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Guias e Dicas
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Cultivo da Mandioca para a Região do Cerrado, Notas de estudo de Engenharia Agronômica

Cultivo da Mandioca para a Região do Cerrado

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010

Compartilhado em 25/11/2009

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verde_amarelo 🇧🇷

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Baixe Cultivo da Mandioca para a Região do Cerrado e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Agronômica, somente na Docsity! Cultivo da Mandioca para a Região do Cerrado Importância Econômica O Brasil ocupa a segunda posição na produção mundial de mandioca (12,7% do total). Cultivada em todas as regiões, tem papel importante na alimentação humana e animal, como matéria-prima para inúmeros produtos industriais e na geração de emprego e de renda. Estima-se que, nas fases de produção primária e no processamento de farinha e fécula, são gerados um milhão de empregos diretos e que a atividade mandioqueira proporciona receita bruta anual equivalente a 2,5 bilhões de dólares e uma contribuição tributária de 150 milhões de dólares; a produção que é transformada em farinha e fécula gera, respectivamente, receitas equivalentes a 600 milhões e 150 milhões de dólares. Em função do tipo de raiz a mandioca pode ser classificada em: 1) de “mesa” - é comercializada na forma in natura; e 2) para a indústria, transformada principalmente em farinha, que tem uso essencialmente alimentar, e fécula que, junto com seus produtos derivados, têm competitividade crescente no mercado de amiláceos para a alimentação humana, ou como insumos em diversos ramos industriais tais como o de alimentos embutidos, embalagens, colas, mineração, têxtil e farmacêutica (Fig. 1). A produção nacional da cultura projetada pela CONAB para 2002 será de 22,6 milhões de toneladas de raízes, numa área plantada de 1,7 milhões de hectares, com rendimento médio de 13,3 t/ha. Dentre os principais estados produtores destacam-se: Pará (17,9%), Bahia (16,7%), Paraná (14,5%), Rio Grande do Sul (5,6%) e Amazonas (4,3%), que respondem por 59% da produção do país. A Região Nordeste sobressai-se com uma participação de 34,7% da produção nacional, porém com rendimento médio de apenas 10,6 t/ha; as demais regiões participam com 25,9% (Norte), 23,0% (Sul), 10,4% (Sudeste) e 6,0% (Centro-Oeste). As Regiões Norte e Nordeste destacam-se como principais consumidoras, sob a forma de farinha. No Sul e Sudeste, com rendimentos médios de 18,8 t/ha e 17,1 t/ha, respectivamente, a maior parte da produção é para a indústria, principalmente no Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Figura 1. Potencialidades de uso do amido no Brasil. No período de 1975 a 2000, a área plantada com mandioca diminuiu em todo o Brasil, em média 0,7% ao ano, passando de 2,0 milhões de hectares no início do período para 1,7 milhões de hectares, com reflexo de queda na produção de 0,5% ao ano, ou seja, saindo da casa 26,1 milhões para 23,0 milhões de toneladas, nesse mesmo período. A Região do Cerrado, que ocupa 24% do território nacional (Fig. 2), também acompanhou essa mesma tendência, só com queda mais significativa, 1,9% ao ano; portanto, a área cultivada passou de 311.125 hectares, em 1975, para 191.218 hectares, em 2000. Essa retração da área traduziu-se em queda de 2,0% ao ano na produção do Cerrado, ou seja, saiu dos 3,9 milhões de toneladas, em 1975, para 2,4 milhões de toneladas, em 2000. Em 1975, essa região participava com 15% da produção nacional, chegando a apenas 8% em 1996 e passando para a casa dos 10% em 2000. A produtividade da cultura é variável e depende da fertilidade do solo (natural ou com adubação), da variedade cultivada, da idade da cultura, dos tratos culturais, do estado fitossanitário da lavoura. Historicamente, o Brasil tem produzido 12,3 t/ha, e a Região do Cerrado 11,3 t/ha, ou seja, 8% inferior à produtividade nacional. O consumo per capita mundial de mandioca e derivados, em 1996, foi de 17,4 kg/hab/ano, sendo de 50,6 kg/hab/ano no Brasil. Os países da África destacam-se nesse aspecto; a República Democrática do Congo, República do Congo e Gana apresentaram, respectivamente, valores de 333,2, 281,1 e 247,2 kg/hab/ano. O mercado internacional da mandioca, sem considerar o comércio interno na União Européia, movimentou até 1993, em média/ano, cerca de 10 milhões de toneladas de produtos derivados ("pellets" e farinha de soja/mandioca), sendo equivalente a mais de 1 bilhão de dólares. A produção brasileira de mandioca é praticamente consumida no mercado interno, com menos de 0,5% da produção nacional sendo exportados nos últimos 10 anos. Figura 2. Distribuição dos Cerrados, incluídas as áreas de transição com outras formações. Nos anos de 2000 e 2001, o Brasil exportou, em média, 13,1 milhões de toneladas de fécula de mandioca, produzindo uma receita de 3,3 milhões de dólares. Um total de 79,9% do exportado foi para a Venezuela (31,4%), Argentina (26,8%), Colômbia (10,7%), Uruguai (6,2%) e Estados Unidos (4,8%). De toda a fécula exportada, 6,2% são provenientes da Região do Cerrado. Na forma de raiz de mandioca fresca, resfriada, congelada ou seca, o Brasil exportou em média, nesse período, o equivalente a 361 toneladas e obteve receita da ordem de 195 mil dólares. Os países que mais compram, 79,5% das exportações, são: Reino Unido (40,2%), Estados Unidos (14,0%), França (13,0%) e Japão (12,3%). De toda a raiz exportada, 2,4% tiveram sua procedência da Região do Cerrado: Estados da Bahia e Goiás. A Região de Cerrados no Brasil, com área de 274 milhões de hectares e características de Savanas, é de fundamental importância para a agricultura brasileira e representa um dos principais centros de dispersão da cultura da mandioca. Tem grande potencial para produção de alimentos, entretanto, seus solos inférteis e a ocorrência de veranicos requerem sistemas de produção adequados, que possibilitem a sua exploração de forma racional e econômica. A mandioca é uma das culturas mais indicadas para a região, devido seu alto potencial de produção, ser de baixo risco, pouco exigente em insumos e tolerantes à acidez e ao alumínio tóxico. Entretanto, alguns problemas básicos relativos aos sistemas de produção tem sido evidenciados. As baixas produtividades da cultura na região são devidas principalmente à utilização de variedades não selecionadas e à ocorrência de pragas e doenças. Por tratar-se de uma cultura de ciclo bianual, a mandioca está sujeita a diversos ataques de insetos e ácaros, alguns classificados como pragas de maior importância que podem causar danos severos à cultura e resultar em perdas no rendimento. Apesar desse potencial, estima-se que, atualmente, cerca de apenas 10% da área plantada e de 10% da produção nacional da mandioca estão localizados na Região dos Cerrados, e com produtividade média de 14 t/ha. Clima A mandioca é cultivada entre 30 graus de latitudes Norte e Sul, embora sua concentração de plantio esteja entre as latitudes 15oN e 15oS. Suporta altitudes que variam desde o nível do mar até cerca de 2.300 metros, sendo regiões baixas ou com altitude de até 600 a 800 metros as mais favoráveis. A faixa ideal de temperatura situa-se entre 20 a 27oC (média anual). As temperaturas baixas, em torno de 15oC, retardam a germinação e diminuem ou mesmo paralisam sua atividade vegetativa, entrando em fase de repouso. A faixa mais adequada de chuva é entre 1.000 a 1.500 mm/ano, bem distribuídos. Em regiões tropicais, a mandioca produz em locais com índices de até 4.000 mm/ano, sem estação seca em nenhum período do ano; nesse caso, é importante que os solos sejam bem drenados, pois o encharcamento favorece a podridão de raízes. É também muito cultivada em regiões semi-áridas, com 500 a 700 mm de chuva por ano ou menos; nessas condições, é importante adequar a época de plantio, Tabela 1. Sintomas de deficiência e de toxidez de nutrientes em mandioca. Nutrientes Sintomas de deficiência N crescimento reduzido da planta; em algumas cultivares ocorre amarelecimento uniforme e generalizado das folhas, iniciando nas folhas inferiores e atingindo toda a planta. P crescimento reduzido da planta, folhas pequenas, estreitas e com poucos lóbulos, hastes finas; em condições severas ocorre o amarelecimento das folhas inferiores, que se tornam flácidas e necróticas e caem; diferentemente da deficiência de N, as folhas superiores mantêm sua cor verde escura, mas podem ser pequenas e pendentes. K crescimento e vigor reduzido da planta, entrenós curtos, pecíolos curtos e folhas pequenas; em deficiência muito severa ocorrem manchas avermelhadas, amarelecimento e necrose dos ápices e bordas das folhas inferiores, que envelhecem prematuramente e caem; necrose e ranhuras finas nos pecíolos e na parte superior das hastes. Ca crescimento reduzido da planta; folhas superiores pequenas, com amarelecimento, queima e deformação dos ápices foliares; escassa formação de raízes. Mg clorose internerval marcante nas folhas inferiores, iniciando nos ápices ou bordas das folhas e avançando até o centro; em deficiência severa as margens foliares podem tornar- se necróticas; pequena redução na altura da planta. S amarelecimento uniforme das folhas superiores, similar ao produzido pela deficiência de N; algumas vezes são observados sintomas similares nas folhas inferiores. B altura reduzida da planta, entrenós e pecíolos curtos, folhas jovens verdes escuras, pequenas e disformes, com pecíolos curtos; manchas cinzas, marrons ou avermelhadas nas folhas completamente desenvolvidas; exsudação gomosa cor de café nas hastes e pecíolos; redução do desenvolvimento lateral da raiz. Cu deformação e clorose uniforme das folhas superiores; ápices foliares tornam-se necróticos e as margens das folhas dobram-se para cima ou para baixo; pecíolos largos e pendentes nas folhas completamente desenvolvidas; crescimento reduzido da raiz. Fe clorose uniforme das folhas superiores e dos pecíolos, os quais se tornam brancos em deficiência severa; inicialmente as nervuras e os pecíolos permanecem verdes, tornando- se de cor amarela-pálida, quase branca; crescimento reduzido da planta; folhas jovens pequenas, porém em formato normal. Mn clorose entre as nervuras nas folhas superiores ou intermediárias completamente expandidas; clorose uniforme em deficiência severa; crescimento reduzido da planta; folhas jovens pequenas, porém em formato normal. Zn manchas amarelas ou brancas entre as nervuras nas folhas jovens, as quais com o tempo tornam-se cloróticas, com lóbulos muito pequenos e estreitos, podendo crescer agrupadas em roseta; manchas necróticas nas folhas inferiores; crescimento reduzido da planta. Sintomas de toxidez Al redução da altura da planta e do crescimento da raiz; amarelecimento entre as nervuras das folhas velhas sob condições severas. B manchas brancas ou marrons nas folhas velhas, especialmente ao longo dos bordos foliares, que posteriormente podem tornar-se necróticas. Mn amarelecimento das folhas velhas, com manchas pequenas escuras de cor marrom ou avermelhada ao longo das nervuras; as folhas tornam-se flácidas e pendentes e caem no solo. Fonte: Howeler (1981) NC (t/ha) = [2 - (Ca2+ + Mg2+)] x f (01) NC (t/ha) = 2 x Al3+ (02) f = 100/PRNT, onde f = fator de correção do calcário para PRNT 100%. 2) Calcular a necessidade de calcário (NC), em toneladas por hectare (t/ha), de acordo com a análise do solo, para elevar a saturação por bases do solo para 25%, empregando a fórmula 03. V1 é a saturação por bases existente no solo; S é a soma de bases; T é a CTC do solo a pH 7,0 e o teor de (H + Al) é determinado na análise do solo com acetato de cálcio a pH 7,0. NC (t/ha) = (25-V1) x (T/100) x f, (03) onde V1= S/T x100, S= (Ca2+ + Mg2+ + K+ + Na+) e T= S + (H + Al). Recomenda-se a utilização de calcário dolomítico ou magnesiano, podendo ser utilizada também uma mistura de calcários, desde que seja mantida a relação Ca:Mg no calcário na faixa entre 1:1 a 6:1. O calcário deve ser aplicado a lanço em toda a área, de modo uniforme, e incorporado até a profundidade de 20 cm, com antecedência de um a dois meses do plantio, para dar tempo de reagir no solo. A reação do calcário vai depender da disponibilidade de água no solo. Adubação Adubação nitrogenada, adubação fosfatada e potássica a) adubação nitrogenada A mandioca responde bem à aplicação de adubos orgânicos (estercos, tortas, compostos, adubos verdes e outros), que devem ser preferidos como fonte de nitrogênio. Esses adubos devem ser aplicados na cova, sulco ou a lanço, no plantio ou com alguns dias de antecedência para que ocorra a sua fermentação, como acontece com a torta de mamona. A adubação mineral é recomendada na dose de 40 kg de N/ha, com uréia ou sulfato de amônio. Essa aplicação deve ser efetuada em cobertura ao redor da planta, no período de 30 a 60 dias após a brotação das manivas, com o solo úmido. b) adubação fosfatada e potássica A recomendação é efetuada de acordo com a disponibilidade de fósforo e potássio mostrados na análise do solo. O método de análise normalmente utilizado na rotina para determinação desses nutrientes é o método de Mehlich 1, e a interpretação dos resultados da análise para fósforo é efetuada de acordo com o teor de argila do solo, conforme sugerido na Tabela 2. Para a cultura da mandioca recomenda-se a adubação no sulco de plantio conforme a Tabela 3. Nessa recomendação não está prevista a adubação corretiva e utiliza-se, portanto, uma adubação de manutenção maior no sulco de plantio. O superfosfato simples e o superfosfato triplo são os adubos fosfatados mais utilizados, sendo que o superfosfato simples tem a vantagem de conter também cerca de 12% de enxofre na sua composição, nutriente que será fornecido juntamente com o fósforo. Para adubação potássica utiliza-se o cloreto de potássio. Normalmente utilizam-se formulações que contêm o fósforo e o potássio para suprimento desses nutrientes, ajustando-se o volume aplicado para que forneça os nutrientes em quantidades próximas às recomendadas. Tabela 2. Interpretação dos resultados da disponibilidade de fósforo e potássio, extraídos pelo método de Mehlich-1 Fósforo Idade da folha 41-60 21-40 < 20% argila Potássio Classe de disponibilidade mg/dm3 Muito baixa 0-1 0-3 0-5 0-6 - Baixa 1,1-2 3,1-6 5,1-10 6,1-12 <25 Média 2,1-3 6,1-8 10,1-14 12,1-18 25-50 Alta >3 >8 >14 >18 >50 Tabela 3. Recomendação de adubação fosfatada e potássica no sulco de plantio, de acordo com a disponibilidade dos nutrientes pela análise (Mehlich-1), e com o teor de argila do solo para o fósforo P2O5 (kg/ha) Classe de disponibilidade >60 41-60 21-40 <20% argila K2O (kg/ha) Muito baixa 100 80 70 60 - Baixa 80 60 50 40 60 Média 60 40 30 30 40 c) Micronutrientes Os dados de resposta da mandioca aos micronutrientes ainda são escassos. Como referência para interpretação da análise de solo, são apresentados os níveis críticos para culturas anuais na Tabela 4. Para evitar possíveis prejuízos na produção da mandioca, recomenda-se a aplicação preventiva desses micronutrientes no sulco, juntamente com o fósforo e o potássio. A recomendação mencionada na Tabela 4 é equivalente à metade da recomendada para culturas anuais. Nas lavouras com deficiências de zinco e manganês evidenciadas nas folhas, sugere-se pulverizar com uma solução contendo 2 a 4% de sulfato de zinco e de sulfato de manganês. Tabela 4. Interpretação dos resultados da análise do solo para disponibilidade de boro (B) extraído por água quente, e cobre (Cu), manganês (Mn) e zinco (Zn), extraídos pelo método de Mehlich-1, e recomendação de adubação no solo. B (tabela 4) Cu Mn Zn Classe de disponibilidade mg/dm3 Baixa <0,2 <0,4 <1,9 <1,0 Média 0,3-0,5 0,5-0,8 2,0-5,0 1,1-1,6 Alta >0,5 >0,8 >5,0 >1,6 Recomendação de adubação no sulco (kg/ha) Baixa 1 1 3 3 Média 0,3 0,3 0,8 0,8 Contribuição da micorriza arbuscular no crescimento da mandioca Um aspecto importante para a nutrição da mandioca é a contribuição da micorriza arbuscular na eficiência de práticas agronômicas como a calagem e adubação, principalmente da adubação fosfatada. A micorriza é uma associação simbiótica natural entre fungos micorrízicos do solo e as raízes das plantas. O efeito benéfico da micorriza arbuscular ocorre particularmente nas plantas que apresentam um sistema radicular reduzido e pouco ramificado, como a mandioca. As hifas externas do fungo podem estender-se no solo, funcionando como um sistema radicular adicional, e absorver nutrientes de um sua sanidade, devendo ser evitados mandiocais com alta ocorrência de bacteriose, broca da haste, ácaros e percevejo-de-renda, ou que sofreram granizos ou geadas. Tabela 5. Características quantitativas, qualitativas e morfológicas de cultivares de mandioca recomendadas para a Região dos Cerrados Cultivares Rendimento de raiz (t/ha) Teor de amido (%) Resistência à bacteriose Teor de HCN Cor da película Cor da casca Cor da polpa Para mesa IAC 24-2 (Mantiqueira) 16 26 Resistente Baixo Marrom Rósea Branca IAC 352-6 16 25 Resistente Baixo Marrom Creme Branca IAC 352-7 (Jaçanã) 20 28 Resistente Baixo Marrom Branca Branca Para indústria IAC 12-829 30 33 Tolerante Médio Marrom Branca Branca IAC 7-127 (Iracema) 28 32 Tolerante Alto Marrom Branca Branca Sonora 28 32 Tolerante Alto Marrom Branca Branca EAB 81 30 31 Tolerante Médio Marrom Branca Branca EAB 653 28 32 Resistente Alto Marrom Branca Branca Fonte: Embrapa Cerrados. Outros aspectos a serem observados são os agronômicos, que, apesar de simples, resultam em aumento de produção do mandiocal, às vezes sem acréscimo ao custo de produção: a) Escolha da cultivar A escolha da cultivar deverá estar de acordo com o objetivo da exploração, se para alimentação humana in natura, uso industrial ou forrageiro, e a que melhor se adapte às condições da região. É sempre indicado o plantio de uma só cultivar numa mesma área, evitando-se a mistura de cultivares. Necessitando-se usar mais de uma cultivar, o plantio deverá ser feito em quadras separadas. b) Seleção de ramas As ramas devem estar maduras, provenientes de plantas com 10 a 14 meses de idade e do terço médio da planta, eliminando-se a parte herbácea superior, que possui poucas reservas, e a parte de baixo, muito lenhosa e com gemas geralmente inviáveis ou “cegas”. É importante verificar o teor de umidade da rama, o que pode ser comprovado se ocorrer o fluxo de látex imediatamente após o corte. c) Conservação de ramas A falta de coincidência entre a colheita da mandioca e os novos plantios tem sido um dos problemas na preservação de cultivares, a nível de produtor, e muitas vezes resulta na perda de material de alto valor agronômico. Quando as ramas não vão ser utilizadas para novos plantios imediatamente após a colheita, elas devem ser conservadas por algum tempo para não reduzir ou perder a viabilidade. Recomenda-se que a conservação ocorra o mais próximo possível da área a ser plantada, em local fresco, com umidade moderada, sombreado, portanto protegidas dos raios solares diretos e de ventos frios e quentes. O período de conservação deve ser o menor possível, podendo as ramas ser dispostas vertical ou horizontalmente. Na posição vertical, as ramas são preparadas cortando-se as ramificações e a maniva-mãe, tendo as suas bases enterradas cerca de 5 cm, em solo previamente afofado e que permanecerá molhado durante o período do armazenamento. Quando armazenadas na posição horizontal, as ramas devem conservar a cepa ou maniva-mãe e ser