Resumo crítico e comparativo entre a V e a VI Diretrizes de HAS.

V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial
(Parte 1 de 13)
Diretriz V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial
Realização
Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC
Presidente: José Péricles Esteves
Sociedade Brasileira de Hipertensão - SBH Presidente: Robson Augusto S. dos Santos Sociedade Brasileira de Nefrologia - SBN Presidente: Pedro Gordan
SociedadeS PatRocinadoRaS
Sociedades Patrocinadoras
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade – ABESO
Presidente: Henrique Suplicy Representante: Marcio Mancini
Academia Brasileira de Neurologia – ABN
Presidente: Sérgio Roberto Haussen
Representante: Ayrton Massaro
Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia – FEBRASGO
Presidente: Nilson Roberto Melo
Representante: Lucia Helena de Azevedo
Sociedade Brasileira Clinica Médica – SBCM
Presidente: Antonio Carlos Lopes
Representante: Renato Delascio Lopes
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – SBGG
Presidente: Elisa Franco de Assis Costa Representante: Elizabete Viana de Freitas Sociedade Brasileira de Pediatria – SBP
Presidente: Dioclécio Campos Junior Representante: Olberes V. B. de Andrade
Diretriz V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial
Sociedade Brasileira de Diabetes – SBD
Presidente: Marcos Tambascia Representante: Adriana Forti
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – SBEM
Presidente: Marisa Helena César Coral
Sociedade Brasileira de Medicina de Família – SOBRAMFA
Presidente: Sarkis Jound Bayed Representante: Marcelo Levites comiSSão oRganizadoRa
Décio Mion Jr. (Coordenador) Osvaldo Kohlmann Jr. (SBH) Carlos Alberto Machado (SBC)
Celso Amodeo (SBN)
Marco Antônio Mota Gomes (SBC)
José Nery Praxedes (SBN)
Fernando Nobre (SBH) Andréa Brandão (SBC) comiSSão de Redação
Décio Mion Jr., Osvaldo Kohlmann Jr., Carlos Alberto Machado, Celso Amodeo, Marco Antônio Mota Gomes, José Nery Praxedes, Fernando Nobre, Andréa Brandão, Maria Tereza Zanella e Josiane Lima Gusmão aPoio
Bayer HealthCare
Biosintética Farmacêutica Ltda.
Boehringer Ingelheim do Brasil Química e Farmacêutica Ltda.
Farmalab Indústrias Químicas e Farmacêuticas Ltda.
Laboratórios Pfizer Ltda.
Medley S/A Indústria Farmacêutica.
Merck Sharp & Dohme Farmacêutica Ltda.
Novartis Biociências S.A.
Omron
Sankyo Pharma Brasil Ltda. Torrent do Brasil Ltda.
Diretriz V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial
V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial
1I Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol 1991; 56 (suppl. A): A1-16. 2 I Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol 1994; 63 (4): 3-347. 3 I Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial. Rev Bras Clin Terap 1998; 24 (6): 231-272. 4 IV Brazilian Guidelines in Arterial Hypertension. Arq Bras Cardiol 2004; 82 (suppl. 4): 7-2.
Declaração de conflito de interesses* dos coordenadores dos grupos de trabalho Se nos últimos 24 meses um dos Coordenadores das V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial:
Carlos Alberto Machado
Marco Antonio Mota Gomes
Andréa Brandão
Osvaldo Kohlmann
Júnior
José Nery Praxedes
Fernando NobreCelso Amodeo
Décio Mion Júnior
1) Recebeu honorário de consultoria, palestras, redação de textos ou quaisquer outros tipos de serviços remunerados prestados do fabricante do produto.
