Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Manutenção incorporada arquitetura hospitalar, Notas de estudo de Design de Interiores

MANUTENÇÃO INCORPORADA ARQUITETURA HOSPITALAR

Tipologia: Notas de estudo

2010

Compartilhado em 29/03/2010

tatiane-freitas-2
tatiane-freitas-2 🇧🇷

4.8

(34)

38 documentos

1 / 62

Documentos relacionados


Pré-visualização parcial do texto

Baixe Manutenção incorporada arquitetura hospitalar e outras Notas de estudo em PDF para Design de Interiores, somente na Docsity! Ministério da Saúde Secretaria de Assistência à Saúde/SAS MANUTENÇÃO INCORPORADA À ARQUITETURA HOSPITALAR JARBAS B. KARMAN DOMINGOS FIORENTINI JARBAS N. M. KARMAN S É R IE S A Ú D E & T E C N O L O G IA MANUTENÇÃO INCORPORADA À ARQUITETURA HOSPITALAR Jarbas B. Karman BRASÍLIA - 1995 APRESENTAÇÃO O Ministério da Saúde, através da Coordenação-Geral de Normas da Secretaria de Assistência à Saúde, divulga esta sé- rie de publicações, consistindo numa coleânea de textos que apresentam ampla análise de critérios para projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Estes critérios são muitas vezes conflitantes entre si e cabe ao arquiteto/planejador optar pelo critério de maior valia nas diversas decisões de pro- jeto, pois um critério válido em uma situação pode não ser em outra. Espera-se através desta iniciativa, suprir uma grande la- cuna na bibliografia especializada disponível para projetos arquitetônicos em funções complexas, específicas para a área de saúde. Este trabalho representa portanto, um marco, tra- zendo informações complementares, que irão interferir na qua- lidade final da assistência prestada. O material aqui apresentado é o resultado de experiênci- as pessoais e estudos de casos feitos pelo autor, com intuito de divulgar esses conhecimentos, objetivando auxiliar os profissi- onais envolvidos nos projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Esses textos foram desenvolvidos como bibliografia su- plementar para o Manual de Orientação para o Planejamento, Programação e Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, publicado pelo Ministério da Saúde, que pretende sistematizar conhecimentos que orientem equi- pes multidisciplinares responsáveis pelo planejamento físico de sistemas de saúde, nos níveis municipal e estadual, quanto a definição de planos e programas. Pretende-se com esta série de publicações, abrir o deba- te e o aprimoramento de temas muito pouco estudados na área da saúde, mas de vital importância na assistência prestada aos pacientes. Este debate poderá ser enriquecido no futuro com novas publicações, sobre os mesmos temas, de outros autores que tenham pensamentos diferentes dos agora publicados. Lizete Castanho Ribeiro Coordenadora-Geral do Grupo de Trabalho da Série Saúde & Tecnologia I - Introdução, 9 I.1 - Planejamento Preditivo, 11 I.2 - Continuidade Operacional, 11 I.3 - Manutenção Orgânica e Operacional, 12 II - Estrutura Vinculada, 15 II.1 - Modulação Desencontrada, 17 II.2 - Baldrames, 18 II.3 - Parede sobre Baldrame, 18 II.4 - Baldrame Aprofundado, 18 II.5 - Baldrames Vazados, 19 II.6 - Base Armada, 19 III - Espaços Técnicos, 21 III.1 - Espaços Técnicos Horizontais, 24 III.1.1 - Espaço Acima de Forro Falso, 24 III.1.2 - Furos Estruturais, 25 III.1.3 - Andar Técnico, 25 III.1.4 - Espaços Técnicos Improvisados, 27 III.1.5 - Espaço Técnico sob Cobertura - Forro Técnico Visitável, 28 III.1.6 - Espaço Técnico Sob Teto Elevado, 28 III.1.7 - Galeria Elevada, 29 III.1.8 - Galeria Subterrânea, 30 III.1.9 - Espaços Externos, 30 III.2 - Espaços Técnicos Verticais, 31 III.2.1 - Poço Técnico, Poço de Prumadas, “Curete” ou “Shaft”, 31 III.2.2 - Tubulação de Roupa Suja e Tubulão de Resíduos Sólidos, 32 III.2.3 - Paredes - Prumadas, 32 III.2.4 - Prumada Entre - Pilares, 32 III.2.5 - Prumadas Justapostas a Pilares, 33 SUMÁRIO I.1 - Planejamento Hospitalar Preditivo - PHP O hospital é um organismo dinâmico, sempre em muta- ção: paredes e divisórias são seguidamente removidas, deslocadas e acrescidas; alterações espaciais se sucedem em decorrência de exigências administrativas e técnicas; novos equipamentos demandam suportes, apoios, suprimentos e ins- talações (água, energia elétrica e outros). Didaticamente, a Arquitetura Hospitalar encerra em seu bojo várias “Arquiteturas”, como: Arquitetura-Infecto- Preditiva, Arquitetura-Segurança-Preditiva, Arquitetura-Admi- nistração Preditiva, Arquitetura-Humanização-Preditiva, Arqui- tetura Manutenção-Preditiva e outras. É a Arquitetura por “Antecipação”, o que, de certa for- ma, não deixa de ser redundante, pois, a Arquitetura, por si, já é preditiva (em maior ou menor extensão); assim como a In- fecção Hospitalar tem sua prevenção iniciada na prancheta ou na tela do computador, a Manutenção se encontra na depen- dência da previsão dos meios, que a Arquitetura preditivamente põe à sua disposição; sem a previsão e provisão de recursos estruturais e orgânicos, a arquitetura poderá condenar a futura instituição a precário desempenho e inoperante manutenção; sabido que vícios de origem são de difícil superação. I.2 - Continuidade Operacional A Manutenção Orgânica encontra-se vinculada à Arqui- tetura, à Construção, às Instalações, aos Equipamentos e à Funcionalidade. A Manutenção Operacional é a que sucede e é a que dá continuidade à Manutenção Orgânica, prevenindo, conservando, reparando, preservando e assegurando a operacionalidade. 