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finanças coorporativas, Notas de estudo de Cultura

Apostila utilizado no Curso de Pós graduação

Tipologia: Notas de estudo

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Compartilhado em 23/10/2009

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deise-cristiane-rodrigues-4 🇧🇷

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Baixe finanças coorporativas e outras Notas de estudo em PDF para Cultura, somente na Docsity! UNINOVE do dr Universidade Nove de Julho FINANÇAS CORPORATIVAS Os direitos desta obra foram cedidos a Universidade Nove de Julho 2  FINANÇAS CORPORATIVAS  Este material é parte integrante da disciplina “Finanças Corporativas” oferecido pela  UNINOVE.  O  acesso  às  atividades,  as  leituras  interativas,  os  exercícios,  chats,  fóruns  de  discussão  e  a  comunicação  com  o  professor  devem  ser  feitos  diretamente no ambiente de aprendizagem on­line. 5  FINANÇAS CORPORATIVAS  Estoques ...................................................................................................................................64  Contas a receber.......................................................................................................................65  A função de Crédito...................................................................................................................65  Cobrança...................................................................................................................................65  Capital de Giro – Capital Circulante Líquido ..............................................................................66  Introdução .............................................................................................................................66  Capital Circulante Líquido..........................................................................................................66  Situações do Capital Circulante Líquido ....................................................................................67  Fontes de Financiamento ..........................................................................................................67  Fontes de Capital de Giro..........................................................................................................67  Planejamento Financeiro – Visão Integrada do Fluxo de Caixa.................................................68  Introdução .............................................................................................................................68  Fluxo de Caixa ..........................................................................................................................68  Manutenção do Saldo de Caixa.................................................................................................69  Fontes de Financiamento em Curto Prazo.................................................................................69  Introdução .............................................................................................................................69  Financiamentos Externos ..........................................................................................................70  Desconto de Títulos...................................................................................................................70  Empréstimos para Capital de Giro.............................................................................................71  Conta Garantida ........................................................................................................................71  Principais Aplicações de Fundos ...............................................................................................71  Introdução .............................................................................................................................71  Aplicação Sobras de Caixa........................................................................................................71  Caderneta de poupança ............................................................................................................72  Aplicações de renda fixa............................................................................................................72  Fundos mútuos de renda fixa ....................................................................................................72  Títulos da dívida pública ............................................................................................................73  Aplicações de renda variável.....................................................................................................73  Conclusão .................................................................................................................................73  BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................75 6  FINANÇAS CORPORATIVAS  AULA 01 • CONCEITOS BÁSICOS E AREAS DE ATUAÇÃO  Introdução  Não podemos perder de vista que existe um componente financeiro em todas as decisões  de  negócio.  Este  fato  obriga  todos  os  executivos,  inclusive aqueles  que  atuam  em  áreas  tidas  como não financeiras, a ter conhecimentos que lhes permitam transitar com algum conforto nesta  área. No mundo atual, é  impossível uma pessoa fazer uma carreira em negócios sem uma base  em administração financeira.  No entanto, esta função empresarial nem sempre teve a importância que tem nos dias de  hoje.  Inicialmente  voltada para  os aspectos  legais  nas  fusões e  aquisições empresariais  e nas  diversas formas de levantar capitais, vem evoluindo para uma posição extremamente sofisticada  na empresa moderna.  A  função  financeira  corresponde  aos  esforços despendidos objetivando a  formulação  de  um  esquema  que  seja  adequado  à  maximização  dos  retornos  dos  proprietários  das  ações  ordinárias da empresa, ao mesmo tempo em que possa propiciar a manutenção de um certo grau  de liquidez.  Na verdade, a função financeira dentro de uma empresa está diretamente relacionada com  a decisão de se fazer um investimento e à decisão de se fazer um financiamento, sem esquecer  que estas duas funções principais estão interligadas.  Seguem  alguns  aspetos  relacionado  à  Administração  Financeira,  segundo  diversos  autores:  a)  Administração  financeira  cuida de  planejamento,  análise de  investimentos,  política de  crescimento, financiamento, contabilidade, etc. (Lima Netto, 1978).  b) Segundo Sanvicente (1987), o objetivo básico  implícito nas decisões de administração  financeira é a maior rentabilidade possível sobre o investimento efetuado por indivíduos  ou instituições caracterizados como proprietários acionistas ordinários, no caso de uma  sociedade anônima. Entretanto, é feita uma ressalva à rentabilidade máxima, desde que  não seja comprometida a liquidez da empresa.  c)  Segundo  Lima  Netto  (1978),  a  análise  de  investimentos  tem  os  seguintes  métodos:  Período  de  Pagamento,  Lucro Médio,  Valor  Presente,  Valor  Futuro,  Taxa  de  Retorno 7  FINANÇAS CORPORATIVAS  Interna  e  Benefício/Custo.  A  decisão  de  investimento  é  feita  em  cima  de  alguns  métodos,  citados  a  seguir  e  descritos;  nem  todos  são  recomendáveis,  mas  são  incluídos, devido ao seu grande uso na prática.  • Período de pagamento – consiste em medir o número de períodos em que se paga um  investimento, e existem duas variantes desses métodos. A primeira consiste em medir­se  quantos anos o  lucro acumulado paga o capital. Outra variante do método consiste em  considerar­se  toda  a  geração  de  fundos  do  projeto,  no  caso,  lucro  líquido  mais  depreciação. A segunda variante é preferível, pois considera a depreciação.  • Lucro Médio – consiste em calcular o Lucro Líquido Médio de um  investimento durante  todos os seus períodos e dividir este lucro pelo investimento.  •  Valor  Presente  –  consiste  em  calcular  o  Valor  Presente  do  fluxo  de  fundos  do  investimento,  a uma certa  taxa de  juros. Os  investimentos de maior  valor  presente  são  preferidos. O problema crucial é a escolha da  taxa de  juros, devendo ser usada a  taxa  mínima alternativa.  • Valor Futuro – é bem parecido com o método de valor presente, exceto pelo fato de que  se comparam valores futuros nas alternativas.  • Taxa de Retorno Interna – O valor presente de um investimento depende da taxa de juros  considerada. Em quase todos investimentos considerados na prática existe uma taxa de  juros, em alguns casos mais que uma, e o valor presente do investimento é zero.  Histórico  Nos  anos  30,  época  de  grandes  crises  financeiras,  era  natural  que  a  função  financeira  estivesse  voltada  para  falências  e  concordatas.  