Astra Zeneca Pfizer Sankyo
Astra Zeneca Novartis Omron Pfizer Sankyo Torrent
Astra Zeneca Novartis Pfizer Sankyo Torrent
Abbott Aché -
Biosintética
Astra Zeneca Biolab
Boehringer- Ingelheim Farmalab Chiesi Libbs Pfizer
Não
Bayer Medley Novartis Pfizer Sankyo Sanofi- Aventis
Astra Zeneca Novartis Sankyo
Bayer Medley Merck Sharp & Dohme Novartis
2) Recebeu auxílio do fabricante do produto (verbas de pesquisa, fornecimento de equipamentos, drogas, mão-de-obra) relacionado ao projeto em análise ou outro projeto que envolva o mesmo produto.
Sankyo
Aché -
Biosintética
Astra Zeneca Libbs Novartis Sankyo Sanofi- Aventis Torrent
Aché -
Biosintética
Astra Zeneca
Boehringer -Ingelheim Novartis Sankyo Sanofi- Aventis Torrent
Aché -
Biosintética
Astra Zeneca Biolab
Boehringer- Ingelheim
Libbs Novartis Pfizer
Não
Aché -
Biosintética Novartis Pfizer
Biolab Omron
Aché -
Biosintética Boehringer- Ingelheim Eurofarma
Libbs Novartis Sankyo
Apresentação
Passados quatro anos, foi necessário rever as condutas diagnósticas e terapêuticas em hipertensão arterial para publicar as V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial e oferecer ao médico brasileiro o conhecimento das mudanças mais importantes na prevenção, no diagnóstico, no tratamento e no controle da hipertensão arterial, orientado pelo trabalho árduo e voluntário de 118 especialistas das várias regiões do País sob o patrocínio da Sociedade Brasileira de Cardiologia, da Sociedade Brasileira de Hipertensão e da Sociedade Brasileira de Nefrologia e o apoio e a contribuição de nove Sociedades Médicas.
Mudanças importantes na conduta diagnóstica e terapêutica foram exaustivamente discutidas. No diagnóstico, considerando o progresso verificado nas medidas de pressão arterial fora do consultório médico, a monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) e a monitorização residencial da pressão arterial (MRPA) foram incluídas como opções no fluxograma diagnóstico. Com relação à terapêutica, a inclusão da conduta baseada no risco cardiovascular adicional de acordo com os níveis da pressão arterial e a presença de fatores de risco, lesões de órgãos-alvo e doença cardiovascular deixam este documento em sintonia com o que há de mais atual na terapêutica cardiovascular.
Temos certeza que este documento, à semelhança dos anteriores1-4, oferecerá à comunidade médica brasileira um guia prático, objetivo e adequado à nossa realidade, para ser utilizado como referência na prática diária.
Agradecemos o empenho de todos os colegas que contribuíram de forma definitiva para o sucesso desta publicação, trabalhando via internet e participando ativamente da reunião plenária no dia 13 de fevereiro de 2006, em São Paulo, SP.
A Comissão Organizadora
Diretriz V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial continuação
Carlos Alberto Machado
Marco Antonio Mota Gomes
Andréa Brandão
Osvaldo Kohlmann
Júnior
José Nery Praxedes
Fernando NobreCelso Amodeo
Décio Mion Júnior
3) Recebeu auxílio do fabricante do produto para participação em congressos.
Pfizer Sankyo
Astra Zeneca
Boehringer- Ingelheim Pfizer
Não
Novartis Pfizer Sankyo Sanofi- Aventis
Astra Zeneca
Bayer
Boehringer- Ingelheim Dr Reddy’s Novartis
4) Deteve ações do fabricante do produto. Não Não Não Não Não Não Não Não
5) Houve envolvimento do fabricante do produto na coleta, análise, interpretação ou redação dos dados.
Não Não Não Não Não Não Não Não
6) É empregado da empresa que possa se beneficiar direta ou indiretamente com os resultados do estudo.
Não Não Não Não Não Não Não Não
*Definição de conflitos de interesse: São considerados potenciais conflitos de interesse, a relação de um autor, diretamente, ou indiretamente através da instituição promotora da pesquisa, com empresas que eventualmente possam se beneficiar dos resultados do estudo.