empilhadas e cobertas com capim seco ou outro material. O armazenamento também pode ser feito em silos tipo trincheira ou em leirões, em regiões onde ocorrem geadas, para proteger as manivas das baixas temperaturas. Vale ressaltar que deverá ser reservada uma área com cerca de 20% do mandiocal, como campo de multiplicação de maniva-semente, para a instalação de novos plantios, exceto em áreas com riscos de geadas. d) Seleção e preparo das manivas As manivas-semente devem ter 20 cm de comprimento, com pelo menos 5 a 7 gemas, e diâmetro em torno de 2,5 cm, com a medula ocupando 50% ou menos. As manivas podem ser cortadas com auxílio de um facão ou utilizando uma serra circular em motores estacionários, ou mesmo as existentes em máquinas plantadeiras, de modo que o corte forme um ângulo reto, no qual a distribuição das raízes é mais uniforme do que no corte inclinado. No caso da utilização de facão, o corte é realizado segurando a rama com uma mão, dando-lhe um golpe com o facão de um lado, girando a rama 180 graus e dando outro golpe no outro lado da rama, cortando assim a maniva; evita-se, assim, apoiar a rama em qualquer superfície, para não esmagar as gemas das manivas. e) Quantidade de manivas A quantidade de manivas para o plantio de um hectare é de 4 m³ a 6 m³, sendo que um hectare da cultura, com 12 meses de ciclo, produz hastes para o plantio de 4 a 5 hectares. Um metro cúbico de hastes pesa aproximadamente 150 kg e pode fornecer cerca de 2.500 a 3.000 manivas com 20 cm de comprimento. Plantio Época de plantio A época de plantio adequada é importante para a produção da mandioca, principalmente pela relação com a presença de umidade no solo, necessária para brotação das manivas e enraizamento. A falta de umidade durante os primeiros meses após o plantio causa perdas na brotação e na produção, enquanto que o excesso, em solos mal drenados, prejudica a brotação e favorece a podridão de raízes. A escolha da época de plantio adequada ainda pode reduzir o ataque de pragas e doenças e a competição das ervas daninhas. Nos cultivos industriais de mandioca é necessário combinar as épocas de plantio com os ciclos das cultivares e com as épocas de colheita, visando garantir um fornecimento contínuo de matéria-prima para o processamento industrial. Devido à extensão do Brasil, as condições ideais para o plantio de mandioca não coincidem nos mesmos meses em todas as regiões. Nas condições dos Cerrados, a época ideal de plantio de mandioca é nos primeiros meses do período chuvoso, ou seja, de outubro a janeiro. Quanto mais cedo o plantio, melhor a reação da cultura quanto à ocorrência de pragas como a mosca do broto, ácaros e percevejo-de-renda, além de melhores condições para o controle de ervas daninhas. Espaçamento e plantio O espaçamento no cultivo da mandioca depende da fertilidade do solo, do porte da variedade, do objetivo da produção (raízes ou ramas), dos tratos culturais e do tipo de colheita (manual ou mecanizada). De maneira geral, recomenda-se os espaçamentos de 1,00 x 0,50 m e 1,00 x 0,60 m, em fileiras simples, e 2,00 x 0,60 x 0,60 m, em fileiras duplas. Em solos mais férteis deve-se aumentar a distância entre fileiras simples para 1,20 m. Em plantios destinados para a produção de ramas para ração animal recomenda-se um espaçamento mais estreito, com 0,80 m entre linhas e 0,50 m entre plantas. Quando a colheita for mecanizada, a distância entre as linhas deve ser de 1,20 m, para facilitar o movimento da máquina colhedeira. Se o mandiocal for capinado com equipamento mecanizado, deve-se adotar espaçamento mais largo entre as linhas, para facilitar a circulação das máquinas; nesse caso, a distância entre fileiras duplas deve ser de 2,00 m, no caso do uso de tratores pequenos, ou de 3,00 m, para uso de tratores maiores. O espaçamento em fileiras duplas oferece as seguintes vantagens: a) aumenta a produtividade; b) facilita a mecanização; c) facilita a consorciação; d) reduz o consumo de manivas e de adubos; e) permite a rotação de culturas na mesma área, pela alternância das fileiras; f) reduz a pressão de cultivo sobre o solo; e g) facilita a inspeção fitossanitária e a aplicação de defensivos. Quanto ao plantio da mandioca, geralmente, é uma operação manual, podendo ser feito em covas preparadas com enxada ou em sulcos construídos com enxada, sulcador a tração animal ou motomecanizados. Tanto as covas como os sulcos devem ter aproximadamente 10 cm de profundidade. Quando em grande áreas, para fins industriais, utilizam-se plantadeiras mecanizadas disponíveis no mercado, que fazem de uma só vez as operações de sulcamento, adubação, corte das manivas, plantio e cobertura das manivas. Em solos muito argilosos ou com problemas de drenagem, recomenda-se plantar em cova alta ou matumbo, que são pequenas elevações de terra, de forma cônica, construídas com enxada, ou em leirões ou camalhões, que são elevações contínuas de terra, que podem ser construídos com enxada ou arados ou taipadeiras. Quanto à posição de colocação das manivas-semente, estacas ou rebolos no plantio, a mais indicada é a horizontal, no fundo das covas ou dos sulcos, porque facilita a colheita das raízes. Quando se usa a plantadeira mecanizada, as manivas também são colocadas na posição horizontal. As posições inclinada e vertical são menos utilizadas porque as raízes aprofundam mais, dificultando a colheita, sendo, assim, utilizadas apenas para plantios em matumbos ou camalhões. Irrigação A mandioca é uma cultura que apresenta boa tolerância à seca ou à falta de água no solo, quando comparada com outras culturas. Por essa razão, praticamente não existem resultados de pesquisa sobre irrigação nessa cultura. No entanto, sabe-se que o suprimento adequado de água para a mandioca é essencial e crítico nas fases de enraizamento e tuberização, que vão do primeiro ao quinto mês após o plantio. A falta de água nessas fases causam prejuízos irrecuperáveis no desenvolvimento e, conseqüentemente, na produção da cultura. Dentre as possibilidades de suprimento de água para a cultura, em regiões com precipitação adequada durante cinco a seis meses do ano, a época de plantio pode garantir o suprimento adequado da água para o desenvolvimento da cultura na fase mais crítica. Por exemplo, o plantio de setembro a outubro, na região do Brasil Central, após o acúmulo de 50 a 60 mm de chuva, tem apresentado resultados satisfatórios no desenvolvimento da cultura, isso porque períodos de até 30 dias de veranicos, durante o período chuvoso, não tem causado perdas significativas de produtividade de mandioca. Em situações onde é necessário plantar escalonado para alongar o período de colheita e, conseqüentemente, de oferta do produto no mercado, a irrigação pode ser uma prática, técnica e economicamente viável. Resultados experimentais recentes indicam que a cultura não responde positivamente a irrigações com alta freqüência. Tensões de água no solo de 60 a 600 kPa, medida a 15 cm de profundidade, são adequadas ao desenvolvimento da cultura. Desse modo, a aplicação de lâminas de água de 30 a 40 mm a cada 15 dias é geralmente suficiente para um desenvolvimento adequado da cultura da mandioca. Irrigações com alta freqüência associada a alta disponibilidade de nitrogênio no solo, normalmente causam excessivo desenvolvimento da parte aérea e baixa produção de raízes. Consorciação e rotação de culturas Os sistemas de cultivos múltiplos ou policultivos com culturas anuais e fruteiras, agroflorestais e agrosilvipastoris tem sido amplamente utilizados nas regiões tropicais, pelos pequenos produtores. A difusão desses sistemas tem como base as vantagens apresentadas pelos mesmos, em relação aos monocultivos, como o de promover maior estabilidade da produção, melhorar a utilização da terra, melhorar a exploração de água e nutrientes, melhorar a utilização da força de trabalho, aumentar a eficiência no controle de ervas daninhas, aumentar a proteção do solo contra erosão e disponibilizar mais de uma fonte alimentar e de renda. Nesse contexto, a mandioca é importante como cultura consorte, pelo seu ciclo vegetativo longo, crescimento inicial lento, variedades com hábito de crescimento ereto e vigor de folhagem médio, caracterizando as possibilidades de consórcio, principalmente com culturas anuais. O plantio de culturas associadas nesses policultivos, em uma mesma área, deve ser feito procurando distribuir o espaço da lavoura o mais conveniente possível, buscando uma baixa competição entre plantas pelos fatores de produção como luz, água e nutrientes. Essa distribuição das linhas de plantio dependerá das características agronômicas de cada uma das culturas envolvidas na consorciação, especialmente o ciclo vegetativo, as épocas de cultivo distintas e o porte das plantas. Na Região do Cerrado estima-se que em torno de 80% das áreas com mandioca são cultivadas por pequenos produtores. Nessas condições, onde a força de trabalho, basicamente, é composta pela Blainvillea rhomboidea Picão grande Centratheum punctatum Perpétua Ageratum conyzoides Mentrasto Bidens pilosa Picão preto Sonchus oleraceus Serralha Emilia sonchifolia Falsa serralha Tagetes minuta Cravo de defunto Galinsoga parviflora Picão branco Galinsoga ciliata Picão branco, fazendeiro Convolvulaceae Ipomoea sp. Corda-de-viola Cyperus rotundus Tiririca roxa Cyperaceae Cyperus esculentus Tiriricão, tiririca amarela Croton lobatus Café bravo Euphorbia heterophylla Amendoim bravo Phyllanthus tenellus Quebra-pedra Chamaesyce hirta Erva-de-santa-luzia Chamaesyce prostata Quebra-pedra rasteiro Euphorbia brasiliensis Leiteira Euphorbia pilulifera Erva-de-santa-luzia Euphorbiaceae Euphorbia prostata Quebra-pedra rasteiro Brachiaria plantaginea Capim marmelada Rhynchelytrum repens Capim favorito Pennisetum setosum Capim oferecido Leptocloa filiformis Capim mimoso Echinochloa colonum Capim coloninho Digitaria horizontalis Capim colchão Setaria vulpiseta Capim rabo-de-raposa Gramineae Eleusine indica Capim pé-de-galinha Leguminosae Senna occidentalis Fedegoso Sida spinosa Guanxuma, malva Sida rhombifolia Guanxuma, relógio Malvaceae Sida cordifolia Malva branca Molluginaceae Mollugo verticillata Cabelo de guia Portulacaceae Portulaca oleracea Beldroega Spermacoce verticillata Vassourinha de botão Mitracarpus hirtus Poaia da praia Diodia teres Mata pasto Richardia brasiliensis Poaia branca Spermacoce latifolia Erva quente Rubiaceae Richardia scabra Poaia do cerrado Fonte: vários autores nacionais. Tabela 7. Herbicidas indicados pela pesquisa para a cultura da mandioca no Brasil. Nome comum* Nomes comerciais Dose (kg do i.a./ha Época de aplicação Alachlor Laço CE, Alaclor Nortox 2,4 - 2,8 Pré Alachlor + trifluralina Lance 4,20 Pré Atrazine Gesaprim 500, Atrazinax 2,0 - 3,0 Pré Atrazine + alachlor Boxer 2,4 - 2,88 Pré Atrazine + metolachlor Primestra SC 2,5 - 3,0 Pré Clomazone Gamit 0,80 - 1,0 Pré Diuron Karmex, Diuron, Cention 1,0 - 1,5 Pré* Diuron + alachlor Mistura de tanque 1,0 + 1,2 Pré Diuron + metolachlor Mistura de tanque 1,0 + 1,92 Pré Fenoxaprop-ethyl Furore 0,15 - 0,21 Pós Fluazifop-p-butil Fusilade 125 0,188 Pós Glifosate Round-up, Trop etc. 0,72 - 1,08 Pós** Haloxyfop-methyl Verdict 0,12 Pós Linuron Afalon SC, Linurex 1,0 - 2,0 Pré Linuron + alachlor Mistura de Tanque 1,0 + 1,2 Pré Linuron + metolachlor Mistura de tanque 1,0 + 1,92 Pré Metolachlor Dual 960 CE 2,4 - 2,88 Pré Metribuzin (exceto solo argiloso) Sencor 480, Lexone SC 0,35 - 0,49 Pré Metribuzin+Metolachlor Corsum 2,40 Pré Orizalin Surflan 480 0,97 - 1,5 Pré Oxyfluorfen Goal 0,36 - 0,48 Pré Quizalofop-p-ethyl Targa 0,10 Pós Sethoxydin Poast 0,23 Pós Trifluralin Trifluralina Nortox etc. 0,53 - 1,07 Ppi Trifluralin + diuron Mistura de tanque 1,0 + 0,53 Pré Fonte: vários autores nacionais. Controle integrado Consiste na integração dos métodos cultural, biológico, mecânico e químico, com o objetivo de aproveitar as vantagens de cada um deles e, assim, obter um resultado mais eficiente, redução dos custos e menor efeito sobre o meio ambiente. O uso de herbicidas nas linhas de plantio, combinado com o cultivador animal ou tratorizado nas entrelinhas da mandioca, tem proporcionado o mais baixo custo no controle do mato, em comparação com métodos mecânicos de controle. Para os pequenos produtores, onde o uso de herbicidas ainda é de difícil uso a curto prazo, a substituição do controle com enxada pelo cultivador a tração animal é uma excelente alternativa para redução dos custos das limpas e liberação de mão-de-obra familiar para outras atividades da propriedade. O uso do feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) é uma boa opção para controlar plantas daninhas nas entrelinhas da mandioca plantada em fileiras duplas, por inibir o mato e melhorar o solo, permitindo também ao produtor fazer a rotação da cultura na mesma área; deve-se deixar uma distância de 0,80 m entre as plantas de cobertura e as linhas de mandioca, para evitar a competição com esta cultura. Em virtude do alto custo das sementes das leguminosas, só justifica sua utilização quando a semente for produzida pelo produtor. Calibração de pulverizadores costais • marcar 50 m na área onde será realizada a aplicação; • determinar a faixa de cobertura do bico ou bicos; • encher o reservatório com uma quantidade conhecida de água; • bombear até obter a pressão de trabalho desejada; • procurar manter a pressão e realizar a aplicação a um passo normal; • determinar por diferença a quantidade de água gasta; • repetir pelo menos três vezes o mesmo processo e obter uma média; • calcular o volume de aplicação por hectare pela fórmula: Água gasta em litros x 10.000 m2 Volume de aplicação (litros por hectare)= ------------------------------------------------- Área aplicada m2 Exemplo: • Distância percorrida: 50 m; • faixa de aplicação: 0,80 m; • gasto de água: 1,6 litros; • área aplicada: 50 m x 0,80 m = 40 m2; 1,6 litros x 10.000 m² Volume de aplicação (litros por hectare) = ------------------------- = 400 litros/ha. 40 m² • marcar 50 m na área a ser aplicada; • encher o tanque do pulverizador ou colocar uma quantidade de água conhecida; • regular a pressão entre 1,4 e 2,8 kgf/cm2; • determinar o tempo gasto pelo trator para percorrer os 50 m. Repetir pelo menos três vezes a operação; • fixar a altura da barra para se obter uma cobertura uniforme e determinar a faixa de aplicação da mesma; • com o trator parado e com a mesma rotação de trabalho, medir a descarga do maior número possível de bicos para se determinar a descarga (vazão) média de cada bico no mesmo tempo que o trator gastou para percorrer os 50 m; • multiplicar a descarga média por bico pelo número de bicos da barra para se determinar a vazão da barra; • calcular a vazão por hectare pela fórmula:, Descarga da barra em litros x 10.000 m² Volume de aplicação (litros/hectare) = ------------------------------------------ Área coberta pela barra em m2 Exemplo: • pressão: 2,8 kgf/cm2; • tempo gasto para percorrer 50 m: 36 segundos; • descarga média por bico: 1,0 litro; • número de bicos: 20; • faixa de aplicação da barra: 10 m; • descarga total da barra: 1,0 litro x 20 = 20 litros; método mais eficiente de controle da doença; em trabalho realizado no Ceará foram identificados os genótipos Embrapa 54–Salamandra, Embrapa 55–Tianguá, Embrapa 56–Ubajara e Embrapa 57– Ibiapaba, resistentes à doença e com características agronômicas e industriais desejáveis. Viroses O mosaico das nervuras apresenta ampla abrangência geográfica, embora seja particularmente importante no ecossistema do Semi-Árido Nordestino, não somente pela severa manifestação produzida, como também pela influência negativa na qualidade dos produtos obtidos. Não existe definição clara do seu efeito na produção pois, enquanto alguns acreditam que o ataque severo pode reduzir a produtividade em até 30%, outros afirmam que ela não é afetada pelo vírus, e sim a qualidade do produtos, especialmente o teor de amido na raiz. Os sintomas caracterizam-se pela presença de cloroses intensas entre as nervuras primárias e secundárias, nas plantas afetadas. Em casos severos da doença é comum observar um forte retorcimento do limbo foliar. O “couro de sapo” tem sido observado de modo muito restrito em algumas lavouras localizadas no Amazonas, Pará e Bahia. Entretanto, a doença é considerada como potencialmente importante, pois sua manifestação severa em plantios de mandioca pode inviabilizar economicamente a produção. O ataque severo do vírus pode provocar redução em torno de 70% na produtividade ou até mesmo perdas totais em variedades suscetíveis. O vírus pode também reduzir drasticamente a qualidade do produto, especialmente os teores de amido nas raízes, cuja diminuição pode variar de 10 a 80%. O mosaico comum ocorre normalmente em regiões com temperaturas mais amenas, no Sul e Sudeste do Brasil. A manifestação severa da doença em variedades suscetíveis pode causar perdas de produção entre 10 a 20%; o vírus também prejudica a qualidade dos produtos, causando reduções nos teores de amido que variam entre 10 a 50%. Os sintomas são clorose da lâmina foliar e retorcimento dos bordos das folhas, especialmente em folhas em formação. Em alguns casos tem-se observado que, quando as folhas vão se desenvolvendo, os sintomas desaparecem por completo, notadamente quando as condições ambientais tornam-se adversas para o desenvolvimento da doença. Como métodos de controle das viroses são sugeridos a seleção de material de plantio, uso de variedades resistentes e eliminação de plantas afetadas dentro do cultivo. Outras doenças Em alguns casos, dependendo das condições ambientais e da suscetibilidade das variedades utilizadas, a antracnose causada por Colletotrichum gloeosporioides pode causar prejuízos esporádicos ou temporários na mandioca; em determinadas épocas ela ocorre de maneira mais intensiva, causando perdas significativas na produção de raízes e redução da qualidade dos produtos. As cercosporioses em mandioca são bem conhecidas, apesar de não causarem maiores prejuízos para a cultura; portanto, não são motivo de preocupação para os produtores. Pragas Pragas e métodos de controle e Percevejo-de-renda Pragas e métodos de controle A cultura da mandioca, por ser de ciclo bianual, está sujeita a diversos ataques de insetos e ácaros, alguns classificados como pragas de maior importância, que podem causar danos severos à cultura e resultar em perdas no rendimento. Recomenda-se que sejam utilizadas práticas de manejo que contribuam para o bom desenvolvimento das plantas e possam reduzir os danos causados pelas pragas nas áreas de cultivo, tais como: obtenção de ramas para plantio em áreas não infestadas, seleção de manivas-semente, plantio em áreas corrigidas e adubadas conforme a análise de solo, plantio em cultivos múltiplos ou consorciados e rotação de culturas. Percevejo-de-renda Uma das pragas que vem preocupando a pesquisa no Cerrado é o percevejo-de-renda, Vatiga illudens (Drake, 1922), que normalmente não causava danos nos cultivos, mas tem-se constituído num problema, tanto nas áreas de pesquisa como nas áreas de produtores, aumentando sua ocorrência de ano para ano. É uma praga de hábito sugador que ocorre no início da estação seca. O adulto é de cor cinzenta e a ninfa (fase jovem do inseto) é branca, sendo ambos encontrados na face inferior das folhas basais e medianas da planta; quando o ataque é severo, podem chegar até as folhas apicais. O dano é causado tanto pelas ninfas como pelos adultos, cujos sinais de ataque manifestam-se por pontuações amarelas pequenas, que