No  momento  seguinte,  volta­se  para  a  regulamentação do mercado de  títulos,  com o  intuito de evitar  novos desastres. Neste período,  começam a tomar forma melhores controles internos e métodos mais sofisticados de preparação  de relatórios financeiros, com a finalidade de demonstrar com maior fidelidade a posição real das  empresas.  Já nos anos 50,  o  foco muda para o  valor das empresas e a melhor  forma de escolher  investimentos em ativos e formas de financiamento para maximizar o valor das empresas. 10  FINANÇAS CORPORATIVAS  • Análise/ gerência de crédito  • Administração de fundos de pensão  • Gerência de câmbio  Objetivos e Funcões da Administração Financeira  Introdução  A administração  financeira pode  ser  exercida nas mais  diversas  organizações:  indústria,  comércio  ou  serviços;  empresas  estatais  ou  privadas;  voltadas  ou  não  para  lucro;  governo,  escolas, hospitais, clubes recreativos, ONGs e outras. Suas funções principais são planejamento,  controle, orçamento, previsões, fluxo de caixa,  investimentos,  financiamentos, crédito, cobrança,  câmbio,  operações  bancárias  e  gerenciamento  de  risco.  Ao  exercer  essas  funções,  o  administrador  financeiro  procura  responder  a  questões  como:  quais  investimentos  devem  ser  feitos?  Quais  fontes  de  financiamentos  devem  ser  utilizadas?  Qual  deve  ser  a  política  de  remuneração dos acionistas? Estamos agregando valor aos acionistas?  Existem  inúmeros  enfoques  da  administração  financeira,  destacando­se  os  de  retorno,  risco,  liquidez,  endividamento,  eficácia  operacional,  alavancagem,  valor,  fusões  e  aquisições,  mercados financeiro e de capital, mercados futuros e de opções.  Objetivos da administração financeira  De  acordo  com  Ross  (1998),  é  objetivo  normativo  da  empresa"  maximizar  o  valor  de  mercado do capital dos proprietários existentes". Esse objetivo deve atender também a um desejo  mais  específico  do  acionista:  a  remuneração  de  seu  capital,  sob  a  forma  de  distribuição  de  dividendos.  A maximização  do  lucro,  tida  por  muito  tempo  como  o  objetivo  principal  da  empresa,  é  objetivo impreciso, pois ações tomadas para maximizar os lucros atuais podem diminuir os lucros  futuros e vice­versa. A maximização da riqueza é mais precisa porque envolve o conceito de valor  presente  líquido  da  empresa,  incorporando  conceitos  de  risco  e  de  custo  de  capital.  Nas  instituições não voltadas ao lucro, existem outros objetivos que não a maximização da riqueza. No  entanto, essas organizações não prescindem da boa administração,  pois precisam garantir  sua  solvência financeira. 11  FINANÇAS CORPORATIVAS  Funções financeiras  O Quadro 1 apresenta as principais  funções da administração  financeira,  agrupadas em  duas grandes áreas: tesouraria e controladoria. No Brasil, de modo geral, as funções de tesouraria  são exercidas pelo gerente financeiro, e as funções de controladoria são exercidas pelo controller.  Essas funções surgem e se expandem ou desaparecem dependendo das necessidades de cada  empresa, variando segundo sua natureza, porte e estágio de desenvolvimento.  Quadro 1. Funções do Administrador Financeiro  Tesouraria  Controladoria  • Administração de caixa  • Administração de custos e preços  • Administração de crédito e cobrança  • Auditoria interna  • Administração do risco  • Contabilidade  • Administração de câmbio  • Orçamento  • Decisão de financiamento  • Patrimônio  • Decisão de investimento  • Planejamento tributário  • Planejamento e controle financeiro  • Relatórios gerenciais  • Proteção de ativos  • Desenvolvimento e acompanhamento de sistemas de informação financeira  • Relações com acionistas e  investidores  • Relações com bancos  As funções financeiras podem ser de curto ou longo prazo. As funções financeiras de curto  prazo  envolvem  a  administração  do  caixa,  do  crédito,  das  contas  a  receber  e  a  pagar,  dos  estoques e dos financiamentos de curto prazo. A empresa precisa dispor de recursos suficientes  para saldar os compromissos com fornecedores, salários, tributos e demais contas. Para tanto, os  recebimentos  das  vendas  e/  ou  prestação  de  serviços  aos  clientes  precisam  ocorrer  simultaneamente ao vencimento dos compromissos. Quando existem prazos diferentes entre os  recebimentos  e  os  pagamentos,  na  maioria  das  vezes  a  empresa  precisa  buscar  recursos  no  mercado  financeiro,  por  meio  de  empréstimos  ou  da  aplicação  dos  recursos  excedentes.  A  administração  financeira  de  curto  prazo  também  é  chamada  de  administração  do  capital  O objetivo da administração financeira é maximizar a riqueza do acionista. 12  FINANÇAS CORPORATIVAS  circulante.  No  curto  prazo,  o  administrador  financeiro  preocupa­se  ainda  com  o  planejamento  tributário. O hiato entre recebimentos e pagamentos origina­se nas políticas de concessão de crédito  a clientes e obtenção de crédito  junto a fornecedores; diferentes prazos legais para pagamentos  de  salários  e  tributos;  diferentes  políticas  de  estocagem  e  diferentes  ciclos  de  produção  dos  produtos vendidos e serviços prestados.  As funções financeiras de longo prazo envolvem as decisões financeiras estratégicas, tais  como orçamento de capital, estrutura de capital, custo de capital, relacionamento com investidores  entre  outras.  No  longo  prazo,  as  decisões  financeiras  envolvem  a  obtenção  de  recursos  para  projetos  e  investimentos  e  a  definição  dos  critérios  a  serem  adotados  para  a  escolha  entre  investimentos  alternativos.  O  administrador  financeiro  é  responsável  pela  saúde  econômica  e  financeira da empresa.  Conceitos financeiros básicos  Introdução: objetivo das empresas  A maioria dos estudantes acredita que o objetivo das empresas é o lucro. Na realidade, o  lucro é apenas um meio. O objetivo  real das empresas é a maximização de seu valor em  longo  prazo – daí o lucro ser um meio e não o fim.  Os  investimentos  são  feitos  com  a  expectativa  de  um  retorno  alinhado  com  os  riscos  assumidos.  Este  retorno  deve  ser  alcançado  através da  produção  de  resultados  econômicos e  financeiros – lucros e caixa – adequados por um extenso período de tempo.  A contabilidade define esta situação através do Postulado da Continuidade, que considera  a empresa como uma entidade em continuidade, ou, de forma mais simples, considera a empresa  como  sendo  um  empreendimento  que  foi  realizado  com  a  finalidade  de  manter­se  em  funcionamento.  Atividades empresariais  De um modo geral, podemos agrupar as atividades de uma empresa como a seguir: 15  FINANÇAS CORPORATIVAS  AULA 02 • RISCO E RETORNO  Introdução  Os  investidores, de um modo geral,  estão  conscientes de que  retorno e  risco  caminham  sempre juntos. Cabe ao gerente financeiro decidir qual o nível que irá obter do retorno, dentro de  determinados limites que está disposto a aceitar do risco.  Retorno  A primeira  variável a  ser examinada  em  qualquer  investimento é  o  retorno. Retorno é o  resultado – ganho ou perda – de qualquer investimento em um período. O que estamos dizendo é  que um  investimento qualquer muda de  valor no decorrer  do  tempo,  seja  um aumento ou uma  redução no seu valor.  O retorno de um investimento normalmente é medido sob a forma de porcentagem, e não  em  valores  monetários.  Exprime  a  variação  do  valor  do  investimento  acrescido  de  qualquer  retorno em caixa que este tenha rendido no período. Assim, podemos exprimir esta variação como  a seguir:  Onde:  I0  ­ Investimento inicial (no tempo 0)  I1  ­ Valor final do investimento (investimento no tempo t)  Ct  ­  Lucro  corrente  (fluxo  de  caixa,  dividendos,  ou  juros)  recebido  do  investimento  no  tempo t  kt  ­ taxa de retorno do investimento durante o tempo t  I0  Ct I0) – (I1 kt + = 16  FINANÇAS CORPORATIVAS  Veja um exemplo de cálculo do  retorno de um  investimento. Observe que o  retorno está  intimamente ligado aos valores de mercado do investimento através do tempo.  Exemplo: A empresa NRM efetuou um investimento de R$ 1.000,00 em ações. No final do  período  do  investimento  estas  ações  estavam  valendo  R$  1.400,00;  a  empresa  recebeu  de  dividendos destas ações o valor de R$120,00. Qual seria a taxa de retorno deste investimento?  kt = ???????  I0 = R$ 1.000,00  I1 = R$ 1.400,00  Ct = R$120,00  Risco  “Risco total de um investimento é a variabilidade total dos retornos previstos em torno do  retorno médio.” (Hélio Paula Leita)  “Risco  é  o  grau  de  incerteza  associado  a  um  investimento.”  (A.  A,  Gropelli  e  Ehsan  Nikbakht) “Risco é o desvio dos resultados esperados em relação a uma média ou valor esperado.”  (A. A, Gropelli e Ehsan Nikbakht)  “Risco é a chance de perda financeira.” (Lawrence J. Gitman)  “Risco é a possibilidade de que algum acontecimento desfavorável  venha a ocorrer.”  (J.  Fred Weston e Eugene F, Brigham)  Determinados  investimentos  apresentam  resultados  maiores  que  outros.  Os  resultados  menores  estão  relacionados  a  riscos  menores.  Os  executivos  financeiros,  de  um  modo  geral,  preferem  riscos  mais  baixos,  mesmo  que  isto  represente  retornos  menores.  Este  raciocínio  é  lógico se  considerarmos que os  recursos  investidos por eles pertencem aos  investidores e,  por  conseguinte, precisam ser protegidos.  Uma das formas de se analisar o risco é dividi­lo em dois componentes:  • Nível de risco – é a comparação do risco entre dois ativos  1.000  120 1.000) ­ (1.400  0,52 ou 52%  I  C ) I – (I k  0  t 0 1  t = + = + = 17  FINANÇAS CORPORATIVAS  • Risco de prazo – o risco aumenta com o tempo de aplicação dos recursos.  Não há dúvida de que o prazo de um investimento tem uma grande influência sobre o risco  deste mesmo investimento. Veja abaixo uma tabela comparando diversos investimentos – a tabela  (Gropelli,  2002:  78)  mostra  a  mensuração  para  títulos  do  governo  americano  com  diferentes  prazos de resgate, e como o risco se altera com os prazos:  Prazo de  Resgate  Taxa Livre  de Risco (%)  Prêmio pelo  Risco (%)  RiscoTotal  Letras do Tesouro  90 dias  5  0  5  Notas do Governo  1 ano  5  2  7  Obrigações do Tesouro  20 anos  5  4  9  Obrigações do Tesouro  20 anos  5  5  10  Esta tabela ajuda a avaliar os méritos relativos dos ativos.  Gropelli (2002) assim se expressa:  “Um estudo dos retornos desses ativos indicaria que os preços dos títulos de curto  prazo  são  menos  voláteis  que  os  dos  de  longo  prazo.  As  chances  de  inadimplência para os  títulos de curto prazo são menores que para os de  longo  prazo.  Conseqüentemente,  o  risco  atribuído  aos  títulos  de  curto  prazo  é menor  que o atribuído aos títulos de prazos mais longos e incertos.”.  O risco de uma carteira de investimento pode ser dividido como abaixo:  • Risco sistêmico – é o risco que se origina nas flutuações da economia como um todo.  • Risco não sistêmico – relaciona­se a um empreendimento ou a um setor.  O  risco sistêmico b  (ou Beta) é diversificável, enquanto o  risco não sistêmico ou a  (Alfa)  não é diversificável.  Segundo  William  Sharpe,  professor  da  Universidade  de  Stanford,  e  Prêmio  Nobel  de  Economia de 1990, somente o risco sistêmico paga prêmio. O risco não sistêmico é diversificável,  e, por este motivo, não paga prêmio.  Avaliação do risco  Podemos  analisar  o  risco  empregando  a  análise  de  sensibilidade  e  a  distribuição  de  probabilidades para verificar o comportamento dos retornos. Desta forma, podemos ter uma visão 20  FINANÇAS CORPORATIVAS  Ativo B  Retorno %  Probabil.  Retorno Médio  Dispersão  Variância  Variância  Ponderada  k  p  m  k – m  (k ­ m) 2  (k ­ m)2 * 2  Pessimista  4  0,25  1,00  (4,00)  64  16,00  + provável  0,50  6,00  ­  ­  ­  Otimista  12  0,25  5,00  4,00  64  16,00  Média  20  12,00  ­  128  32,00  Intervalo  16  ­  Total  1,00  Risco (Desvio Padrão)  s = ((k­m) 2 * p) 1/2  s = 5,6569  Sem  qualquer  dúvida,  o  investimento  A  deverá  ser  escolhido,  uma  vez  que  seu  desvio  padrão é menor.  Exercícios  1. Como pode ser dividido o risco de uma carteira de investimento?  a) pode ser dividido em nível de risco e risco de prazo.  b) pode ser dividido em risco sistêmico e risco não­sistêmico.  c) pode ser dividido em alto e baixo risco.  d) pode ser dividido em risco permanente e risco periódico.  2. Qual dos itens a seguir normalmente é medido sob a forma de percentual e exprime a variação  do  valor  do  investimento  acrescido  de qualquer  retorno  em  caixa que este  tenha  rendido no  período:  a) Taxa de juros de um investimento.  b) Risco de um investimento.  c) Retorno de um investimento.  d) Taxa de risco de um investimento.  3. Assinale a alternativa correta:  a)  a  forma mais  aceita  de  determinar  o  risco  de  um  investimento  é  calcular  os  desvios  dos  retornos em relação a um retorno médio esperado.  b) em hipótese alguma, o desvio padrão dos retornos prováveis de um investimento em relação  ao investimento médio é a medida de risco do investimento.  c)  a  forma mais  aceita  de  determinar  o  risco  de  um  investimento  é  calcular  os  desvios  dos  retornos em relação a um retorno mínimo esperado. 21  FINANÇAS CORPORATIVAS  d)  os  estudos  feitos  até  hoje  mostram  que  não  há  formas  de  determinar  o  risco  de  um  investimento.  4. Assinale a alternativa correta:  a)  Não  há  dúvida  de  que  o  prazo  de  um  investimento  tem  uma  pequena  influência  sobre  o  retorno e o risco deste mesmo investimento.  b) Não há dúvida de que o prazo de um investimento não tem nenhuma influência sobre o risco  deste mesmo investimento.  c)Não há dúvida de que o risco de um investimento tem uma grande influência sobre o prazo  deste mesmo investimento.  d)Não há dúvida de que o prazo de um investimento tem uma grande influência sobre o risco  deste mesmo investimento.  Respostas dos Exercícios  1. Como pode ser dividido o risco de uma carteira de investimento?  RESPOSTA CORRETA: B  2. Qual dos itens a seguir normalmente é medido sob a forma de percentual e exprime a variação do valor do investimento acrescido  de qualquer retorno em caixa que este tenha rendido no período:  RESPOSTA CORRETA: C  3. Assinale a alternativa correta:  RESPOSTA CORRETA: A  4. Assinale a alternativa correta:  RESPOSTA CORRETA: D 22  FINANÇAS CORPORATIVAS  AULA 03 • MERCADO FINANCEIRO  Sistema financeiro nacional  Introdução  O Sistema Financeiro Nacional – SFN tem por finalidade intermediar os fluxos de recursos  entre  os  diversos  participantes  do  mercado  financeiro.  Foi  criado  pela  Lei  4595  de  31  de  dezembro de 1964, com a seguinte constituição:  • Conselho Monetário Nacional  • Banco Central do Brasil  • Banco do Brasil S/A  Banco  Nacional  de  Desenvolvimento  Econômico  (este  nome  foi  posteriormente  trocado  para  Banco  Nacional  de  Desenvolvimento  Econômico  e  Social  –  BNDES).Demais  instituições  financeiras públicas e privadas. Posteriormente, com a Lei 6385 de 7 de dezembro de 1976,  o  Sistema Financeiro Nacional foi completado com a criação da Comissão de Valores Mobiliários –  CVM. O Conselho Monetário Nacional,  o  Banco Central  do Brasil,  o Banco do Brasil,  o  Banco  Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social  e a Comissão de Valores Mobiliários  são as  chamadas Autoridades Monetárias, e têm a função de regular e fiscalizar o mercado.  Evolução histórica  Até 1965:  a) predominância do setor monetário ­ Razões:  1) Lei estabelecia teto máximo da taxa de juros de 12% a.a.  2) Lei impossibilitava correção dos débitos pela variação cambial ou do preço do ouro  b) taxas de inflação crescentes, particularmente depois de 1957.  c) carência de recursos para empréstimos de longo prazo.  d) criação do BNDE em 1952 – infra­estrutura. 25  FINANÇAS CORPORATIVAS  d) Controlar o crédito sob todas as formas;  e) Efetuar o controle dos capitais estrangeiros;  f) Ser o depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira;  g) Fiscalizar as instituições financeiras;  h)  Conceder  autorização  de  funcionamento,  instalação,  transformação,  fusão  e  incorporação de instituições financeiras.  Comissão de Valores Mobiliários: de acordo com o art. 8 o  da lei 6385, à Comissão de  Valores Mobiliários cabe disciplinar e fiscalizar o mercado de capitais.  Mercado  de  Capitais:  mercado  de  ações  de  debêntures  –  além  de  fomentar  seu  desenvolvimento,  compete  ainda  à  CVM  fiscalizar  a  emissão  e  negociação  de  títulos  emitidos  pelas  sociedades  anônimas,  de  forma  a  permitir  um  funcionamento  adequado  das  bolsas  de  valores.  Banco do Brasil: o Banco do Brasil S/A é essencialmente um banco múltiplo, participando  normalmente do mercado financeiro. Além disto, o art. 19 da lei 4595 especifica que o Banco do  Brasil também agirá como instrumento da execução da política creditícia e financeira do Governo  Federal.  Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social: definido no par. 2 o do art. 22  da  lei 4595 como o principal  instrumento da execução de política de  investimentos do Governo  Federal.  Figura 2. Estrutura Sistema Financeiro Nacional 26  FINANÇAS CORPORATIVAS  Instituições financeiras  De acordo com a lei 4595, as instituições financeiras dividem­se em públicas e privadas.  De acordo com o art. 22, as Instituições Financeiras Públicas são os órgãos auxiliares da  execução da política de crédito do Governo Federal. As Instituições Públicas terão suas atividades  reguladas pelo CMN ao qual deverão submeter seus programas de recursos e aplicações.  