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Guias e Dicas
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Organização Industrial USP - Notas de Aula - Cap 10 - Transporte de Materiais, Notas de aula de Engenharia Química

Material do Profº Dr. Antônio Carlos França da EEL USP Organização Industrial USP - Notas de Aula

Tipologia: Notas de aula

Antes de 2010

Compartilhado em 02/09/2009

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Baixe Organização Industrial USP - Notas de Aula - Cap 10 - Transporte de Materiais e outras Notas de aula em PDF para Engenharia Química, somente na Docsity! 10- TRANSPORTE DE MATERIAIS Uma boa fatia dos custos de produção é atribuída ao transporte de materiais, dentro da empresa, no abastecimento das linhas de produção, no armazenamento de matéria primas e materiais em processo e também, os dos transportes externos dos fornecedores e os de distribuição até o consumidor. A administração e um bom planejamento de transporte busca uma utilização econômica e adequada de equipamentos, materiais e mão de obra. 10.1- Transporte Interno 10.1- Principais fundamentos do transporte interno - Planejamento das Operações - Execução adequada destas operações - Utilização econômica do equipamento do transporte - Obtenção do custo de transporte - Manutenção - Treinamento dos operadores de equipamentos A) Planejamento - É necessário determinar o melhor método do ponto de vista econômico, para a movimentação de materiais, considerando as condições particulares de cada operação. O melhor método escolhido passa a constituir o padrão. Devem-se padronizar os métodos de trabalho e o tipo de equipamento. Cada caso de movimentação interna exige uma técnica adequada que será função de: - natureza do material, - distância a ser percorrida, - condições ambientais (temperatura, umidade, piso, espaço, etc), - custo de mão de obra, - custo do equipamento a utilizar, - grau de urgência, - grau de segurança, dentre outras. A prática e a experiência acumulada já consagram métodos padronizados para a maioria dos problemas de movimentação. O setor industrial de equipamentos de transporte oferece um universo de tipos de máquinas e equipamentos., e se mostra acessível para sugestões e adaptações aos projetos de melhorias em transporte. Figura 37- Ilustração de alguns equipamentos de transporte. A padronização do equipamento de transporte aumenta sua produtividade e reduz investimentos. As principais vantagens da padronização são: - uniformidade dos métodos de trabalho, - menor diversidade no treinamento dos operadores, - uniformidade de manutenção, - menor investimento em peças de reposição, - intercambialidade dos equipamentos e seus componentes, - altura das plataformas de carga e descarga, - altura dos vãos abertos e - tipos e característica das embalagens. É essencial planejar um fluxo contínuo e progressivo de materiais, reduzir ao mínimo as distâncias a serem percorridas pelos materiais e as várias formas geométricas de fluxo. As formas geométricas básicas de fluxos devem ser: I L H U O B) Operações - As operações devem ser planejadas, sucessivamente, de tal modo que o material que passou por uma fase já se encontre no local e na posição para fase seguinte. Deve ser evitados transporte intermediário e duplo manuseio. O aproveitamento dos espaços verticais contribui para o descongestionamento das áreas de movimentação e a redução dos custos unitários de armazenamento. O empilhamento de materiais sobre estrados reduz a mão de obra de deslocamento. A movimentação de materiais em nível superior ao das máquinas economiza espaços. A armazenagem circulante propicia um lay-out mais eficiente. Devem ser evitados: o remanejamento, armazenamentos intermediários, o transporte de um depósito a outro, baldeação, deve ser evitado. C) Obtenção do Custo de transporte interno – O custo deve ser calculado por Unidade Transportada, considerando: - A seleção do equipamento de transporte deve ser feita tendo em vista o menor custo por unidade transportada. - Estar atento aos custos fixo e variável do equipamento de transporte para viabilizar sua substituição. - Amortização do investimento calculada pela economia obtida entre 2 a 5 anos de uso. - Atentar para o crescimento anual dos custos de manutenção. - O custo unitário de transporte decresce com o aumento do volume transportado. - Quanto mais próximo da capacidade de carga projetada se realizar o transporte, tanto menor será o custo unitário. - A versatilidade do equipamentos de transporte é fundamental para redução de custos. - Carga Unitária. De modo geral, quanto maior for a carga unitária a ser transportada, tanto menor será o custo do transporte. - Economia direta no manuseio. - Menor incidência de danos ao material. - Uso