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UNIDADE V - LIPÍDIOS 1. CONCEITO Os lipídeos são vulgarmente conhec, Notas de estudo de Biomedicina

Lipídeos - Lipídeos

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 24/01/2010

camila-sena-12
camila-sena-12 🇧🇷

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Baixe UNIDADE V - LIPÍDIOS 1. CONCEITO Os lipídeos são vulgarmente conhec e outras Notas de estudo em PDF para Biomedicina, somente na Docsity! UNIDADE V - LIPÍDIOS 1. CONCEITO Os lipídeos são vulgarmente conhecidos como gorduras, mas na verdade, é um grupo de compostos heterogêneos que incluem os óleos e gorduras normais, ceras e componentes correlatos encontrados em alimentos, na forma de triglicerídeos, e no corpo humano encontram-se distribuídos em todos os tecidos, principalmente nas membranas celulares e nas células de gordura (adipócitos). Abrangem um conjunto de substâncias químicas que, ao contrário das outras classes de compostos orgânicos, não são caracterizadas por algum grupo funcional comum, mas pela solubilidade de certas substâncias, ou seja, pela baixa solubilidade em água e outros solventes polares, e alta solubilidade em solventes apolares orgânicos como éter, acetona e clorofórmio. Suas propriedades físicas estão relacionadas com a natureza hidrófoba das suas estruturas, sendo todos sintetizados a partir da acetil-CoA. A importância do metabolismo lipídico advém desta característica hidrófoba das moléculas, sendo uma vantagem biológica apesar da presença abundante de água no organismo. Por serem insolúveis em água, os lipídios são fundamentais para estabelecer uma interface entre o meio intracelular e o extracelular, francamente hidrófilos. 2. ESTRUTURA A maioria das gorduras naturais consiste aproximadamente de 95% de triglicerídeos ou triacilgliceróis. Os outros 5% são traços de monoglicerídeos e diglicerídeos, ácidos graxos livres, fosfolipídeos e esteróis. Os lipídios resultam da combinação de ácidos graxos com alcoóis. São, portanto, ésteres (os ésteres são produtos da combinação dos ácidos com álcoois); elaborados pelos organismos vivos que, por hidrólise, fornecem ácidos graxos ao lado de outros componentes. Ácidos graxos - São ácidos orgânicos de cadeias lineares de hidrocarbonetos com um grupo carboxila em uma terminação e um grupo metil na outra. Dando aos ácidos graxos uma característica anfipática onde o grupo carboxila é hidrofílico e a cauda de hidrocarboneto é hidrofóbica. A cadeia de hidrocarboneto pode ser saturada ou insaturada figura 31. Figura 31. Em (a) temos ácido graxo linear saturado e em (b) ácido graxo insaturado, a curvatura representa a configuração cis do ácido graxo. 3. CLASSIFICAÇÃO DOS ÀCIDOS GRAXOS (AG) Ácidos graxos saturados: apresentam apenas ligações simples entre os carbonos na cadeia, assim, não possuem ligações duplas. São geralmente sólidos à temperatura ambiente. Gorduras de origem animal são geralmente ricas em ácidos graxos saturados, encontrados em alimentos animais (carne bovina, frango, porco, laticínios) e alimentos vegetais (palmeira e sua semente e óleo de coco). Ácidos graxos insaturados: possuem uma ou mais duplas ligações, são geralmente líquidos à temperatura ambiente, a dupla ligação, quando ocorre em um AG natural, é sempre do tipo “cis”. Os óleos vegetais são ricos em AG insaturados. Quando existem mais de uma dupla ligação, estas são sempre separadas por pelo menos 3 carbonos, nunca são adjacentes nem conjugadas. Os ácidos graxos insaturados podem ser mono ou poliinsaturados. 5.1. LIPÍDEOS NÃO SAPONIFICÁVEIS São lipídeos que possuem ácidos graxos em sua composição e incluem os lipídeos simples e compostos. 