Por  outro  lado,  as  instituições  financeiras  privadas  deverão  ser  constituídas  unicamente  sob a  forma de sociedade anônima,  sendo a  totalidade de  seu capital  com direito a  voto  sob a  forma de ações nominativas. Esta norma não se aplica, no entanto, às cooperativas de crédito.  As instituições financeiras podem se apresentar sob os seguintes tipos:  •  Bancos  Comerciais:  formando  a  base  de  todo  o  sistema  financeiro.  Representam  os  intermediadores  financeiros  cujo  objetivo  principal  é  levantar  os  recursos  necessários 27  FINANÇAS CORPORATIVAS  para  financiar  as  operações  em  curto  e  médio  prazos  de  pessoas  físicas  e  jurídicas.  Prestam também uma variedade de serviços, como cobrança de títulos e recebimento de  tributos. Realizam também operações de câmbio.  •  Caixas  Econômicas:  são  essencialmente  instituições  com  objetivos  sociais  que  concedem  empréstimos  e  financiamentos  a  programas  e  projetos  habitacionais,  assistência  social,  saúde,  educação  e  outros  de  cunho  semelhante.  Além  destas  operações,  também agem como bancos comercias. São parte do Sistema Brasileiro de  Poupança  e  Empréstimo  e  do  Sistema  Financeiro  da  Habitação.  A  Caixa  Econômica  Federal é a administradora dos Recursos do FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de  Serviço.  • Bancos de Investimento: são basicamente  intermediadores de fundos de médio e  longo  prazos para financiamento de capital fixo ou de giro. Não podem captar recursos através  de  depósitos,  mas  apenas  através  de  CDB’s  –  Certificados  de  Depósito  Bancário  ou  venda e cotas de fundos de investimento.  • Sociedades de Arrendamento Mercantil: são as empresas de leasing. Seus recursos são  captados principalmente através de empréstimos em médio e longo prazo, e financiam as  operações de arrendamento mercantil.  Mercados Financeiros Classificação  Segmentos  Prazos  Fim  Tipo intermed  Monetário  Curtíssimo e curto  Controle da liquidez monetária da economia,  suprimentos momentâneos de caixa  Bancária e não  bancária  Crédito  Curto, médio e  aleatório  Financiamento do consumo e capital de giro  das empresas  Bancária e não  bancária  Capitais  Médio, longo e  indeterminado  Financiamento de capitais fixo, de giro e  especiais (habitação)  Não bancária  Câmbio  À vista e curto  Conversão de valores em moedas  estrangeiras e nacional  Bancária e auxiliar  (corretoras)  O mercado financeiro se divide em:  (1) Mercado monetário  (2) Mercado de crédito  (3) Mercado de capitais 30  FINANÇAS CORPORATIVAS  Exercícios  1. Assinale a alternativa correta, levando­se em consideração a divisão do mercado financeiro:  a) Mercado de futuros e Mercado a termos.  b) Mercado de capitais, Mercado de cambio, Mercado futuro e Mercado de crédito.  c) Mercado monetário, Mercado de crédito, Mercado de capitais e Mercado de Câmbio.  d)  Mercado  monetário,  Mercado  de  crédito  imobiliario,  Mercado  de  capitais  e  Mercado  de  Câmbio.  2. Assinale a alternativa onde temos as operações mais comuns no mercado de crédito:  a)  Empréstimos  para  capital  de  giro,  Conta  garantida,  Adiantamento  de  contrato  de  câmbio,  Repasses de recursos externos, Financiamento de importações e Financiamento de serviços  e bens de consumo duráveis.  b) Empréstimos para  capital  de giro, Adiantamento de  contrato de  câmbio, Financiamento de  importações e Financiamento de serviços e bens de consumo duráveis.  c) Empréstimos para capital de giro, CDB e RDB, Poupança, Repasses de recursos externos,  Financiamento de importações e Financiamento de serviços e bens de consumo duráveis.  d)  Empréstimo  pessoal,  Conta  Corrente,  Adiantamento  de  contrato  de  câmbio,  Repasses  de  recursos  externos,  Financiamento  de  importações  e  Financiamento  de  serviços  e  bens  de  consumo duráveis.  3. No mercado de capitais os principais meios de financiamento são:  a) BNDES, CDI, CDB e RDB.  b) ações, debêntures e notas promissórias (commercial papers).  c) ações preferenciais, debêntures, Dbonds e titulos publicos.  d) ações, ouro, certificados bancarios, debêntures e moeda estrangeira.  4. Não faz parte do Sistema Financeiro Nacional:  a) Banco Central e CVM.  b) Banco do Brasil e Caixa Economica Federal.  c) Corretora de títulos e valores mobiliarios e corretora de imóveis.  d) Bancos Multiplos e Bancos Comerciais.  Respostas dos Exercícios  1. Assinale a alternativa correta, levando­se em consideração a divisão do mercado financeiro:  RESPOSTA CORRETA: C  2. Assinale a alternativa onde temos as operações mais comuns no mercado de crédito:  RESPOSTA CORRETA: A  3. No mercado de capitais os principais meios de financiamento são:  RESPOSTA CORRETA: B.  4. Não faz parte do Sistema Financeiro Nacional:  RESPOSTA CORRETA: C 31  FINANÇAS CORPORATIVAS  AULA 04 • CONTABILIDADE FINANCEIRA  Contabilidade  Conceito  Diversos  são  os  conceitos  apresentados  para  a  contabilidade.  Apresentamos  a  seguir  alguns deles.  • Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante o  registro, a demonstração expositiva e a interpretação dos fatos nele ocorridos, com o fim  de  oferecer  informações  sobre  sua  composição  e  suas  variações,  bem  como  sobre  o  resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial (Franco, 1982).  • A contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades (pessoas e  organizações),  em seus aspectos qualitativos  (físico) e quantitativos  (monetários). Para  tanto, utiliza­se de um conjunto de conhecimentos, leis, princípios e métodos próprios, no  sentido  de  estudar,  registrar,  controlar  e  demonstrar  as  evoluções  ocorridas  no  patrimônio.  • Sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações  e  análises de natureza econômica,  financeira,  física  e de produtividade  com  relação à  entidade objeto de estudo.  Objeto da contabilidade  O  objeto  da  contabilidade  é  o  estudo  do  patrimônio,  geralmente  constituído  por  um  conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma determinada entidade, avaliado em  moeda.  A Contabilidade  estuda  o patrimônio  sob dois aspectos:  o  qualitativo  (tipo  de  item  que  compõe o patrimônio: caixa, estoques, contas a pagar) e o quantitativo (mensuração monetária  dos itens que compõem o patrimônio). 32  FINANÇAS CORPORATIVAS  Objetivo da contabilidade  O  objetivo  da  contabilidade  é  permitir  o  estudo  e  o  controle  dos  fatos  decorrentes  da  gestão do patrimônio das entidades.  Finalidade  A  contabilidade  deve  prover  os  usuários  com  demonstrações  e  análises  de  natureza  econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização.  Análise econômica: capital, patrimônio, receitas e despesas.  Análise financeira: fluxo de caixa e capital de giro.  Análise física: estoques, número de ações.  Análise de produtividade: lucro por ação, depósitos por cliente, custo por produto.  Principais categorias de usuários  São inúmeros os usuários das informações contábeis, tendo em vista que a complexidade  do mundo atual não permite que tenhamos pleno controle sobre os destinatários das informações  geradas e  tornadas  públicas.  Para  fins  didáticos,  poderíamos  citar  os principais  usuários  como  sendo:  •  administradores,  diretores  e  executivos:  permite  o  uso  da  informação  contábil  no  processo de tomada de decisão, servindo como instrumento de apoio à decisão.  • Sócios e/ ou acionistas:  permite aos  investidores do  capital na entidade acompanhar o  desempenho obtido pelo seu investimento na entidade em estudo.  •  Bancos,  financiadores  e  investidores:  permite  obter  informações  patrimoniais,  econômicas  e  financeiras  com  vistas  a  avaliar  o  potencial  das  garantias  oferecidas  quando da concessão de empréstimos e de aplicações de recursos na entidade.  •  Fornecedores:  permite  saber  se  o  cliente  terá  condições  de  honrar  os  compromissos  com as compras efetuadas.  • Empregados: permite saber se a organização em que trabalha lhe proporciona segurança  e garantia de recebimento do seu salário. 35  FINANÇAS CORPORATIVAS  pagamento deverá ser efetuado na data de vencimento. Como exemplo de obrigações exigíveis,  temos as dívidas com fornecedores (compras a prazo), os empréstimos bancários, as dívidas para  com funcionários (salários a pagar), as dívidas para com o governo (impostos a pagar), as contas  a pagar (água, energia elétrica, telefone, aluguel, etc.).  Patrimônio  Líquido:  é  a  parte  do  patrimônio  que  efetivamente  sobra  para  o  seu  proprietário,  após  somar  bens  e  direitos  e  subtrair  do  total  das  obrigações.  