se tornam de cor marrom-avermelhada. Na face inferior das folhas aparecem inúmeros pontos pequenos, de cor preta, que correspondem aos excrementos dos insetos. Quando a infestação é severa, pode ocorrer o desfolhamento da planta. O dano na folhagem pode causar redução na fotossíntese e queda das folhas inferiores. Podem ocorrer perdas no rendimento, a depender da cultivar utilizada, idade da cultura, intensidade e duração do ataque. Pode causar perdas significativas no rendimento da cultura em condições de baixa umidade. Trabalhos no Cerrado verificaram reduções de 21% e 50%, respectivamente, na produção de raízes e massa verde do terço superior de diferentes cultivares de mandioca avaliadas nas condições do Distrito Federal; as cultivares mansas (Mantiqueira e Jaçanã) foram as mais infestadas, enquanto as bravas (EAB-670 e IAC 12-829) foram as menos infestadas. A maior infestação de insetos ocorre no primeiro semestre do ano, até a desfolha das plantas, concentrando-se no período de fevereiro a maio, reiniciando uma infestação crescente até setembro. O melhor controle consiste na utilização de cultivares mais tolerantes ao ataque. Essa praga pode ser controlada com inseticidas organofosforados sistêmicos, resultando num incremento da produção de raízes e parte aérea da ordem de 23% e 22%, respectivamente. Embora eficientes, esses inseticidas não estão registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para uso na cultura da mandioca. Ácaros e Mandarová Ácaros Os ácaros são pragas das mais severas que atacam a mandioca, sendo encontrados em grande número na face inferior das folhas, freqüentemente durante a estação seca do ano, podendo causar danos consideráveis, principalmente nas Regiões Nordeste e Centro-Oeste. Alimentam-se penetrando o estilete no tecido foliar e succionando o conteúdo celular. Os sintomas típicos do dano são manchas cloróticas, pontuações e bronzeamento no limbo, morte das gemas, deformações e queda das folhas, reduzindo a área foliar e a fotossíntese. Os ácaros mais importantes para a cultura da mandioca no Brasil são o ácaro verde (conhecido como “tanajoá”) e o ácaro rajado. O ácaro verde alimenta-se da seiva das folhas que estão brotando e localiza-se na parte apical da planta, picando as folhas não expandidas e as hastes. Seu dano é maior no broto, nas gemas e folhas jovens, embora também ocorra nas partes mais baixas da planta, que são menos afetadas. Os sintomas iniciais são pequenas pontuações amareladas nas folhas, que perdem sua cor verde característica, crescendo geralmente deformadas. Quando o ataque é severo, as folhas embrionárias não alcançam seu desenvolvimento normal e há uma grande redução foliar, induzindo novas ramificações; as hastes tornam-se ásperas e de cor marrom, e o desfolhamento e morte delas se iniciam progressivamente, começando pela parte superior da planta. O ácaro rajado tem preferência pelas folhas que se encontram nas partes mediana e basal da planta, cujos sintomas iniciais são pontos amarelos na base das folhas e ao longo da nervura central. Quando as populações aumentam, os ácaros se distribuem em toda a folha, e as pontuações amarelas aparecem na totalidade da folha, que adquire uma coloração marrom-avermelhada ou de ferrugem, à medida que a infestação aumenta. Em ataques severos, observa-se um desfolhamento intenso nas partes mediana e basal da planta, que avança progressivamente até a parte terminal, quando a planta apresenta o broto muito reduzido e com grande quantidade de teias de aranha. As folhas atacadas secam, caem e, em casos mais severos, as plantas podem morrer. Em geral, os ácaros inicialmente atacam plantas isoladas, logo pequenos grupos de plantas em determinados locais (focos) e, posteriormente, invadem toda a cultura, pela dispersão causada pelo próprio deslocamento, pela ação involuntária do homem e dos animais e pelo transporte pelo vento, sendo este último o meio mais importante. Outro meio de dispersão, e a maiores distâncias, é o transporte de material vegetativo infestado. Durante os períodos secos (baixa umidade relativa e alta temperatura) os ácaros têm uma alta taxa de reprodução. Além da relação com os fatores climáticos, o aumento da população dos ácaros varia segundo a planta hospedeira, o seu estado nutricional e a presença de inimigos naturais. A temperatura é um dos fatores de maior influência na população de ácaros, sendo que temperaturas baixas ou mudanças bruscas de temperatura reduzem suas populações. A umidade relativa, quando alta e contínua, provoca redução na população da praga, por afetar a oviposição, eclosão e sobrevivência das larvas e aparecimento de inimigos naturais. A precipitação é outro fator que ajuda a diminuir as populações; as chuvas fortes não somente causam aumento da umidade relativa, como também lavam as folhas, podendo ocorrer também a eliminação dos ácaros por afogamento ou pelo golpe direto das gotas de água. Para o controle dos ácaros que atacam a mandioca, recomenda-se a utilização do controle integrado, que consiste na combinação e integração de todas as técnicas disponíveis. O uso de cultivares de mandioca resistentes e/ou tolerantes é o meio ideal para controlar ou reduzir os ácaros e minimizar os danos causados à cultura. Existem vários inimigos naturais dos ácaros que exercem um bom controle, dentre os quais destacam-se alguns coleópteros e diversos ácaros benéficos da família Phytoseiidae; estes ácaros vivem e ovipositam entre as colônias dos ácaros-praga e consomem os seus ovos, larvas, ninfas e adultos. Outro inimigo natural importante é o fungo Neozygites sp., que tem sido encontrado atacando as fêmeas do ácaro verde. O controle cultural dos ácaros deve ser utilizado e consiste na realização de práticas que dificultam o desenvolvimento populacional da praga e retardam a sua dispersão, tais como: 1) destruição de plantas hospedeiras; 2) inspeções periódicas na cultura para localizar focos; 3) destruição dos restos de cultura, prática indispensável naquelas plantações que apresentaram altas populações de ácaros; 4) seleção do material de plantio livre de ácaros, insetos e enfermidades; e 5) distribuição adequada das plantas no campo, para reduzir a disseminação dos ácaros. Não há nenhum produto registrado até o momento para o controle químico de ácaros da mandioca. Este tipo de controle, além de anti-econômico, provoca desequilíbrio por eliminar os inimigos naturais (insetos e ácaros benéficos), muito comuns nos mandiocais. Mandarová O mandarová da mandioca, Erinnyis ello, é considerado uma das pragas mais importantes desta cultura, pela ampla distribuição geográfica e alta capacidade de consumo foliar, especialmente nos últimos ínstares larvais. A lagarta pode causar severo desfolhamento, o qual, durante os primeiros meses de desenvolvimento da cultura, pode reduzir o rendimento e até ocasionar a morte de plantas jovens. Este inseto tem-se apresentado somente nas Américas, onde tem desfolhado grandes plantios de mandioca. O mandarová da mandioca pode se apresentar em qualquer época do ano, mas em geral ocorre no início da estação chuvosa ou da seca, entretanto é uma praga de ocorrência esporádica, podendo demorar até vários anos antes de surgir um novo ataque. No início, a lagarta é difícil de ser vista na planta, devido ao tamanho diminuto (5 mm) e à coloração, confundindo-se com a da folha. Quando completamente desenvolvidas, o colorido das lagartas é o mais variado possível, havendo exemplares de cor verde, castanho-escura, amarela e preta, sendo mais freqüentes as de cores verde e castanho-escura. A lagarta passa por cinco estádios que duram aproximadamente de 12 a 15 dias, período em que consome, em média, 1.107 cm² de área foliar, sendo que 75% dessa área é consumida no quinto ínstar. A prática da aração da área para novos plantios contribui entre outras vantagens, no enterrio profundo de algumas pupas, enquanto outras ficam na superfície do solo expostas aos raios solares, as quais são eliminadas. A eliminação das plantas invasoras, especialmente as euforbiáceas, presentes na plantação ou em suas imediações, é outra prática recomendada, as quais servem de hospedeiras à praga. No caso de ataques contínuos do mandarová em uma região, recomenda-se a rotação de culturas, já que ao desaparecer o hospedeiro mais prolífero, diminui a população da praga. Inspeções periódicas das lavouras, identificando os focos iniciais, também tornam o controle mais eficiente. Em áreas pequenas, recomenda-se a catação manual e destruição das lagartas. Uso de Agrotóxicos Agrotóxicos são os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento dos produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos (Lei Federal 7.802 de 11.07.89). Os agrotóxicos são importantes para a bananicultura, todavia, exigem precaução no seu uso, visando a proteção dos operários que os manipulam e aplicam, dos consumidores de banana, dos animais de criação, de abelhas, peixes, de organismos predadores e parasitas, enfim, do meio ambiente. Toxicidade dos defensivos agrícolas A toxicidade da maioria dos defensivos é expressa em termos do valor da Dose Média Letal (DL50), por via oral, representada por miligramas do produto tóxico por quilo de peso vivo, necessários para matar 50% de ratos e outros animais testes. Assim, para fins de prescrição das medidas de segurança contra riscos para a saúde humana, os produtos são enquadrados em função do DL50, inerente a cada um deles, conforme mostra a Tabela 8. Tabela 8. Classificação toxicológica dos agrotóxicos em função do DL50. Classe toxicológica Descrição Faixa indicativa de cor I Extremamente tóxicos (DL50 < 50 mg/kg de peso vivo) Vermelho vivo II Muito tóxicos (DL50 – 50 a 500 mg/kg de peso vivo) Amarelo intenso III Moderadamente tóxicos (DL50 – 500 a 5000 mg/kg de peso vivo) Azul intenso IV Pouco tóxicos (DL50 > 5000 mg/kg de peso vivo) Verde intenso Equipamentos de proteção individual – EPIs Os EPIs mais comumente utilizados são: máscaras protetoras, óculos, luvas impermeáveis, chapéu impermeável de abas largas, botas impermeáveis, macacão com mangas compridas e avental impermeável. Os EPIs a serem utilizados são indicados via receituário agronômico e nos rótulos dos produtos. Recomendações relativas aos EPIs • Devem ser utilizados em boas condições, de acordo com a recomendação do fabricante e do produto a ser utilizado. • Devem possuir Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho. • Os filtros das máscaras e respiradores são específicos para defensivos e têm data de validade. • As luvas recomendadas devem ser resistentes aos solventes dos produtos. • O trabalhador deve seguir as instruções de uso de respiradores. • A lavagem deve ser feita usando luvas e separada das roupas da família. • Devem ser mantidos em locais limpos, secos, seguros e longe de produtos químicos. Transporte dos agrotóxicos O transporte de defensivos pode ser perigoso, principalmente, quando as embalagens são frágeis, devendo-se tomar as seguintes precauções: • Evitar a contaminação do ambiente e locais por onde transitam. • Nunca transportar defensivos agrícolas junto com alimentos, rações, remédios etc. • Nunca carregar embalagens que apresentem vazamentos. • Embalagens contendo defensivos e que sejam suscetíveis a ruptura deverão ser protegidas durante seu transporte usando materiais adequados. • Verificar se as tampas estão bem ajustadas. • Impedir a deterioração das embalagens e das etiquetas. • Evitar que o veículo de transporte tenha pregos ou parafusos sobressalentes dentro do espaço onde devem ser colocadas as embalagens. • Não levar produtos perigosos dentro da cabine ou mesmo na carroceria se nela viajarem pessoas ou animais. • Não estacionar o veículo junto às casas ou locais de aglomeração de pessoas ou de animais. • Em dias de chuva sempre cobrir as embalagens com lona impermeável se a carroceria for aberta. Armazenamento dos agrotóxicos Um fator importante na armazenagem é a temperatura no interior do depósito. As temperaturas mais altas podem provocar o aumento da pressão interna nos frascos, contribuindo para a ruptura da embalagem, ou mesmo, propiciando o risco de contaminação de pessoas durante a abertura da mesma. Pode ocorrer ainda a liberação de gases tóxicos, principalmente daquelas embalagens que não foram totalmente esvaziadas, ou que foram contaminadas externamente por escorrimentos durante o uso. Estes vapores ou gases podem colocar em risco a vida de pessoas ou animais da redondeza. Recomendações gerais • Armazenar em local coberto de maneira a proteger os produtos contra as intempéries. • A construção do depósito deve ser de alvenaria, não inflamável. • O piso deve ser revestido de material impermeável, liso e fácil de limpar. • Não deve haver infiltração de umidade pelas paredes, nem goteiras no telhado. • Funcionários que trabalham nos depósitos devem ser adequadamente treinados, devem receber equipamento individual de proteção e ser periodicamente submetidos a exames médicos. • Junto a cada depósito deve haver chuveiros e torneira, para higiene dos trabalhadores. • Um “chuveirinho” voltado para cima, para a lavagem de olhos, é recomendável. • As pilhas dos produtos não devem ficar em contato direto com o chão, nem encostadas na parede. • Deve haver amplo espaço para movimentação, bem como arejamento entre as pilhas. • Estar situado o mais longe possível de habitações ou locais onde se conservem ou consuma alimentos, bebidas, drogas ou outros materiais, que possam entrar em contato com pessoas ou animais. • Manter separados e independentes os diversos produtos agrícolas. • Efetuar o controle permanente das datas de validade dos produtos. • As embalagens para líquido devem ser armazenadas com o fecho para cima. • Os tambores ou embalagens de forma semelhante não devem ser colocados verticalmente sobre os outros que se encontram horizontalmente ou vice-versa. • Deve haver sempre disponibilidade de embalagens vazias, como tambores, para o recolhimento de produtos vazados. • Deve haver sempre um adsorvente como areia, terra, pó de serragem ou calcário para adsorsão de líquidos vazados. • Deve haver um estoque de sacos plásticos, para envolver adequadamente embalagens rompidas. • Nos grandes depósitos é interessante haver um aspirador de pó industrial, com elemento filtrante descartável para se aspirar partículas sólidas ou frações de pós vazados. Se ocorrer um acidente que provoque vazamentos, tomar medidas para que os produtos vazados não alcancem fontes de água, não atinjam culturas, e que sejam contidos no menor espaço possível. Recolher os produtos vazados em recipientes adequados. Se a contaminação ambiental for significativa, avisar as autoridades, bem como alertar moradores vizinhos ao local. Pequenos depósitos • Não guardar defensivos agrícolas ou remédios veterinários dentro de residências ou de alojamento de pessoal. • Não armazenar defensivos nos mesmos ambientes onde são guardados alimentos, rações ou produtos colhidos. • Se defensivos forem guardados num galpão de máquinas, a área deve ser isolada com tela ou parede, e mantida sob chave. • Não fazer estoque de produtos além das quantidades previstas para uso a curto prazo, como uma safra agrícola. • Todos os produtos devem ser mantidos nas embalagens originais. Após remoção parcial dos conteúdos, as embalagens devem ser novamente fechadas. • No caso de rompimento de embalagens, estas devem receber uma sobrecapa, preferivelmente de plástico transparente para evitar a contaminação do ambiente. Deve permanecer visível o rótulo do produto. • Na impossibilidade de manutenção na embalagem original, por estar muito danificada, os produtos devem ser transferidos para outras embalagens que não possam ser confundidas com recipientes para alimentos ou rações. Devem ser aplicadas etiquetas que identifiquem o produto, a classe toxicológica e as doses a serem usadas para as culturas em vista. Essas embalagens de emergência não devem ser mais usadas para outra finalidade. Receituário agronômico Somente os engenheiros agrônomos e florestais, nas respectivas áreas de competência, estão autorizados a emitir a receita. Os técnicos agrícolas podem assumir a responsabilidade técnica de aplicação, desde que o façam sob a supervisão de um engenheiro agrônomo ou florestal (Resolução CONFEA No 344 de 27-07-90). Para a elaboração de uma receita é imprescindível que o técnico vá ao local com problema para ver, avaliar, medir os fatores ambientais, bem como suas implicações na ocorrência do problema fitossanitário e na adoção de prescrições técnicas. As receitas só podem ser emitidas para os defensivos registrados na Secretaria de Defesa Agropecuária - DAS do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que poderá dirimir qualquer dúvida que surja em relação ao registro ou à recomendação oficial de algum produto. Aquisição dos defensivos agrícolas • Procurar orientação técnica com o engenheiro agrônomo ou florestal. • Solicitar o receituário agronômico, seguindo-o atentamente. • Adquirir o produto em lojas cadastradas e de confiança. • Certificar-se de que o pulverizador está totalmente vazio. • Verificar se a pressão dos pneus é a correta, se os parafusos de fixação apresentam apertos adequados, se a folga das correias é a conveniente etc. • Verificar se há vazamento na bomba, nas conexões, nas mangueiras, registros e bicos, regulando a pressão de trabalho para o ponto desejado, utilizando-se somente a água para isso. • Destravar a válvula reguladora de pressão, quando o equipamento estiver com a bomba funcionando sem estar pulverizando. O mesmo procedimento deverá ser seguido nos períodos de inatividade da máquina. • No preparo da calda, utilizar somente água limpa, sem materiais em suspensão, especialmente areia. • Regular o equipamento, sempre que o gasto de calda variar de 15% em relação ao obtido com a calibração inicial. • Trocar os componentes do bico sempre que a sua vazão diferir de 5% da média dos bicos da mesma especificação. Colheita e Pós-colheita Colheita O início da colheita da mandioca depende de fatores como: 1.Técnicos: a) ciclo das cultivares (precoces - 10-12 meses; semiprecoces - 14-16 meses; e tardias - 18-20 meses). Deve-se considerar também o objetivo do produto, se mandioca de mesa, aipim ou macaxeira, colhidas aos 8 a 14 meses e para indústria 18 a 24 meses; b) ocorrências observadas ao longo do ciclo de cada cultivar ou de cada gleba, como o ataque de pragas ou doenças, que podem antecipar ou retardar a colheita; c) condições em que se encontram as diferentes áreas de mandioca na ocasião da colheita, como o grau de infestação de plantas daninhas e a recuperação das plantas, por exemplo, do ataque de mandarovás e/ou de ácaros, já tendo ocorrida a reposição do amido consumido na reconstituição da parte aérea danificada; e d) sistema de plantio em relação às condições de umidade do solo, desde quando nas culturas instaladas em covas ou camalhões, as raízes de reserva se desenvolvem mais superficialmente em relação ao nível do solo, o que não acontece quando o plantio é em sulcos. 2. Ambientais: a) condições de solo e clima, que determinam as facilidades e dificuldades ao arranquio das plantas. Nas regiões em que se predominam indústrias de produtos de mandioca, a colheita é feita geralmente nos períodos secos e quentes ou secos e frios, entre as estações chuvosas, pois as raízes apresentam suas qualidades desejáveis em seu mais alto grau. Nas Regiões Norte e Nordeste, em que a mandioca é considerada produto de subsistência, a colheita ocorre o ano inteiro, para atender ao consumo e à comercialização nas feiras livres; b) estado das estradas e dos caminhos de acesso ao mandiocal. 