12 Manutenção Incorporada à Arquitetura Hospitalar Manutenção Orgânica, Arquitetura-Manutenção- Preditiva ou Arquitetura de Manutenção são termos criados pelos autores para exprimir requisitos arquitetônicos, constru- tivos, de instalação e de equipamentos, que a arquitetura deve prever e incorporar ao edifício, para viabilizar, facilitar e tornar econômica e racional a manutenção futura do hospital e, prin- cipalmente, para assegurar a imprescindível “Continuidade Operacional” (sem interrupção) de setores vitais e críticos. I.3 – Manutenção Orgânica e Operacional I.3.1 – O presente trabalho não cuida de aspectos de Ma- nutenção Operacional, próprios a Manuais de Manutenção Hos- pitalar e relacionados a Manutenção Preventiva, Manutenção Preventiva Condicionada e Manutenção Corretiva; o objetivo é a abordagem de recursos e meios a serem incorporados, pela Arquitetura Hospitalar, ao futuro hospital; visa ir ao encontro, facilitar e tornar possível a correta Manutenção Preventiva, Manutenção Condicionada e Manutenção Corretiva e tornar viáveis e/ou menos problemáticas as alterações e novas incor- porações, que se sucedem no dia-a-dia das Instituições de Saú- de. I.3.2 – A Manutenção Preventiva Condicionada, como o nome sugere, é uma manutenção dependente de tecnologia mais avançada, visando apurar, com mais precisão, as condi- ções e o estado de equipamentos, máquinas e aparelhos. O seu diagnóstico encontra-se condicionado a procedimentos técni- cos, a recursos e instrumentos especializados, como: o ultrassom, que detecta fissuras estruturais; a espectrometria, que realiza diagnóstico através de análise da natureza de partículas pre- sentes no lubrificante; a ferrografia, que quantifica o desgaste Jarbas B. Karman 13 através de exames microscópicos de limalhas transferidas ao lubrificante; a Manutenção Preventiva Condicionada recorre, ainda, a outros indicadores e meios de diagnóstico precoce, como: aquecimento, velocidade, ruído, desgaste, folga, desbalanceamento, desalinhamento, desregulagem e outros. I.3.3 – A Arquitetura-Manutenção-Preditiva constitue-se, se não em nova conceituação, no tocante à manutenção, então em novo enfoque: em uma manutenção embasada, estruturada e orgânica. O objetivo é mais conceitual e de concientização quanto à importância da incorporação da Manutenção Orgânica aos projetos de Instituções de Saúde, ainda em seus primórdios. O campo de abrangência da Manutenção Orgânica é am- plo e variado; as situações adiante focalizadas atêm-se apenas a alguns dos aspectos do planejamento hospitalar. 18 Manutenção Incorporada à Arquitetura Hospitalar racional, para a instalação presente e futura de dutos (água, esgoto, ventilação, eletricidade e outros). Sem esse “desencontro”, um duto de esgoto, por exem- plo, que tivesse que ser embutido na alvenaria, certamente defrontar-se-ia com a viga inferior e o seu ventilador com a viga superior; já a Arquitetura-Manutenção-Preditiva deixaria preservada a livre passagem vertical, graças ao deslocamento estrutural, em relação à prumada da alvenaria. II.2 – Baldrames Dentre as exigências da Arquitetura-Manutenção- Preditiva, a passagem de dutos por sob o piso, assentado sobre o solo, apresenta várias alternativas: II.3 – Parede sobre Baldrame A Manutenção Orgânica, para facilitar a posterior Manu- tenção Operacional, requer que paredes internas ou externas sejam erguidas não sobre vigas de baldrame, como é usual, mas deslocadas, assentadas sobre, apenas, parte das vigas, e ou lajes adjacentes, de forma a assegurar espaço suficiente à descida ou subida de dutos, embutidos ou não em paredes, passando jun- to a vigas, sem defrontá-las. II.4 – Baldrame Aprofundado A fim de que seja assegurado o caimento tecnicamente recomendado aos dutos, apresentam-se duas alternativas ao posicionamento de baldrames: ou os dutos correm sob os baldrames, ou acima dos mesmos; neste caso, entre baldrame e Jarbas B. Karman 19 laje de piso, a parede deve ter altura suficiente à passagem e ao caimento dos dutos; caimento acentuado expõe a Manuten- ção a menores riscos de enfrentamento de obstrução. Em hos- pitais extensos, os dutos podem iniciar o seu caimento sobre baldrames e terminar sob baldrames. II.5 – Baldrames Vazados A alternativa de deixar, de antemão, aberturas nas vigas baldrame de concreto, para a passagem de dutos, apesar de conveniente, não apresenta a flexibilidade oferecida pela alve- naria, facilmente atravessável por dutos, onde e quando reque- rido. A omissão de previsão de passagens para dutos enterra- dos, pode levar a valas de excessivas profundidades, ou a cai- mentos insuficientes. II.6 - Base Armada Sempre que possível, as paredes devem ser apoiadas so- bre laje ou lastro armado e não sobre viga baldrame ou outra; a flexibilidade ensejada possibilita à Manutenção o deslocamento e a relocação de paredes; recurso esse muito desejável para poder acompanhar a dinâmica hospitalar e atender a reformas e adaptações, a que toda instituição de saúde se encontra con- tinuamente sujeita. III ESPAÇOS TÉCNICOS Jarbas B. Karman 25 III.1.2 – Furos Estruturais A previsão e provisão de “furos estruturais” enseja flexi- bilidade à instalação de dutos, a remanejamentos, extensões e ampliações. Os furos estruturais devem ser previstos em “Projeto de Furos”, abrangendo tanto lajes como vigas e mais raramente pilares. Os furos, demarcados em projeto, recebem o complemen- to de reforços adequados, já durante a feitura das armaduras. A falta de provisão de passagens, devidamente dimen- sionadas, obriga a trabalhosas, demoradas, onerosas e ruídosas aberturas posteriores, nem sempre viáveis. Sem dúvida a omissão de “passagens” insere-se entre os “procedimentos ilógicos” e os “desperdícios preveníveis”. Arquitetura e Engenharia de Manutenção Preditiva po- dem propositadamente, deixar de executar