Também pode  ser  denominado de  situação  líquida ou  riqueza  líquida. Este enunciado pode ser  representado pela  seguinte equação:  Aspectos qualitativo e quantitativo do patrimônio  Todos  os  relatórios  elaborados  a  partir  da  contabilidade  e  de  sua  escrituração  deverão  ressaltar esses dois aspectos:  • Qualitativo: consiste em qualificar, dar nomes aos elementos componentes do respectivo  relatório, permitindo que se conheça a natureza de cada um;  • Quantitativo: consiste em atribuir, aos respectivos elementos, seus valores em moeda.  Representação gráfica do patrimônio  Podemos representar o patrimônio por um gráfico em forma de “T”  No  lado  esquerdo,  denominado  lado  do  Ativo,  são  classificados  os  elementos  positivos  (Bens e Direitos). No  lado Direito, denominado  lado do Passivo, são classificados os elementos  negativos (Obrigações). Representa­se pelo seguinte gráfico:  Patrimônio Líquido = Bens + Direitos (­) Obrigações 36  FINANÇAS CORPORATIVAS  Balanço patrimonial  Introdução  No tópico anterior, vimos que a equação patrimonial é representada pela diferença entre a  soma dos bens e direitos menos as obrigações, que  resultará na situação  líquida ou patrimônio  líquido.  Por  dedução,  temos  que  a  soma  dos  bens  +  direitos,  comparada  com  a  soma  das  obrigações  +  patrimônio  líquido,  dará  uma  relação  de  igualdade.  O  demonstrativo  contábil  que  representa esta relação de igualdade é o BALANÇO PATRIMONIAL.  De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade,  o Balanço Patrimonial pode ser  assim conceituado:  O  balanço  patrimonial  é  a  demonstração  contábil  destinada  a  evidenciar,  quantitativa  e  qualitativamente, numa determinada data, o Patrimônio e o Patrimônio Líquido da entidade.  O Balanço Patrimonial é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimônio Líquido:  a) O Ativo  compreende as aplicações de  recursos  (destino  dos  recursos)  representados  pelos bens e direitos.  b)  O  Passivo  compreende  as  origens  de  recursos  (de  onde  vêm  os  recursos),  representados pelas obrigações para com terceiros (dívidas).  c)  O Patrimônio  Líquido  compreende  os  recursos  próprios  da Entidade  e  seu  valor  é  a  diferença entre o valor do Ativo e do Passivo (Ativo menos Passivo). Portanto, o valor do  Patrimônio Líquido pode ser positivo,  negativo ou nulo. O Patrimônio Líquido negativo  pode ser também denominado de Passivo a Descoberto. 37  FINANÇAS CORPORATIVAS  Desta forma, o gráfico do balanço patrimonial será assim representado:  Considerando os aspectos qualitativo e quantitativo do Balanço Patrimonial,  resultará em  uma demonstração em que, obrigatoriamente,  deverá haver um equilíbrio  perfeito entre o Ativo  (lado  direito)  e  o  Passivo  (lado  esquerdo).  Note  que  o  Passivo  é  resultante  da  soma  das  obrigações (exigíveis) e do Patrimônio Líquido, que são as obrigações da entidade para com os  seus sócios (não exigível). Desta forma, este enunciado resultará no seguinte gráfico:  O Patrimônio Líquido, portanto, é a medida exata da riqueza patrimonial à disposição dos  seus acionistas ou quotistas.  As três situações possíveis de existência de Patrimônio Líquido podem ser representadas  pela seguinte equação:  Nota: Pela Legislação Brasileira  (Lei 6.404/76), o conjunto do Passivo corresponde ao  Passivo  Exigível  (obrigações)  mais  o  Patrimônio  Líquido.  Dessa  forma,  sempre  que  falarmos em Passivo, abordaremos o conjunto de obrigações exigíveis e não exigíveis  (Passivo mais Patrimônio Líquido). 40  FINANÇAS CORPORATIVAS  Classificação dos componentes patrimoniais  O  quadro  1  mostra  de  forma  bastante  sucinta  as  principais  características  dos  componentes  patrimoniais,  sua  composição  e  características  peculiares  a  cada  um  dos  elementos.  Ativo  Passivo  Bens (máquinas, terrenos, dinheiro, veículos,  mercadorias, etc.);  Direitos (contas a receber, duplicatas a receber,  impostos a recuperar, etc.).  Obrigações (Contas a pagar, impostos a recolher,  salários a pagar, etc.).  Aplicação dos recursos.  Origem dos recursos.  Uso dos recursos.  Fonte dos recursos.  Dispostos em ordem decrescente de liquidez.*  Dispostos em ordem decrescente de exigibilidade.**  Características:  Propriedade da empresa;  Representa benefícios presentes e futuros para a  entidade;  Mensurável monetariamente.  Divide­se em capital próprio (não­exigível) e capital  de terceiros (exigível);  O capital próprio é conhecido como Patrimônio  Líquido e representa a parcela do Ativo da entidade  que não pertence a terceiros.  Natureza do saldo das contas: devedor.  Natureza do saldo das contas: credor.  Quadro 1 – Características dos componentes patrimoniais  Exercícios  1. A liquidação de uma dívida é uma operação que:  a) Diminui e aumenta a Patrimônio Líquido.  b) Diminui o Passivo e o Patrimônio Líquido e aumenta o Ativo.  c) Diminui o passivo e o Ativo.  d) Aumenta o Ativo e diminui o Passivo.  2. Qual das alterações abaixo é determinada pela  compra de um veículo a prazo, na  soma do  Balanço Patrimônio?  a) Aumento do Ativo e diminuição do Passivo.  b) Diminui o Passivo e o Patrimônio Líquido e aumenta o Ativo  c) Aumento do Ativo e aumento do Passivo  d) Não altera a soma do Passivo nem a do Ativo  3. Qual a definição de Patrimônio Líquido?  a) Conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa ou pessoa física.  b) É a medida eficiente da  verdadeira  riqueza. Patrimônio  líquido é  igual a  soma dos bens e  direitos menos as obrigações.  c) É a verdadeira riqueza, ou seja, o valor do capital social da empresa.  d) É a diferença entre Ativo e Passivo, mais as obrigações. 41  FINANÇAS CORPORATIVAS  4. Determine o capital de terceiros:  a) Capital  b) Títulos a pagar  c) Capital + Títulos a pagar  d) Capital + Lucros acumulados  Respostas do Exercícios  1. A liquidação de uma dívida é uma operação que:  RESPOSTA CORRETA: C  2. Qual das alterações abaixo é determinada pela compra de um veículo a prazo, na soma do Balanço Patrimônio?  RESPOSTA CORRETA: C  3. Qual a definição de Patrimônio Líquido?  RESPOSTA CORRETA: B  4. Determine o capital de terceiros:  RESPOSTA CORRETA: B 42  FINANÇAS CORPORATIVAS  AULA 05 • ANALISE DOS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS  Análise horizontal e vertical  Introdução  A  análise  dos  Demonstrativos  Contábeis  nasce  da  necessidade,  principalmente  dos  financiadores,  de  determinar  a  situação  econômico­financeira  das  empresas  tomadoras  de  empréstimos,  para  se  decidirem  pela  concessão  ou  não  de  financiamentos,  bem  como  para  determinar os níveis de garantias necessárias para suportar as operações financeiras.  Internamente,  esta  ferramenta  é  utilizada  pela  direção  das  empresas  para  analisar  o  desempenho  e  indicar  possíveis  pontos  fracos  ou  oportunidades.  Serve  também para  suportar  decisões de investimentos ou programas de crescimento.  Os  acionistas  utilizam­se  destas  análises  para  determinar  a  rentabilidade  e  o  valor  da  empresa, de modo que possam escolher adequadamente onde irão investir.  Análise horizontal  Nesta  análise,  buscamos acompanhar a evolução das  várias  contas  dos  demonstrativos  contábeis ao longo do tempo. Colocamos os relatórios lado a lado e comparamos os valores e a  forma com que evoluem de um período para outro.  Normalmente,  toma­se  por  base  o  relatório  do  exercício  mais  antigo  –  base  100  –  e  calcula­se a evolução percentual dos demais períodos em relação a este período base.  Análise vertical  Por  outro  lado,  na  análise  vertical,  nosso  objetivo  é  examinar  a  importância  relativa  de  cada conta dentro do total para que tenhamos uma visão da importância de cada uma delas nos  períodos sob análise. 45  FINANÇAS CORPORATIVAS  Índice de Endividamento  IE =  Ativo do Total  Exigível do Total  Este índice mostra o percentual dos Ativos,  que é financiado por capitais externos.  Naturalmente, quanto menor for este  índice, menor será a dependência da  empresa em relação ao mercado.  Grau de Imobilização do Patrimônio  Líquido  IPL  =  Líquido Patrimônio  Permanente Ativo  Observe que este índice é calculado sobre  o Ativo Permanente. Indica­nos quanto do  Patrimônio Líquido está sendo dirigido  para aquisição de Permanente, o que  poderá prejudicar a própria liquidez da  empresa. Ou seja, este índice nos indica  quanto está sendo investido no giro dos  negócios.  Análise por índices: índices de liquidez e rotação  Introdução  A maioria  das  pessoas acredita  que o prejuízo é  o  causador da  falência.  Naturalmente,  uma empresa com prejuízos seguidos por um longo tempo terá um problema de fluxo de caixa e,  eventualmente,  poderá  tornar­se  incapaz  de  solver  seus  compromissos,  o  que  irá  conduzi­la  à  falência.  Assim,  o  que  realmente  causa  a  bancarrota  é  a  incapacidade  de  saldar  os  compromissos, ou seja, a falta de liquidez.  