retornar a dose mais elevada do que estava sendo usada, seguido de uma lenta retirada. • PACIENTES DE RISCO: os que recebem o equivalente a 20 mg/dia ou me- nos de prednisolona tem baixo risco de desenvolver as complicações descritas. A miopatia ocorre mais freqüentemente com o uso da dexametasona, betametasona e triamcinolona. Assim, em pacientes que necessitam de tratamento a longo prazo devemos dar preferência a prednisolona, reduzindo a dose o mais breve possível. O uso em dias alternos também reduz a incidência de efeitos adversos. Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 17 AGRESSIVIDADE NA CRIANÇA Pode ser de intensidade variada e muitas vezes é decorrente de alterações metabólicas e neurodegenerativas. Deve-se atentar para o risco de auto-agressão e de agressão a terceiros, e também para o impacto que causa aos familiares. CONDUTA: • Suporte emocional para a criança e seus familiares e cuidadores. • Haloperidol 0,25 mg duas vezes ao dia, podendo aumentar até 5 mg. • Prometazina para prevenir os efeitos colaterais decorrentes do uso do haloperidol _ 0,5 mg/Kg/dose IM ou IV em 30 minutos u a cada 8-12 horas VO. Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 18 ANOREXIA Perda do apetite é o 2º sintoma mais comum em pacientes com cân- cer avançado, presente em 65% - 85% dos casos. Estudos demonstram que o apetite e a habilidade de comer são mais importantes do que a força física e habilidade de trabalhar. (Padilla, 1986). Apetite e ingestão alimentar são fatores importantes na qualidade de vida para o paciente. • Descartar candidíase oral , dor, impactação fecal, náuseas, uso de fármacos e hipercalcemia. CONDUTA: • “PERMITIR” a ingestão em pequenas quantidades e a intervalos regula- res de alimentos de seu agrado. Incentivar as refeições junto à família. • Medicação: dexametasona 6 mg/dia ou prednisona 5 a 15 mg/dia – ação por curto prazo (cerca de 1 mês) metoclopramida 10 mg VO antes das refeições (favorece o esvazia mento gástrico) megestrol 160 mg/dia • Anorexia é normal nos últimos dias de vida e é necessário que a família do paciente aceite essa limitação. ORIENTAÇÃO DE ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA A alimentação é orientada após avaliação do estado nutricional e das condições clínicas do paciente. Com o objetivo de evitar broncoaspiração, deve ser oferecida posicionando-se o paciente em 30 graus, com o pescoço flexionado para frente. Em casos de distúrbios da deglutição, pode ser utiliza- da sonda naso-enteral, sendo a gastrostomia outra opção para casos selecionados. Em pacientes terminais, a alimentação está indicada para todos que tenham fome e algum grau de consciência. Pacientes comatosos, em geral, não requerem alimentação. Entretanto, mesmo sabendo que a criança não sente fome ou do real perigo de pneumonite por aspiração, os pais ou res- ponsáveis podem querer alimentar a criança, o que deve ser considerado e discutido. A anorexia pode derivar de desconforto bucal, náuseas, dificuldade Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 19 de deglutir, constipação, dor, doença avançada, depressão, uso de fármacos ou disfunção neurológica irreversível. Se possível, deve-se tratar a causa. • Aconselhar aos pais oferecer à criança pequenas quantidades dos ali- mentos preferidos, independentemente dos valores nutricionais. • Metoclopramida 0,1a 0,2 mg/Kg, pode ser utilizada em alguns casos, antes das refeições para melhorar a motilidade gástrica. Dose máxima de 0,8 mg/Kg/24 h. Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 22 CONSTIPAÇÃO INTESTINAL Evacuação em intervalo menor que 3 dias, ou menos freqüente que o habitual para o paciente. Este sintoma muito comum, debilitante está presente em aproxima- damente 40% dos casos de câncer avançado, sendo prevalente em 90% dos pacientes usando opióide. Fatores de risco: imobilidade, baixa ingesta hídrica, dieta com pouca fibra, hipocalemia, hipercalcemia, uso de opiáceos, uso de antidepressivos tricíclicos, uso de hioscina, uso de clorpromazina. Pode ser causado por compressão tumoral do intestino ou invasão do plexo. Desconforto familiar e falta de privacidade também podem ser agen- tes causadores. Usualmente pode ser identificado por queixa de anorexia, náuseas, vômitos, dor abdominal, diarréia paradoxal e incontinência urinária, tenesmo, obstrução