antecipadamente determinados furos, por conveniência construtiva, como em lajes destinadas a receber aparelhos sanitários; firmas especializadas em abertura de furos, em estrutura de concreto armado, dispõem de equipamentos apropriados para esse fim; o que todavia não dispensa o planejamento da disposição da ferragem, na área programada, de forma a não obrigar ao seccionamento de barras de aço. Um dos benefícios adicionais da provisão de aberturas, em estruturas destinadas à passagem de instalações horizontais, é o aproveitamento dos “caixões”, entre vigas sob lajes, como “es- paços técnicos” para albergar luminárias, caixas de passagem, eletrodutos e canalizações, longitudinais e transversais. III.1.3 – Andar Técnico A destinação de áreas técnicas, por sobre determinados serviços e departamentos, não obstante representar apropria- 26 Manutenção Incorporada à Arquitetura Hospitalar ção de parte ou de totalidade de um pavimento, constitui-se em dispêndio necessário e altamente compensador. Certos setores do hospital, como de Cirurgia, demandam tal concentração de equipamentos e instalações complementa- res em seu Andar Técnico, que este acaba absorvendo área igual ou superior à que deve apoiar. Andar Técnico possibilita benefícios, como o posicionamento do sistema de ar condicio- nado, por sobre a mesa de cirurgia; é mais prático e mais eco- nômico, especialmente quando o sistema for individualizado (Fan-coil), que tem a vantagem de não permitir a passagem de odores, gases anestésicos e outros, de uma Sala de Operação para outra; além de regulagem de temperatura e umidade par- ticularizadas, e, ainda, de o desarranjo do equipamento de uma Sala não interferir com a normal utilização de outra. O piso do Andar Técnico, correspondente ao forro de Salas Assépticas e similares, deve ser de laje armada, (e não de laje mista) em face ao número de aberturas e passagens que exige (luminárias embutidas, anemostatos e outros), além do peso do equipamento a suportar (foco cirúrgico, condicionadores e outros). O andar técnico inter-piso acomoda, igualmente, grande concentração de eletrodutos e dutos de água fria, quente, gela- da, vapor e condensado, ar comprimido, oxigênio, vácuo, pro- tóxido de nitrogênio, dutos de ar condicionado e outros, desti- nados aos equipamentos das Salas; a Manutenção Operacional carece de amplos espaços e acessos a dutos e equipamentos, para poder dar a devida manutenção individualizada a cada peça ou componente e, também, para poder introduzir alterações, derivações, extensões, acréscimos e supressões. O piso do Andar Técnico deve ser impermeabilizado e drenado para o pronto escoamento das águas resultantes de vazamentos, consertos e outros, de forma a impossibilitar qual- quer percolação ou risco ao pavimento subjacente. Salas de Operação e outras devem ser protegidas contra Jarbas B. Karman 27 ruídos e vibrações, que possam provir do Andar Técnico, oriun- dos de equipamentos ali instalados. Há equipamentos que não prescindem de espaço técni- co por sob o pavimento em que são apoiados; já em casos, como os de instalação de equipamentos de Ressonância Magnética e outros de grande porte e peso, o projeto deve destinar, em seu Plano Diretor, áreas para apoio direto sobre o solo. III.1.4 – Espaços Técnicos Improvisados Não pode mais haver acolhida, em instituições comple- xas do porte de hospitais, de soluções adaptadas ou improvisa- das para abrigar suas instalações; as camadas superpostas e com- primidas, em espaços confinados e delimitados por tetos rebai- xados de corredores, além de inacessíveis não são planejadas para atender a reparos ou manutenção e muito menos para acrés- cimos, alterações ou extensões. Daí, a importância do conceito de “Arquitetura de Manutenção” e “Engenharia de Manutenção”. O Planejamento de Instalações e Equipamentos deve merecer o mesmo zelo, por parte da Arquitetura Hospitalar, que o dedicado a Projeto de Circulações ou ao Ordenamento de Territórios de Atividades Afins, por exemplo. É de fundamental importância selecionar, à luz da Ar- quitetura-Manutenção-Preditiva, quais as instalações que de- vem ser embutidas em paredes, lajes e pisos, e quais, onde e quando devem correr à vista, expostas e acessíveis. Inegavelmente, sob o aspecto de Arquitetura-Manuten- ção Preditiva, quanto mais instalações à vista e à mão, melhor; todavia, sob o prisma estético e da Arquitetura-Infecto- Preditiva, certos ambientes carecem de recursos arquitetônicos específicos e de superfícies lisas e laváveis para a prevenção, redução ou eliminação de riscos de contaminação. 30 Manutenção Incorporada à Arquitetura Hospitalar III.1.8 – Galeria Subterrânea É outro recurso à semelhança da Galeria Elevada, à dis- posição da Arquitetura de Manutenção; por ser galeria subter- rânea, apresenta certos percalços como: umidade, condensação, escuridão, dificuldade de ventilação e impermeabilização, cus- tos e outros; todavia, sempre é um espaço especialmente pro- jetado e dimensionado pela Manutenção Orgânica para conter as instalações de distribuição e apoio do hospital, visíveis e aces- síveis à Manutenção Operacional, fugindo às improvisações e falta de planejamento específico. Galerias são práticas, geral- mente em linha reta e localizadas próximas aos pontos de pro- dução, consumo, transformação e utilização. III.1.9 – Espaços Externos As empenas, platibandas e elevações, por vezes, prestam- se convenientemente a receber e conduzir dutos aparentes, dispostos tanto horizontal, como verticalmente. Quando pré-planejados e adequadamente arranjados e executados podem, inclusive, constituir-se em recurso estéti- co e de composição