Por  seu  turno,  os  índices  de  rotação  relacionam­se  com  o  giro  dos  ativos.  Medem  a  eficácia da empresa em gerir seus ativos em curto prazo.  Todos nós sabemos que o dinheiro varia de valor com o tempo, ou seja, com o decorrer do  tempo,  irá  render  o  valor  definido  pelo  tempo  em  que  foi  empregado  e  a  taxa  de  juro  que  foi  negociada entre as partes. Assim, é importante que os ativos girem de forma a se transformar em  caixa o mais rápido possível, para que possam então ser investidos. 46  FINANÇAS CORPORATIVAS  Índices de liquidez  Estes índices têm a ver com a capacidade da empresa de honrar seus compromissos, ou  seja, sua capacidade de pagamento.  Liquidez Geral  LG =  Prazo Longo em Exigível Circulante Passivo  Prazo Longo em Realizável Circulante Ativo + + Este índice leva em consideração todos os ativos da empresa,  sem considerar seu prazo de maturação, comparando estes  ativos com todas as suas obrigações, também sem considerar  seus prazos. Ou seja, este índice mede a capacidade geral da  empresa de saldar seus compromissos. É importante, no  entanto, levar em conta que poderá haver um grande  descasamento de prazos, o que irá conduzir o índice a  conclusões errôneas.  Liquidez Corrente  LC =  Circulante Passivo  Circulante Ativo  Neste caso, estamos comparando duas grandezas mais  próximas, ou seja, os prazos estão mais próximos – estamos  comparando ativos com prazo de maturação semelhante ao  prazo de vencimento dos passivos.  Estamos medindo a capacidade que a empresa tem de saldar  seus compromissos em curto prazo.  Liquidez Seca  LS =  Circulante Passivo  Estoques Circulante Ativo  Nesse caso estamos subtraindo os Estoques do total dos  ativos circulantes, isto porque, apesar de os Estoques serem  parte integrante do Ativo Circulante, devemos levar em conta  que normalmente é o de realização mais lenta, pois, na melhor  das hipóteses, ainda deverá ser vendido – transformado em  contas a receber – para então transformar­se em caixa. Assim,  tomando uma posição mais conservadora, excluímos os  Estoques, para então calcularmos uma nova posição de  liquidez. 47  FINANÇAS CORPORATIVAS  Índices operacionais  • Prazo médio de recebimento (prazo médio de contas a receber)  Não podemos deixar de observar que o saldo da Conta Duplicatas a receber representa o  saldo das contas em aberto dos clientes no encerramento do período contábil; assim, será mais  representativo se utilizarmos o saldo médio de duplicatas a receber. Neste caso, utilizamos uma  média aritmética simples entre o saldo inicial e o saldo final do ano corrente:  Este índice nos mostra o tempo médio em que as duplicatas são recebidas. É um índice  importante,  quando  comparado  com  o  prazo  normal  de  vendas;  serve  para  medir  também  a  eficácia do departamento de cobrança.  Outra ferramenta  importante para mensurar a eficácia do departamento de cobrança é a  análise do Contas  a Receber por  idade – accounts  receivable  age  analysis – que nos dá  uma  visão global dos recebíveis da empresa de acordo com sua idade.  Um excelente  instrumento de análise e  controle dos  recebíveis é a Análise do Contas a  Receber por idades ou Age Analysis. Este relatório nos mostra a composição de nosso Contas a  Receber sob o ponto de vista do prazo de vencimento.  • Prazo Médio de Pagamentos  Como no caso anterior, vamos calcular o saldo médio da conta de Fornecedores:  Nota: usamos 365 dias caso queiramos fazer o cálculo sobre o ano civil. Caso seja  usado o ano comercial, o valor é 360 dias.  PMP =  Compras  365 X es Fornecedor  PMR =  Vendas  365 X receber a Duplicatas  Saldo Médio =  2  exercício do final Saldo exercício do inicial Saldo + 50  FINANÇAS CORPORATIVAS  Giro dos ativos  Este  índice mede a eficiência dos ativos. Revela a  capacidade da empresa em produzir  vendas com sua base de ativos.  Lucro por ação  O Lucro Após o  Imposto de Renda é aquele que está à disposição da Assembléia Geral  para  distribuição  entre  os  acionistas  e  indica  qual  o  ganho  de  cada  ação  após  a  dedução  do  Imposto de Renda.  Índices de retorno  Os  investidores vêem a empresa como um  investimento, e, na  realidade, desejam medir  qual  retorno  vêm  obtendo  deste  investimento  –  o  Retorno  do  Investimento  RI,  ou  ­  usando  a  denominação mais utilizada ­ Return on Investment, o conhecido ROI.  A receita da empresa resulta diretamente da combinação de seus ativos. Assim, estoques,  recebíveis, imobilizado e todos os ativos irão produzir as receitas e, conseqüentemente, os lucros.  A idéia é medir qual o retorno – lucro – que é obtido com a estrutura de ativos – investimentos.  A fórmula da Dupont  Desenvolvida  pela  Dupont  Corporation,  esta  abordagem  trabalha  ao  mesmo  tempo  os  Índices de Balanço e os Índices de Rentabilidade. Relaciona a rentabilidade sobre as vendas com  o retorno dos ativos que já descrevemos.  Existem  algumas  variações  entre  os  autores  quanto  qual  o  resultado  a  ser  utilizado  –  alguns  preferem  o  lucro  líquido  e  outros  preferem  o  lucro  operacional.  Vamos  utilizar,  neste  LPA =  ações de Número  renda de imposto o após Lucro  GA =  Total Ativo  líquidas Vendas 51  FINANÇAS CORPORATIVAS  trabalho,  o  lucro  operacional  antes  dos  juros,  por  ser  mais  representativo,  já  que  não  inclui  resultados estranhos às operações,  tais  como  receitas e despesas  financeiras e  resultados não  operacionais.  Já conhecemos estas duas fórmulas; o que a Dupont fez foi relacionar estes dois índices  de forma a obter o Retorno do Investimento. Assim, substituindo, temos:  O  resultado  de  um  empresa  depende  da  margem  e  do  retorno  sobre  os  ativos  –  dependendo do ramo, o resultado será obtido através da margem ou do retorno sobre os ativos.  Exercícios  1. Assinale abaixo a alternativa que  representa os principais  índices de análise de estrutura de  capitais:  a) Índice de inflação, Índices de Estrutura de Capital e Índices de Liquidez.  b) Índices de Rentabilidade, Índices de Operações, Índices de Estrutura de Capital, Índices de  Liquidez e Índice de relevância patrimonial.  c) Índices Índices de Rentabilidade e Índices de Operações.  d) Índices de Estrutura de Capital,  Índices de Liquidez,  Índices de Rentabilidade e Índices de  Operações  2. Assinale abaixo a alternativa correta sobre os índices de liquidez:  a) Estes  índices  têm a ver com a capacidade da empresa de honrar seus compromissos, ou  seja, sua capacidade de pagamento.  b) Estes índices têm a ver com a capacidade da empresa de analisar a rotatividade dos seus  estoques em relação às vendas.  c) Estes índices têm a ver com a capacidade da empresa de captar recursos de terceiros.  d) Estes índices têm a ver com a capacidade da empresa de administrar seus direitos, ou seja,  sua capacidade de recebimento.  3. Qual dos itens relacionados mede a eficiência dos ativos e revela a capacidade da empresa em  produzir vendas com sua base de ativos:  a) Margem Bruta e Margem Operacional.  b) Giro do Ativo.  c) Índices de retorno.  d) Lucro por ação.  4. Assinale abaixo a alternativa correta sobre Análise Horizontal:  a) Busca acompanhar a evolução dos vários demonstrativos contábeis ao longo do tempo.  ROI = Margem Líquida X Giro do ativo total  ROI =  Ativos líquidas Vendas  líquidas x Vendas l operaciona Lucro 52  FINANÇAS CORPORATIVAS  b) Busca acompanhar a evolução das várias contas dos demonstrativos contábeis ao longo do  tempo.  c) busca acompanhar a evolução das contas do ativo circulante ao longo do tempo.  d) busca acompanhar os demonstrativos contábeis ao longo do tempo.  Respostas dos Exercícios  1. Assinale abaixo a alternativa que representa os principais índices de análise de estrutura de capitais:  RESPOSTA CORRETA: D  2. Assinale abaixo a alternativa correta sobre os índices de liquidez:  RESPOSTA CORRETA: A  3. Qual dos itens relacionados mede a eficiência dos ativos e revela a capacidade da empresa em produzir vendas com sua base de  ativos:  RESPOSTA CORRETA: B  4. Assinale abaixo a alternativa correta sobre Análise Horizontal:  RESPOSTA CORRETA: B 55  FINANÇAS CORPORATIVAS  Todos os projetos possuem os dois primeiros componentes, porém, em alguns, não existe  o fluxo de caixa residual.  Determinação do investimento inicial  Refere­se às saídas de caixa relevantes a ser consideradas quando se avalia um gasto de  capital proposto, ocorrendo em uma data zero.  O fluxo de caixa que deve ser considerado quando da determinação do investimento inicial  associado a um gasto de capital é o custo  instalado do novo ativo, os recebimentos (se houver)  depois do IR, decorrentes da venda de um antigo ativo, e a variação (se ocorrer) de capital de giro  líquido. Se não houver custos de instalação, ou caso não seja substituição de um ativo, então o  preço de compra do ativo será o investimento inicial.  