3. Econômicos: a) situação do mercado e dos preços dos produtos; b) disponibilidade de mão-de-obra e de recursos de apoio, pois a colheita da mandioca é a operação do sistema de produção que requer maior emprego do elemento humano, sendo mais dificultada em solo endurecido, com cultivar ramificada e com maior infestação de ervas daninhas. Um homem colhe 600 a 800 kg de raízes de mandioca numa jornada de trabalho de oito horas, podendo alcançar até 1.000 kg se o mandiocal estiver em solo mais arenoso, limpo e com boa produção por planta; c) premência de tempo, em casos em que, por exemplo, compromissos financeiros ou de âmbito contratual devem ser satisfeitos dentro da época preestabelecida, apesar de não combinarem com a época da colheita da mandioca. As épocas mais indicadas para colher a mandioca são aquelas em que as plantas encontram-se em período de repouso, ou seja, quando pelas condições de clima e do ciclo elas já diminuíram o número e o tamanho das folhas e dos lobos foliares, condição em que atinge o máximo de produção de raízes com elevado teor de amido. Embora já existam implementos mecanizados de fabricação nacional, a colheita da mandioca é primordialmente manual e/ou com auxílio de implementos, tendo duas etapas: a) poda das ramas, efetuada a uma altura de 20 a 30 cm acima do nível do solo; e b) arranquio das raízes, com a ajuda de ferramentas, a depender das condições de umidade e/ou características do solo. Após o arranquio ou colheita das raízes, estas devem ser amontoadas em pontos na área, a fim de facilitar o recolhimento pelo veículo transportador, devendo-se evitar que permaneçam no campo por mais de 24 horas, para que não ocorra a deterioração fisiológica e/ou bacteriológica. O carregamento das raízes do campo até o local do beneficiamento é feito por meio de cestos, caixas, sacos, grades de madeira etc. Algumas regiões utilizam bolsões de lona conhecidos por “big bag”, para grandes carregamentos de raízes. Esses bolsões são distribuídos na área para colocação das raízes, mais ou menos 800 kg, e um trator equipado com hidráulico eleva as bolsas para cima dos caminhões, ocasião em que um operário desfaz o nó e as raízes caem dentro da carroceria do caminhão. Pós-colheita As raízes da mandioca são uma ótima fonte energética, onde estão também presentes compostos cianogênicos potenciais, que oferecem riscos à saúde em caso de processamento inadequado. As raízes de mandioca podem ser usadas para consumo de mesa (aipim ou mandioca mansa, com baixo teor de compostos cianogênicos potenciais – concentração menor que 100 ppm) ou de forma industrial (mandioca ou mandioca brava, com alto teor de compostos cianogênicos potenciais – concentração maior que 100 ppm). Em termos tecnológicos, o escurecimento enzimático é um fator importante a ser considerado no processamento. Após a colheita e após o descascamento, inicia-se esse processo de deterioração de forma mais intensa, que pode ser evitado com a aplicação de tratamentos antioxidantes (por exemplo, por imersão em solução diluída de ácidos orgânicos) e/ou branqueamento (tratamento térmico brando). Os principais produtos derivados do aipim ou mandioca mansa são o minimamente processado ou os processados como mandioca pré-cozida congelada, como os “chips”, por exemplo (Fig. 3). Os principais produtos derivados da mandioca ou mandioca brava são a farinha seca (Fig. 4) e farinha d’água (Fig. 5), fécula ou polvilho doce (Fig. 6) e polvilho azedo. Figura 3. Fluxograma geral do processamento de mandioca para produção de mandioca frita. Figura 4. Fluxograma geral do processamento de mandioca para produção de farinha seca. Figura 5. Fluxograma geral do processamento de mandioca para produção de farinha d’água. Figura 6. Fluxograma geral do processamento de mandioca para produção de fécula. Mandioca na alimentação animal Raspa de raízes de mandioca As raízes da mandioca destacam-se como fonte de energia, que é o componente quantitativamente mais importante das rações alimentícias para diferentes espécies de animais. Apresentam quantidades mínimas de proteína, vitaminas, minerais e fibra e são bem aceitas pelos animais. A concentração de energia útil na mandioca e seus derivados é afetada pela umidade. A raiz de mandioca quando fresca, apresenta menos de 1.500 kcal de energia metabolizável por quilo de massa fresca; quando desidratada, varia de 3.200 a 3.600 kcal A desidratação é um processo importante para conservar a qualidade das raízes depois de colhidas, facilita seu uso na composição de alimentos, eleva a concentração de nutrientes e facilita a conservação dos alimentos, além de ser um dos métodos mais eficientes na redução da toxicidade. O processo de produção consiste basicamente, logo após a colheita, no corte das raízes e exposição ao sol. A produção de raspa deve ocorrer no período adequado à colheita, quando as condições climáticas são favoráveis (boa insolação, alta temperatura e baixa umidade relativa). de energia metabolizável, nível adequado para a maioria dos animais de todas as idades. Lavagem das raízes As raízes devem ser lavadas para eliminar a terra e outros elementos estranhos aderidos a elas, especialmente quando são processadas sem a retirada da casca (película externa e córtex). A lavagem adequada permite obter materiais com boa qualidade, quanto ao conteúdo de resíduos. Corte das raízes As raízes devem ser divididas em pequenos pedaços, usando maquinário apropriado, para acelerar o processo de secagem, facilitar o armazenamento, a sua conservação e uso na preparação de rações alimentícias. Desidratação das raízes É a operação mais importante no processo de preparação de raspas, devido à necessidade de baixar o teor de umidade de 60-70% nas raízes para 10-14% nas raspas. para supermercados. Já no caso da fécula, ocorre a comercialização diretamente com as empresas que irão usá-la como insumo em diversos processos industriais. Apesar do crescimento da comercialização via associações e cooperativas, ainda prevalece a figura do intermediário como principal agente de comercialização na cadeia. Essa função é exercida por agentes esporádicos (caminhoneiros) e por comerciantes regularmente estabelecidos nos centros urbanos. O processo de embalagem depende do produto (farinha ou fécula) e do mercado a que se destina. No caso da farinha, é comercializada nas feiras livres, geralmente embalada em sacas de 50 kg, ou em supermercados, embalada em pacotes de meio, um ou dois quilos, vendidos em fardos de 30 kg. Já a fécula é embalada em sacas de 25 kg, para atender tanto ao mercado atacadista como ao mercado das indústrias; no caso desse último mercado, a fécula também pode ser comercializada em embalagens de maior capacidade. As raízes destinadas ao consumo in natura são comercializadas em caixa tipo “k” retornáveis de 23 kg. O segmento de consumo da cadeia da mandioca, na Região do Cerrado, é caracterizado por consumidores que absorvem a própria produção, ou seja, são agricultores que definem os produtos em função de suas preferências e hábitos regionais. Cerca de 62% da produção são retidos nos estabelecimentos agropecuários de forma in natura, servindo de alimento tanto para o ser humano como para os animais (gado, porco e galinha), e também como matéria-prima para as pequenas casas de farinhas e para a fabricação de polvilho. No caso dos demais consumidores, que adquirem os produtos no mercado, o padrão de consumo depende do produto, nível de renda, costumes regionais e hábitos de compra. No tocante à farinha comum, farinhas temperadas, farinha tipo “beiju”, mandioca “fresca” e outros produtos tradicionais, identificam-se, pelo menos, dois tipos de consumidores que podem ser caracterizados em função dos hábitos de compra: “o consumidor de feira livre” e o “consumidor de supermercado”. Com relação aos consumidores de fécula, todos podem ser classificados como consumidores intermediários, isto é, adquirem o produto para ser utilizado como insumo nos diversos processos industriais. Enquadram-se nessa categoria os consumidores que compram pequenas quantidades que podem ser encontradas no comércio varejista e no mercado atacadista, como é o caso das padarias, confeitarias e pequenas indústrias de processamento de carne. Além disso, incluem-se também os consumidores que transacionam grandes volumes, diretamente negociados com as fecularias, visando obter melhores preços e condições de pagamento. Nesse segmento da cadeia inserem-se, também, os importadores. O negócio de fécula, atualmente, mostra-se como um dos mais promissores devido ao mercado internacional, sendo que em 2002 foram exportadas 17,9 milhões de toneladas de fécula, enquanto o consumo desse produto no Brasil gira em torno de 500 mil toneladas por ano. O nicho de mercado que vem crescendo, tanto na Região do Cerrado como em todo o Brasil, é o dos produtos minimamente processados, sendo a mandioca um desses. A mandioca congelada, cozida ou pré-cozida encontra espaço nas cadeias de restaurantes, cozinha industrial e bares, sendo comercializadas em embalagens de um ou dois quilos. No Distrito Federal, 23% da produção de raízes são destinados às agroindústrias que trabalham com essa linha de produto, fora o que é importado de municípios da Região do Entorno. O produto mandioca descascada, que tem tido boa aceitação no mercado, é comercializado tanto em feiras livre (varejo), como em supermercado, sacolões e frutarias, em embalagem de um ou dois quilos. O preço desse produto é, geralmente, de 25 a 50% superior ao do da mandioca com casca. Cerca de 35% da produção de mandioca do Cerrado são destinados à industria; desse total, 17% são comercializados diretamente com as indústrias, enquanto que, do restante, uma parcela é processada nos próprios estabelecimentos agropecuários e a outra chega à industria pelas mãos de intermediários. No Estado do Mato Grosso do Sul, que tem parte de sua área territorial na Região do Cerrado, encontra-se o maior número de indústrias; conseqüentemente, 73% da produção são destinados para a indústria. No restante da Região do Cerrado predomina o consumo da mandioca fresca ou de mesa. Sazonalidade e formação de preço A sazonalidade dos preços das raízes influencia diretamente o preço dos produtos. As flutuações nos preços são diretamente influenciadas por mudanças na oferta, haja vista que as mudanças na demanda se processam mais lentamente. No Estado do Mato Grosso do Sul, o período do ano em que os preços recebidos pelos produtores são mais altos situa-se entre os meses de março e julho, quando há escassez do produto. A oferta concentra-se nos meses de agosto a dezembro, em que os preços alcançados estão no nível mínimo. No mês de maio ocorre o preço mais alto, e o mais baixo em dezembro, sendo que a diferença entre esses dois preços é de 18,4%. No Estado de Minas Gerais, o período de preços altos vai de setembro a janeiro, e o de preços baixos, de março a junho. O pico dos preços ocorre em janeiro e o menor preço em junho, sendo o primeiro 17,9% maior. No Distrito Federal ocorrem dois picos de preços, um em março, com maior intensidade, o outro em outubro, que é 6,1% inferior àquele; os níveis de preços mais baixos localizam-se nos meses de julho e agosto. Quanto à formação dos preços, há uma série de fatores que interferem neste processo: 1) aspectos relacionados com o ciclo da cultura, que é função direta da combinação das variedades cultivadas e das condições ambientais; 2) aspectos inerentes à estrutura de mercado enfrentada pelos produtores de mandioca, em que o processo de formação de preço se aproxima de uma estratégia concorrencial, ou seja, os produtores de matéria-prima concorrem em preço. Além disso, as informações incompletas ou mesmo a falta de informação a respeito do mercado favorecem à ação dos intermediários, que agem como agentes determinantes no processo de formação de preço; 3) praticamente não há barreiras à entrada no mercado de farinha; em função da simplicidade da tecnologia, os investimentos não precisam ser altos e, inclusive, a farinha pode ser produzida em nível artesanal. Conseqüentemente, quando o preço do produto está atrativo, ocorrem entradas de agricultores no negócio e a produção de raízes e farinha aumenta rapidamente, reduzindo os preços; 4) a quantidade ofertada de matéria-prima independe de uma relação mais forte com as agroindústrias, isto é, a oferta de matéria-prima local não leva em consideração a capacidade instalada das unidades de processamento, havendo assim períodos de excesso e de escassez, com reflexos diretos no processo de formação de preços. A inexistência de contratos de fornecimento de longo prazo nas unidades individuais concorre para a não existência de volume e regularidade desejada de produção, fazendo com que a cadeia perca competitividade, dado o inadequado grau de coordenação entre os seus segmentos; e 5) os fatores relacionados com questões culturais de cada localidade influenciam no aumento da oferta de matéria-prima, como uma necessidade para se fazer caixa, visando a aquisição de bens e serviços de demanda imediata. Além disso, é importante ressaltar o aumento de oferta de matéria-prima que geralmente acontece no final de cada mês, como uma alternativa para recompor a renda, sobretudo dos agricultores que dependem de fontes de renda tais como a aposentadoria. Coeficientes Técnicos A determinação do custo de produção é um importante instrumento na tomada de decisão no setor rural. Apesar de sua aparente simplicidade, elaborar estimativas de custo de produção ou os chamados orçamentos de custo não é uma tarefa fácil. Nesse processo estão envolvidos aspectos que não podem ser avaliados de forma eficiente para todos os produtores (empresários). Por exemplo, torna- se extremamente difícil, nessas condições, saber qual o custo de oportunidade, associado a cada fator de produção, assumido pelos diferentes tomadores de decisão nas diversas regiões produtoras de mandioca. Portanto, os valores aqui apresentados, para os diferentes sistemas de produção, referem-se a coeficientes médios. Na Tabela 9 são apresentados os custos para o sistema de plantio, recomendado pela pesquisa, com espaçamento de 1,00 x 0,60 m (16.666 plantas por hectare). Nesse sistema são utilizados insumos modernos como fertilizantes, defensivos e mecanização, mas o plantio, tratos culturais e fitossanitários e a colheita são realizados manualmente. O rendimento médio estimado nesse sistema é de 20 t/ha, proporcionado um custo médio de produção da ordem de R$ 108,15 por tonelada de raízes . Os solos de cerrado apresenta dois delimitadores comuns que são a acidez elevada e a baixa fertilidade natural. Embora a mandioca produza em solo com baixo teor nutricional, como toda cultura possui nível mínimo de exigência. O fósforo, como um dos macronutrientes importantes para seu desenvolvimento dessa cultura, terá que ser reposto em doses suficientes para atender a necessidade do solo e, a partir daí, ficar disponível para ser absorvido pela planta. Por outro lado, essa cultura é pouco afetada pela acidez, produzindo melhor na faixa de pH de 5,5 a 7; nesse caso, é recomendável a calagem no primeiro ano de cultivo. Um outro nutriente importante é o nitrogênio, que tem como fonte a uréia ou o sulfato de amônio, cuja aplicação deve ser em cobertura no prazo de 30 a 60 dias após o brotamento das manivas, com o solo ainda úmido. A primeira fonte é recomendada para o período chuvoso, por ser mais volátil, mas no caso da ocorrência de veranicos, recomenda-se o sulfato de amônio. Outra grande diferença entre essas duas fontes é o frete, pois para transportar 40 kg de N e a fonte for o sulfato de amônia, necessitaria de 2,25 vezes o volume se a fonte fosse a uréia. Cultivo da Mandioca para a Região do Cerrado Importância Econômica O Brasil ocupa a segunda posição na produção mundial de mandioca (12,7% do total). Cultivada em todas as regiões, tem papel importante na alimentação humana e animal, como matéria-prima para inúmeros produtos industriais e na geração de emprego e de renda. Estima-se que, nas fases de produção primária e no processamento de farinha e fécula, são gerados um milhão de empregos diretos e que a atividade mandioqueira proporciona receita bruta anual equivalente a 2,5 bilhões de dólares e uma contribuição tributária de 150 milhões de dólares; a produção que é transformada em farinha e fécula gera, respectivamente, receitas equivalentes a 600 milhões e 150 milhões de dólares. Em função do tipo de raiz a mandioca pode ser classificada em: 1) de “mesa” - é comercializada na forma in natura; e 2) para a indústria, transformada principalmente em farinha, que tem uso essencialmente alimentar, e fécula que, junto com seus produtos derivados, têm competitividade crescente no mercado de amiláceos para a alimentação humana, ou como insumos em diversos ramos industriais tais como o de alimentos embutidos, embalagens, colas, mineração, têxtil e farmacêutica (Fig. 1). A produção nacional da cultura projetada pela CONAB para 2002 será de 22,6 milhões de toneladas de raízes, numa área plantada de 1,7 milhões de hectares, com rendimento médio de 13,3 t/ha. Dentre os principais estados produtores destacam-se: Pará (17,9%), Bahia (16,7%), Paraná (14,5%), Rio Grande do Sul (5,6%) e Amazonas (4,3%), que respondem por 59% da produção do país. A Região Nordeste sobressai-se com uma participação de 34,7% da produção nacional, porém com rendimento médio de apenas 10,6 t/ha; as demais regiões participam com 25,9% (Norte), 23,0% (Sul), 10,4% (Sudeste) e 6,0% (Centro-Oeste). As Regiões Norte e Nordeste destacam-se como principais consumidoras, sob a forma de farinha. No Sul e Sudeste, com rendimentos médios de 18,8 t/ha e 17,1 t/ha, respectivamente, a maior parte da produção é para a indústria, principalmente no Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Figura 1. Potencialidades de uso do amido no Brasil. No período de 1975 a 2000, a área plantada com mandioca diminuiu em todo o Brasil, em média 0,7% ao ano, passando de 2,0 milhões de hectares no início do período para 1,7 milhões de hectares, com reflexo de queda na produção de 0,5% ao ano, ou seja, saindo da casa 26,1 milhões para 23,0 milhões de toneladas, nesse mesmo período. A Região do Cerrado, que ocupa 24% do território nacional (Fig. 2), também acompanhou essa mesma tendência, só com queda mais significativa, 1,9% ao ano; portanto, a área cultivada passou de 311.125 hectares, em 1975, para 191.218 hectares, em 2000. Essa retração da área traduziu-se em queda de 2,0% ao ano na produção do Cerrado, ou seja, saiu dos 3,9 milhões de toneladas, em 1975, para 2,4 milhões de toneladas, em 2000. Em 1975, essa região participava com 15% da produção nacional, chegando a apenas 8% em 1996 e passando para a casa dos 10% em 2000. A produtividade da cultura é variável e depende da fertilidade do solo (natural ou com adubação), da variedade cultivada, da idade da cultura, dos tratos culturais, do estado fitossanitário da lavoura. Historicamente, o Brasil tem produzido 12,3 t/ha, e a Região do Cerrado 11,3 t/ha, ou seja, 8% inferior à produtividade nacional. O consumo per capita mundial de mandioca e derivados, em 1996, foi de 17,4 kg/hab/ano, sendo de 50,6 kg/hab/ano no Brasil. Os países da África destacam-se nesse aspecto; a República Democrática do Congo, República do Congo e Gana apresentaram, respectivamente, valores