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Guias e Dicas
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Manual tuberculose, Manuais, Projetos, Pesquisas de Enfermagem

Manual técnico do Ministério da Saúde sobre tuberculose

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

Antes de 2010

Compartilhado em 17/11/2009

rubia-schneider-5
rubia-schneider-5 🇧🇷

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Baixe Manual tuberculose e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Enfermagem, somente na Docsity! MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Políticas de Saúde Departamento de Atenção Básica Manual Técnico para o Controle da Tuberculose Brasília – DF 2002 Cadernos de Atenção Básica nº 6 Série A. Normas e Manuais Técnicos; nº 148 1ª Edição  2002. Ministério da Saúde. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte. Série A. Normas e Manuais Técnicos; n. 148 6.ª edição, revista e ampliada Tiragem: 50.000 exemplares Edição, distribuição e informações MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Políticas de Saúde Departamento de Atenção Básica Esplanada dos Ministérios, bloco G, 7º andar CEP: 70058-00, Brasília – DF Tel.: (61) 315 2542 Fax: (61) 226 4340 E-mail: tuberculose@saude.gov.br Elaboração e revisão final: Antônio Roberto Leite Campelo, Graciene Silveira, Ivanize de Holanda Cunha, Josué Laguardia, Maria de Fátima Militão de Albuquerque, Neilton Araújo de Oliveira, Rosália Maia, Wayner Vieira de Souza Colaboradores: Ademir de Albuquerque Gomes (OPAS/OMS), Afrânio Lineu Kritski (UFRJ), Alberto Enildo de Oliveira Melo (SMS/ Recife), Ana Maria Miranda Pinto, Antônio Carlos Toledo Júnior (SES/MG), Antonio Rulfino Netto (DAB/MS), Berenice da Silva Santos, Carmen Lúcia Muricy, Celso Ferreira Ramos Filho (UFRJ), Clemax Couto Sant’Anna, Elaine Black Ceccon (SMS/Porto Alegre), Elisa Cazue Sudo, Fernando Augusto fiúza de Melo (Inst. Clemente Ferreira), Germano Gerhardt Filho (Inst. Ataulfo de Paiva), Gilmário M. Teixeira (Centro de Ref. Hélio Fraga), Hisbello da Silva Campos (Centro de Ref. Hélio Fraga), Hugo Pedroso (SMS/Curitiba), Jerson Soares Antunes Júnior, Jorge Barros Afiune (Inst. Ataulfo de Paiva), José Rosemberg (PUC/Sorocaba), Laede Rodrigues dos Santos (SES/SP), Leda Fátima Jarnal (Inst. Adolfo Luiz), Marco Antônio de Ávila Vitória, Margaret Dalcolmo (Centro de Ref. Hélio Fraga), Margarida Maria de Mattos Britto de Almeida (FSP/ USP), Maria José Procópio R. de Oliveira, Miguel ajub Hijjar (Centro de Ref. Hélio Fraga), Mônica Maria Rocha Clemente Machado, Pedro Chequer, Rosana Del Bianco (DST/AIDS), Ruth Glatt (Centro de Ref. Hélio Fraga), Solange Cavalcante (SMS/RJ), Valdiléa Gonçalves Veloso, Walry Bittencourt Ferreira (SES/PA), Werner Paul Ott (SES/RS) Impresso no Brasil / Printed in Brazil Produzido com recursos do Projeto UNESCO - 914/BRZ-29 - Atenção Básica Catalogação na fonte Bibliotecária Luciana Cerqueira Brito – CRB 1ª Região nº 1542 FICHA CATALOGRÁFICA Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual técnico para o controle da tuberculose: cadernos de atenção básica / Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde Departamento de Atenção Básica. – 6. ed. rev. e ampl. – Brasília: Ministério da Saúde, 2002. 62 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos; n. 148) ISBN 85-334-0491-3 1. Tuberculose – Brasil. 2. Planos e Programas de Saúde. I. Brasil. Ministério da Saúde. II. Brasil. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. III. Título. IV. Série. NLM WF 220 DB8 6 Manual Técnico para o Controle da Tuberculose 7 1. O CONTROLE DA TUBERCULOSE – PRIORIDADE NACIONAL A tuberculose é um problema de saúde prioritário no Brasil, que juntamente com outros 21 países em desenvolvimento, albergam 80% dos casos mundiais da doença. No Brasil, estima-se que ocorram 129.000 casos por ano, dos quais são notificados cerca de 90.000. Em 1998, o coeficiente de mortalidade foi de 3,5 por 100.000 habitantes. Esses números, entretanto, não representam a realidade do País, pois parte dos doentes não são diagnosticados nem registrados oficialmente. O Ministério da Saúde (MS) (1999), define a tuberculose como prioridade entre as políticas governamentais de saúde, estabelecendo diretrizes para as ações e fixando metas para o alcance de seus objetivos. As ações para o controle da tuberculose no Brasil têm como meta diagnosticar pelo menos 90% dos casos esperados e curar pelo menos 85% dos casos diagnosticados. A expansão das ações de controle para 100% dos municípios complementa o conjunto de metas a serem alcançadas. Essa expansão se dará no âmbito da atenção básica, na qual os gestores municipais, juntamente com o gestor estadual deverão agir de forma planejada e articulada