Diretriz V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial
Grupos de Trabalho
Grupo 1 – Diagnóstico e Classificação
Coordenador:Décio Mion Júnior (SP)Secretários: Giovânio Vieira da Silva (SP)
Katia Coelho Ortega (SP)
Alexandre Alessi (PR)
Angela Maria Geraldo Pierin (SP)
Audes Magalhães Feitosa (PE) Dante Marcelo Artigas Giorgi (SP) Fernando Antonio Almeida (SP)
Hilton Chaves (PE)
José Carlos Aidar Ayoub (SP) Josiane Lima Gusmão (SP) Lilian Soares da Costa (RJ)
Tufik José Magalhães Geleilete (SP)
Grupo 2 – Investigação Clínico-Laboratorial e Decisão Terapêutica
Coordenador:
Osvaldo Kohlmann Junior (SP)Secretários: Fernanda Consolim-Colombo
(SP) Eduardo Cantoni Rosa (SP)
Altamiro Reis da Costa (RS) Antonio Felipe Sanjuliani (RJ)
Ayrton Pires Brandão (RJ)
César Pontes (CE) Frida Liane Plavnik (SP)
José Marcio Ribeiro (MG) José Péricles Esteves (BA)
Pedro Gordan (PR) Rafael Leite Luna (RJ) Weimar Sebba (GO)
Grupo 3 – Abordagem Multiprofissional
Coordenador: Marco Antonio Mota Gomes (AL)
Secretários:
Paulo Roberto Pereira Toscano (PA) Paulo Cesar Veiga Jardim (GO)
Clovis Oliveira Andrade (SE)
Cristina S Atiê (SP)
Eliuden Galvão De Lima (ES)
João Carlos Rocha (SP)
José Xavier De Mello Filho (MA)
Maria Cecília G. Marinho Arruda (SP)
Maria Fátima de Azevedo (RN)
Marilda Lipp (SP)
Nárcia Elisa B. Kohlmann (SP)
Neide de Jesus (BA) Neusa Eli Portela (SP)
Grupo 4 – Tratamento Não-Medicamentoso
Coordenador:José Nery Praxedes (SP)Secretários: Carlos Eduardo Negrão (SP)
Heno Lopes (SP)
Armênio Costa Guimarães (BA)
Estelamaris Tronco Monego (GO)
Marcio Kalil (MG) Natalino Salgado Filho (MA)
Osvaldo Passarelli (SP)
Sebastião Ferreira Filho (MG) Sergio Fabiano Vieira Ferreira (MG) Tales de Carvalho (SC)
Grupo 5 – Tratamento Medicamentoso
Coordenador:
Fernando Nobre (SP)Secretários: Eduardo Barbosa Coelho (SP)
Cibele Isaac Saad Rodrigues (SP)
Ayrton Pires Brandão (RJ) Artur Beltrame Ribeiro (SP) Cibeli Isaac Saad Rodrigues (SP)
Eduardo B. Coelho (SP)
Gilson Feitosa (BA)
Jorge Pinto Ribeiro (RS)
José Fernando Vilela Martins (SP)
Maria Helena Catelli Carvalho (SP)
Michel Batlouni (SP)
Miguel Gus (RS)
Roberto Jorge da Silva Franco (SP)
Robson Augusto S dos Santos (MG) Wille Oigman (RJ)
Grupo 6 – Hipertensão Secundária
Coordenador:Celso Amodeo (SP) Secretários: José Gastão Rocha Carvalho
(PR) Flavio Borelli (SP)
Adelaide A. Pereira (SP) Antonio Cambara (SP)
Antonio Marmo Lucon (SP) José Luiz Santello (SP)
Luiz Aparecido Bortolloto (SP)
Maria Eliete Pinheiro (AL)
Pedro Jabur (SP) Rogério A. Mulinari (PR)
Grupo 7 – Situações Especiais
Coordenadora:
Maria Tereza Zanella (SP)Secretários: Roberto Miranda (SP)
Maria Eliane Magalhães (RJ)
Adriana Forti (CE) Airton Massaro (SP)]
Antônio Alberto Silva Lopes (BA)
Istênio Pascoal (DF) Ivan Cordovil (RJ)