intestinal delírio em idosos. CONDUTA : • Prevenir sempre. • Orientação nutricional • Proceder ao toque retal, palpação e ausculta abdominal. Desimpactação e retirada digital de fecaloma se necessário. • Hidratação • Medicação : laxativos – priorizar quando em uso de opióides óleo mineral 20 a 40 ml 1 a 3 X dia supositório de glicerina 2/2 dias – principalmente em pacientes paraplégicos. clister glicerinado - quando as medidas anteriores não surti- rem o efeito desejado ou como medida inicial para esvaziamento do cólon. CONSTIPAÇÃO INTESTINAL NA CRIANÇA Imobilidade, disfunção muscular, síndromes pseudo-obstrutivas, estenose anal adquirida, distúrbios metabólicos e medicamentos podem cau- sar constipação intestinal. Considerar se há distúrbio metabólico reversível; caso não haja, estão indicados lubrificantes e laxativos. Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 23 • Óleo Mineral: Deve-se ter cuidados especiais com pacientes neurológi- cos pelo risco de broncoaspiração. Nestes casos pode-se usar supositóri- os ou enemas . Dose de ataque: 5 a 11 anos = 30 ml para cada 10 Kg, dividido em 2 a 4 vezes ao dia. 12 a 15 anos = 45 ml/dia dividido em 1 a 3 vezes ao dia. • Deve ser sempre utilizado para pacientes em uso de opiáceos: 5-10 ml/ dose –VO 1-4 vezes ao dia. • Aumento da ingestão de fibras na dieta e aumento da ingestão de líqui- dos. • Fibras, supositórios e enemas: São contra-indicados em pacientes neutropênicos e plaquetopênicos. Causas neuro-musculares não melhoram com laxativos osmóticos ( óleo mineral) e estes ainda aumentam a incontinência fecal. Nestes casos, usar mais fibras na dieta e supositórios para estimular a defecação. Casos indivi- dualizados, em pacientes não neutropênicos e não plaquetopênicos, após discussão com a equipe, pode ser utilizada a estimulação por enema. Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 24 CONVULSÃO Causas mais comuns: tumor, Acidente vascular encefálico, doença pré existente. Causas menos comuns: hipóxia, metabólica (uremia, hipoglicemia, hiponatremia, sepse), uso de drogas ou álcool. Metástase cerebral não seu tratamento profilático (exceto quando o primário é melanoma) Tratamento deve ser iniciado quando e se ocorrer crise convulsiva. CONDUTA: Medicação: fenitoína 100 mg 3 X dia VO; carbamazepina 100 a 200 mg 2 X dia VO – convulsão focal; dexametasona 16 a 24 mg / dia VO se com hipertensão intracraniana. Quando grave, em coma profundo a medicação é suspensa. Se com sobrevida de dias , havendo necessidade , usar fenobarbital 100 a 200 mg IM/ dia ou 200 a 300 mg / dia SC. CONVULSÃO NA CRIANÇA Ocorre por progressão de doença neurológica ou alteração metabólica. CONDUTA: • Diazepam _ 0,2mg/Kg/dose, até 3 doses. Seguido de: • Fenitoína Dose de ataque: 15 mg/Kg/dose Dose de manutenção: 5 a 7 mg/Kg/dia dividido em 2-3 doses. Caso não cessem, associar: • Fenobarbital Dose de ataque: 10-20 mg/Kg/dose Dose de manutenção: 3-5 mg/Kg/dia dividido em 1-2 doses. Caso a criança já faça uso prévio de um dos anticonvulsivos: • Carbamazepina Dose de ataque : 10 mg/Kg/dose via retal, nasogástrica ou nasoduodenal. Dose de manutenção: 10-40 mg/Kg/dia dividida em 8/8 ou 6/6 horas. Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 27 DERRAME PLEURAL Volume anormal de líquido na cavidade pleural A toracocentese é o método de aspiração de líquido pleural através de uma agulha ou cateter introduzido através da pele e parede torácica . Indicação terapêutica: alterações da função respiratória devido ao derrame pleural volumoso, com conseqüente colapso pulmonar e disfunção respiratória. Contra indicações: diátese hemorrágica incorrigível ou terapêutica anticoagulante. Avaliação e preparo do paciente:Obter exame radiológico do tórax póstero anterior, perfil e decúbito lateral (Laurel) quando possível. Explicar o procedimento ao paciente e familiar . Pessoal e material : • Profissional de saúde treinado ; • Equipo de soro, cateter 14 ou 18, solução anti-séptica , gazes estéreis, luvas estéreis, xilocaína a 1% ou a 2% sem adrenalina, agulhas nº 25 ou 23, seringas de 5 e 10 ml , esparadrapo, gorro e máscara . Técnica : • Colocar o paciente sentado, com as costas retas e os braços apoiados em uma mesa a sua frente , no encosto de sua cadeira ou nos joelhos. • Localizar o derrame através de exame físico e identificar a