de fachada. Os inconvenientes a serem superados são: a ação do sol, principalmente sobre dutos termo-lábeis, a dilatação e a corro- são, obrigando à seleção dos materiais e à provisão de proteção. Jarbas B. Karman 31 III.2 – Espaços Técnicos Verticais III.2.1 – Poço Técnico, Poço de Prumadas, “Curete” ou “Shaft” Identicamente à necessidade de espaços técnicos hori- zontais, os hospitais carecem de espaços técnicos verticais, para também, abrigar de forma ordenada e segundo disposição prioritária: dutos de ar condicionado, de exaustão, água fria, água quente e água gelada; vapor e condensado; oxigênio, vá- cuo, ar comprimido, protóxido de nitrogênio, gás carbônico, halon, hélio, gás combustível, óleo combustível, fibra ótica e condutores elétricos; eletrodutos para sinalização, telefonia, relógio elétrico, sistema de emergência, sistema de transporte pneumático e outros. Os poços técnicos verticais, também, são de várias dimen- sões e naturezas: há os gerais, amplos e visitáveis, que concen- tram prumadas de diferentes naturezas, principalmente as pro- vindas de espaços técnicos gerais, como de galerias técnicas interligadas a Central Energética (Casa de Força, Central Tér- mica, Central de Frio e outros) e há os poços técnicos localiza- dos, menores, não visitáveis, mas alcançáveis através de aber- tura, por pavimento, e destinados à distribuição de dutos espe- cíficos (telefonia, gases, dutos pneumáticos e outros). Entre as prumadas verticais, necessariamente abertas à Manutenção Operacional, citam-se, também, os poços de ele- vadores e monta carga; os quais, por norma, estão impedidos de acolher qualquer duto estranho. Os hospitais contam ainda com Prumadas acessíveis pe- las suas aberturas, uma por pavimento, como Tubulão de rou- pa suja e Tubulão de resíduos sólidos; Prumadas enclausuradas, de manutenção eventual e Prumadas embutidas, de manuten- ção indireta, como de dutos de exaustão, dutos de ar condici- onado, eletrodutos, descidas de esgoto, duto de hidrantes e outros. 32 Manutenção Incorporada à Arquitetura Hospitalar III.2.2 – Tubulão de Roupa Suja e Tubulão de Resíduos Sólidos O tubulão deve ser construído com material não oxidante, com superfícies internas lisas, sem saliências, ressaltos capazes de causar rasgos, furos ou esgarçamento nos envoltórios; seu diâmetro deve ser uniforme; quando inferior a 60 cm, leva os sacos a atritar as paredes, ou mesmo a entalar. O impacto com o fundo do duto, quando a altura for acen- tuada, é suavizado por meio de rampa de chegada, que obrigue o saco a deslizar e a perder velocidade antes de atingir o solo, ou através de balancim, com contra-peso, que amortize o cho- que ou outros meios. III.2.3 – Paredes - Prumadas São paredes contínuas, geralmente de alvenaria, que com- portam instalação de dutos embutidos em toda a altura do pré- dio, servindo a todos os pavimentos; exemplo de Parede-Pruma- da Contínua é a parede justaposta à face externa de cortina de concreto de caixa de escada e de elevador. Variante de Paredes-Prumadas, são os Armários-Prumada e os Painéis-Prumada, que são geralmente estreitos, do tipo “armário”, especialmente projetados para conter e conduzir dutos, alcançáveis através de portas, disponíveis em cada pavi- mento. III.2.4 – Prumada Entre - Pilares Muitas estruturas bi-partem os pilares de modo a com- portar, no espaço criado entre um pilar e o seu simétrico, pru- madas de dutos. O afastamento, onde requerido, já faz de jun- Jarbas B. Karman 35 Cabe à Arquitetura-Manutenção-Preditiva prover as ins- talações físicas e os dispositivos de segurança necessários à operacionalização do equipamento e o processamento da ma- nutenção com segurança. Um Serviço de Esterilização por óxido de etileno deve comportar, entre outros: ante-câmara, área de esterilização, área de aeração e áreas confinadas para conter e manter equipa- mentos, dutos e acessórios, além de depósito de cilindros. Os recintos sujeitos à explosão devem ter paredes e tetos de con- creto armado ou equivalente. A área de esterilização deve contar com porta de emer- gência e com sistema de ventilação independente, além de exaustão individual junto a válvulas e pontos de possível esca- pe de gás ETO (C2H40). Entre os muitos outros requisitos, a atender, estão: rede independente de água, “scruber” para re- colher o gás já utilizado; extintores de dióxido de carbono (CO2); sistema de alarme; dispositivo automático de proteção de sobrecorrente e sobrepressão; controle monitorizado do ar (aná- lise cromatográfica); instalação de lava-olho, chuveiro e outros. III.3.3 – Câmara Frigorífica Como preceito genérico, toda fonte geradora de ruído deve ser confinada em recinto acusticamente protegido e desvinculada da estrutura (base antivibratória e outros); é uma das razões da instalação dos compressores de câmaras frigoríficas em espaços técnicos apropriados; a habitual localização de com- pressores por sobre câmaras frigoríficas, principalmente em recintos de cozinhas hospitalares, torna, além de outros percal- ços, sua manutenção difícil e incomoda, especialmente quan- do da sua remoção para reparos; também, aqui, o acesso ao es- paço técnico deve ser feito preferentemente sem a invasão do âmbito da cozinha. 