de 333,2, 281,1 e 247,2 kg/hab/ano. O mercado internacional da mandioca, sem considerar o comércio interno na União Européia, movimentou até 1993, em média/ano, cerca de 10 milhões de toneladas de produtos derivados ("pellets" e farinha de soja/mandioca), sendo equivalente a mais de 1 bilhão de dólares. A produção brasileira de mandioca é praticamente consumida no mercado interno, com menos de 0,5% da produção nacional sendo exportados nos últimos 10 anos. Figura 2. Distribuição dos Cerrados, incluídas as áreas de transição com outras formações. Nos anos de 2000 e 2001, o Brasil exportou, em média, 13,1 milhões de toneladas de fécula de mandioca, produzindo uma receita de 3,3 milhões de dólares. Um total de 79,9% do exportado foi para a Venezuela (31,4%), Argentina (26,8%), Colômbia (10,7%), Uruguai (6,2%) e Estados Unidos (4,8%). De toda a fécula exportada, 6,2% são provenientes da Região do Cerrado. Na forma de raiz de mandioca fresca, resfriada, congelada ou seca, o Brasil exportou em média, nesse período, o equivalente a 361 toneladas e obteve receita da ordem de 195 mil dólares. Os países que mais compram, 79,5% das exportações, são: Reino Unido (40,2%), Estados Unidos (14,0%), França (13,0%) e Japão (12,3%). De toda a raiz exportada, 2,4% tiveram sua procedência da Região do Cerrado: Estados da Bahia e Goiás. A Região de Cerrados no Brasil, com área de 274 milhões de hectares e características de Savanas, é de fundamental importância para a agricultura brasileira e representa um dos principais centros de dispersão da cultura da mandioca. Tem grande potencial para produção de alimentos, entretanto, seus solos inférteis e a ocorrência de veranicos requerem sistemas de produção adequados, que possibilitem a sua exploração de forma racional e econômica. A mandioca é uma das culturas mais indicadas para a região, devido seu alto potencial de produção, ser de baixo risco, pouco exigente em insumos e tolerantes à acidez e ao alumínio tóxico. Entretanto, alguns problemas básicos relativos aos sistemas de produção tem sido evidenciados. As baixas produtividades da cultura na região são devidas principalmente à utilização de variedades não selecionadas e à ocorrência de pragas e doenças. Por tratar-se de uma cultura de ciclo bianual, a mandioca está sujeita a diversos ataques de insetos e ácaros, alguns classificados como pragas de maior importância que podem causar danos severos à cultura e resultar em perdas no rendimento. Apesar desse potencial, estima-se que, atualmente, cerca de apenas 10% da área plantada e de 10% da produção nacional da mandioca estão localizados na Região dos Cerrados, e com produtividade média de 14 t/ha. Clima A mandioca é cultivada entre 30 graus de latitudes Norte e Sul, embora sua concentração de plantio esteja entre as latitudes 15oN e 15oS. Suporta altitudes que variam desde o nível do mar até cerca de 2.300 metros, sendo regiões baixas ou com altitude de até 600 a 800 metros as mais favoráveis. A faixa ideal de temperatura situa-se entre 20 a 27oC (média anual). As temperaturas baixas, em torno de 15oC, retardam a germinação e diminuem ou mesmo paralisam sua atividade vegetativa, entrando em fase de repouso. A faixa mais adequada de chuva é entre 1.000 a 1.500 mm/ano, bem distribuídos. Em regiões tropicais, a mandioca produz em locais com índices de até 4.000 mm/ano, sem estação seca em nenhum período do ano; nesse caso, é importante que os solos sejam bem drenados, pois o encharcamento favorece a podridão de raízes. É também muito cultivada em regiões semi-áridas, com 500 a 700 mm de chuva por ano ou menos; nessas condições, é importante adequar a época de plantio, Tabela 1. Sintomas de deficiência e de toxidez de nutrientes em mandioca. Nutrientes Sintomas de deficiência N crescimento reduzido da planta; em algumas cultivares ocorre amarelecimento uniforme e generalizado das folhas, iniciando nas folhas inferiores e atingindo toda a planta. P crescimento reduzido da planta, folhas pequenas, estreitas e com poucos lóbulos, hastes finas; em condições severas ocorre o amarelecimento das folhas inferiores, que se tornam flácidas e necróticas e caem; diferentemente da deficiência de N, as folhas superiores mantêm sua cor verde escura, mas podem ser pequenas e pendentes. K crescimento e vigor reduzido da planta, entrenós curtos, pecíolos curtos e folhas pequenas; em deficiência muito severa ocorrem manchas avermelhadas, amarelecimento e necrose dos ápices e bordas das folhas inferiores, que envelhecem prematuramente e caem; necrose e ranhuras finas nos pecíolos e na parte superior das hastes. Ca crescimento reduzido da planta; folhas superiores pequenas, com amarelecimento, queima e deformação dos ápices foliares; escassa formação de raízes. Mg clorose internerval marcante nas folhas inferiores, iniciando nos ápices ou bordas das folhas e avançando até o centro; em deficiência severa as margens foliares podem tornar- se necróticas; pequena redução na altura da planta. S amarelecimento uniforme das folhas superiores, similar ao produzido pela deficiência de N; algumas vezes são observados sintomas similares nas folhas inferiores. B altura reduzida da planta, entrenós e pecíolos curtos, folhas jovens verdes escuras, pequenas e disformes, com pecíolos curtos; manchas cinzas, marrons ou avermelhadas nas folhas completamente desenvolvidas; exsudação gomosa cor de café nas hastes e pecíolos; redução do desenvolvimento lateral da raiz. Cu deformação e clorose uniforme das folhas superiores; ápices foliares tornam-se necróticos e as margens das folhas dobram-se para cima ou para baixo; pecíolos largos e pendentes nas folhas completamente desenvolvidas; crescimento reduzido da raiz. Fe clorose uniforme das folhas superiores e dos pecíolos, os quais se tornam brancos em deficiência severa; inicialmente as nervuras e os pecíolos permanecem verdes, tornando- se de cor amarela-pálida, quase branca; crescimento reduzido da planta; folhas jovens pequenas, porém em formato normal. Mn clorose entre as nervuras nas folhas superiores ou intermediárias completamente expandidas; clorose uniforme em deficiência severa; crescimento reduzido da planta; folhas jovens pequenas, porém em formato normal. Zn manchas amarelas ou brancas entre as nervuras nas folhas jovens, as quais com o tempo tornam-se cloróticas, com lóbulos muito pequenos e estreitos, podendo crescer agrupadas em roseta; manchas necróticas nas folhas inferiores; crescimento reduzido da planta. Sintomas de toxidez Al redução da altura da planta e do crescimento da raiz; amarelecimento entre as nervuras das folhas velhas sob condições severas. B manchas brancas ou marrons nas folhas velhas, especialmente ao longo dos bordos foliares, que posteriormente podem tornar-se necróticas. Mn amarelecimento das folhas velhas, com manchas pequenas escuras de cor marrom ou avermelhada ao longo das nervuras; as folhas tornam-se flácidas e pendentes e caem no solo. Fonte: Howeler (1981) NC (t/ha) = [2 - (Ca2+ + Mg2+)] x f (01) NC (t/ha) = 2 x Al3+ (02) f = 100/PRNT, onde f = fator de correção do calcário para PRNT 100%. 2) Calcular a necessidade de calcário (NC), em toneladas por hectare (t/ha), de acordo com a análise do solo, para elevar a saturação por bases do solo para 25%, empregando a fórmula 03. V1 é a saturação por bases existente no solo; S é a soma de bases; T é a CTC do solo a pH 7,0 e o teor de (H + Al) é determinado na análise do solo com acetato de cálcio a pH 7,0. NC (t/ha) = (25-V1) x (T/100) x f, (03) onde V1= S/T x100, S= (Ca2+ + Mg2+ + K+ + Na+) e T= S + (H + Al). Recomenda-se a utilização de calcário dolomítico ou magnesiano, podendo ser utilizada também uma mistura de calcários, desde que seja mantida a relação Ca:Mg no calcário na faixa entre 1:1 a 6:1. O calcário deve ser aplicado a lanço em toda a área, de modo uniforme, e incorporado até a profundidade de 20 cm, com antecedência de um a dois meses do plantio, para dar tempo de reagir no solo. A reação do calcário vai depender da disponibilidade de água no solo. Adubação Adubação nitrogenada, adubação fosfatada e potássica a) adubação nitrogenada A mandioca responde bem à aplicação de adubos orgânicos (estercos, tortas, compostos, adubos verdes e outros), que devem ser preferidos como fonte de nitrogênio. Esses adubos devem ser aplicados na cova, sulco ou a lanço, no plantio ou com alguns dias de antecedência para que ocorra a sua fermentação, como acontece com a torta de mamona. A adubação mineral é recomendada na dose de 40 kg de N/ha, com uréia ou sulfato de amônio. Essa aplicação deve ser efetuada em cobertura ao redor da planta, no período de 30 a 60 dias após a brotação das manivas, com o solo úmido. b) adubação fosfatada e potássica A recomendação é efetuada de acordo com a disponibilidade de fósforo e potássio mostrados na análise do solo. O método de análise normalmente utilizado na rotina para determinação desses nutrientes é o método de Mehlich 1, e a interpretação dos resultados da análise para fósforo é efetuada de acordo com o teor de argila do solo, conforme sugerido na Tabela 2. Para a cultura da mandioca recomenda-se a adubação no sulco de plantio conforme a Tabela 3. Nessa recomendação não está prevista a adubação corretiva e utiliza-se, portanto, uma adubação de manutenção maior no sulco de plantio. O superfosfato simples e o superfosfato triplo são os adubos fosfatados mais utilizados, sendo que o superfosfato simples tem a vantagem de conter também cerca de 12% de enxofre na sua composição, nutriente que será fornecido juntamente com o fósforo. Para adubação potássica utiliza-se o cloreto de potássio. Normalmente utilizam-se formulações que contêm o fósforo e o potássio para suprimento desses nutrientes, ajustando-se o volume aplicado para que forneça os nutrientes em quantidades próximas às recomendadas. Tabela 2. Interpretação dos resultados da disponibilidade de fósforo e potássio, extraídos pelo método de Mehlich-1 Fósforo Idade da folha 41-60 21-40 < 20% argila Potássio Classe de disponibilidade mg/dm3 Muito baixa 0-1 0-3 0-5 0-6 - Baixa 1,1-2 3,1-6 5,1-10 6,1-12 <25 Média 2,1-3 6,1-8 10,1-14 12,1-18 25-50 Alta >3 >8 >14 >18 >50 Tabela 3. Recomendação de adubação fosfatada e potássica no sulco de plantio, de acordo com a disponibilidade dos nutrientes pela análise (Mehlich-1), e com o teor de argila do solo para o fósforo P2O5 (kg/ha) Classe de disponibilidade >60 41-60 21-40 <20% argila K2O (kg/ha) Muito baixa 100 80 70 60 - Baixa 80 60 50 40 60 Média 60 40 30 30 40 c) Micronutrientes Os dados de resposta da mandioca aos micronutrientes ainda são escassos. Como referência para interpretação da análise de solo, são apresentados os níveis críticos para culturas anuais na Tabela 4. Para evitar possíveis prejuízos na produção da mandioca, recomenda-se a aplicação preventiva desses micronutrientes no sulco, juntamente com o fósforo e o potássio. A recomendação mencionada na Tabela 4 é equivalente à metade da recomendada para culturas anuais. Nas lavouras com deficiências de zinco e manganês evidenciadas nas folhas, sugere-se pulverizar com uma solução contendo 2 a 4% de sulfato de zinco e de sulfato de manganês. Tabela 4. Interpretação dos resultados da análise do solo para disponibilidade de boro (B) extraído por água quente, e cobre (Cu), manganês (Mn) e zinco (Zn), extraídos pelo método de Mehlich-1, e recomendação de adubação no solo. B (tabela 4) Cu Mn Zn Classe de disponibilidade mg/dm3 Baixa <0,2 <0,4 <1,9 <1,0 Média 0,3-0,5 0,5-0,8 2,0-5,0 1,1-1,6 Alta >0,5 >0,8 >5,0 >1,6 Recomendação de adubação no sulco (kg/ha) Baixa 1 1 3 3 Média 0,3 0,3 0,8 0,8 Contribuição da micorriza arbuscular no crescimento da mandioca Um aspecto importante para a nutrição da mandioca é a contribuição da micorriza arbuscular na eficiência de práticas agronômicas como a calagem e adubação, principalmente da adubação fosfatada. A micorriza é uma associação simbiótica natural entre fungos micorrízicos do solo e as raízes das plantas. O efeito benéfico da micorriza arbuscular ocorre particularmente nas plantas que apresentam um sistema radicular reduzido e pouco ramificado, como a mandioca. As hifas externas do fungo podem estender-se no solo, funcionando como um sistema radicular adicional, e absorver nutrientes de um sua sanidade, devendo ser evitados mandiocais com alta ocorrência de bacteriose, broca da haste, ácaros e percevejo-de-renda, ou que sofreram granizos ou geadas. Tabela 5. Características quantitativas, qualitativas e morfológicas de cultivares de mandioca recomendadas para a Região dos Cerrados Cultivares Rendimento de raiz (t/ha) Teor de amido (%) Resistência à bacteriose Teor de HCN Cor da película Cor da casca Cor da polpa Para mesa IAC 24-2 (Mantiqueira) 16 26 Resistente Baixo Marrom Rósea Branca IAC 352-6 16 25 Resistente Baixo Marrom Creme Branca IAC 352-7 (Jaçanã) 20 28 Resistente Baixo Marrom Branca Branca Para indústria IAC 12-829 30 33 Tolerante Médio Marrom Branca Branca IAC 7-127 (Iracema) 28 32 Tolerante Alto Marrom Branca Branca Sonora 28 32 Tolerante Alto Marrom Branca Branca EAB 81 30 31 Tolerante Médio Marrom Branca Branca EAB 653 28 32 Resistente Alto Marrom Branca Branca Fonte: Embrapa Cerrados. Outros aspectos a serem observados são os agronômicos, que, apesar de simples, resultam em aumento de produção do mandiocal, às vezes sem acréscimo ao custo de produção: a) Escolha da cultivar A escolha da cultivar deverá estar de acordo com o objetivo da exploração, se para alimentação humana in natura, uso industrial ou forrageiro, e a que melhor se adapte às condições da região. É sempre indicado o plantio de uma só cultivar numa mesma área, evitando-se a mistura de cultivares. Necessitando-se usar mais de uma cultivar, o plantio deverá ser feito em quadras separadas. b) Seleção de ramas As ramas devem estar maduras, provenientes de plantas com 10 a 14 meses de idade e do terço médio da planta, eliminando-se a parte herbácea superior, que possui poucas reservas, e a parte de baixo, muito lenhosa e com gemas geralmente inviáveis ou “cegas”. É importante verificar o teor de umidade da rama, o que pode ser comprovado se ocorrer o fluxo de látex imediatamente após o corte. c) Conservação de ramas A falta de coincidência entre a colheita da mandioca e os novos plantios tem sido um dos problemas na preservação de cultivares, a nível de produtor, e muitas vezes resulta na perda de material de alto valor agronômico. Quando as ramas não vão ser utilizadas para novos plantios imediatamente após a colheita, elas devem ser conservadas por algum tempo para não reduzir ou perder a viabilidade. Recomenda-se que a conservação ocorra o mais próximo possível da área a ser plantada, em local fresco, com umidade moderada, sombreado, portanto protegidas dos raios solares diretos e de ventos frios e quentes. O período de conservação deve ser o menor possível, podendo as ramas ser dispostas vertical ou horizontalmente. Na posição vertical, as ramas são preparadas cortando-se as ramificações e a maniva-mãe, tendo as suas bases enterradas cerca de 5 cm, em solo previamente afofado e que permanecerá molhado durante o período do armazenamento. Quando armazenadas na posição horizontal, as ramas devem conservar a cepa ou maniva-mãe e ser empilhadas e cobertas com capim seco ou outro material. O armazenamento também pode ser feito em silos tipo trincheira ou em leirões, em regiões onde ocorrem geadas, para proteger as manivas das baixas temperaturas. Vale ressaltar que deverá ser reservada uma área com cerca de 20% do mandiocal, como campo de multiplicação de maniva-semente, para a instalação de novos plantios, exceto em áreas com riscos de geadas. d) Seleção e preparo das manivas As manivas-semente devem ter 20 cm de comprimento, com pelo menos 5 a 7 gemas, e diâmetro em torno de 2,5 cm, com a medula ocupando 50% ou menos. As manivas podem ser cortadas com auxílio de um facão ou utilizando uma serra circular em motores estacionários, ou mesmo as existentes em máquinas plantadeiras, de modo que o corte forme um ângulo reto, no qual a distribuição das raízes é mais uniforme do que no corte inclinado. No caso da utilização de facão, o corte é realizado segurando a rama com uma mão, dando-lhe um golpe com o facão de um lado, girando a rama 180 graus e dando outro golpe no outro lado da rama, cortando assim a maniva; evita-se, assim, apoiar a rama em qualquer superfície, para não esmagar as gemas das manivas. e) Quantidade de manivas A quantidade de manivas para o plantio de um hectare é de 4 m³ a 6 m³, sendo que um hectare da cultura, com 12 meses de ciclo, produz hastes para o plantio de 4 a 5 hectares. Um metro cúbico de hastes pesa aproximadamente 150 kg e pode fornecer cerca de 2.500 a 3.000 manivas com 20 cm de comprimento. Plantio Época de plantio A época de plantio adequada é importante para a produção da mandioca, principalmente pela relação com a presença de umidade no solo, necessária para brotação das manivas e enraizamento. A falta de umidade durante os primeiros meses após o plantio causa perdas na brotação e na produção, enquanto que o excesso, em solos mal drenados, prejudica a brotação e favorece a podridão de raízes. A escolha da época de plantio adequada ainda pode reduzir o ataque de pragas e doenças e a competição das ervas daninhas. Nos cultivos industriais de mandioca é necessário combinar as épocas de plantio com os ciclos das cultivares e com as épocas de colheita, visando garantir um fornecimento contínuo de matéria-prima para o processamento industrial. Devido à extensão do Brasil, as condições ideais para o plantio de mandioca não coincidem nos mesmos meses em todas as regiões. Nas condições dos Cerrados, a época ideal de plantio de mandioca é nos primeiros meses do período chuvoso, ou seja, de outubro a janeiro. Quanto mais cedo o plantio, melhor a reação da cultura quanto à ocorrência de pragas como a mosca do broto, ácaros e percevejo-de-renda, além de melhores condições para o controle de ervas daninhas. Espaçamento e plantio O espaçamento no cultivo da mandioca depende da fertilidade do solo, do porte da variedade, do objetivo da produção (raízes ou ramas), dos tratos culturais e do tipo de colheita (manual ou mecanizada). De maneira geral, recomenda-se os espaçamentos de 1,00 x 0,50 m e 1,00 x 0,60 m, em fileiras simples, e 2,00 x 0,60 x 0,60 m, em fileiras duplas. Em solos mais férteis deve-se aumentar a distância entre fileiras simples para 1,20 m. Em plantios destinados para a produção de ramas para ração animal recomenda-se um espaçamento mais estreito, com 0,80 m entre linhas e 0,50 m entre plantas. Quando a colheita for mecanizada, a distância entre as linhas deve ser de 1,20 m, para facilitar o movimento da máquina colhedeira. Se o mandiocal for capinado com equipamento mecanizado, deve-se adotar espaçamento mais largo entre as linhas, para facilitar a circulação das máquinas; nesse caso, a distância entre fileiras duplas deve ser de 2,00 m, no caso do uso de tratores pequenos, ou de 3,00 m, para uso de tratores maiores. O espaçamento em fileiras duplas oferece as seguintes vantagens: a) aumenta a produtividade; b) facilita a mecanização; c) facilita a consorciação; d) reduz o consumo de manivas e de adubos; e) permite a rotação de culturas na mesma área, pela alternância das fileiras; f) reduz a pressão de cultivo sobre o solo; e g) facilita a inspeção fitossanitária e a aplicação de defensivos. Quanto ao plantio da mandioca, geralmente, é uma operação manual, podendo ser feito em covas