margem superior da macicez . • Deverá ser introduzida a agulha a dois espaços intercostais abaixo da margem superior da macicez na região posterolateral do tórax. Guiar sempre a agulha sobre a borda superior da costela inferior. O ponto escolhido para punção deve ser marcado por pressão com a unha ou outro objeto que marque a pele sem ser removido pelo anti-séptico; • Luvas estéreis. • Preparar a pele com anti-séptico. • Anestesiar a pele e os tecidos mais profundos no local desejado e marca- do anteriormente até a pleura parietal (aspirar a seringa antes de cada injeção, para certificar-se de que o anestésico não está sendo injetado diretamente em um vaso. • Se alcançar o periósteo da costela, anestesiá-lo . Em seguida dirigir a agulha para cima da costela, avançando-a, aspirando e anestesiando o Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 28 trajeto, até que ocorra refluxo de líquido pleural para dentro da seringa. Se não conseguir obter líquido pleural, tentar fazer com que o paciente se incline para trás em direção à agulha; • Retirar a agulha e aplicar o cateter na mesma direção e profundidade da agulha até a saída do líquido pleural; • Conectar o equipo à extremidade do cateter; • Abrir o equipo e abaixar para um depósito coletor; • Após retirar o líquido desejado, retirar o cateter e fazer um curativo, tomando cuidado de manter o cateter com seu orifício tampado para evi- tar a formação de pneumotórax. Cuidados no procedimento: • Drenagem lenta. • Deve-se interromper ou diminuir a drenagem temporariamente quando apresentar tosse ou desconforto, devido ao risco de desenvolvimento de um quadro de edema agudo de pulmão após uma rápida expansão do parênquima pulmonar. • Percutir e auscultar o hemitórax, verificando se existe pneumotórax; • Obter um exame radiológico do tórax, expirado póstero anterior, para verificar se existe pneumotórax (se possível). Complicações : • Pneumotórax – por entrada de ar externo pelo cateter ou lesão do parênquima pulmonar pela agulha. • Hemotórax por lesão de artéria intercostal . • Hipoxemia (ocorre após toracocentese, mas pode ser evitado pela administração temporária de oxigênio). A pleurodese é um procedimento cirúrgico no qual se introduz no espaço pleural substâncias irritantes químicas, que levam a forte aderência entre as pleuras viscerais (pulmão) e parietais (superfície interna da cavidade torácica). Indicações: • PS até 3; • Efusão pleural que reacumule rapidamente ou repetidamente após três toracocenteses; • Expectativa de vida > 1 mês; • Derrame pleural livre (não septado) e periférico (decorrente da inflama- ção da superfície pleural com aumento da permeabilidade capilar e transudação de líquido no espaço pleural). Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 29 Técnica (profissional de saúde médico): • Paciente em decúbito dorsal ou lateral. • Assepsia e anti-sepsia. Anestesia local com lidocaína a 2% sem adrenalina. • Colocação de dreno de tórax (28 ou 32 F), em linha axilar média, no 6º ou 7º espaço intercostal, em selo d’água (pressão negativa de 15 a 20 cm H²O). • Permanecer drenado por 2 a 3 dias, buscando o contato entre a superfície pleural parietal e visceral e com drenagem < 200 ml /24h. • RX de tórax para certificar de que todo o líquido foi evacuado. • Analgesia central. • Instilação de solução esclerosante através do dreno de tórax: tetraciclina 2 g diluído em 80 ml de solução salina + 20 ml lidocaína 1% sem adrenalina. • Deixar dreno fechado por 6 horas. • Mobilizar o paciente a cada 2 horas para “distribuir” o agente esclerosante. • Abrir o clampe do dreno após as 6 horas e deixá-lo em selo d’água (15 cm H²O) por 48h. • Retirar o tubo. Complicações: • A não re-expansão completa do pulmão é uma complicação que pode dificultar futuras tentativas de pleurodese devido a aderência irregular provocada, o que permite a formação de um novo derrame pleural des- ta vez possivelmente septado. • A infecção da cavidade pode propiciar a formação de um empiema pleural e até o encarceramento pulmonar, o que provoca o agravamento do quadro clínico do doente. • A dor é um sintoma comum, mas é de fácil controle com o uso de opiáceos nos pós operatório imediato. Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 32 DISPNÉIA O grau da dispnéia pode não estar diretamente relacionado a seve- ridade do quadro clínico, visto ser um sintoma subjetivo. Avaliar sempre a causa base. Ocorre em aproximadamente 60 a 70 % dos pacientes com câncer avançado. CONDUTA : • Na dispnéia do câncer avançado é preconizado o uso de nebulização com morfina. • Usar morfina 2,5mg associado a dexametasona 2 mg (a dose da morfina pode ser aumentada até 50 mg) diluído em 2,5 ml de SF 0,9% para evitar o causado pela ABD. • Associar fenoterol se houver ausculta com broncoespasmo não aliviado pelo corticóide. • Quando sem resposta à morfina tentar nebulização com furosemida 20 mg. • Manter a cabeceira elevada , preferencialmente o paciente sentado e o ambiente bem ventilado. • Se com hipoxemia, indicar oxigenioterapia: A indicação é definida pela coleta de amostra de sangue arterial, com o paciente em ar ambiente, para a realização de gasometria . O critério único para indicação da necessidade de oxigenioterapia foi definido como o hipóxia em ar ambiente com PaO2<85 mmHg. A administração de O2 é feita sob cateter naso faringe. CONDIÇÕES ASSOCIADAS À INDICAÇÃO E SUAS CONSEQÜÊNCIAS: Associada ao diagnóstico de hipóxia por gasometria arterial, são adotados os seguintes critérios clínicos: - Lesões pulmonares múltiplas ou extensas, primárias ou se- cundárias aqui incluída linfangite carcinomatosa. - Obstrução de vias aéreas extrínsecas ou intrínsecas. Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 33 CONTRA-INDICAÇÕES : Anemia, Asma, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Corpo estranho, Infeções, Insuficiência Cardíaca Congestiva, entre outras causas agudas que possam acarretar hipoxemia ,deverão ser tratadas primariamente a causa base. COLETA DE SANGUE PARA GASOMETRIA ARTERIAL: • Puncionar preferencialmente da artéria radial e manter comprimido pós punção por 10 minutos. • Usar sempre luva de procedimento. • Colher em seringa de 5 ml descartável previamente heparinizada. • Vedar a agulha com rolha de borracha. • Manter refrigerado em caixa de isopor com gelo – separar a seringa do contato direto do gelo • Entregar direto no laboratório Descartar possibilidade de embolia pulmonar, quando é indicado heparinização plena (1000 UI/h) e controlar o Tempo de Coagulação em 2 a 3 X o normal. Proteger mucosa gástrica. • Se obstrutiva, desobstruir vias aéreas superiores e avaliar necessidade e indicação de traqueostomia (critério de PS até 3 e avaliação clínica) • Checar possibilidade de síndrome de veia cava superior – é recomenda- do o uso de dexametasona 24 mg IV + 8 a 12 mg / dia ou prednisona 1mg/ kg/dia – avaliar RXT (vide protocolo anexo) • Soluço – indicado uso de clorpromazina 25 mg 4/4h VO ou 12,5 mg IV 4/4h ou 6/6h; metoclopramida 10 mg 8/8h;midazolam 2 a 10 mg IV/dia • Broncoespasmo : aminofilina 6 mg/kg em 200 ml de SG 5 % em 30 minu- tos + manutenção 0,25 a 0,75 mg/kg/h. Associar hidrocortisona 300 a 500 mg IV. Após crise aminofilina 100 mg 3 X dia VO. • Checar necessidade de punção aliviadora para ascite ou derrame pleural - vide capítulo • Insuficiência cardíaca congestiva – indicado o uso de furosemida 20 a 80 mg IV ou VO + inibidor da enzima de conversão da angiotensina em dose baixa (6,25 a 12 mg 2 X dia) • Tosse - indicado codeína suspensão aquosa 30 a 60 mg / dia – manter por cerca de 1 semana após remissão de sintomas. Não associar morfi Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 34 na. Associar broncodilatador e manter paciente hidratado (avaliação clínica). Afastar possibilidade insuficiência cardíaca congestiva e efeito colateral do inibidor da enzima de conversão da angiotensina. • Excesso de secreção brônquica – indicado mucolítico 3 a 4 X dia e nebulização com salina com ou sem fenoterol • Rever se há anemia severa – indicado hemotransfusão se Hb < 7 e com sangramento controlável • Ansiedade crônica – indicado uso de benzodiazepínico 5 mg IV ou 10 mg VO • Dor • Obstrução tumoral: Rever RXT Dexametasona 8 a 12 mg – evoluindo para 4 mg / dia pela manhã após melhora dos sintomas. • Linfangite : dexametasona 4 a 12 mg/dia. Rever associação com diurético devido a retenção fluida. Considerar uso de opióides e ansiolíticos. • Dispnéia persistente – iniciar morfina 5 a 10 mg 4/4h • Pneumonia - vide protocolo de uso de antibióticos DISPNÉIA NA CRIANÇA Sintomas de insuficiência respiratória incluem irritabilidade, medo de dormir, sonolência diurna, cefaléia matutina, palpitações e náuseas. Na an- gústia da dificuldade respiratória é muito importante a confiança na equipe terapêutica PODE-SE UTILIZAR: • Oxigênio. • Cabeceira elevada. • Opiáceos ( morfina). • Benzodiazepínicos: Midazolan – 0,1-1 mcg/Kg/hora. Associada à morfina quando houver taquipnéia, com fáceis de sofrimento e uso dos músculos acessórios da respiração. • Punção aliviadora ou drenagem pleural fechada e pleurodese em caso de derrame pleural. • Transfusão de concentrado de hemácias em caso de anemia. • Punção aliviadora ou paracentese em caso de distensão abdominal por ascite. Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 37 seja afetivamente significativo para ela e que sinta-se acolhida pela equipe. O uso de corticóides por períodos prolongados pode causar sintomas psicóticos, que geralmente vêm acompanhados de intensa ansiedade. Quando necessá- rio pode ser introduzida medicação anti-ansiolítica. CONDUTA: • Suporte emocional à criança e a seus familiares cuidadores. • Benzodiazepínico – 0,12 – 0,8/Kg/24h dividido em 6/6 ou 8/8 horas. • Haloperidol – 0,01 – 0,1 mg/Kg/dose a cada 8-12 horas VO. Somente em casos de sintomas psicóticos como delírio e alucinações. • Prometazina para prevenir efeitos colaterais decorrentes do uso de haloperidol – 0,5 mg/Kg/dose – IM ou IV em 30 minutos ou a cada 8-12 horas VO. Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 38 FADIGA É a sensação de cansaço extremo devido a combinação de sintomas físicos e mentais. Praticamente universal nos estágios finais da doença. Fatores desencadeantes: Pós quimio e radioterapia, uso de corticóides, distúrbios metabólicos (por exemplo: hipoglicemia, hipopotassemia, hipercalcemia, insuficiência hepática ou renal, distúrbios tireoidianos), sangramento, sedação, sepse, depressão, deficiência nutricional, medicamen- tos, dentre outros. CONDUTA • Embora fadiga seja o sintoma mais comum em pacientes com câncer avan- çado, é o sintoma para o qual temos as soluções menos satisfatórias. • Identificar e reverter, se possível, a causa base. • Quando a fadiga ainda é leve, estimular pequenas atividades físicas para preservar força muscular. • Ajudar o paciente a estabelecer prioridades. Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 39 FRATURA PATOLÓGICA Ocorre mais comumente em câncer de mama (53%), de rim (11%), pulmão (8%) e tireóide (5%). Comum em região cervical, fêmur e úmero. O paciente apresenta dor, deformidade no membro acometido com, por vezes, equimose. Os objetivos são: aliviar a dor, preservar mobilidade quando possível e facilitar o cuidado ao paciente. CONDUTA : • Analgesia apropriada • Fixação interna e radioterapia paliativa Na impossibilidade de outra conduta, prover calha gessada anti rotatória na fratura de fêmur ou tipóia canadense para dar maior conforto ao pa- ciente. • Bi-fosfonatos podem reduzir eventos no esqueleto, sendo indicado para progressão das metástases ósseas e fraturas patológicas, (dose = 60 a 90 mg diluídos em 500 ml de solução salina, infundida em 4 - 12 h). Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 42 HIPERCALCEMIA É a emergência metabólica mais comum em oncologia ocorrendo em 10% a 20% de todas as neoplasias. Definido pelo cálcio sérico corrigido > 11 mg/dl Sinais e sintomas: desidratação, anorexia, fadiga, dor, prurido, apa- tia, irritabilidade, hiporreflexia, dentre outros. Mais freqüente: mieloma múltiplo, câncer brônquico, metáteses ósse- as, câncer de mama, tumor de células escamosas de cabeça e pescoço e câncer de tireóide. Imobilidade, uso de diuréticos tiazídicos e desidratação podem contri- buir para esta ocorrência. CONDUTA: • Hidratação: 2 a 3 l SF 0,9 % / 24 h – respeitando a avaliação clínica do paciente - pode ser suficiente para pacientes assintomáticos com cálcio sérico corrigido em até 12 mg/dl; • Repor potássio se necessário; • Pamidroato – iniciar após hidratação e adequado débito urinário (se cál- cio corrigido >12 mg/dl) 15 a 90 mg IV em 500 ml SF 0,9% por 4 h – efeito em 4 a 5 dias; Acetaminofen 500 mg para prevenir febre após infusão do pamidroato. cálcio corrigido = cálcio mg/dl+ 0,8 (4-albumina sérica) dose recomendada Cálcio sérico até 13 mg/dl 15 a 30 mg 13 a 15 mg/dl 30 a 60 mg > 15 mg/dl 60 a 90 mg • Na hipercalcemia crônica – incentivar deambulação, se possível aumen- tar a