36 Manutenção Incorporada à Arquitetura Hospitalar A câmara frigorífica requer, da Arquitetura Hospitalar, várias medidas preditivas: inclinação do teto para redução do volume a refrigerar e prevenir queda de indesejáveis gotas de água gelada; posicionamento do evaporador sobre a porta para não direcionar o ar frio sobre quem entra; porta transparente para aliviar a sensação da claustrofobia e não deixar escapar ar refrigerado enquanto a porta frigorífica for mantida aberta; dre- no externo para prevenir congelamento do selo de água e even- tual refluxo de esgoto dentro da câmara; ralo de segurança para garantia contra contaminação de gêneros estocados no piso; piso inclinado para o natural escoamento da água condensada; in- terruptor de batente para apagar a luz e ligar o ventilador do evaporador ao ser fechada a porta frigorífica. A Figura nº 4 fornece outros detalhes. III.4 – Espaços Técnicos Integrados III.4.1 – Os Espaços Técnicos normalmente encerram a idéia de espaço de apoio, espaço segregado, de espaço à parte, mas há, também, os Espaços Técnicos Compartilhados, que, ao mesmo tempo que acolhem o equipamento e as suas Insta- lações, destinam espaços físicos para atender à Manutenção Operacional; são espaços sem comprometimento com assepsia e ruídos incômodos, ou sujeitos a horários, ou passíveis de afetar atividades, ou “privacidade” ou causar estorvos e constrangimento. São exemplos de Espaços Integrados ou Conjugados, de livre e desimpedida atuação da Manutenção Operacional: Casa de Máquinas de Elevadores, Casa de Força, Central de Ener- gia, Central Térmica, Barrilete, Central de Ar Condicionado, Grupo Elevatório de Água; Grupo Eletrógeno; Central de Ga- ses; Central de Telefonia (exceptuado a mesa do operador), de Central de Música, de Relógio Central, de Interfonia, Sistema de Transporte Pneumático, outros. Jarbas B. Karman 37 III.4.2 – Outra modalidade de espaços integrados é a livre exposição de dutos; isto é, a sua instalação aparente, correndo, à vista, sob lajes e justaposta a paredes, quer em ambientes internos, quer em ambientes externos; cabe à Manutenção Preditiva determinar os locais passíveis de comportar dutos aparentes; sem dúvida são de mais fácil acesso e de mais eco- nômica manutenção, no entanto, não se coadunam com certas situações, como áreas assépticas e similares, ou, ainda, que de- vam atender a específicos esquemas plásticos ou de acabamen- to. III.5 – Espaços Reservados e Espaços Destinados A Arquitetura-Manutenção-Preditiva arca com duas res- ponsabilidades fundamentais: III.5.1 – Capacitar o futuro hospital, após construído e implantado, a bem desempenhar suas múltiplas e complexas funções e, para tanto, deve deixá-lo plenamente estruturado e em condições de viabilizar sua Manutenção Operacional, a pleno contento. III.5.2 – Ainda, na fase de concepção e prancheta, a Ar- quitetura de Manutenção deve equacionar e ir ao encontro das demandas futuras da Manutenção Operacional, sabido que o hospital é uma “Instituição Inconclusa, Sempre por Comple- tar”; para tanto, a Arquitetura-Manutenção-Preditiva deve re- correr e valer-se de “Espaços Reservados e de Espaços Desti- nados”; espaços esses que vão ensejar à Manutenção Opera- cional atender às expansões de que vai carecer e, para tanto, o “Plano Diretor” deve deixar claramente consignado tais espa- ços. IV.1 – Paredes e Divisórias A modulação arquitetônica desempenha importante fun- ção na distribuição e na redistribuição de espaços internos; enseja que a transferência ou a remoção de paredes ou divisó- rias ou a construção e aposição de novas, ocorram sem maiores percalços; a viabilização de tal flexibilidade, no entanto, re- quer a provisão de vãos, de janelas e portas modulados e de montantes e batentes em condições de receber e comportar o apoio de paredes ou divisórias; do contrário, as novas partições se defrontariam aleatoriamente com paredes e caixilhos e per- mitiriam a passagem de som entre ambientes, pelos afastamen- tos e aberturas que resultassem, entre divisórias e vidraças. Em face às mutações — a que ambientes hospitalares estão sujeitos a sofrer através dos tempos e visando atenuar o efeito da obsolescência física e funcional, que assedia as insti- tuições de saúde — a Flexibilidade e a Expansibilidade cons- tituem os remédios mais eficazes, à disposição da Arquitetura de Manutenção; flexibilidade essa, quando secundada por for- ros falsos e por vigas e pilares defasados, se estende às instala- ções. IV.2 – Esquadria Recuada O posicionamento de caixilhos e janelas, faceando para- mento interno de parede, redunda em vários benefícios: elimi- na o peitoril e, consequentemente, a necessidade do acaba- mento interno, oferece maior proteção às esquadrias contra in- tempéries e minimiza o trabalho de limpeza e manutenção; cinge a necessidade de revestimento a apenas ao peitoril ex- terno, assim alargado; infiltração de água é prevenida, situando o peitoril externo abaixo da parte inferior do caixilho ou baten- te. 42 Manutenção Incorporada à Arquitetura Hospitalar IV.3 – Persiana Tele-Comandada As persianas externas ao vidro, de ambientes assépticos, que careçam de escurecimento, podem ter o seu movimento de enrolar e desenrolar controlado eletricamente, através de pequenos e compactos motores cilíndricos; pacientes acamados podem acionar o comando a partir do leito, e enfermeiras circulantes, em ambientes assépticos, como de Sala de Cirur- gia, pelo lado interno, dispensando os complexos sistemas de manivela. Persianas motorizadas requerem planejamento e previsão de instalação elétrica. Os autores complementaram este sistema de persianas, motorizadas ou não, dotando a sua caixa de recolher de acesso, com tampa de levantar, de forma a permitir que a face exterior da persiana possa ser limpa, pelo lado interno, à medida que a persiana for sendo enrolada. A manutenção do eixo-motor é feita pelo mesmo acesso, por subs- tituição do eixo, por outro sobressalente. Persianas devem ser instaladas do lado externo e não in- terno; sombreando