preparadas com enxada ou em sulcos construídos com enxada, sulcador a tração animal ou motomecanizados. Tanto as covas como os sulcos devem ter aproximadamente 10 cm de profundidade. Quando em grande áreas, para fins industriais, utilizam-se plantadeiras mecanizadas disponíveis no mercado, que fazem de uma só vez as operações de sulcamento, adubação, corte das manivas, plantio e cobertura das manivas. Em solos muito argilosos ou com problemas de drenagem, recomenda-se plantar em cova alta ou matumbo, que são pequenas elevações de terra, de forma cônica, construídas com enxada, ou em leirões ou camalhões, que são elevações contínuas de terra, que podem ser construídos com enxada ou arados ou taipadeiras. Quanto à posição de colocação das manivas-semente, estacas ou rebolos no plantio, a mais indicada é a horizontal, no fundo das covas ou dos sulcos, porque facilita a colheita das raízes. Quando se usa a plantadeira mecanizada, as manivas também são colocadas na posição horizontal. As posições inclinada e vertical são menos utilizadas porque as raízes aprofundam mais, dificultando a colheita, sendo, assim, utilizadas apenas para plantios em matumbos ou camalhões. Irrigação A mandioca é uma cultura que apresenta boa tolerância à seca ou à falta de água no solo, quando comparada com outras culturas. Por essa razão, praticamente não existem resultados de pesquisa sobre irrigação nessa cultura. No entanto, sabe-se que o suprimento adequado de água para a mandioca é essencial e crítico nas fases de enraizamento e tuberização, que vão do primeiro ao quinto mês após o plantio. A falta de água nessas fases causam prejuízos irrecuperáveis no desenvolvimento e, conseqüentemente, na produção da cultura. Dentre as possibilidades de suprimento de água para a cultura, em regiões com precipitação adequada durante cinco a seis meses do ano, a época de plantio pode garantir o suprimento adequado da água para o desenvolvimento da cultura na fase mais crítica. Por exemplo, o plantio de setembro a outubro, na região do Brasil Central, após o acúmulo de 50 a 60 mm de chuva, tem apresentado resultados satisfatórios no desenvolvimento da cultura, isso porque períodos de até 30 dias de veranicos, durante o período chuvoso, não tem causado perdas significativas de produtividade de mandioca. Em situações onde é necessário plantar escalonado para alongar o período de colheita e, conseqüentemente, de oferta do produto no mercado, a irrigação pode ser uma prática, técnica e economicamente viável. Resultados experimentais recentes indicam que a cultura não responde positivamente a irrigações com alta freqüência. Tensões de água no solo de 60 a 600 kPa, medida a 15 cm de profundidade, são adequadas ao desenvolvimento da cultura. Desse modo, a aplicação de lâminas de água de 30 a 40 mm a cada 15 dias é geralmente suficiente para um desenvolvimento adequado da cultura da mandioca. Irrigações com alta freqüência associada a alta disponibilidade de nitrogênio no solo, normalmente causam excessivo desenvolvimento da parte aérea e baixa produção de raízes. Consorciação e rotação de culturas Os sistemas de cultivos múltiplos ou policultivos com culturas anuais e fruteiras, agroflorestais e agrosilvipastoris tem sido amplamente utilizados nas regiões tropicais, pelos pequenos produtores. A difusão desses sistemas tem como base as vantagens apresentadas pelos mesmos, em relação aos monocultivos, como o de promover maior estabilidade da produção, melhorar a utilização da terra, melhorar a exploração de água e nutrientes, melhorar a utilização da força de trabalho, aumentar a eficiência no controle de ervas daninhas, aumentar a proteção do solo contra erosão e disponibilizar mais de uma fonte alimentar e de renda. Nesse contexto, a mandioca é importante como cultura consorte, pelo seu ciclo vegetativo longo, crescimento inicial lento, variedades com hábito de crescimento ereto e vigor de folhagem médio, caracterizando as possibilidades de consórcio, principalmente com culturas anuais. O plantio de culturas associadas nesses policultivos, em uma mesma área, deve ser feito procurando distribuir o espaço da lavoura o mais conveniente possível, buscando uma baixa competição entre plantas pelos fatores de produção como luz, água e nutrientes. Essa distribuição das linhas de plantio dependerá das características agronômicas de cada uma das culturas envolvidas na consorciação, especialmente o ciclo vegetativo, as épocas de cultivo distintas e o porte das plantas. Na Região do Cerrado estima-se que em torno de 80% das áreas com mandioca são cultivadas por pequenos produtores. Nessas condições, onde a força de trabalho, basicamente, é composta pela Blainvillea rhomboidea Picão grande Centratheum punctatum Perpétua Ageratum conyzoides Mentrasto Bidens pilosa Picão preto Sonchus oleraceus Serralha Emilia sonchifolia Falsa serralha Tagetes minuta Cravo de defunto Galinsoga parviflora Picão branco Galinsoga ciliata Picão branco, fazendeiro Convolvulaceae Ipomoea sp. Corda-de-viola Cyperus rotundus Tiririca roxa Cyperaceae Cyperus esculentus Tiriricão, tiririca amarela Croton lobatus Café bravo Euphorbia heterophylla Amendoim bravo Phyllanthus tenellus Quebra-pedra Chamaesyce hirta Erva-de-santa-luzia Chamaesyce prostata Quebra-pedra rasteiro Euphorbia brasiliensis Leiteira Euphorbia pilulifera Erva-de-santa-luzia Euphorbiaceae Euphorbia prostata Quebra-pedra rasteiro Brachiaria plantaginea Capim marmelada Rhynchelytrum repens Capim favorito Pennisetum setosum Capim oferecido Leptocloa filiformis Capim mimoso Echinochloa colonum Capim coloninho Digitaria horizontalis Capim colchão Setaria vulpiseta Capim rabo-de-raposa Gramineae Eleusine indica Capim pé-de-galinha Leguminosae Senna occidentalis Fedegoso Sida spinosa Guanxuma, malva Sida rhombifolia Guanxuma, relógio Malvaceae Sida cordifolia Malva branca Molluginaceae Mollugo verticillata Cabelo de guia Portulacaceae Portulaca oleracea Beldroega Spermacoce verticillata Vassourinha de botão Mitracarpus hirtus Poaia da praia Diodia teres Mata pasto Richardia brasiliensis Poaia branca Spermacoce latifolia Erva quente Rubiaceae Richardia scabra Poaia do cerrado Fonte: vários autores nacionais. Tabela 7. Herbicidas indicados pela pesquisa para a cultura da mandioca no Brasil. Nome comum* Nomes comerciais Dose (kg do i.a./ha Época de aplicação Alachlor Laço CE, Alaclor Nortox 2,4 - 2,8 Pré Alachlor + trifluralina Lance 4,20 Pré Atrazine Gesaprim 500, Atrazinax 2,0 - 3,0 Pré Atrazine + alachlor Boxer 2,4 - 2,88 Pré Atrazine + metolachlor Primestra SC 2,5 - 3,0 Pré Clomazone Gamit 0,80 - 1,0 Pré Diuron Karmex, Diuron, Cention 1,0 - 1,5 Pré* Diuron + alachlor Mistura de tanque 1,0 + 1,2 Pré Diuron + metolachlor Mistura de tanque 1,0 + 1,92 Pré Fenoxaprop-ethyl Furore 0,15 - 0,21 Pós Fluazifop-p-butil Fusilade 125 0,188 Pós Glifosate Round-up, Trop etc. 0,72 - 1,08 Pós** Haloxyfop-methyl Verdict 0,12 Pós Linuron Afalon SC, Linurex 1,0 - 2,0 Pré Linuron + alachlor Mistura de Tanque 1,0 + 1,2 Pré Linuron + metolachlor Mistura de tanque 1,0 + 1,92 Pré Metolachlor Dual 960 CE 2,4 - 2,88 Pré Metribuzin (exceto solo argiloso) Sencor 480, Lexone SC 0,35 - 0,49 Pré Metribuzin+Metolachlor Corsum 2,40 Pré Orizalin Surflan 480 0,97 - 1,5 Pré Oxyfluorfen Goal 0,36 - 0,48 Pré Quizalofop-p-ethyl Targa 0,10 Pós Sethoxydin Poast 0,23 Pós Trifluralin Trifluralina Nortox etc. 0,53 - 1,07 Ppi Trifluralin + diuron Mistura de tanque 1,0 + 0,53 Pré Fonte: vários autores nacionais. Controle integrado Consiste na integração dos métodos cultural, biológico, mecânico e químico, com o objetivo de aproveitar as vantagens de cada um deles e, assim, obter um resultado mais eficiente, redução dos custos e menor efeito sobre o meio ambiente. O uso de herbicidas nas linhas de plantio, combinado com o cultivador animal ou tratorizado nas entrelinhas da mandioca, tem proporcionado o mais baixo custo no controle do mato, em comparação com métodos mecânicos de controle. Para os pequenos produtores, onde o uso de herbicidas ainda é de difícil uso a curto prazo, a substituição do controle com enxada pelo cultivador a tração animal é uma excelente alternativa para redução dos custos das limpas e liberação de mão-de-obra familiar para outras atividades da propriedade. O uso do feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) é uma boa opção para controlar plantas daninhas nas entrelinhas da mandioca plantada em fileiras duplas, por inibir o mato e melhorar o solo, permitindo também ao produtor fazer a rotação da cultura na mesma área; deve-se deixar uma distância de 0,80 m entre as plantas de cobertura e as linhas de mandioca, para evitar a competição com esta cultura. Em virtude do alto custo das sementes das leguminosas, só justifica sua utilização quando a semente for produzida pelo produtor. Calibração de pulverizadores costais • marcar 50 m na área onde será realizada a aplicação; • determinar a faixa de cobertura do bico ou bicos; • encher o reservatório com uma quantidade conhecida de água; • bombear até obter a pressão de trabalho desejada; • procurar manter a pressão e realizar a aplicação a um passo normal; • determinar por diferença a quantidade de água gasta; • repetir pelo menos três vezes o mesmo processo e obter uma média; • calcular o volume de aplicação por hectare pela fórmula: Água gasta em litros x 10.000 m2 Volume de aplicação (litros por hectare)= ------------------------------------------------- Área aplicada m2 Exemplo: • Distância percorrida: 50 m; • faixa de aplicação: 0,80 m; • gasto de água: 1,6 litros; • área aplicada: 50 m x 0,80 m = 40 m2; 1,6 litros x 10.000 m² Volume de aplicação (litros por hectare) = ------------------------- = 400 litros/ha. 40 m² • marcar 50 m na área a ser aplicada; • encher o tanque do pulverizador ou colocar uma quantidade de água conhecida; • regular a pressão entre 1,4 e 2,8 kgf/cm2; • determinar o tempo gasto pelo trator para percorrer os 50 m. Repetir pelo menos três vezes a operação; • fixar a altura da barra para se obter uma cobertura uniforme e determinar a faixa de aplicação da mesma; • com o trator parado e com a mesma rotação de trabalho, medir a descarga do maior número possível de bicos para se determinar a descarga (vazão) média de cada bico no mesmo tempo que o trator gastou para percorrer os 50 m; • multiplicar a descarga média por bico pelo número de bicos da barra para se determinar a vazão da barra; • calcular a vazão por hectare pela fórmula:, Descarga da barra em litros x 10.000 m² Volume de aplicação (litros/hectare) = ------------------------------------------ Área coberta pela barra em m2 Exemplo: • pressão: 2,8 kgf/cm2; • tempo gasto para percorrer 50 m: 36 segundos; • descarga média por bico: 1,0 litro; • número de bicos: 20; • faixa de aplicação da barra: 10 m; • descarga total da barra: 1,0 litro x 20 = 20 litros; método mais eficiente de controle da doença; em trabalho realizado no Ceará foram identificados os genótipos Embrapa 54–Salamandra, Embrapa 55–Tianguá, Embrapa 56–Ubajara e Embrapa 57– Ibiapaba, resistentes à doença e com características agronômicas e industriais desejáveis. Viroses O mosaico das nervuras apresenta ampla abrangência geográfica, embora seja particularmente importante no ecossistema do Semi-Árido Nordestino, não somente pela severa manifestação produzida, como também pela influência negativa na qualidade dos produtos obtidos. Não existe definição clara do seu efeito na produção pois, enquanto alguns acreditam que o ataque severo pode reduzir a produtividade em até 30%, outros afirmam que ela não é afetada pelo vírus, e sim a qualidade do produtos, especialmente o teor de amido na raiz. Os sintomas caracterizam-se pela presença de cloroses intensas entre as nervuras primárias e secundárias, nas plantas afetadas. Em casos severos da doença é comum observar um forte retorcimento do limbo foliar. O “couro de sapo” tem sido observado de modo muito restrito em algumas lavouras localizadas no Amazonas, Pará e Bahia. Entretanto, a doença é considerada como potencialmente importante, pois sua manifestação severa em plantios de mandioca pode inviabilizar economicamente a produção. O ataque severo do vírus pode provocar redução em torno de 70% na produtividade ou até mesmo perdas totais em variedades suscetíveis. O vírus pode também reduzir drasticamente a qualidade do produto, especialmente os teores de amido nas raízes, cuja diminuição pode variar de 10 a 80%. O mosaico comum ocorre normalmente em regiões com temperaturas mais amenas, no Sul e Sudeste do Brasil. A manifestação severa da doença em variedades suscetíveis pode causar perdas de produção entre 10 a 20%; o vírus também prejudica a qualidade dos produtos, causando reduções nos teores de amido que variam entre 10 a 50%. Os sintomas são clorose da lâmina foliar e retorcimento dos bordos das folhas, especialmente em folhas em formação. Em alguns casos tem-se observado que, quando as folhas vão se desenvolvendo, os sintomas desaparecem por completo, notadamente quando as condições ambientais tornam-se adversas para o desenvolvimento da doença. Como métodos de controle das viroses são sugeridos a seleção de material de plantio, uso de variedades resistentes e eliminação de plantas afetadas dentro do cultivo. Outras doenças Em alguns casos, dependendo das condições ambientais e da suscetibilidade das variedades utilizadas, a antracnose causada por Colletotrichum gloeosporioides pode causar prejuízos esporádicos ou temporários na mandioca; em determinadas épocas ela ocorre de maneira mais intensiva, causando perdas significativas na produção de raízes e redução da qualidade dos produtos. As cercosporioses em mandioca são bem conhecidas, apesar de não causarem maiores prejuízos para a cultura; portanto, não são motivo de preocupação para os produtores. Pragas Pragas e métodos de controle e Percevejo-de-renda Pragas e métodos de controle A cultura da mandioca, por ser de ciclo bianual, está sujeita a diversos ataques de insetos e ácaros, alguns classificados como pragas de maior importância, que podem causar danos severos à cultura e resultar em perdas no rendimento. Recomenda-se que sejam utilizadas práticas de manejo que contribuam para o bom desenvolvimento das plantas e possam reduzir os danos causados pelas pragas nas áreas de cultivo, tais como: obtenção de ramas para plantio em áreas não infestadas, seleção de manivas-semente, plantio em áreas corrigidas e adubadas conforme a análise de solo, plantio em cultivos múltiplos ou consorciados e rotação de culturas. Percevejo-de-renda Uma das pragas que vem preocupando a pesquisa no Cerrado é o percevejo-de-renda, Vatiga illudens (Drake, 1922), que normalmente não causava danos nos cultivos, mas tem-se constituído num problema, tanto nas áreas de pesquisa como nas áreas de produtores, aumentando sua ocorrência de ano para ano. É uma praga de hábito sugador que ocorre no início da estação seca. O adulto é de cor cinzenta e a ninfa (fase jovem do inseto) é branca, sendo ambos encontrados na face inferior das folhas basais e medianas da planta; quando o ataque é severo, podem chegar até as folhas apicais. O dano é causado tanto pelas ninfas como pelos adultos, cujos sinais de ataque manifestam-se por pontuações amarelas pequenas, que se tornam de cor marrom-avermelhada. Na face inferior das folhas aparecem inúmeros pontos pequenos, de cor preta, que correspondem aos excrementos dos insetos. Quando a infestação é severa, pode ocorrer o desfolhamento da planta. O dano na folhagem pode causar redução na fotossíntese e queda das folhas inferiores. Podem ocorrer perdas no rendimento, a depender da cultivar utilizada, idade da cultura, intensidade e duração do ataque. Pode causar perdas significativas no rendimento da cultura em condições de baixa umidade. Trabalhos no Cerrado verificaram reduções de 21% e 50%, respectivamente, na produção de raízes e massa verde do terço superior de diferentes cultivares de mandioca avaliadas nas condições do Distrito Federal; as cultivares mansas (Mantiqueira e Jaçanã) foram as mais infestadas, enquanto as bravas (EAB-670 e IAC 12-829) foram as menos infestadas. A maior infestação de insetos ocorre no primeiro semestre do ano, até a desfolha das plantas, concentrando-se no período de fevereiro a maio, reiniciando uma infestação crescente até setembro. O melhor controle consiste na utilização de cultivares mais tolerantes ao ataque. Essa praga pode ser controlada com inseticidas organofosforados sistêmicos, resultando num incremento da produção de raízes e parte aérea da ordem de 23% e 22%, respectivamente. Embora eficientes, esses inseticidas não estão registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para uso na cultura da mandioca. Ácaros e Mandarová Ácaros Os ácaros são pragas das mais severas que atacam a mandioca, sendo encontrados em grande número na face inferior das folhas, freqüentemente durante a estação seca do ano, podendo causar danos consideráveis, principalmente nas Regiões Nordeste e Centro-Oeste. Alimentam-se penetrando o estilete no tecido foliar e succionando o conteúdo celular. Os sintomas típicos do dano são manchas cloróticas, pontuações e bronzeamento no limbo, morte das gemas, deformações e queda das folhas, reduzindo a área foliar e a fotossíntese. Os ácaros mais importantes para a cultura da mandioca no Brasil são o ácaro verde (conhecido como “tanajoá”) e o ácaro rajado. O ácaro verde alimenta-se da seiva das folhas que estão brotando e localiza-se na parte apical da planta, picando as folhas não expandidas e as hastes. Seu dano é maior no broto, nas gemas e folhas jovens, embora também ocorra nas partes mais baixas da planta, que são menos afetadas. Os sintomas iniciais são pequenas pontuações amareladas nas folhas, que perdem sua cor verde característica, crescendo geralmente deformadas. Quando o ataque é severo, as folhas embrionárias não alcançam seu desenvolvimento normal e há uma grande redução foliar, induzindo novas ramificações; as hastes tornam-se ásperas e de cor marrom, e o desfolhamento e morte delas se iniciam progressivamente, começando pela parte superior da planta. O ácaro rajado tem preferência pelas folhas que se encontram nas partes mediana e basal da planta, cujos sintomas iniciais são pontos amarelos na base das folhas e ao longo da nervura central. Quando as populações aumentam, os ácaros se distribuem em toda a folha, e as pontuações amarelas aparecem na totalidade da folha, que adquire uma coloração marrom-avermelhada ou de ferrugem, à medida que a infestação aumenta. Em ataques severos, observa-se um desfolhamento intenso nas partes mediana e basal da planta, que avança progressivamente até a parte terminal, quando a planta apresenta o broto muito reduzido e com grande quantidade de teias de aranha. As folhas atacadas secam, caem e, em casos mais severos, as plantas podem morrer. Em geral, os ácaros inicialmente atacam plantas isoladas, logo pequenos grupos de plantas em determinados locais (focos) e, posteriormente, invadem toda a cultura, pela dispersão causada pelo próprio deslocamento, pela ação involuntária do homem e dos animais e pelo transporte pelo vento, sendo este último o meio mais importante. Outro meio de dispersão, e a maiores distâncias, é o transporte de material vegetativo infestado. Durante os períodos secos (baixa umidade relativa e alta temperatura) os ácaros têm uma alta taxa de reprodução. Além da relação com os fatores climáticos, o aumento da população dos ácaros varia segundo a planta hospedeira, o