ingesta hídrica evitar diuréticos tiazídicos ,bloqueador H2 e preparações que contenham cálcio corticóide – prednisona 20 a 40 mg / dia se diagnóstico de mieloma ou linfoma clodronato 1600 mg/dia Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 43 HIPERGLICEMIA A intolerância à glicose é uma das primeiras anormalidades metabó- licas descritas em pacientes com câncer avançado. Ocorre antes mesmo da perda de peso e da caquexia. Com a progressão do câncer, piora a resistên- cia periférica à insulina, determinando dificuldades no controle glicêmico. CONDUTA : • Duas ou mais dosagens da glicemia de jejum >110 mg/dl. • Observar corticoterapia crônica (vide anexo 9) • Orientar dieta. • Hipoglicemiante oral – clorpropamida 125 a 1000 mg /dia dividido em até 3 tomadas (observar menor concentração da divisão da dose na possibi lidade de hipoglicemia noturna). • Insulina NPH – indicada se não houver controle com hipoglicemiante oral. Após titulação da dose de insulina regular de acordo com a glicemia capi- lar pré prandial 4 x dia Aplicar insulina regular SC de acordo com o intervalo de variação da glicemia capilar (atenção aos diferentes valores orientados pelas diversas marcas de fita). Em geral: Até 180 mg % não fazer 181 a 240 mg % 2 a 4 UI 241 a 300 mg % 3 a 6 UI 301 a 400 mg % 4 a 8 UI acima de 400 mg % 6 a 10 UI Cálculo de NPH : somar o total de unidades usadas de insulina regu- lar /dia administrada em 3 dias consecutivos e dividir por 3.Do quarto ao sexto dias aplicar 1/3 a ½ da dose da insulina NPH calculada antes do desjejum e manter o mesmo esquema de controle com a insulina regular. Ao término do sexto dia ,somar as unidades de insulina regular ne- cessárias nesta segunda etapa, dividir por 3 e acrescentar 1/3 a ½ das unida- des calculadas de insulina NPH ao primeiro cálculo. Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 44 LINFEDEMA A ocorrência nos MMSS está em 40% dos casos relacionada a linfadenectomia axilar e RXT; nos MMII geralmente decorre de tumoração pélvica. Na indisponibilidade de realizar color doppler e outros complementares,devemos excluir tumoração, cisto, ascite, trombose ve- nosa profunda, insuficiência cardíaca congestiva e baixa acentuada da dosagem sérica de albumina. CONDUTA : • Observar se há queixa do paciente. • Observando a função renal, aumentar , se possível, a ingesta protéica. • Antibióticos (critérios já estabelecidos) – devemos dar ênfase em preve- nir (por ex. com uso de penicilina V - 0,5 a 1 g a cada 6 ou 8 h). Para tratamento usamos por 14 dias conforme sensibilidade apresentada. • Drenagem postural • Compressão: visa manter diminuído o volume do membro. • Suporte: quando a diminuição do membro não é prevista ou é desne- cessária. • Exercício: visando preservar o movimento do membro acometido. • Se linfedema de MMII – compressão, se MMSS – compressão e suporte • Higiene – sugerimos uso de permanganato de potássio. • Uso de diurético – furosemida 40 a 80 mg/dia associado a espironolactona 200 a 400 mg/dia no caso de edema generalizado. • Se sem sucesso após 2 a 3 dias o uso de diuréticos, iniciar dexametasona 16 mg/dia (caso de compressão linfática). • Quando com comprometimento venoso associado (tumor ou trombose), acrescentar corticóide ao diurético. Usar anticoagulante (cumarínico ou Acido acetil salicilico). Não esquecer do bloqueador H². • Infiltração tumoral – suporte. • Pele frágil – suporte e compressão. Linforréia – rever perda da continuidade. Fazer compressão por cerca de 48h (aplicando vaselina).Prevenir infecção. • Por tumor abdominal ou pélvico – usar corticóide (dexametasona 16 mg) e diurético (furosemida 40 a 80 mg + aldactone 200 e 400 mg). Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 47 OBSTRUÇÃO INTESTINAL Situação na qual o trânsito através do trato gastro intestinal é retar- dado ou obstruído. • Maior causa é carcinomatose peritoneal – mais freqüente no tumor de ovário – 40 % , seguida de tu de cólon e retal – 20 %, e pâncreas, estô- mago e colo de útero. • 30 % dos pacientes tem patologia obstrutiva benigna. Sintomas: vômitos dor distensão abdominal peristalse aumentada parada de eliminação de gases e fezes • Exame físico: inclui toque vaginal e retal, rotina de abdome agudo e exa- mes laboratoriais (rever distúrbios metabólicos, a ex. : potássio e cálcio) CONDUTA: • Diferenciar entre