a vidraça, impedem que raios solares se con- vertam em calor. IV.4 – Porta Escamoteável As portas destinadas a dar passagem a veículos como cama, maca e carros, quando providas de “dobradiças em L”, possibi- litam recolher a espessura da folha, de forma a não deixá-la exposta a batidas, e, consequentemente, alargar a luz entre batentes. Jarbas B. Karman 43 IV.5 – Porta de Sanitários Folha de porta, de acesso a sanitário de quarto de pacien- te, quando abrindo para dentro, deve, em caso de emergência (desfalecimento de paciente dentro do banheiro, criança auto- trancada e outros), ser passível de remoção pelo lado externo; para tanto, a dobradiça deve ser do tipo “pino”, desencaixável por elevação da folha ou outro sistema. IV.6 – Protetor de Parede As paredes, sujeitas a batidas de carros, camas, macas e cadeiras de roda, devem ser protegidas por “bate-maca”, de preferência de madeira macia, tiras de neoprene sobrelevadas ao suporte ou outros, facilmente removíveis e substituíveis; o bate-maca deve proteger não só a parede, como ainda não da- nificar o veículo causador da batida. Em corredores, os prote- tores podem ser projetados, destacados das paredes, para ser- vir, também, de corrimão e apoio a pacientes. A proteção deve ser estendida a portas. A padronização das alturas dos “para- choques” dos veículos do hospital simplifica o planejamento dos protetores de parede. As quinas, quando protegidas por cano galvanizado em- butido, conferem acabamento arredondado estético; outros fri- sos e protetores metálicos e de alumínio existem no mercado, especialmente voltados à proteção de cantos de paredes; toda- via, quanto mais sólidos e robustos, mais expõem a danos os veículos que os contundem, quando desprovidos de “para-choque”. Protetores elásticos, resilientes, de plástico ou material equivalente, são menos agressivos; os autores conceberam um protetor de rolete de borracha, montado sobre base de molas, destinados a absorver batidas, sem causar danos. 46 Manutenção Incorporada à Arquitetura Hospitalar Outro fator a facilitar a escolha de acabamentos é a desnecessidade de cantos curvos, tanto em piso como em pa- rede, ensejando maior liberdade na composição de esquemas de cores e seleção de sobrerevestimentos. Acabamentos de piso devem ser selecionados pela Ar- quitetura-Manutenção-Preditiva com critério técnico, dada a sua maior dificuldade em reparos e substituições futuras; o re- quisito de higienização é comum a quase todos os ambientes; características de resiliência, cor, textura, resistência, condu- tibilidade elétrica, isolamento, durabilidade, absorção acústi- ca, não absorção de água e de gordura e outros variam de acor- do com os requisitos específicos dos respectivos ambientes. Áreas administrativas e mesmo certas áreas de espera po- dem fugir aos padrões hospitalares e utilizar acabamentos usu- ais, como carpetes e outros. Móveis, balcões, pias, carros e outros devem ser de mate- rial testado à finalidade a que se destinam; nesse particular a Arquitetura-Manutenção-Preditiva acena no sentido de as Ins- tituições de Saúde libertarem-se do convencional, do adapta- do e improvisado, passando a criações próprias, mais condizen- tes com suas necessidades específicas. IV.9.2 – A Manutenção Preditiva, ao fazer seleção criteriosa e escolha apropriada de acabamentos, instalações e equipamentos pode poupar, à Manutenção Operacional, dissabores futuros; sirva de exemplo o revestimento vinílico. Os pisos vinílicos são “quentes”, resiliêntes, laváveis, estéticos e absorventes acústicos, por isso adequam-se ao revestimento de pisos de enfermarias, quartos de pacientes, consultórios, corredores, escadas, escritórios e outros; sua variedade de cores facilita composições e esquemas aproriados à função de cada ambiente; quando corretamente aplicados, usados e conservados são duráveis e apresentam bom desempenho. Seus produtos de limpeza e de desinfecção devem aten- Jarbas B. Karman 47 der à natureza, composição, concentração, pH e outros reco- mendados pelo fabricante; fato que, todavia, não exclue a salu- tar realização de pesquisas próprias quanto a outros produtos, técnicas, usos e proteções; exemplo: para prevenir os habituais danos, mossas e depressões permanentes provocados por rodí- zios de camas e carros em pisos vinílicos, torna-se necessário compatibilizar o peso dos mesmos com a resistência à defor- mação e ao cizalhamento do revestimento; passando a ser atri- buição do Planejamento Preditivo a especificação do raio, da largura e do material dos rodízios, visando à apropriada distri- buição de cargas. Cadeiras, de pernas tubulares, recortam o piso vinílico, quando desprovidas de proteção. Cigarro aceso danifica o revestimento vinílico, todavia, a generalizada proibição de fumar em instituições de saúde con- torna este inconveniente. Estocagem de 5% de placas de piso é essencial a substituições futuras. Adequada base, correto ade- sivo e boa técnica de aplicação previnem descolamentos, prin- cipalmente em climas quentes e áreas sujeitas à percolação, como de chuveiros. Rodapés curvos são desnecessários, além de difícil execução, trincam com facilidade. Ambientes confi- nados e precariamente ventilados, durante a colagem, correm risco de incêndio, provocado por vapor de adesivo inflamável. Cabe ao Planejamento Preditivo avaliar situações, riscos, cus- tos, vantagens, desvantagens, desperdícios e consequências futuras, decorrentes de especificações, opções e tomadas de decisões relativas a acabamentos e revestimentos. IV.9.3 – Dentre os setores do hospital, que não prescindem de planejamento preditivo, técnicamente