Marcelo Bertolami (SP) Marcio Mancini (SP)
Mauricio Wajgarten (SP) Raul Dias dos Santos (SP) Vera Koch (SP)
Diretriz V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial
Grupo 8 – Prevenção Primária em Hipertensão
Coordenador:Carlos Alberto Machado (SP)Secretárias: Claudia Lucia de Moraes Forjaz
(SP) Adriana Ávila (SP)
Álvaro Avezum (SP)
Eduardo Moacyr Krieger (SP) Lucélia C. Magalhães (BA) Marcus V. Bolivar Malachias (MG)
Mario Maranhão (PR) Otavio Rizzi Coelho (SP)
Raimundo Marques
Nascimento Neto (MG)
Regina Teresa Capelari (SP) Rui Manuel dos Santos Póvoa (SP) Victor Matsudo (SP)
Grupo 9 – Epidemiologia da Hipertensão
Coordenadora:Andréa Brandão (RJ) Secretários: Sandra Fuchs (RS)
Armando da Rocha Nogueira (RJ)
Abrão Cury (SP)
Agostinho Tavares (SP)
Antônio Felipe Simão (SC) Edgar Pessoa de Mello (PE)
Ines Lessa (BA) José Augusto Barreto Filho (SE)
Luiz Carlos Bodanese (RS)
Luiz Cesar Scala (MT) Mario Fritsh Neves (RJ)
Paulo Lotufo (SP) Romero Bezerra (DF)
Grau de Recomendação
Sumário
Grau A – grandes ensaios clínicos aleatorizados e metanálises. Grau B – estudos clínicos e observacionais bem desenhados. Grau C – relatos e séries de casos. Grau D – publicações baseadas em consensos e opiniões de especialistas.
1. Epidemiologia da Hipertensão Arterial | e30 |
2. Diagnóstico e Classificação | e32 |
3. Investigação Clínico-Laboratorial e Decisão Terapêutica | e40 |
4. Abordagem Multiprofissional | e43 |
5. Tratamento Não-Medicamentoso | e46 |
6. Tratamento Medicamentoso | e49 |
7. Situações Especiais | e58 |
8. Hipertensão Arterial Secundária | e63 |
9. Prevenção Primária da Hipertensão e dos Fatores de Risco Associados | e69 |
Referências Bibliográficas | e71 |
Diretriz V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial

Fig. 2 - Prevalência de hipertensão arterial (≥140/90 mmHg) em cidades brasileiras.
45 • 40 • 35 • 30 • 25 • 20 • 15 • 10 • 5 • 0 •
Araraquara (1990) São P aulo
Porto Alegre
(1994) Cotia
(1997) Catanduva (2001)Cavenge
2003)Rio Grande do Sul
1. Epidemiologia da hipertensão arterial
1.1. Hipertensão arterial: a importância do problema
A elevação da pressão arterial representa um fator de risco independente, linear e contínuo para doença cardiovascular1. A hipertensão arterial apresenta custos médicos e socioeconômicos elevados, decorrentes principalmente das suas complicações, tais como: doença cerebrovascular, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, insuficiência renal crônica e doença vascular de extremidades.
1.2. Mortalidade
No Brasil, em 2003, 27,4% dos óbitos foram decorrentes de doenças cardiovasculares, atingindo 37% quando são excluídos os óbitos por causas mal definidas e a violência. A principal causa de morte em todas as regiões do Brasil é o acidente vascular cerebral, acometendo as mulheres em maior proporção2.