5.1.1.Simples São ésteres de glicerol e ácidos graxos. O glicerol é um álcool formado por 3 carbonos e 3 grupos hidroxilas (OH) e representa o componente constante da estrutura do triglicerídio, cada uma das quais podem combinar com um ácido graxo estereficado ao glicerol, formando os monoglicerídeos, os diglicerídeos, os triglicerídeos e os cerídeos (as ceras). Figura 31. Figura 31. Representa as estruturas básicas de um triacilglicerol As três moléculas de ácidos graxos, em geral, são distintas, tornando possível a existência de uma grande variedade de triglicerídios no mesmo alimento, tantas quantas forem as combinações possíveis entre os ácidos graxos. O comprimento da molécula do ácido graxo, assim como o seu grau de saturação, interfere na digestão e na absorção da gordura. Nas gorduras (manteiga, toucinho, banha e sebo) predominam glicerídeos de ácidos saturados (palmítico e esteárico) e são "sólidas" à temperatura ambiente. Nos óleos (óleo de soja, algodão, amendoim e milho), predominam glicerídeos de ácidos insaturados (oléico) e são líquidos à temperatura ambiente. Os glicerídeos saturados (gorduras) são responsáveis pela ateroesclerose. Ceras: são ácidos graxos de 16 a 30C e álcool mono-hidroxilíco de 18 a 30C. Quando o álcool possui peso molecular elevado, como o álcool oléico ou a esfingosina. Como exemplos de cerídeos citam-se a cera de abelha, nos vegetais, a cera de carnaúba, na superfície das folhas, lipídios como cutina e a cera que impermeabilizam a superfície contra a evaporação excessiva da água. São lipídios que por hidrólise liberam 1 mol de ácido graxo de cadeia longa e 1 mol de álcool alifático de cadeia longa. Possuem estrutura linear, o que facilita a agregação entre as moléculas, formando cadeias hidrofóbicas que configuram sua função impermeabilizante. 5.1.2. Compostos Na formação de um lipídio composto são encontrados ésteres de glicerol, ácidos graxos e outras substâncias, tais como hidratos de carbono, fosfatos ou compostos nitrogenados. Exemplo de lipídios compostos: fosfolipídios, lipoproteínas e glicolipídios. Fosfolipídios: glicerol + ácidos graxos + fosfato. Os fosfolipídios são ésteres do glicerofosfato. A um dos oxigênios do fostato podem estar ligados grupos neutros ou carregados, como a colina, a etanolamina, o inositol, glicerol ou outros (figura 32). As fostatidilcolinas, por exemplo, são chamadas de lecitinas, componentes importantes das membranas de células animais e vegetais. As outras hidroxilas do glicerol estão esterificadas a ácidos graxos. Os fosfolipídios se ordenam em bicamadas, formando vesículas, que separam os componentes celulares do meio intercelular. Estas estruturas são importantes por conterem substâncias hidrossolúveis em um sistema aquoso - como no caso das membranas celulares ou vesículas sinápticas - o que faz desses compostos moléculas anfipáticas de caudas apolares (por conter ácidos graxos) e cabeças polares (fofatidil-X). Figura 32. Estruturas de fosfolipídios As membranas celulares são elásticas e resistentes graças às fortes interações hidrofóbicas entre os grupos apolares dos fosfolipídios. Envolvidos nestas bicamadas encontram-se outros compostos, como proteínas, açúcares e colesterol. Mais de 40% das membranas das células do fígado, por exemplo, são compostas por fosfolipídios. Exemplos de fosfolipídios: lecitina, cefalina e esfingomielina. O papel metabólico dos fosfolipídios é pouco conhecido; encontram-se, no entanto, em qualquer célula viva, em proporções que variam de tecido para tecido. O cérebro é o tecido de maior concentração de fosfolipídios (25 a 30 % do peso seco). Esfingomielinas são fosfolipídios presentes em determinados neurônios (células nervosas), onde se relacionam com o aumento da velocidade de condução do impulso nervoso. Esfingolipídios: ácido graxo + esfingosina (álcool) + ácido fosfórico. A principal diferença entre os esfingolipídios e os fosfolipídios é o álcool no qual Figura 33. Representa a estrutura