embasado, destacam- se os relacionados à blindagem; as proteções requeridas são de diferentes naturezas, conforme se trate de: campo magnético, tipo e potência de radiação, ou emissão, localização, dimensões do recinto e outros. Estão sujeitos a um ou outro tipo de blin- dagem, proteção ou revestimento os seguintes equipamentos e ambientes: salas de exames radiológicos com emissão de rai- os X, salas de endoscopia para procedimentos endo-urológicos e de litotricia extracorpórea (em casos de localização por TV - radioscopia), salas de ressonância magnética (MR) e radiofrequência (RF), sala de registros gráficos de funções fi- siológicas, (EEG) eletroencefalografia, (EM) eletromiografia, sala de medicina nuclear (gammagrafia, spect), salas de manu- seio de material radioativo (Tc 99m, Gálio, Tálio); terapia com Iodo-radioativo (I 131), para disfunções da tireóide, salas desti- nadas à tomografia por emissão de pósitrons (PET), salas cirúr- gicas para procedimentos especializados, como stereotaxia, conjugada a exames radiológicos, salas para radioterapia, braqui- terapia, “afterloading”, simuladores, cobalto terapia e terapia por fótons e elétrons (acelerador linear), sala de cirurgia para braquiterapia, radioterapia intraoperatória de “alta dose” (HDR), salas para hemodinâmica e exames angiográficos. As blindagens e proteções são as mais variadas e específi- cas: vidro plumbífero, blocos de ferro doce, chumbo, barita, gaiola de Faraday, concreto e muitos outros, inclusive “casamatas” de concreto de alta densidade (5,5g/cm3) e gran- de espessura (dois metros e mais). 52 Manutenção Incorporada à Arquitetura Hospitalar V.3 – Ralos Impermeabilizados Considerável mão de obra de manutenção é poupada com a correta impermeabilização de pisos de banheiros e outros e particularmente de ralos. As queixas mais freqüentes de per- colação decorrem do desgaste do rejuntamento de revestimen- tos e de ralos; com impermeabilização, executada com técnica, infiltrações de água deixarão de existir e de ficar na dependên- cia de juntas de azulejos, de ladrilhos ou de ralos. V.4 – Ralos de Segurança Extravasamento de ralos devem ser prevenidos a todo custo, especialmente em áreas assépticas e críticas; o sistema, com que normalmente os hospitais são providos, não oferece a segurança desejada, pois o transbordamento de ralos ou drenos traz ao piso, em que o ralo estiver instalado, afloramento de agentes potencialmente contaminantes, provindos da rede de esgotos, ao qual o ralo se encontrar interligado. Os autores pre- conizam, para ralos de áreas críticas e semi-críticas, a instalação de dutos privativos, desprovidos de ramais, ligados, sempre que possível, diretamente à rede geral, à qual se conectam, apenas indiretamente, através de “hiato de ar”; a extremidade de cada “duto de segurança” termina em sifão, que deságua o efluente em outro sifão, pertencente à rede de esgotos ou em caixa coletora; em caso de obstrução da rede geral, o efluente extra- vasado é recolhido em fossa séptica, especialmente prevista para tal emergência, na falta de rede suplementar, tornando assim impossível o regurgitamento de esgoto em ralos de segurança. Figura nº 5. Jarbas B. Karman 53 V.5 – Rede de Esgotos - “Coluna Ladrão” A prática tem revelado freqüente ocorrência de obstru- ção de rede de esgotos e de bacias sanitárias, decorrente de acúmulo de papel higiênico, retenção de frascos, sacos plásti- cos e outros objetos, indevidamente lançados na bacia; afora a causa cultural, há a técnica, a exigir replanejamento e medidas no sentido de prevenção de obstrução; o diâmetro dos dutos teria que ser reequacionado, já que os habituais 10cm de diâ- metro têm-se mostrado inadequados a certas áreas do hospital; curvas teriam que ser ampliadas e os “desvios de prumada” eliminados ou atenuados, os acessos à rede e os recursos de desentupimento aperfeiçoados. As Normas desaconselham instalação de rede de esgoto passando por sobre ambientes assépticos e críticos, precisamen- te pela pouca confiabilidade no sistema, constituindo ralos, juntas, conexões e curvas os mais preocupantes; entre os maio- res cuidados, para a prevenção de risco de “gotejamento” de água poluída, relacionam-se: o dimensionamento, o caimento e as suspensões; maior número de prumadas reduz a necessi- dade de redes horizontais extensas, mais sujeitas a movimen- tação e vazamento. A provisão de “Espaços Técnicos”, de “Fu- ros Estruturais” e de “Estrutura Defasada” de muito amplia a liberdade de instalação de prumadas múltiplas. O sistema de “Rede de Segurança”, proposto pelos auto- res, recorre a uma “Rede Paralela”, que atua como “Esgoto- Ladrão” (tanto horizontal como verticalmente), coibindo o re- fluxo por ralo; o esquema, representado na Figura nº 6, ilustra melhor a proposta de “Coluna-Ladrão”. 