Observa-se tendência lenta e constante de redução das taxas de mortalidade cardiovascular. A doença cerebrovascular, cujo fator de risco principal é a hipertensão, teve redução anual das taxas ajustadas por idade de 1,5% para homens e 1,6% para mulheres. O conjunto das doenças do coração, hipertensão, doença coronária e insuficiência cardíaca também teve taxas anuais decrescentes de 1,2% para homens e 1,3% para mulheres (Figura 1). No entanto, apesar do declínio, a mortalidade no Brasil ainda é elevada em comparação a outros países, tanto para doença cerebrovascular como para doenças do coração3.
Entre os fatores de risco para mortalidade, hipertensão arterial explica 40% das mortes por acidente vascular cerebral e 25% daquelas por doença coronariana4. A mortalidade por doença cardiovascular aumenta progressivamente com a elevação da pressão arterial, a partir de 115/75 mmHg1.
1.3. Prevalência Inquéritos de base populacional realizados em algumas
Doença do coração em homens Doenças do coração em mulheresAcidente vascular cerebral em homens Acidente vascular cerebral em mulheres |
250 • 200 • 150 • 100 • 50 • 0 •
Fig. 1 - Evolução temporal das taxas de mortalidade ajustadas pela idade (padrão OMS) no período de 1980 a 2003 para doença cerebrovascular e doenças do coração (coronariana, insuficiência cardíaca e miocardiopatia hipertensiva) para ambos os gêneros no Brasil
1.4. Hospitalizações
A hipertensão arterial e as doenças relacionadas à pressão arterial são responsáveis por alta freqüência de internações (Figura 3). Insuficiência cardíaca é a principal causa de hospitalização entre as doenças cardiovasculares, sendo duas vezes mais freqüente que as internações por acidente vascular cerebral. Em 2005 ocorreram 1.180.184 internações por doenças cardiovasculares, com custo global de R$ 1.323.775.008,283.
1.5. Fatores de risco para hipertensão arterial
Idade: A pressão arterial aumenta linearmente com a idade8. Em indivíduos jovens, a hipertensão decorre mais freqüentemente apenas da elevação na pressão diastólica, enquanto a partir da sexta década o principal componente é a cidades do Brasil mostram prevalência de hipertensão arterial (≥140/90 mmHg) de 2,3% a 43,9% (Figura 2)5-7.
Diretriz V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial

Outras Insuficiênciacardíaca Acidente vascularcerebral Doença arterialcoronariana Hipertensão arterial
Fig. 3 - Número de hospitalizações por doença cardiovascular no Brasil (2000-2004) elevação da pressão sistólica9. Em indivíduos idosos da cidade de Bambuí, MG, 61,5% apresentavam hipertensão arterial10.
O risco relativo de desenvolver doença cardiovascular associado ao aumento da pressão arterial não diminui com o avanço da idade e o risco absoluto aumenta marcadamente1.
Sexo e etnia: A prevalência global de hipertensão entre homens (26,6%; IC 95% 26,0-27,2%) e mulheres (26,1%; IC 95% 25,5-26,6%) insinua que sexo não é um fator de risco para hipertensão. Estimativas globais sugerem taxas de hipertensão mais elevadas para homens até os 50 anos e para mulheres a partir da sexta década11. Hipertensão é mais prevalente em mulheres afrodescendentes com excesso de risco de hipertensão de até 130% em relação às mulheres brancas12.
Fatores socioeconômicos: Nível socioeconômico mais baixo está associado a maior prevalência de hipertensão arterial e de fatores de risco para elevação da pressão arterial, além de maior risco de lesão em órgãos-alvo e eventos cardiovasculares. Hábitos dietéticos, incluindo consumo de sal e ingestão de álcool, índice de massa corpórea aumentado, estresse psicossocial, menor acesso aos cuidados de saúde e nível educacional são possíveis fatores associados13.
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