abdome agudo clínico e cirúrgico CLÍNICO: • Dieta zero • CNG em sifonagem se ocorrerem mais de 3 episódios em 6 horas (avaliar a vontade do paciente) • HV (40 a 50 ml / kg / dia) + reposição eletrolítica • Observar indicação do haloperidol 0,5 mg 3 X dia, como tratamento sintomático CIRÚRGICO: • PS até 3 (correção de prolapso – PS até 2) • Metástase hepática, ascite ou insuficiência renal contra-indicam o procedimento cirúrgico • Dieta zero • CNG – conforme já descrito • HV – conforme já descrito Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 48 • Anti-espasmódico – hioscina até 240 mg /dia IV • Bloqueador H² – ranitidina 50 mg IV 8/8 h • Metoclopramida – 1 ampola IV até 6/6h • Transfusão de hemáceas se necessário – manter Hb > 7 mg % • Demais sintomáticos OBS: PS até 3, sem indicação de colostomia , rever benefício de GTO descompressiva (considerar se com uso permanente do CNG após 2 sema- nas). Tabela 3 - Obstrução intestinal maligna - (não cirúrgica) INDICAÇÕES Metoclopramida Brometo de N. Butil Escopolamina Haloperidol Octreotide DOSE SC OU IV 10 mg - 6/6 h 20 mg até 4/4 h 5 mg - 2x dia 150 a 300 mg infusão contínua OBSTRUÇÕES MECÂNICAS PARCIAIS NA CRIANÇA Causadas por tumores e aderências ou, por refluxo gastrintestinal. Frequente em pacientes neuropatas. TRATAMENTO: • Metoclopramida para aumentar o esvaziamento gástrico, 0,1 a 0,2 mg/ Kg/dose - ( IV ou IM ou VO ) de 8/8 h • Hidróxido de alumínio com magnésio – 5-15 ml VO a cada 3-6 horas • Ranitidina 1-2 mg/Kg/dia , dividido em 3 doses IV ou 2-4 mg/Kg/dia dividi- do em 2 doses VO Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 49 SANGRAMENTO Excluir trauma, coagulopatia, fármacos, insuficiência hepática grave, coagulação intravascular disseminada, plaquetopenia etc. CONDUTA : • Sedação se necessário com benzodiazepínico 5 a 20 mg IV ou - midazolam 5 mg IM ou IV • Medicação :reposição com SF 0,9 % TGI –suspender AINH e corticóide. Caso de vômito, iniciar anti- emético usar ranitidina 300 mg 12/12h considerar uso de acido épsilon aminocaproico Transvaginal - avaliar uso tampão vaginal Iniciar acido épsilon aminocapróico 100 a 200 mg / kg 3 a 4 x dia (IV diluir em 250 a 500 ml de SF 0,9 % ou SG 5%) Hemoptise severa – ácido épsilon aminocapróico (dose des- crita acima) Hemoptise discreta – iniciar codeína Epistaxe – tamponamento nasal anterior e gelo local Sangramento oral – soro gelado considerar acido épsilon aminocapróico Sangramento do estoma – compressão local Transretal – avaliar uso de acido épsilon aminocapróico 100 a 200 mg/ kg 3 a 4 x dia (IV diluir em 250 a 500 ml de SF 0,9 % ou SG 5%) Hematúria – irrigação com cateter de triplo lúmen • Compressão local e curativo compressivo • RXT – vide protocolo • Ligadura de carótida externa – procedimento de urgência realizado em pacientes que possam se beneficiar . Evitar lesão cervico oral extensa e congelamento cervical. • Em cuidados paliativos, entendemos que o procedimento de transfusão deva ser avaliado com critério, tendo definido quando o paciente esti- ver severamente sintomático, podendo se beneficiar do procedimento. Anemia e astenia são sintomas comuns em pacientes com câncer avan- çado. Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 52 TOSSE E SECREÇÕES NA CRIANÇA TOSSE: O tratamento da tosse cuja causa não pode ser combatida é contro- verso e baseia-se em experiências com adultos. CONDUTA: • Codeína – 1-1,5 mg/Kg/24h dividido em 4/4 ou 6/6 horas. Dose antitussígena. • Nebulização com broncodilatadores: Fenoterol _ 1 gota/3Kg • Corticosteróides: Prednisona _ 1mg/Kg dividido em 12/12 horas VO. SECREÇÕES: Acometimento neurológico grave implica em dificuldade de deglutir saliva. Isso leva a desconforto por acúmulo de secreções salivares. Medica- ções anticolinérgicas podem ser usadas. • Hioscina _ 0,06125 a 0,250 mg VO de 4/4 horas Ou • Atropina _ 0,01 mg/Kg/dose SC ou VO Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 53 RADIOTERAPIA PALIATIVA Priorizar pacientes com PS até 3 • Metástase óssea : 80 % dos pacientes respondem em 1 a 2 semanas, independente da radio sensibilidade. Também melhora a dor da fratura patológica. Maior benefício nos tumores de mama , próstata , tireóide e pulmão. Toxicidade varia com o sítio e extensão irradiada. Geralmente com duração curta e auto – limitada (se estômago e fígado no campo – náusea