Exemplo:  Custo instalado do novo ativo  (­) recebimentos depois do IR com a venda do antigo  (­ ou +) variação de capital de giro líquido  (=) Investimento Inicial  Onde:  Custo instalado do novo ativo = Custo do novo ativo + custos de instalação  (­) recebimentos depois do IR com a venda do antigo ativo = Recebimentos com a venda  do antigo ativo (­ ou +) imposto sobre a venda do antigo ativo  (­ ou +) variação de capital de giro líquido  • Custo do novo ativo: é o desembolso para aquisição;  • Custos de instalação: custos para colocar um ativo em funcionamento;  • Custo  instalado do novo ativo: é  igual ao  somatório do  custo do novo ativo +  custo de  instalação. Este custo é passível de depreciação. 56  FINANÇAS CORPORATIVAS  • Recebimentos depois do IR com a venda do ativo antigo: correspondem à diferença entre  o produto da venda do antigo ativo e os pagamentos ou devoluções de IR relacionados a  sua venda;  • Recebimentos com a venda do antigo ativo: é  igual ao fluxo  líquido de entrada, gerado  pela  venda,  depois  de  deduzido  o  gasto  incorrido  no  processo  de  remoção  do  ativo  (despesas de limpeza e remoção).  • Variação do capital líquido: é a diferença entre a variação dos ativos circulantes e a dos  passivos circulantes; se essa diferença for negativa, é tratada como entrada inicial, e se  for positiva, é tratada como saída inicial. 57  FINANÇAS CORPORATIVAS  AULA 07 • ANALISE DE INVESTIMENTOS  Decisão de investimentos: valor presente líquido (vpl)  Outra técnica, um pouco mais sofisticada, é usualmente utilizada pelas empresas ­ o valor  presente líquido, pelo qual se leva em conta o valor do dinheiro no tempo.  Valor presente líquido  O valor presente líquido (VPL), também denominado de valor atual líquido (VAL) ou, ainda,  net present value (NPV) "...é a representação de um saldo hipotético (positivo, nulo ou negativo)  dos valores envolvidos no empreendimento, transladados equivalentemente para o instante inicial  e comparados, no mesmo instante, com uma aplicação financeira em que os mesmos valores são  aplicados  'a  uma  taxa  mínima  de  atratividade,  durante  um  prazo  igual'  à  vida  útil  do  empreendimento".  O valor presente líquido é obtido subtraindo­se o investimento inicial de um projeto do valor  presente  de  suas  entradas  de  caixa,  descontados  a  uma  taxa  igual  ao  custo  de  capital  da  empresa. O valor presente líquido (VPL) é a diferença entre o valor de mercado de um investimento  e seu custo.  Como calcular o VPL através de uma calculadora financeira HP 12c:  Investimento Inicial = R$ 50.000  Taxa de mínima de atratividade = 10%  Fluxo  1. 30.000  2. 30.000  3. 20.000  4. 15.000 60  FINANÇAS CORPORATIVAS  A taxa interna de retorno (TIR) é a taxa de desconto que é igual ao valor presente líquido  das saídas ao valor presente das entradas.  A TIR é a taxa intrínseca de retorno do projeto.  Critérios de decisão  Assim como no valor presente  líquido, existem critérios para decidir se o projeto deve ou  não ser aceito, segundo sua TIR:  k = custo do capital.  Se TIR > k, o projeto deverá ser aceito.  Se TIR < k, o projeto deverá ser rejeitado.  Se TIR = k, é indiferente aceitar ou rejeitar o projeto.  Um investimento vale a pena quando cria valor para seus proprietários.  Por exemplo, suponha que você compre uma casa usada em mau estado de conservação  por $25.000 e gaste outros $25.000 em reformas para consertá­la. Ao final, seu investimento seria  $50.000,  porém,  ao  colocá­la  à  venda,  percebe  que  seu  valor  de  mercado  é  de  $60.000,  superando seu custo ($50.000) em $10.000.  Então, você agiu como um administrador, gerando valor em seu negócio.  Estimação do valor presente líquido  Imagine  que  estamos  pensando  em  começar  a  produzir  e  vender  um  novo  produto.  Podemos estimar o custo de implantação desse negócio com precisão razoável, porque sabemos  o que será necessário para iniciar a produção. Será um bom investimento?  Vai depender se o valor do novo negócio será maior que o custo de implantação.  Porém, um novo negócio pode não ser tão fácil como comprar e vender uma casa usada.  É praticamente impossível observar o valor de mercado de investimentos semelhantes.  Então procuraremos estimar os fluxos de caixa futuros que esperamos que o novo negócio  gere, para, em seguida, aplicar o procedimento para descobrir a TIR e compará­la à nossa taxa de  atratividade, descobrindo, assim, se o investimento será ou não viável. 61  FINANÇAS CORPORATIVAS  Suponha que a receita bruta de nosso negócio seja de R$20.000,00 por ano. Imaginando  que tudo saia conforme o esperado, e os custos desembolsados sendo de R$14.000,00 por ano,  teremos  uma  entrada  líquida  de  R$6.000,00.  A  liquidação  do  negócio  será  em  8  anos.  O  lançamento do projeto será de R$30.000,00.  Utilizando uma taxa de desconto de 15% em novos projetos, responda: através do critério  da TIR, esse é um bom investimento? Por quê?  Utilizando uma HP 12c  Digite  Tecle  Tecle  Tecle  n  0  30.000  CHS  g  Cfo  1  6.000  g  Cfj  2  6.000  g  Cfj  3  6.000  g  Cfj  4  6.000  g  Cfj  5  6.000  g  Cfj  6  6.000  g  Cfj  7  6.000  g  Cfj  8  6.000  g  Cfj  9  6.000  g  Cfj  15  i  f NPV  f  irr  Resultado: VPL(NPV) = (1.370,50)  Resultado: TIR(IRR) = 13,70%  OU  Digite  Tecle  Tecle  Tecle  0  30.000  CHS  g  Cfo  6.000  g  Cfj  9*  g  Nj  15  i  f NPV  f  irr  * número de vezes que se repete o valor 6.000  Resultado: VPL(NPV) = (1.370,50)  Resultado: TIR(IRR) = 13,70% 62  FINANÇAS CORPORATIVAS  Após alimentar a máquina com os dados acima, aperte f e depois  IRR, o  resultado será  13,70%.  Significa  que  não  é  um  bom  investimento,  uma  vez  que  o  IRR  é menor  que  a  taxa  de  atratividade (custo de oportunidade). Dessa forma, é preferível deixar o dinheiro aplicado a 15%  ao ano, ou aplicá­lo em outro projeto. 65  FINANÇAS CORPORATIVAS  Contas a receber  Duas das funções mais importantes do gerenciamento do ativo circulante são as funções  de crédito e de cobrança. São exatamente estas funções que garantem que os valores devidos à  empresa sejam  recebidos dentro dos prazos negociados,  assegurando,  assim,  o  fluxo de  caixa  necessário para as operações da empresa.  A função de Crédito  A maioria  das  vendas das empresas  é  realizada a prazo –  tanto  para outras  empresas,  quanto  aos  consumidores  finais.  Estas  vendas  resultam  no  Contas  a  Receber  –  que  podem  também receber o nome de Fornecedores, ou mesmo Duplicatas a Receber.  O  risco  de  inadimplência  destas  operações  depende  de  uma  análise  de  crédito  do  comprador. Esta análise deve ser  feita antes da efetivação da  venda ao  cliente. Estas análises  devem  incluir  levantamentos  comerciais  e  financeiros  dos  clientes através de  revisões  de  seus  relatórios financeiros e levantamento de sua Ficha Cadastral.  Deve­se acompanhar  cuidadosamente a evolução  financeira e  comercial  dos  clientes de  forma  a  assegurar  pagamentos  pontuais.  Pode­se  obter  informações  cadastrais  utilizando  o  serviço de entidades especializadas, como SCPC – Serviço Central de Proteção ao Crédito, da  Associação Comercial de São Paulo, ou Centralização de Serviços Bancários – SERASA. Existem  também empresas privadas especializadas neste serviço, como a multinacional Dun & Bradstreet.  Além disso, é essencial a existência de uma Política de Crédito clara e bem definida que  permita um acompanhamento adequado dos clientes, o que irá resultar em recebimentos dentro  do prazo negociado.  Cobrança  Junto  com a política de  crédito,  deve­se  colocar em prática uma política de  cobrança. A  análise  de  crédito  deve  acompanhar  as  expectativas  de  cobrança,  de  forma  que,  quando  se  antecipe uma dificuldade de cobrança junto a determinado cliente, a análise de crédito seja mais  rígida. 66  FINANÇAS CORPORATIVAS  De modo  geral,  a  utilização  da  cobrança  bancária  é  a  forma mais  eficaz  de  realizar  as  cobranças. Mais barata, segura e efetiva que a cobrança em carteira. Nesta sistemática, o banco  toma para si a parte mais desagradável da cobrança, tirando da empresa esta função, que pode  trazer resultados desagradáveis no relacionamento com o cliente. Neste caso, a empresa define  as condições dentro das quais as cobranças deverão ser  realizadas, cabendo ao banco cumprir  estas instruções, permitindo que as empresas mantenham boas relações com seus clientes.  Capital de Giro – Capital Circulante Líquido  Introdução  Já  vimos  anteriormente  que  o  Ativo  Circulante  é  formado  pelos  bens  e  direitos  com  maturação até o término do exercício social subseqüente (Lei 6404/76 art. 179). Ou seja, os ativos  classificados neste grupo devem tornar­se em caixa dentro deste período.  