seu estado nutricional e a presença de inimigos naturais. A temperatura é um dos fatores de maior influência na população de ácaros, sendo que temperaturas baixas ou mudanças bruscas de temperatura reduzem suas populações. A umidade relativa, quando alta e contínua, provoca redução na população da praga, por afetar a oviposição, eclosão e sobrevivência das larvas e aparecimento de inimigos naturais. A precipitação é outro fator que ajuda a diminuir as populações; as chuvas fortes não somente causam aumento da umidade relativa, como também lavam as folhas, podendo ocorrer também a eliminação dos ácaros por afogamento ou pelo golpe direto das gotas de água. Para o controle dos ácaros que atacam a mandioca, recomenda-se a utilização do controle integrado, que consiste na combinação e integração de todas as técnicas disponíveis. O uso de cultivares de mandioca resistentes e/ou tolerantes é o meio ideal para controlar ou reduzir os ácaros e minimizar os danos causados à cultura. Existem vários inimigos naturais dos ácaros que exercem um bom controle, dentre os quais destacam-se alguns coleópteros e diversos ácaros benéficos da família Phytoseiidae; estes ácaros vivem e ovipositam entre as colônias dos ácaros-praga e consomem os seus ovos, larvas, ninfas e adultos. Outro inimigo natural importante é o fungo Neozygites sp., que tem sido encontrado atacando as fêmeas do ácaro verde. O controle cultural dos ácaros deve ser utilizado e consiste na realização de práticas que dificultam o desenvolvimento populacional da praga e retardam a sua dispersão, tais como: 1) destruição de plantas hospedeiras; 2) inspeções periódicas na cultura para localizar focos; 3) destruição dos restos de cultura, prática indispensável naquelas plantações que apresentaram altas populações de ácaros; 4) seleção do material de plantio livre de ácaros, insetos e enfermidades; e 5) distribuição adequada das plantas no campo, para reduzir a disseminação dos ácaros. Não há nenhum produto registrado até o momento para o controle químico de ácaros da mandioca. Este tipo de controle, além de anti-econômico, provoca desequilíbrio por eliminar os inimigos naturais (insetos e ácaros benéficos), muito comuns nos mandiocais. Mandarová O mandarová da mandioca, Erinnyis ello, é considerado uma das pragas mais importantes desta cultura, pela ampla distribuição geográfica e alta capacidade de consumo foliar, especialmente nos últimos ínstares larvais. A lagarta pode causar severo desfolhamento, o qual, durante os primeiros meses de desenvolvimento da cultura, pode reduzir o rendimento e até ocasionar a morte de plantas jovens. Este inseto tem-se apresentado somente nas Américas, onde tem desfolhado grandes plantios de mandioca. O mandarová da mandioca pode se apresentar em qualquer época do ano, mas em geral ocorre no início da estação chuvosa ou da seca, entretanto é uma praga de ocorrência esporádica, podendo demorar até vários anos antes de surgir um novo ataque. No início, a lagarta é difícil de ser vista na planta, devido ao tamanho diminuto (5 mm) e à coloração, confundindo-se com a da folha. Quando completamente desenvolvidas, o colorido das lagartas é o mais variado possível, havendo exemplares de cor verde, castanho-escura, amarela e preta, sendo mais freqüentes as de cores verde e castanho-escura. A lagarta passa por cinco estádios que duram aproximadamente de 12 a 15 dias, período em que consome, em média, 1.107 cm² de área foliar, sendo que 75% dessa área é consumida no quinto ínstar. A prática da aração da área para novos plantios contribui entre outras vantagens, no enterrio profundo de algumas pupas, enquanto outras ficam na superfície do solo expostas aos raios solares, as quais são eliminadas. A eliminação das plantas invasoras, especialmente as euforbiáceas, presentes na plantação ou em suas imediações, é outra prática recomendada, as quais servem de hospedeiras à praga. No caso de ataques contínuos do mandarová em uma região, recomenda-se a rotação de culturas, já que ao desaparecer o hospedeiro mais prolífero, diminui a população da praga. Inspeções periódicas das lavouras, identificando os focos iniciais, também tornam o controle mais eficiente. Em áreas pequenas, recomenda-se a catação manual e destruição das lagartas. Uso de Agrotóxicos Agrotóxicos são os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento dos produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos (Lei Federal 7.802 de 11.07.89). Os agrotóxicos são importantes para a bananicultura, todavia, exigem precaução no seu uso, visando a proteção dos operários que os manipulam e aplicam, dos consumidores de banana, dos animais de criação, de abelhas, peixes, de organismos predadores e parasitas, enfim, do meio ambiente. Toxicidade dos defensivos agrícolas A toxicidade da maioria dos defensivos é expressa em termos do valor da Dose Média Letal (DL50), por via oral, representada por miligramas do produto tóxico por quilo de peso vivo, necessários para matar 50% de ratos e outros animais testes. Assim, para fins de prescrição das medidas de segurança contra riscos para a saúde humana, os produtos são enquadrados em função do DL50, inerente a cada um deles, conforme mostra a Tabela 8. Tabela 8. Classificação toxicológica dos agrotóxicos em função do DL50. Classe toxicológica Descrição Faixa indicativa de cor I Extremamente tóxicos (DL50 < 50 mg/kg de peso vivo) Vermelho vivo II Muito tóxicos (DL50 – 50 a 500 mg/kg de peso vivo) Amarelo intenso III Moderadamente tóxicos (DL50 – 500 a 5000 mg/kg de peso vivo) Azul intenso IV Pouco tóxicos (DL50 > 5000 mg/kg de peso vivo) Verde intenso Equipamentos de proteção individual – EPIs Os EPIs mais comumente utilizados são: máscaras protetoras, óculos, luvas impermeáveis, chapéu impermeável de abas largas, botas impermeáveis, macacão com mangas compridas e avental impermeável. Os EPIs a serem utilizados são indicados via receituário agronômico e nos rótulos dos produtos. Recomendações relativas aos EPIs • Devem ser utilizados em boas condições, de acordo com a recomendação do fabricante e do produto a ser utilizado. • Devem possuir Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho. • Os filtros das máscaras e respiradores são específicos para defensivos e têm data de validade. • As luvas recomendadas devem ser resistentes aos solventes dos produtos. • O trabalhador deve seguir as instruções de uso de respiradores. • A lavagem deve ser feita usando luvas e separada das roupas da família. • Devem ser mantidos em locais limpos, secos, seguros e longe de produtos químicos. Transporte dos agrotóxicos O transporte de defensivos pode ser perigoso, principalmente, quando as embalagens são frágeis, devendo-se tomar as seguintes precauções: • Evitar a contaminação do ambiente e locais por onde transitam. • Nunca transportar defensivos agrícolas junto com alimentos, rações, remédios etc. • Nunca carregar embalagens que apresentem vazamentos. • Embalagens contendo defensivos e que sejam suscetíveis a ruptura deverão ser protegidas durante seu transporte usando materiais adequados. • Verificar se as tampas estão bem ajustadas. • Impedir a deterioração das embalagens e das etiquetas. • Evitar que o veículo de transporte tenha pregos ou parafusos sobressalentes dentro do espaço onde devem ser colocadas as embalagens. • Não levar produtos perigosos dentro da cabine ou mesmo na carroceria se nela viajarem pessoas ou animais. • Não estacionar o veículo junto às casas ou locais de aglomeração de pessoas ou de animais. • Em dias de chuva sempre cobrir as embalagens com lona impermeável se a carroceria for aberta. Armazenamento dos agrotóxicos Um fator importante na armazenagem é a temperatura no interior do depósito. As temperaturas mais altas podem provocar o aumento da pressão interna nos frascos, contribuindo para a ruptura da embalagem, ou mesmo, propiciando o risco de contaminação de pessoas durante a abertura da mesma. Pode ocorrer ainda a liberação de gases tóxicos, principalmente daquelas embalagens que não foram totalmente esvaziadas, ou que foram contaminadas externamente por escorrimentos durante o uso. Estes vapores ou gases podem colocar em risco a vida de pessoas ou animais da redondeza. Recomendações gerais • Armazenar em local coberto de maneira a proteger os produtos contra as intempéries. • A construção do depósito deve ser de alvenaria, não inflamável. • O piso deve ser revestido de material impermeável, liso e fácil de limpar. • Não deve haver infiltração de umidade pelas paredes, nem goteiras no telhado. • Funcionários que trabalham nos depósitos devem ser adequadamente treinados, devem receber equipamento individual de proteção e ser periodicamente submetidos a exames médicos. • Junto a cada depósito deve haver chuveiros e torneira, para higiene dos trabalhadores. • Um “chuveirinho” voltado para cima, para a lavagem de olhos, é recomendável. • As pilhas dos produtos não devem ficar em contato direto com o chão, nem encostadas na parede. • Deve haver amplo espaço para movimentação, bem como arejamento entre as pilhas. • Estar situado o mais longe possível de habitações ou locais onde se conservem ou consuma alimentos, bebidas, drogas ou outros materiais, que possam entrar em contato com pessoas ou animais. • Manter separados e independentes os diversos produtos agrícolas. • Efetuar o controle permanente das datas de validade dos produtos. • As embalagens para líquido devem ser armazenadas com o fecho para cima. • Os tambores ou embalagens de forma semelhante não devem ser colocados verticalmente sobre os outros que se encontram horizontalmente ou vice-versa. • Deve haver sempre disponibilidade de embalagens vazias, como tambores, para o recolhimento de produtos vazados. • Deve haver sempre um adsorvente como areia, terra, pó de serragem ou calcário para adsorsão de líquidos vazados. • Deve haver um estoque de sacos plásticos, para envolver adequadamente embalagens rompidas. • Nos grandes depósitos é interessante haver um aspirador de pó industrial, com elemento filtrante descartável para se aspirar partículas sólidas ou frações de pós vazados. Se ocorrer um acidente que provoque vazamentos, tomar medidas para que os produtos vazados não alcancem fontes de água, não atinjam culturas, e que sejam contidos no menor espaço possível. Recolher os produtos vazados em recipientes adequados. Se a contaminação ambiental for significativa, avisar as autoridades, bem como alertar moradores vizinhos ao local. Pequenos depósitos • Não guardar defensivos agrícolas ou remédios veterinários dentro de residências ou de alojamento de pessoal. • Não armazenar defensivos nos mesmos ambientes onde são guardados alimentos, rações ou produtos colhidos. • Se defensivos forem guardados num galpão de máquinas, a área deve ser isolada com tela ou parede, e mantida sob chave. • Não fazer estoque de produtos além das quantidades previstas para uso a curto prazo, como uma safra agrícola. • Todos os produtos devem ser mantidos nas embalagens originais. Após remoção parcial dos conteúdos, as embalagens devem ser novamente fechadas. • No caso de rompimento de embalagens, estas devem receber uma sobrecapa, preferivelmente de plástico transparente para evitar a contaminação do ambiente. Deve permanecer visível o rótulo do produto. • Na impossibilidade de manutenção na embalagem original, por estar muito danificada, os produtos devem ser transferidos para outras embalagens que não possam ser confundidas com recipientes para alimentos ou rações. Devem ser aplicadas etiquetas que identifiquem o produto, a classe toxicológica e as doses a serem usadas para as culturas em vista. Essas embalagens de emergência não devem ser mais usadas para outra finalidade. Receituário agronômico Somente os engenheiros agrônomos e florestais, nas respectivas áreas de competência, estão autorizados a emitir a receita. Os técnicos agrícolas podem assumir a responsabilidade técnica de aplicação, desde que o façam sob a supervisão de um engenheiro agrônomo ou florestal (Resolução CONFEA No 344 de 27-07-90). Para a elaboração de uma receita é imprescindível que o técnico vá ao local com problema para ver, avaliar, medir os fatores ambientais, bem como suas implicações na ocorrência do problema fitossanitário e na adoção de prescrições técnicas. As receitas só podem ser emitidas para os defensivos registrados na Secretaria de Defesa Agropecuária - DAS do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que poderá dirimir qualquer dúvida que surja em relação ao registro ou à recomendação oficial de algum produto. Aquisição dos defensivos agrícolas • Procurar orientação técnica com o engenheiro agrônomo ou florestal. • Solicitar o receituário agronômico, seguindo-o atentamente. • Adquirir o produto em lojas cadastradas e de confiança. • Certificar-se de que o pulverizador está totalmente vazio. • Verificar se a pressão dos pneus é a correta, se os parafusos de fixação apresentam apertos adequados, se a folga das correias é a conveniente etc. • Verificar se há vazamento na bomba, nas conexões, nas mangueiras, registros e bicos, regulando a pressão de trabalho para o ponto desejado, utilizando-se somente a água para isso. • Destravar a válvula reguladora de pressão, quando o equipamento estiver com a bomba funcionando sem estar pulverizando. O mesmo procedimento deverá ser seguido nos períodos de inatividade da máquina. • No preparo da calda, utilizar somente água limpa, sem materiais em suspensão, especialmente areia. • Regular o equipamento, sempre que o gasto de calda variar de 15% em relação ao obtido com a calibração inicial. • Trocar os componentes do bico sempre que a sua vazão diferir de 5% da média dos bicos da mesma especificação. Colheita e Pós-colheita Colheita O início da colheita da mandioca depende de fatores como: 1.Técnicos: a) ciclo das cultivares (precoces - 10-12 meses; semiprecoces - 14-16 meses; e tardias - 18-20 meses). Deve-se considerar também o objetivo do produto, se mandioca de mesa, aipim ou macaxeira, colhidas aos 8 a 14 meses e para indústria 18 a 24 meses; b) ocorrências observadas ao longo do ciclo de cada cultivar ou de cada gleba, como o ataque de pragas ou doenças, que podem antecipar ou retardar a colheita; c) condições em que se encontram as diferentes áreas de mandioca na ocasião da colheita, como o grau de infestação de plantas daninhas e a recuperação das plantas, por exemplo, do ataque de mandarovás e/ou de ácaros, já tendo ocorrida a reposição do amido consumido na reconstituição da parte aérea danificada; e d) sistema de plantio em relação às condições de umidade do solo, desde quando nas culturas instaladas em covas ou camalhões, as raízes de reserva se desenvolvem mais superficialmente em relação ao nível do solo, o que não acontece quando o plantio é em sulcos. 2. Ambientais: a) condições de solo e clima, que determinam as facilidades e dificuldades ao arranquio das plantas. Nas regiões em que se predominam indústrias de produtos de mandioca, a colheita é feita geralmente nos períodos secos e quentes ou secos e frios, entre as estações chuvosas, pois as raízes apresentam suas qualidades desejáveis em seu mais alto grau. Nas Regiões Norte e Nordeste, em que a mandioca é considerada produto de subsistência, a colheita ocorre o ano inteiro, para atender ao consumo e à comercialização nas feiras livres; b) estado das estradas e dos caminhos de acesso ao mandiocal. 3. Econômicos: a) situação do mercado e dos preços dos produtos; b) disponibilidade de mão-de-obra e de recursos de apoio, pois a colheita da mandioca é a operação do sistema de produção que requer maior emprego do elemento humano, sendo mais dificultada em solo endurecido, com cultivar ramificada e com maior infestação de ervas daninhas. Um homem colhe 600 a 800 kg de raízes de mandioca numa jornada de trabalho de oito horas, podendo alcançar até 1.000 kg se o mandiocal estiver em solo mais arenoso, limpo e com boa produção por planta; c) premência de tempo, em casos em que, por exemplo, compromissos financeiros ou de âmbito contratual devem ser satisfeitos dentro da época preestabelecida, apesar de não combinarem com a época da colheita da mandioca. As épocas mais indicadas para colher a mandioca são aquelas em que as plantas encontram-se em período de repouso, ou seja, quando pelas condições de clima e do ciclo elas já diminuíram o número e o tamanho das folhas e dos lobos foliares, condição em que atinge o máximo de produção de raízes com elevado teor de amido. Embora já existam implementos mecanizados de fabricação nacional, a colheita da mandioca é primordialmente manual e/ou com auxílio de implementos, tendo duas etapas: a) poda das ramas, efetuada a uma altura de 20 a 30 cm acima do nível do solo; e b) arranquio das raízes, com a ajuda de ferramentas, a depender das condições de umidade e/ou características do solo. Após o arranquio ou colheita das raízes, estas devem ser amontoadas em pontos na área, a fim de facilitar o recolhimento pelo veículo transportador, devendo-se evitar que permaneçam no campo por mais de 24 horas, para que não ocorra a deterioração fisiológica e/ou bacteriológica. O carregamento das raízes do campo até o local do beneficiamento é feito por meio de cestos, caixas, sacos, grades de madeira etc. Algumas regiões utilizam bolsões de lona conhecidos por “big bag”, para grandes carregamentos de raízes. Esses bolsões são distribuídos na área para colocação das raízes, mais ou menos 800 kg, e um trator equipado com hidráulico eleva as bolsas para cima dos caminhões, ocasião em que um operário desfaz o nó e as raízes caem dentro da carroceria do caminhão. Pós-colheita As raízes da mandioca são uma ótima fonte energética, onde estão também presentes compostos cianogênicos potenciais, que oferecem riscos à saúde em caso de processamento inadequado. As raízes de mandioca podem ser usadas para consumo de mesa (aipim ou mandioca mansa, com baixo teor de compostos cianogênicos potenciais – concentração menor que 100 ppm) ou de forma industrial (mandioca ou mandioca brava, com alto teor de compostos cianogênicos potenciais – concentração maior que 100 ppm). Em termos tecnológicos, o escurecimento enzimático é um fator importante a ser considerado no processamento. Após a colheita e após o descascamento, inicia-se esse processo de deterioração de forma mais intensa, que pode ser evitado com a aplicação de tratamentos antioxidantes (por exemplo, por imersão em solução diluída de ácidos orgânicos) e/ou branqueamento (tratamento térmico brando). Os principais produtos derivados do aipim ou mandioca mansa são o minimamente processado ou os processados como mandioca pré-cozida congelada, como os “chips”, por exemplo (Fig. 3). Os principais produtos derivados da mandioca ou mandioca brava são a farinha seca (Fig. 4) e farinha d’água (Fig. 5), fécula ou polvilho doce (Fig. 6) e polvilho azedo. Figura 3. Fluxograma geral do processamento de mandioca para produção de mandioca frita. Figura 4. Fluxograma geral do processamento de mandioca para produção de farinha seca. Figura 5. Fluxograma geral do processamento de mandioca para produção de farinha d’água. Figura 6. Fluxograma geral do processamento de mandioca para produção de fécula. Mandioca na alimentação animal Raspa de raízes de mandioca As raízes da mandioca destacam-se como fonte de energia, que é o componente quantitativamente mais importante das rações alimentícias para diferentes espécies de animais. Apresentam quantidades mínimas de proteína, vitaminas, minerais e fibra