e vômitos; se intestino delgado – cólica e diarréia). Caso necessário radiação do hemicorpo, usar pré tratamento: hidrocortisona 100 mg + metroclopramida 10 a 20 mg + hidratação. • Metástase cerebral: Alívio da cefaléia em 70 % dos casos. Confusão, déficit motor e sensitivo respondem em > 50 % casos. Após radiação, desmamar corticoterapia. • Obstrução brônquica: Tosse e hemoptise – casos persistentes ou que piorem a despeito do tratamento conservador. Dispnéia: responde em 90 % dos casos. • Compressão de medula: Sem instabilidade da coluna. Necessário diag- nóstico e conduta nas primeiras 72 h do início dos sintomas. • Síndrome de Veia Cava Superior: Após tratamento conservador. Man- ter corticóide após RXT . • Tumores exofíticos: Visa controle do crescimento tumoral, do exsudato e do sangramento. • Hemorragia: casos de hemoptise, metrorragia, hematúria, sangramento retal e sangramento de estoma. Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 54 ANTIBIOTICOTERAPIA Estas são sugestões de antibioticoterapia quando para início empírico, nos casos em que a evidencia da literatura tradicional já denota o germe provável. Noutro sim, é preferencial haver coleta de culturas para tratamento específico e discernimento do valor quantitativo de colônias bacterianas. A avaliação da eficácia do tratamento proposto advém da resposta clínica e laboratorial específica. Alertamos para as correções que se façam necessárias com relação a função renal ou hepática Erros passíveis de ocorrerem: • seleção inapropriada da droga ou via de administração; • drenagem incorreta de abscesso; • superinfecção; • resistência à droga estabelecida; • associação não identificada de 2 ou mais agentes etiológicos; • imunodeficiência do paciente; • causas não infecciosas. Em alguns casos, a infecção é parte natural do processo de morte e o uso de antibióticos não altera o prognóstico. O uso de antibióticos está associada a reações adversas sérias.Com isso, a decisão do uso deve ser baseada na evidência da presença de uma infecção tratável. • Bacteriúria é comum em pacientes com câncer avançado e universal em pacientes cateterizados, com isso devem ser tratados se houver sinto- mas de infecção do trato urinário(febre e disúria). • Grande desvio para esquerda no diferencial de células brancas só nos autoriza a iniciar antibioticoterapia se o paciente estiver sintomático e for se beneficiar do procedimento. Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 57 ANTIBIÓTICOTERAPIA NA CRIANÇA Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 58 PROFILAXIA ANTIMICROBIANA EM CIRURGIAS ONCOLÓGICAS Cirurgia de tumores necrosados e/ou ulcerados: A coleta de material para cultura em superfícies abertas ou ulceradas (swab) deve ser precedida de limpeza mecânica utilizando-se soro fisiológi- co. O antibiótico a ser utilizado no pré-operatório deve ser iniciado de acordo com o antibiograma e mantido em doses elevadas durante o ato cirúrgico, afim de controlar a disseminação da infecção durante o manuseio cirúrgico. Qualquer material, de aspecto purulento ou não, encontrado durante o ato operatório deve ser encaminhado para cultura e antibiograma. A manutenção deste antibiótico no pós-operatório deve ser discutido. Instituto Nacional de Câncer Cuidados Paliativos Oncológicos - Controle de Sintomas 59 PROFILAXIA ANTIMICROBIANA 1) gastrostomia e transversostomia: cefazolina 2g 2) colostomia terminal e fístula mucosa: cafazolina 2g + metronidazol 1 g OBS: A600 mg pri2 gm600 mge400 mgira dose deve ser feita na indução anestésica ,caso a intervenção seja longa (acima de 2h) ou existir perda de sangue maior que 1 litro, administrar a 2ª dose intra-operatória (1g de cefazolina2 g). Se necessário a 3ª dose, fazer após 3h a 2ª dose. A associação com metronidazol é indicada quando os patógenos anaeróbios constituírem grande parte da flora residente. A presença de drenos não justifica,normalmente, a manutenção além do período crítico do ato ope- ratório (contaminação grosseiramente estende a profilaxia em 24h). A dose de cafazolina2 g para peso menor que 50 kg = 30mg/kg/IV. • Em casos de alergia a betalactâmicos: vancomicina 1 g 1 g IV 30 mg em1g dose única. • Em caso de cultura de urina positiva recente, considerar o processo cirúrgi- co como infectado.
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