para garantir a implantação das ações de controle da tuberculose: • estruturação da rede de serviços de saúde para identificação de sintomáticos respiratórios; • organização da rede laboratorial para diagnóstico e controle dos casos; • garantia de acesso ao tratamento supervisionado e/ou auto-administrado dos casos; • proteção dos sadios; • alimentação e análise das bases de dados para tomada de decisão. Dentre as várias estratégias para estender o Plano Nacional de Controle da Tuberculose a todos os municípios brasileiros, estão a expansão e a consolidação dos Programas de Agentes Comunitários de Saúde e do Programa Saúde da Família do MS, em parceria com as prefeituras municipais. Este manual busca disponibilizar para todos os profissionais de saúde que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e no Programa Saúde da Família (PSF) as normas que orientam as ações de controle da tuberculose, objetivando-se com isto que os doentes sejam diagnosticados e tratados com sucesso em todos os serviços de saúde. Manual Técnico para o Controle da Tuberculose 8 1.1. ATRIBUIÇÕES DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE PARA O CONTROLE DA TUBERCULOSE As UBS do Sistema Único de Saúde (SUS) de todos os municípios do País devem realizar as ações para: • identificar entre as pessoas maiores de 15 anos que procuram o serviço, sintomáticos respiratórios (pessoas com tosse e expectoração por três semanas ou mais), fazer o diagnóstico de tuberculose, iniciar o tratamento, acompanhar os casos em tratamento, dar alta aos pacientes; • identificar entre as crianças que procuram o serviço de saúde, aquelas portadoras de pneumopatias e outras manifestações clínicas sugestivas de tuberculose, descritas mais adiante, e encaminhá-las a uma unidade de referência para investigação e confirmação do diagnóstico; • acompanhar e tratar os casos confirmados nas UBS; • aplicar a vacina BCG; • coletar material para a pesquisa direta de bacilos álcool ácido resistentes (BAAR) no escarro. Caso a unidade básica de saúde não possua laboratório, identificar um laboratório de referência e estabelecer um fluxo de envio do material; • realizar a prova tuberculínica quando necessário; • realizar exame anti-HIV quando indicado; • dispor de estoque de medicamentos específicos para os doentes inscritos no programa de tuberculose; • fazer tratamento supervisionado na unidade de saúde ou no domicílio quando indicado; • manter o Livro de Controle de Tratamento dos Casos de Tuberculose com informações atualizadas acerca do seu acompanhamento, baciloscopias e critério de alta. Essas informações devem ser enviadas mensalmente ao primeiro nível informatizado do SINAN, seja o distrito sanitário, nos municípios maiores, ou para a Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde. Estar atento que a médio prazo, uma nova ficha do SINAN deverá estar disponível incorporando essas informações; • informar a Secretaria Municipal de Saúde acerca dos casos atendidos e situação de encerramento (resultado do tratamento) desses casos; • realizar trimestralmente estudo de coorte dos casos acompanhados para a análise do resultado do tratamento; • fazer uma programação anual para o Programa de Controle da Tuberculose, juntamente com a Vigilância Epidemiológica do município, estabelecendo metas a serem atingidas; • fazer visita domiciliar quando necessário; • treinar os recursos humanos da unidade básica de saúde; • realizar ações educativas junto à clientela da unidade de saúde, bem como na comunidade; • divulgar os serviços prestados tanto no âmbito do serviço de saúde como na própria comunidade. Manual Técnico para o Controle da Tuberculose 11 Na figura anterior, visualizam-se granulomas tuberculosos do pulmão, centrados por necrose caseosa, reação linfocitária circunjacente acompanhada de células epitelióides e de células gigantes, tipo Langhans, formando uma coroa. Uma vez infectada, a pessoa pode desenvolver tuberculose doença em qualquer fase da vida. Isto acontece quando o sistema imune não pode mais manter os bacilos “sob controle” e eles se multiplicam rapidamente. Órgãos mais freqüentemente acometidos pela tuberculose doença Todos os órgãos podem ser acometidos pelo bacilo da tuberculose, porém, ocorre mais freqüentemente nos pulmões, gânglios, pleura, rins, cérebro e ossos. Apenas em torno de 10% das pessoas infectadas adoecem, metade delas durante os dois primeiros anos após a infecção e a outra metade ao longo de sua vida. Esta estimativa está correta se não existirem outras infecções ou doenças que debilitem o sistema imunológico da pessoa, como, por exemplo: · Diabetes Mellitus (DM); · infecção pelo HIV; · tratamento prolongado com corticosteroídes; · terapia imunossupressora; · doenças renais crônicas, entre outras; · desnutrição calórico protéica. Nestes casos, o risco de progressão da infecção para a doença aumenta. 