e são bem aceitas pelos animais. A concentração de energia útil na mandioca e seus derivados é afetada pela umidade. A raiz de mandioca quando fresca, apresenta menos de 1.500 kcal de energia metabolizável por quilo de massa fresca; quando desidratada, varia de 3.200 a 3.600 kcal A desidratação é um processo importante para conservar a qualidade das raízes depois de colhidas, facilita seu uso na composição de alimentos, eleva a concentração de nutrientes e facilita a conservação dos alimentos, além de ser um dos métodos mais eficientes na redução da toxicidade. O processo de produção consiste basicamente, logo após a colheita, no corte das raízes e exposição ao sol. A produção de raspa deve ocorrer no período adequado à colheita, quando as condições climáticas são favoráveis (boa insolação, alta temperatura e baixa umidade relativa). de energia metabolizável, nível adequado para a maioria dos animais de todas as idades. Lavagem das raízes As raízes devem ser lavadas para eliminar a terra e outros elementos estranhos aderidos a elas, especialmente quando são processadas sem a retirada da casca (película externa e córtex). A lavagem adequada permite obter materiais com boa qualidade, quanto ao conteúdo de resíduos. Corte das raízes As raízes devem ser divididas em pequenos pedaços, usando maquinário apropriado, para acelerar o processo de secagem, facilitar o armazenamento, a sua conservação e uso na preparação de rações alimentícias. Desidratação das raízes É a operação mais importante no processo de preparação de raspas, devido à necessidade de baixar o teor de umidade de 60-70% nas raízes para 10-14% nas raspas. para supermercados. Já no caso da fécula, ocorre a comercialização diretamente com as empresas que irão usá-la como insumo em diversos processos industriais. Apesar do crescimento da comercialização via associações e cooperativas, ainda prevalece a figura do intermediário como principal agente de comercialização na cadeia. Essa função é exercida por agentes esporádicos (caminhoneiros) e por comerciantes regularmente estabelecidos nos centros urbanos. O processo de embalagem depende do produto (farinha ou fécula) e do mercado a que se destina. No caso da farinha, é comercializada nas feiras livres, geralmente embalada em sacas de 50 kg, ou em supermercados, embalada em pacotes de meio, um ou dois quilos, vendidos em fardos de 30 kg. Já a fécula é embalada em sacas de 25 kg, para atender tanto ao mercado atacadista como ao mercado das indústrias; no caso desse último mercado, a fécula também pode ser comercializada em embalagens de maior capacidade. As raízes destinadas ao consumo in natura são comercializadas em caixa tipo “k” retornáveis de 23 kg. O segmento de consumo da cadeia da mandioca, na Região do Cerrado, é caracterizado por consumidores que absorvem a própria produção, ou seja, são agricultores que definem os produtos em função de suas preferências e hábitos regionais. Cerca de 62% da produção são retidos nos estabelecimentos agropecuários de forma in natura, servindo de alimento tanto para o ser humano como para os animais (gado, porco e galinha), e também como matéria-prima para as pequenas casas de farinhas e para a fabricação de polvilho. No caso dos demais consumidores, que adquirem os produtos no mercado, o padrão de consumo depende do produto, nível de renda, costumes regionais e hábitos de compra. No tocante à farinha comum, farinhas temperadas, farinha tipo “beiju”, mandioca “fresca” e outros produtos tradicionais, identificam-se, pelo menos, dois tipos de consumidores que podem ser caracterizados em função dos hábitos de compra: “o consumidor de feira livre” e o “consumidor de supermercado”. Com relação aos consumidores de fécula, todos podem ser classificados como consumidores intermediários, isto é, adquirem o produto para ser utilizado como insumo nos diversos processos industriais. Enquadram-se nessa categoria os consumidores que compram pequenas quantidades que podem ser encontradas no comércio varejista e no mercado atacadista, como é o caso das padarias, confeitarias e pequenas indústrias de processamento de carne. Além disso, incluem-se também os consumidores que transacionam grandes volumes, diretamente negociados com as fecularias, visando obter melhores preços e condições de pagamento. Nesse segmento da cadeia inserem-se, também, os importadores. O negócio de fécula, atualmente, mostra-se como um dos mais promissores devido ao mercado internacional, sendo que em 2002 foram exportadas 17,9 milhões de toneladas de fécula, enquanto o consumo desse produto no Brasil gira em torno de 500 mil toneladas por ano. O nicho de mercado que vem crescendo, tanto na Região do Cerrado como em todo o Brasil, é o dos produtos minimamente processados, sendo a mandioca um desses. A mandioca congelada, cozida ou pré-cozida encontra espaço nas cadeias de restaurantes, cozinha industrial e bares, sendo comercializadas em embalagens de um ou dois quilos. No Distrito Federal, 23% da produção de raízes são destinados às agroindústrias que trabalham com essa linha de produto, fora o que é importado de municípios da Região do Entorno. O produto mandioca descascada, que tem tido boa aceitação no mercado, é comercializado tanto em feiras livre (varejo), como em supermercado, sacolões e frutarias, em embalagem de um ou dois quilos. O preço desse produto é, geralmente, de 25 a 50% superior ao do da mandioca com casca. Cerca de 35% da produção de mandioca do Cerrado são destinados à industria; desse total, 17% são comercializados diretamente com as indústrias, enquanto que, do restante, uma parcela é processada nos próprios estabelecimentos agropecuários e a outra chega à industria pelas mãos de intermediários. No Estado do Mato Grosso do Sul, que tem parte de sua área territorial na Região do Cerrado, encontra-se o maior número de indústrias; conseqüentemente, 73% da produção são destinados para a indústria. No restante da Região do Cerrado predomina o consumo da mandioca fresca ou de mesa. Sazonalidade e formação de preço A sazonalidade dos preços das raízes influencia diretamente o preço dos produtos. As flutuações nos preços são diretamente influenciadas por mudanças na oferta, haja vista que as mudanças na demanda se processam mais lentamente. No Estado do Mato Grosso do Sul, o período do ano em que os preços recebidos pelos produtores são mais altos situa-se entre os meses de março e julho, quando há escassez do produto. A oferta concentra-se nos meses de agosto a dezembro, em que os preços alcançados estão no nível mínimo. No mês de maio ocorre o preço mais alto, e o mais baixo em dezembro, sendo que a diferença entre esses dois preços é de 18,4%. No Estado de Minas Gerais, o período de preços altos vai de setembro a janeiro, e o de preços baixos, de março a junho. O pico dos preços ocorre em janeiro e o menor preço em junho, sendo o primeiro 17,9% maior. No Distrito Federal ocorrem dois picos de preços, um em março, com maior intensidade, o outro em outubro, que é 6,1% inferior àquele; os níveis de preços mais baixos localizam-se nos meses de julho e agosto. Quanto à formação dos preços, há uma série de fatores que interferem neste processo: 1) aspectos relacionados com o ciclo da cultura, que é função direta da combinação das variedades cultivadas e das condições ambientais; 2) aspectos inerentes à estrutura de mercado enfrentada pelos produtores de mandioca, em que o processo de formação de preço se aproxima de uma estratégia concorrencial, ou seja, os produtores de matéria-prima concorrem em preço. Além disso, as informações incompletas ou mesmo a falta de informação a respeito do mercado favorecem à ação dos intermediários, que agem como agentes determinantes no processo de formação de preço; 3) praticamente não há barreiras à entrada no mercado de farinha; em função da simplicidade da tecnologia, os investimentos não precisam ser altos e, inclusive, a farinha pode ser produzida em nível artesanal. Conseqüentemente, quando o preço do produto está atrativo, ocorrem entradas de agricultores no negócio e a produção de raízes e farinha aumenta rapidamente, reduzindo os preços; 4) a quantidade ofertada de matéria-prima independe de uma relação mais forte com as agroindústrias, isto é, a oferta de matéria-prima local não leva em consideração a capacidade instalada das unidades de processamento, havendo assim períodos de excesso e de escassez, com reflexos diretos no processo de formação de preços. A inexistência de contratos de fornecimento de longo prazo nas unidades individuais concorre para a não existência de volume e regularidade desejada de produção, fazendo com que a cadeia perca competitividade, dado o inadequado grau de coordenação entre os seus segmentos; e 5) os fatores relacionados com questões culturais de cada localidade influenciam no aumento da oferta de matéria-prima, como uma necessidade para se fazer caixa, visando a aquisição de bens e serviços de demanda imediata. Além disso, é importante ressaltar o aumento de oferta de matéria-prima que geralmente acontece no final de cada mês, como uma alternativa para recompor a renda, sobretudo dos agricultores que dependem de fontes de renda tais como a aposentadoria. Coeficientes Técnicos A determinação do custo de produção é um importante instrumento na tomada de decisão no setor rural. Apesar de sua aparente simplicidade, elaborar estimativas de custo de produção ou os chamados orçamentos de custo não é uma tarefa fácil. Nesse processo estão envolvidos aspectos que não podem ser avaliados de forma eficiente para todos os produtores (empresários). Por exemplo, torna- se extremamente difícil, nessas condições, saber qual o custo de oportunidade, associado a cada fator de produção, assumido pelos diferentes tomadores de decisão nas diversas regiões produtoras de mandioca. Portanto, os valores aqui apresentados, para os diferentes sistemas de produção, referem-se a coeficientes médios. Na Tabela 9 são apresentados os custos para o sistema de plantio, recomendado pela pesquisa, com espaçamento de 1,00 x 0,60 m (16.666 plantas por hectare). Nesse sistema são utilizados insumos modernos como fertilizantes, defensivos e mecanização, mas o plantio, tratos culturais e fitossanitários e a colheita são realizados manualmente. O rendimento médio estimado nesse sistema é de 20 t/ha, proporcionado um custo médio de produção da ordem de R$ 108,15 por tonelada de raízes . Os solos de cerrado apresenta dois delimitadores comuns que são a acidez elevada e a baixa fertilidade natural. Embora a mandioca produza em solo com baixo teor nutricional, como toda cultura possui nível mínimo de exigência. O fósforo, como um dos macronutrientes importantes para seu desenvolvimento dessa cultura, terá que ser reposto em doses suficientes para atender a necessidade do solo e, a partir daí, ficar disponível para ser absorvido pela planta. Por outro lado, essa cultura é pouco afetada pela acidez, produzindo melhor na faixa de pH de 5,5 a 7; nesse caso, é recomendável a calagem no primeiro ano de cultivo. Um outro nutriente importante é o nitrogênio, que tem como fonte a uréia ou o sulfato de amônio, cuja aplicação deve ser em cobertura no prazo de 30 a 60 dias após o brotamento das manivas, com o solo ainda úmido. A primeira fonte é recomendada para o período chuvoso, por ser mais volátil, mas no caso da ocorrência de veranicos, recomenda-se o sulfato de amônio. Outra grande diferença entre essas duas fontes é o frete, pois para transportar 40 kg de N e a fonte for o sulfato de amônia, necessitaria de 2,25 vezes o volume se a fonte fosse a uréia. Dos 16 elementos essenciais ao cultivo da mandioca, o zinco é um deles. Como os solos de cerrado são, em sua grande maioria, altamente deficiente nesse micronutriente, então optou-se em mantê-lo no custo de produção, embora a sua aplicação seja feita apenas uma única vez. As recomendações das doses dos macro e micronutrientes, bem como da calagem, só podem ser definidas, obrigatoriamente, depois da análise de solo, porque essa tem por objetivo usar correta e eficientemente os fatores de produção destinados para corrigir e adubar o solo. Tabela 9. Custo de produção de um hectare de mandioca, valores em reais (R$) de out./nov/2001. Preço (R$) Especificação Unidade Quantidade Por unidade Valor total 1. Insumos Maniva-semente m3 5 4,50 22,50 Calcário t 1 39,15 39,15 Uréia (40 kg de N) kg 67 0,54 36,18 Superfosfato simples* (80 kg de P2O5) kg 444 0,40 177,60 Cloreto de potássio* (60 kg de K2O) kg 83 0,60 49,80 Sulfato de zinco (4 kg de zinco) kg 20 1,32 26,40 Formicida kg 1 6,00 6,00 Subtotal 357,63 Participação percentual 18,2 2. Preparo do solo Aração h/tr 3 25,00 75,00 Gradagem h/tr 1,5 25,00 37,50 Sulcamento h/tr 3 25,00 75,00 Subtotal 187,50 Participação percentual 9,5 3. Adubação Aplicação de fertilizantes D/H 4 10,00 40,00 Subtotal 40,00 Participação percentual 2,0 4. Plantio Transporte de manivas D/H 1 10,00 10,00 FARIAS, A.R.N. Insetos e ácaros pragas associados à cultura da mandioca no Brasil e meios de controle. Cruz das Almas, EMBRAPA-CNPMF, 1991. 47p. (EMBRAPA-CNPMF. Circular Técnica, 14). FARIAS, A.R.N. Pragas da cultura da mandioca. Cruz das Almas, EMBRAPA-CNPMF, 1991. 26p. Trabalho apresentado na Semana Especial sobre a Cultura da Mandioca, Estância, SE, 1991. FIALHO, J. de F.; OLIVEIRA, M.A.S.; PEREIRA, A.V.; JUNQUEIRA. N.T.V. Danos do percevejo-de- renda na produtividade da mandioca no Distrito Federal. Planaltina, Embrapa Cerrados, 2001. 4p. (Embrapa Cerrados. Comunicado Técnico, 48) FIALHO, J. de F.; OLIVEIRA, M.A.S.; PEREIRA, A.V. O cultivo da mandioca no Cerrado. Planaltina, Embrapa Cerrados, 1998. 2p. (Embrapa Cerrados. 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Dinâmica populacional do percevejo-de-renda Vatiga illudens (Drake, 1922) (Hemiptera: Tingidae) na cultura Espalhantes adesivos - produtos adicionados em pequena proporção à solução de agrotóxicos com o fim de melhorar a dispersão e adesão do produto sobre a planta. Estresse hídrico - conjunto de reações da planta à falta de água que pode perturbar-lhe a homeostase. Evapotranspiração – perda combinada de água de uma dada área, e durante um período especificado, por evaporação através da superfície do solo e por transpiração das plantas. Exportação in natura - ao natural. Exsudação - é a liberação de líquido da planta através de ferimento em aberturas naturais (estômato, aqüífero ou hidatódio). Fertilização - aplicação de fertilizantes ou adubos. Fitotóxico - que é considerado tóxico, veneno para as plantas. Fungicidas - produtos destinados à prevenção ou ao combate de fungos; agrotóxicos. Fungos fitopatogênicos - fungos que causam doenças em plantas. Fungos - grupo de organismos que se caracterizam por serem eucarióticos e aclorofilados; são considerados vegetais inferiores. Gemas - brotações que dão origem a ramos e folhas (gemas vegetativas) e flores (gemas florais). Gradagem - método que consiste em aplainar o solo por meio de grades puxadas por trator; também pode ser utilizada no combate às plantas daninhas. Hospedeiros - vegetal que hospeda insetos e microrganismos, patogênicos ou não. Inflorescência - nome dado a um grupo ou conjunto de flores. Ingrediente ativo - é a substância química ou biológica que dá eficiência aos defensivos agrícolas. É também referida como molécula ativa. Inimigos naturais - são os predadores e parasitas de uma praga ou doença existente em um local. Intoxicação - ato de intoxicar, envenenamento. Lagartas - forma larval dos lepidópteros e de alguns himenópteros (falsa-lagarta). Larvas - segundo estádio do desenvolvimento pós-embrionário dos insetos. Limbo foliar - a parte expandida da folha (lâmina). Luminosidade - que indica o maior ou menor grau de luz. Macronutrientes - nutrientes que a planta requer em maior quantidade (nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio). Materiais propagativos - partes das plantas utilizadas na sua multiplicação (sementes, mudas, bulbos, estacas). Micronutrientes - nutrientes que a planta requer em menor quantidade (boro, cobre, zinco, molibdênio, cloro, ferro), embora sejam também importantes para o seu desenvolvimento. Microrganismos - forma de vida de dimensões microscópicas (fungos, bactérias, vírus e micoplasmas). Necrose - sintoma de doença de plantas caracterizado pela degeneração e morte dos tecidos vegetais. Patógeno - organismo capaz de produzir doença. Período de carência - tempo mínimo necessário a ser esperado entre a última aplicação e a colheita do produto Pistola - barra de metal leve que tem uma das extremidades acoplada à mangueira por meio de uma válvula e na outra um dispositivo para a colocação de bicos para a produção da pulverização desejada. A válvula de fechamento pode ser do tipo gatilho ou, mais comumente, do tipo rosca, com 350º de giro, o que faz o jato variar continuamente de sólido ou com gotas grosseiras de grande alcance, a cônico fino, de pequeno alcance. Plantas daninhas - o mesmo que ervas invasoras; mato que cresce no pomar e compete por água, luz e nutrientes com a cultura principal. Pós-colheita - período que vai da colheita ao consumo do fruto. Precipitação pluvial - fenômeno pelo qual a nebulosidade atmosférica se transforma em água formando a chuva. Predador - organismo que ataca outros organismos, geralmente menores e mais fracos, e deles se alimenta. Pulverização - aplicação de líquidos em pequenas gotas. Pulverização de pistola - são equipamentos para aplicação de agrotóxicos sob a forma líquida, que possuem bombas capazes de comprimir a calda a grandes pressões e assim expeli-la através da pistola, onde é fracionada em numerosas gotas de tamanho variável em função da regulagem feita. Pupa - estádio dos insetos com metamorfose completa; estágio normalmente inativo em que ele não se alimenta; e precede a fase adulta. Regiões semi-áridas - regiões semi-desérticas com um período mínimo de seis meses secos e com índices pluviais abaixo de 800 mm anuais. Regiões subtropicais - regiões que apresentam um inverno pouco rigoroso e temperaturas médias em torno de 30°C. Regiões superúmidas - regiões com umidade relativa nunca inferior a 70% e temperaturas superiores a 25°C. Regiões tropicais - regiões onde não ocorre inverno e as temperaturas médias são sempre superiores a 20°C. Resistência varietal - é a reação de defesa de uma planta, resultante da soma dos fatores que tendem a diminuir a agressividade de uma praga ou doença; esta resistência é transmitida aos descendentes. Seletividade (de agrotóxicos) - é a propriedade que um agrotóxico apresenta quando, na dosagem recomendada, é menos tóxico ao inimigo natural do que à praga ou doença contra a qual é empregado, apesar de atingi-los igualmente. Subsolagem - operação de rompimento das camadas compactadas de solo abaixo de 30 cm, por meio de um implemento chamado subsolador, tracionado por um trator. Tratos culturais - conjunto de práticas executadas numa plantação com o fim de produzir condições mais favoráveis ao crescimento e à produção da cultura. Urticantes - que queima ou irrita; que produz a sensação de queimadura; pêlos urticantes das taturanas. Variedade - subdivisão de indivíduos da mesma espécie que ocorrem numa localidade, segundo suas formas típicas diferenciadas por um ou mais caracteres de menor importância. Vírus - agente infectante de dimensões ultramicroscópicas que necessita de uma célula hospedeira para se reproduzir e cujo componente genético é DNA ou RNA.
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