básica dos esteróides o ciclo pentano peridofenantreno e o colesterol. A testosterona é o hormônio sexual masculino, enquanto que o estradiol é o hormônio responsável por muitas das características femininas. O colesterol é importante na formação de células humanas e na produção de hormônios, ácidos biliares e membranas celulares. Uma parte do colesterol é produzida no fígado, outra vem da alimentação, principalmente de carnes gordas, ovos, leite e seus derivados. O colesterol, além da atividade hormonal, também desempenha um papel estrutural - habita a pseudofase orgânica nas membranas celulares. Assim percebe-se que embora muitas vezes chamado de vilão pela mídia, o colesterol é um composto vital para a maioria dos seres vivos. Prostaglandinas, tromboxanas e leucotrienos: são eicosanóides derivados do ácido araquidônico. Estes lipídeos não desempenham funções estruturais, mas são importantes componentes em vários processos metabólicos e de comunicação intercelular. Um dos processos mais importantes controlados pelas prostaglandinas é a inflamação, também regulam a temperatura corporal e ajudam na formação de coágulos sangüíneos; os leucotrienos participam nas reações alérgicas e inflamatórias e os tromboxanos participam em coagulação sanguínea e reduzem o fluxo de sangue ao sítio do coágulo. A substância chave na biossíntese das prostaglandinas é o ácido araquidônico, que é formado através da remoção enzimática de hidrogênios do ácido linoléico. O ácido araquidônico livre é convertido a prostaglandinas pela ação da enzima ciclooxigenase, que adiciona oxigênios ao ácido araquidônico e promove a sua ciclização. No organismo, o ácido araquidônico é estocado sob a forma de fosfolipídios, tal como o fosfoinositol, em membranas. Sob certos estímulos, o ácido araquidônico é liberado do lipídeo de estocagem (através da ação da enzima fosfolipase A2) e rapidamente convertido a prostaglandinas, que iniciam o processo inflamatório. A cortisona tem ação anti-inflamatória por bloquear a ação da fosfolipase A2. Este é o mecanismo de ação da maior parte dos anti-inflamatórios esteróides (figura 34). Figura 34. Representa a forma esquemática das prostaglandina E1, leucotrieno A e tromboxano A2. A ação das prostaglandinas é similar aos hormônios pela estimulação das células-alvo em ação. Entretanto, eles diferem dos hormônios, pois, elas agem localmente, próximas ao sítio da síntese, e são metabolizados muito rapidamente. Uma outra diferença é que a mesma prostaglandina age diferentemente em diferentes tecidos. Existem outras rotas nas quais o ácido araquidônico é transformado em prostaglandinas; algumas envolvem a conversão do ácido em um intermediário, o que é formado pela ação da 5-lipoxigenase. Os anti-inflamatórios não esteróides, como a aspirina, agem bloqueando as enzimas responsáveis pela formação do ácido 5-hidroperoxy-6,8,1-eicosatetranóico (conhecido como 5- HPETE). Desta forma, impedem o ciclo de formação das prostaglandinas e evitam a sinalização inflamatória. 6. LIPOPROTEÍNAS São associações entre proteínas e lipídios encontradas na corrente sanguínea, e que têm como função transportar os lipídios no plasma e regular o seu metabolismo. A fração protéica das lipoproteínas (figura 35) denomina-se apoproteína, e se divide em 5 classes principais - Apo A, B, C, D e E - e várias subclasses. Figura 35. Estrutura de uma lipoproteína As lipoproteínas são compostas por uma parte protéica (apoproteína) na superfície da molécula (periféricas) e introduzida na matriz lipídica (integrais). A porção lipídica é constituída de lipídios apolares no núcleo da lipoproteína (ésteres de colesterol e triacilgliceróis), ficando os lipídios mais solúveis (colesterol livre e fosfolipídios) posicionados mais externamente.
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