2.1. A PROCURA DE CASOS DE TUBERCULOSE Quanto maior o número de Unidades Básicas de Saúde (UBS) e de equipes com profissionais Manual Técnico para o Controle da Tuberculose 12 capacitados desenvolvendo as ações de controle da tuberculose, mais abrangente poderá ser a procura de sintomáticos respiratórios nos serviços de saúde e nas comunidades, mais rápido o início do tratamento dos casos descobertos, mais adequada a supervisão direta do tratamento, garantindo a cura do doente e conseqüentemente mais rápida a interrupção da transmissão. As ações para a procura de casos devem estar voltadas para os grupos com maior probabilidade de apresentar tuberculose. Deve-se realizar a busca ativa de casos entre: • os sintomáticos respiratórios – a equipe de saúde deve estar preparada para realizar a busca sistemática de sintomáticos respiratórios, ou seja, das pessoas maiores de 15 anos que procuram os serviços de saúde por qualquer motivo e apresentam queixas de tosse e expectoração por três semanas ou mais. Entre esses, deve-se procurar o doente com tuberculose pulmonar bacilífera, “fonte de infecção” para outros indivíduos; • contatos de casos de tuberculose – toda pessoa, parente ou não, que coabita com um doente de tuberculose; • Atenção especial deve ser dada às populações de maior risco de adoecimento como os residentes em comunidades fechadas – como presídios, manicômios, abrigos e asilos – e os indivíduos etilistas, usuários de drogas, mendigos, imunodeprimidos por uso de medicamentos ou por doenças imunossupressoras (aids, diabetes) e ainda os trabalhadores em situações especiais que mantêm contato próximo com doente com TB pulmonar bacilífera. A procura de casos deve ser feita ainda entre os suspeitos radiológicos (pacientes com imagens suspeitas de TB que chegam ao serviço de saúde). A ORGANIZAÇÃO DA BUSCA DE CASOS NA COMUNIDADE As equipes do PSF, os agentes comunitários de saúde e os profissionais de saúde responsáveis pela vigilância epidemiológica no distrito sanitário (quando houver), e no município devem mobilizar a comunidade para identificar os “tossidores crônicos”, nas famílias, clubes, igrejas, e comunidades fechadas referidas acima, com o objetivo de encaminhá-los para fazer exame de escarro. Essas unidades devem contar com o apoio de uma unidade de referência, de média complexidade. Porém do ponto de vista de sua atuação no Programa de Controle da Tuberculose, as UBS devem manter a sua autonomia na descoberta e no tratamento de casos de tuberculose. A DEFINIÇÃO DE CASO DE TUBERCULOSE Denomina-se “caso de tuberculose” todo indivíduo com diagnóstico confirmado por Manual Técnico para o Controle da Tuberculose 13 baciloscopia ou cultura e aquele em que o médico, com base nos dados clínico-epidemiológicos e no resultado de exames complementares, firma o diagnóstico de tuberculose. “Caso novo” é o doente com tuberculose que nunca se submeteu à quimioterapia antituberculosa, fez uso de tuberculostáticos por menos de 30 dias, ou submeteu-se ao tratamento para tuberculose há cinco anos ou mais. 2.2. ELEMENTOS PARA O DIAGNÓSTICO DA TUBERCULOSE PULMONAR 2.2.1 A história clínica • Ter tido contato, intradomiciliar ou não, com uma pessoa com tuberculose; • Apresentar sintomas e sinais sugestivos de tuberculose pulmonar tosse seca ou produtiva por três semanas ou mais, febre vespertina, perda de peso, sudorese noturna, dor torácica, dispnéia e astenia; • História de tratamento anterior para tuberculose; • Presença de fatores de risco para o desenvolvimento da TB doença (Infecção pelo HIV, diabetes, câncer, etilismo). 2.2.2 Exame bacteriológico A baciloscopia direta do escarro é método fundamental porque permite descobrir as fontes mais importantes de infecção – os casos bacilíferos. Esse exame, quando executado corretamente, permite detectar de 70 a 80% dos casos de tuberculose pulmonar em uma comunidade. A baciloscopia direta do escarro deve sempre ser solicitada para: • pacientes adultos que procurem o serviço de saúde por apresentarem queixas respiratórias ou qualquer outro motivo, mas que espontaneamente, ou em resposta ao pessoal de saúde, informem ter tosse e expectoração por três ou mais semanas; • pacientes que apresentem alterações pulmonares na radiografia de tórax; • contatos de casos de tuberculose pulmonar bacilíferos que apresentem queixas respiratórias. Recomenda-se, para o diagnóstico, a coleta de duas amostras de escarro: • uma por ocasião da primeira consulta; • a segunda, independente do resultado da primeira, na manhã do dia seguinte ao despertar.
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