de pallets para reunir a carga unitária. - Tempo de Permanência. O equipamento de transporte deve ter o tempo de permanência reduzido ao mínimo possível e compatível com a operação nos terminais de carga . - Peso Próprio. Quanto menor for o peso próprio do equipamento de transporte em relação a sua capacidade de carga, tanto mais econômica será a operação. Verificar sempre a relação de tara e o peso da carga útil ao adquirir veículos de transporte. - Transporte por Gravidade. As possibilidades de transporte por gravidade devem ser sempre consideradas. D) Manutenção - È indispensável e imprescindível a manutenção preventiva de equipamentos de transporte não só para garantia do funcionamento, como para a obtenção do custo operacional e da segurança do pessoal e dos materiais transportados. São importantes o monitoramento de: - inspeções diárias, - revisões específicas a intervalos regulares, - revisões gerais, - lubrificação adequada, - estoque de peças de reposição, - reciclagem de treinamento de pessoal. 10.2- Características de Transporte Internos. De um modo geral os transportes internos de uma empresa são classificados em dois grandes grupos; 1) o transporte confinado, aquele em que são transportados líquidos, gases e grãos através de dutos fechados e 2) o transporte aberto que poder ser ao nível do solo, sobre esteiras e o suspenso. Figura 42- Diversidade de Garras e Lanças de empilhadeiras – versatilidade. Figura 43- Estrados (Pallets) para empilhamento. Figura 44- Containers Aramados Figura 44- Diversidade de equipamentos de transporte industrial. Figura 43- Transporte por caminhões Figura 50- Inspeção de produtos em esteira transportadora. Figura 51- Esteiras em curvas e Rampa. 10.3- – Itens para Planejamento de Fluxo e Transporte ee Materiais Ao planejar um fluxo de transporte ou propor melhorias no transporte de numa linha de produção, os 20 itens a seguir devem ser criteriosamente observados de forma a facilitara operação, o manuseio de materiais e a obtenção do custo. 1. O caminho mais direto possível, através da fábrica, para os materiais que entram e saem. 2. O arranjo de materiais em pallets e caçambas de modo a reunir o maior número possível de itens transportados em uma única operação (carga unitária). 3. Reduzir a um mínimo o retorno por caminhos já percorridos. 4. Criar o fluxo de materiais de modo a facilitar o processo de fabricação, de forma contínua, uniforme e maximizada. 5. Menor espaço praticável entre operações. 6. De maneira que o movimento seja controlado por máquinas, a fim de assegurar constância de fluxo e que o material chegue no lugar certo, na quantidade certa e na hora certa. 7. Vias diretas de transporte levando em conta a flexibilidade do processo. 8. Que os materiais que chegam sigam diretamente para a área de trabalho ou para a operação seguinte sem armazenamentos intermediários, sempre que possível. 9. Pense em linha de produção contínua, ou como se assim fosse. 10. Nunca empilhar coisa alguma sobre o chão. Usar paletts, caçambas, cestos, sacos ou containers. 11. Instalar o equipamento de transporte de materiais de modo a permitir que o pessoal da produção dedique todo seu tempo somente à atividade produtiva. 12. Instalar equipamentos que substituam o esforço físico pesado para o homem. 13. Examinar o arranjo físico da fábrica com fim a melhoria constante, para reduzir o custo de transporte. 14. Utilizar a força da gravidade sempre que possível. 15. Combinar operações quando isso for praticável, a fim de eliminar re-manipulação e remanejo. 16. De modo a mover materiais pesados e de maior volume à menor distância possível. 17. Para que o espaço para movimentação e trânsito de materiais seja o mais adequado e seguro, tanto para o material, para o equipamento, quanto para o pessoal envolvido. 18. A manutenção dos equipamentos de transporte de modo a não ser necessário parada na linha de produção. 19. De modo a contar com o máximo de segurança quando materiais suspensos transitarem sobre pessoas. 20. Para oferecer ao transporte externo, ou de terceiros, condições de adaptação ao sistema interno sem improvisações de última hora. 10.4- Custeio do Transporte Externo Rodoviário É o transporte rodoviário de matérias-primas do fornecedor até a empresa e o de produtos desta até o consumidor final. No Brasil, o transporte de cargas rodoviário fatura mais de R$ 40 bilhões por ano e movimenta 2/3 do total de cargas. Existe uma pulverização desse setor de cerca de: 350 mil transportadores autônomos; 12 mil empresas transportadoras 50 mil transportadores de carga própria. Entre as razões dessa pulverização destaca-se a relativa facilidade de entrada de competidores no setor em virtude da baixa regulamentação, levando a um aumento da oferta de serviços de transporte e aumento da concorrência, o que faz com que os preços sejam reduzidos ao mínimo possível. Destaca-se também pelas ocorrências de várias greves, assaltos e impasses devido ao valor do frete. 