A gestão destes valores é essencial para a sobrevivência da empresa e deve ser realizada  de  forma  cuidadosa  para  certificar  que  os  vencimentos  das  exigibilidades  sejam  equacionados  com  a  maturação  dos  recebíveis,  de  forma  que  haja  um  casamento  de  prazos.  Assim,  é  extremamente importante um gerenciamento adequado dos estoques e recebíveis.  Capital Circulante Líquido  Também  chamado  de  Capital  de  Giro  Próprio,  o  Capital  Circulante  Líquido  (CCL)  é  o  resultado  da  subtração  do  Ativo  Corrente  menos  o  Passivo  Corrente.  Alguns  autores  usam  o  termo Capital  de Giro para definir  o Ativo Circulante.  Desta  forma,  o Capital  de Giro Próprio  é  aquela porção do Ativo Circulante não comprometida com o Passivo Circulante.  É o que resta após o pagamento de todos os passivos em curto prazo – ou seja: é o valor  que pode ser  investido em  longo prazo – uma vez que as  responsabilidades em curto prazo  já  foram  liquidadas.  Tamanha  é  sua  importância,  que  em  seu  livro  Contabilidade  Empresarial  o  Professor  Marion  se  refere  ao  Capital  Circulante  Líquido  como  sendo  a  “saúde  da  empresa”.  (MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 10ª ed., São Paulo: Atlas, 2003).  CCL = Ativo Circulante – Passivo Circulante 67  FINANÇAS CORPORATIVAS  Situações do Capital Circulante Líquido  Capital circulante líquido positivo – ativo corrente maior que o passivo corrente.  Este espaço representa a parte do Ativo não Corrente que é financiada pelo capital próprio.  Capital circulante líquido negativo – ativo corrente menor que o passivo corrente.  Este  espaço  representa  a  parte  do  Ativo  não  Corrente  que  é  financiada  pelo  Passivo  Corrente.  Fontes de Financiamento  Como já discutimos anteriormente, os Passivos representam as fontes de financiamento da  empresa.  Fontes de Capital de Giro  Acima  vemos que  os  passivos  circulantes  são a  fonte de  financiamento  de  curto prazo.  Destas fontes, temos aquelas que são geradas normalmente pelas operações, como as contas a  pagar  a  fornecedores,  salários  a  pagar  e  impostos  a  recolher.  Por  seu  turno,  outras  são  provenientes das atividades de financiamento, tais como empréstimos e financiamentos bancários  e títulos descontados.  De um modo geral, as fontes de financiamento são onerosas, o que significa que têm um  custo, uma vez que resultam em encargos financeiros. Em alguns casos, como os financiamentos  e  empréstimos  bancários,  estes  custos  financeiros  estão  claramente  definidos,  sendo  inclusive  registrados  em  contas  específicas  de  despesas  financeiras.  Em  outros  casos,  como  contas  a  pagar a fornecedores, estes custos financeiros são incluídos no valor de aquisição.  No  entanto,  existem  outras  fontes  de  financiamentos  em  curto  prazo  que  não  são  onerosas.  Dentre  estas  fontes,  podemos mencionar  as  contas  de  salários  a pagar,  encargos e  impostos a  recolher  (este últimos,  se  recolhidos  até  o  vencimento)  e  as provisões  de  Folha de  Pagamento: provisão para férias e provisão para décimo­terceiro salário.  Em  casos  de  descompassos  entre  recebimentos  e  pagamentos,  a  empresa  poderá  recorrer a financiamentos externos em curto prazo – a um custo financeiro adequado. 70  FINANÇAS CORPORATIVAS  Por  caixa  devemos  entender  os  recursos  disponíveis.  Por  questão  de  controle  interno,  consideramos  como  disponíveis  apenas  os  depósitos  bancários  à  vista.  Não  estamos  considerando as aplicações financeiras de liquidez imediata, uma vez que sua remuneração não  cobre sequer os impostos.  Financiamentos Externos  Ao observar que a empresa irá atravessar um período de escassez de caixa, é necessário  que se lance mão de financiamentos em curto prazo para cobrir os períodos em que o saldo de  caixa  não  for  suficiente  para  cobrir  os  pagamentos.  A  seguir,  iremos  discutir  brevemente  as  principais fontes de financiamento de curto prazo. É importante observar que esta lista não inclui  todas as possibilidades existentes no mercado, e representa apenas uma definição rápida.  Desconto de Títulos  Sem  dúvida,  esta  é  a  forma  de  financiamento  preferida  pelos  gestores  financeiros  brasileiros. De um modo geral, é realizado a uma taxa de juros mais baixa, uma vez que o banco  tem  garantias  bastante  grandes.  Podem­se  descontar  duplicatas  ou  notas  promissórias  –  presentemente, tendo em conta os usos e costumes, o cheque vem sendo usado como título de  crédito, o que o torna também descontável.  O cedente – sacador – transfere ao banco o direito de receber o título – seja ele qual for,  recebendo em  troca o valor facial do  título descontado por uma  taxa negociada entre as partes.  No  vencimento,  o  devedor  –  sacado  –  paga  ao  banco,  o  qual  baixa  a  responsabilidade  do  sacador.  É  importante  observar  que,  caso  o  sacado  não  liquide  o  título  no  vencimento,  o  banco  debita de volta na conta do sacador o valor do título.  Fica claro que o risco do banco é realmente muito pequeno, o que normalmente conduz a  taxas de juros mais baixas. 71  FINANÇAS CORPORATIVAS  Empréstimos para Capital de Giro  Nesta operação, é feito um contrato entre o banco e o tomador do empréstimo definindo os  detalhes da operação,  como valor,  taxa de  juros,  prazo e as garantias. Estas normalmente  são  promissórias, avalizadas por  sócios ou diretores. A negociação pode  também ser efetuada com  garantias  adicionais  como  duplicatas,  hipotecas  e  penhor  mercantil.  As  garantias  dependerão  naturalmente da classificação da empresa no banco.  Conta Garantida  Descrevendo  de  uma  maneira  simplificada,  esta  operação  é,  na  realidade,  um  cheque  especial  para  pessoas  jurídicas.  É  definido  pelo  banco  um  limite  que  ficará  à  disposição  da  empresa,  a  qual  poderá  sacar  livremente  até  o  limite  determinado  até  o  final  do  contrato.  Os  encargos são cobrados pelo tempo em que o limite é utilizado.  A  grande  vantagem  desta  operação  é  que  permite  ao  tomador  gerenciar  melhor  suas  necessidades de caixa.  Principais Aplicações de Fundos  Introdução  Já deve ter ficado muito claro que não se deve deixar saldo de caixa ocioso. O caixa fica  exposto  à  inflação  e  vai  perdendo poder de  compra.  No Brasil,  os  investimentos de  curtíssimo  prazo  têm  uma  remuneração  excessivamente  baixa,  não  cobrindo  normalmente  os  impostos  pagos. Assim, o Tesoureiro precisa administrar com muito cuidado seu fluxo de caixa para evitar  sobras de caixa de valores altos por períodos de tempo muito curtos.  Para períodos de tempo mais longos, pode lançar mão de investimentos outros, com taxas  de remuneração mais atraentes.  Aplicação Sobras de Caixa  As  eventuais  sobras  de  caixa  devem  ser  aplicadas  numa  tentativa  de  minimizar  a  exposição  do  caixa.  Após  analisar  o  fluxo  de  caixa  projetado,  o  tesoureiro  deverá  determinar 72  FINANÇAS CORPORATIVAS  quando  terá  sobras  de  caixa,  seu  valor  e  por  quanto  tempo  esta  situação  irá  perdurar.  O  tesoureiro deverá, então, definir qual aplicação deverá ser feita.  Aplicações Financeiras  Renda Fixa  Renda Variável  Caderneta de poupança  Por tradição do mercado, os investimentos denominados “Investimentos sem Risco” têm a  remuneração mensal de 0,5% (meio porcento), que em juros simples significa 6% (seis porcento  ao ano). A Caderneta de Poupança no Brasil é um investimento sem risco.  Trata­se de um investimento que normalmente não é utilizado pelas empresas, no entanto  pode servir para abrigar eventuais sobras de caixa de valores significativos por períodos curtos,  que de outra forma teriam de ficar expostos.  Aplicações de renda fixa  São  títulos emitidos pelas  instituições financeiras por prazos determinados. As  taxas de  juros  podem  ser  prefixadas  ou  pós­fixadas.  No  primeiro  caso,  a  taxa  de  juros  é  pactuada  no  momento do investimento, cabendo ao investidor assumir o risco de uma eventual subida da taxa  de  juros.  No  caso oposto,  a  taxa  será pactuada  no  vencimento  do  investimento. Os CDBs  são  endossáveis, o que significa que podem ser transferidos para terceiros.  Dentro deste mesmo  grupo,  temos  o Recibo  de Depósito  Bancário  – RDB  –  cuja  única  diferença para o CDB é o fato de não serem endossáveis.  Fundos mútuos de renda fixa  São fundos administrados por entidades especializadas, normalmente ligadas a um banco  comercial. Estas entidades cobram uma taxa de administração. O  investidor adquire um número  de cotas de Patrimônio Líquido do fundo. Caso haja resgates antecipados, os rendimentos retidos
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