10.4.1- Classificação dos Custos em Fixos e Variáveis A classificação dos custos em fixo e variável para o transporte externo deve ser feita em relação a algum parâmetro de comparação diferente daqueles para os custos de produção industrial. 1) Na indústria: Custo fixo – independe do nível de atividade da empresa. Custo variável – depende do nível de atividade e da produtividade da empresa. 2) No Transportador - Classificação de acordo com a distância percorrida (quilometragem como variável) Custo fixo – independe do deslocamento do caminhão. Custo variável – varia de acordo com a distância percorrida. Os conceitos de custos fixos e variáveis são válidos em análises a curto prazo, pois a longo prazo a capacidade pode ser variável. 10.4.2- Etapas do Custeio. O processo do custeio é dividido em 4 etapas: 1. Definição dos itens de custo; 2. Classificação dos itens de custo em fixos e variáveis; 3. Cálculo do custo de cada item; 4. Custeio das rotas de entrega / coleta. 1- Definição dos Itens de Custo: Depreciação; Remuneração do capital; Pessoal (motorista e ajudantes); Seguro do veículo; IPVA/Seguro obrigatório; Custos administrativos; Combustível; Pneus; Lubrificantes; Manutenção; Pedágio (*); Escolta (*); Carros especiais (refrigerado, aquecido, fora de estrada) (*); (*)Operações complementares ao transporte 2- Classificação dos Itens de Custo em Fixos e Variáveis São Custos Fixos: Depreciação; Remuneração do capital; Pessoal (*); Custos administrativos; Seguro do veículo; IPVA/Seguro obrigatório São Custos Variáveis: Pneus; Combustível; Lubrificantes; Lavagem; Manutenção; Pedágio (não deve levar em conta a quilometragem, depende da rota). (*) Em alguns casos a remuneração do motorista é considerada como um item de custo variável, pois ele recebe de acordo com a quilometragem. 3- Cálculo do Custo de Cada Item Classificados como custo fixo: - Custos constante mês a mês, salvo variações de preços e/ou salariais e os calculados em relação ao mês (R$/mês). Classificados como custo variável: - Que dependem da distância e calculado em função da quilometragem (R$/km) Tabela 12 – Formulário para cálculo de itens de custo de transporte. FIXO VARIÁVEL Item de custo Fórmula Item de custo Fórmula Depreciação (Ddep) Vaquisição-Vresidual Nº meses Pneu (Cpneu) npneux(P1+ nrecap x P2) vida útil do pneu c/recap. P1-preço unitário do pneu novo P2 – preço da recapagem Remuneração do Capital (Cr. cap) Vaquisição x √1+tx.anual -1 Óleo (Cóleo) preço x capacidade Intervalo entre trocas Custo Administrat. (Cadm) custo adm. total nº de veículos Lavagem/ lubrificação (Club) custo de lubrificação Intervalo entre trocas IPVA / Seguro Obrigatório (CIPVA) Valor do \\\ipva anual 12 Combustível (Ccomb) preço por litro rendimento Pessoal Salários + encargos e benefícios Manutenção Custo estimado por km Pedágio Custo de acordo com a rota 4- Custeio das Rotas de Entrega/Coleta Crota = tempo (h) x CF(R$/h) + Distância (km) x CV(R$/km) (38) Custos fixos (CF) = valores unitários de todos itens de custo (R$/mês) (39) utilização (nº de horas trabalhadas por mês) Custos variáveis (CV) = Somatória dos custos variáveis em (R$/km) (40) Tempo – total da rota (carregamento, descarregamento, inclusive de espera e tempo de viagem) (41) Desmembrando do custo da rota: Cviagem = tempo (h) x CF(R$/h) + Distância (km) x CV(R$/km) proporcional ao tamanho da rota (42) Ccarga = tempo de carga (h) x CF(R$/h), Cdescarga = tempo de descarga (h) x CF(R$/h), (43) independem da distância percorrida 10.4.3- Fatores que Influenciam no Custo e no Preço do Transporte • Escolha entre peso e cubagem – ver aquele que limita a capacidade do veículo; • Facilidade de manuseio do produto – facilidade de carga e descarga do veículo; • Paletização – diminuição significativa nos tempos de carga e descarga. • Facilidade de acomodação – peças muito irregulares ou extensas prejudicando a utilização do espaço do veículo; • Risco da carga – produtos inflamáveis, tóxicos ou mesmo visados para roubo; • Sazonalidade – safra de grãos, aumento da procura por frete e de seu preço; • Trânsito – entrega em grandes centros urbanos com trânsito e “janelas” de horário para carga e descarga influenciam o custo e o preço do transporte; • Carga retorno – não existindo, o transportador tem que considerar o custo do retorno para compor o preço do frete; • Especificidade do veículo de transporte – quanto maior a especificidade do veículo, menor a flexibilidade do transportador – frete superior a um veículo de carga a granel.
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