54 Manutenção Incorporada à Arquitetura Hospitalar V.6 – Reservatórios de Água Devem ser sempre duplos, para facilidade de limpeza e mesmo quádruplos, quando o hospital dispuzer de sistema de válvula fluxível, para a descarga de bacias sanitárias; nesse sis- tema, quando a bacia sanitária estiver cheia (por obstrução) pode ocorrer a formação de vácuo no duto de alimentação da bacia sanitária, em decorrência de repetidas descargas e consequente aspiração da água poluída da bacia, com risco de contaminação da rede de água potável; daí a destinação de dois reservatórios, exclusivos e independentes, para o abastecimento de válvulas fluxíveis, de esguichos de mesa de necrópsia e similares; a pro- visão de válvula “quebra-vácuo” ou “respiro-quebra-vácuo” coibe a ocorrência de pressão negativa no duto. Os reservatórios enterrados requerem proteção especial contra infiltração, controle de vazamento e percolação; por isso, são isolados da terra por uma vala, em seu derredor e por um espaço livre, drenado, sob a sua laje inferior; espaços estes aces- síveis à manutenção para inspeção. Depósitos de óleo combustível, tanques de álcool, gaso- lina e outros, também carecem de afastamento e proteção se- melhante, inclusive no tocante à manutenção e à prevenção de corrosão. Particular preocupação advém da possibilidade de vaza- mento de produtos combustíveis e sua infiltração no solo, em galerias e redes de drenagem e esgotos, com subseqüente risco de incêndio e explosão. V.7 – “Respiro - Quebra - Vácuo” A possível ocorrência de pressão negativa, em instalações de água, requer, da Arquitetura e da Engenharia Preditivas, a prevenção de suas causas (trompa de Venturi e outras); no caso É licito falar-se em “Nova Dimensão” ou “DimensãoPreditiva” a cargo da Arquitetura de Manutenção; sua importância assume gradativo significado à medida que as Instituições se tornam mais complexas e suas instalações, equi- pamentos, profissionais e pacientes mais dependentes. Implica, em outras palavras, na busca de eficiência, eco- nomia, racionalização, segurança e continuidade. A “nova dimensão” requer reconhecimento, aceitação, acolhimento e conscientização por parte de planejadores, cons- trutores, instaladores, administradores, profissionais e usuários. A Manutenção-Operacional, preventiva e corretiva, está estreitamente correlacionada à Manutenção Orgânica, conce- bida e planejada antes da execução da instituição. O já complexo planejamento de hospitais passa agora a ter que incorporar planejamentos outros, específicos, detalha- dos, consciente e técnicamente elaborados, com conhecimen- to de causa, capazes de prever e de ir ao encontro de necessi- dades, de operacionalização e de manutenção futura. Esse “Ir ao Encontro Futuro” — ainda na fase de con- cepção, de prancheta, atendendo a requisitos e necessidades “por vir” de cada ambiente, de cada equipamento e de cada instalação, com acerto e precisão — é que possibilita a otimiza- ção e o funcionamento harmonioso de cada componente da Instituição, e torna viável o desempenho eficaz da Manutenção. Dentre as atribuições, a cargo da Manutenção, talvez, a que mais empenho requeira, seja a de assegurar ao hospital Continuidade Operacional, isto é, equipamentos, instalações, suprimentos e pessoal a postos e à mão a todo o tempo. A “Nova Dimensão” não diz respeito, apenas, a Arquite- tura-Manutenção-Preditiva, mas também, a outros Pré e Inter Planejamentos, igualmente importantes, como a Arquitetura- Infecto-Preditiva, a Arquitetura-Humanização-Preditiva, a Ar- quitetura-Segurança-Preditiva, a Arquitetura-Informática- Preditiva, a Arquitetura-Administração-Preditiva e outras mais. A “nova dimensão” abriga, ainda, o Conceito de Concomitância”, isto é, o concurso simultâneo obrigatório de todas estas “arquiteturas”, já nos primórdios do planejamento do hospital”. Quanto mais Preditivo for o Planejamento, mais restrito o âmbito de atuação da APO (Avaliação Pós-Ocupação) e me- lhores os Índices de CQH - Controle de Qualidade do Hospi- tal. VII BIBLIOGRAFIA MANUTENÇÃO HOSPITALAR MANUTENÇÃO ORGÂNICA: MANUTENÇÃO PREDITIVA CONTINUIDADE OPERACIONAL MANUTENÇÃO OPERACIONAL: MANUTENÇÃO ADMINISTRATIVA MANUTENÇÃO PREVENTIVA • MANUTENÇÃO REGULAR OU DE ROTINA • MANUTENÇÃO CONDICIONADA MANUTENÇÃO CORRETIVA • MANUTENÇÃO VIGILANTE • MANUTENÇÃO DE EMERGÊNCIA • MANUTENÇÃO DE REPAROS 68 Manutenção Incorporada à Arquitetura Hospitalar forro falso p a r e d e forro falso parede de dutos sob viga forro falso assegurando espaço sob viga e s p a ç o t é c n i c o e s g ô t o b a c i a furo p/ passagem de dutos através de viga parede desencontrada da viga venti lador embutido em parede forro falso afastado da viga e s p a ç o t é c n i c o modulação arquitetônica altura de viga limitada pela manutenção preditiva furo em viga dutos no espaço t é c n i c o SISTEMA CONVENCIONAL: Parede sobre viga SISTEMA DEFASADO: Parede desencontrada da estrutura FLEXIBILIDADE PARA INSTALAÇÃO DE DUTOS FIGURA Nº 2 (representação esquemática, sem escala) ARQUITETURA MANUTENÇÃO PREDITIVA: Modulação arquitetônica defasada da modulação estrutural assegurando flexibilidade às instalações. Altura de viga estabelecida pela manutenção preditiva, em função do espaço técnico requerido, acima do forro falso, possibilitando instalação de aparelhos futuros. Jarbas B. Karman 69 AUTOCLAVE VERTICAL COM CÂMARA ADICIONAL serpentina de vapor ou resistência elétrica v a p o r s a t u r a d o ar e condensado saída de ar frasco a ser esterel izado e n t r a d a d e v a p o r água em ebulição prateleira perfurada câmara interna adicional removível ingresso de vapor vávula de segurança automática borboleta de fixação da tampa m a n ô m e t r o registro de descompressão borboleta de fixação da tampa apoio da câmara interna apoio da câmara interna r ô s c a termômetro de mercúrio purgador de ar e c o n d e n s a d o funil coletor de c o n d e n s a d o instalação adicional FIGURA Nº 3 (representação esquemática, sem escala) AUTOCLAVE VERTICAL SEGURA - Concepção dos autores para assegurar saída contínua de ar e condensado, câmara interna atarrachável, passível de complementar autoclaves existentes. 72 Manutenção Incorporada à Arquitetura Hospitalar ESGÔTO DE SEGURANÇA COM "COLUNA-LADRÃO" tubo ventilador primáriocoluna de ventilação chuveiro ramal de ventilação ralo lavatório b a c i ab i d ê chuveiro d e s c o n e c t o r ralo lavatório b i d ê b a c i a chuveiro d e s c o n e c t o r ralo lavatório b i d ê b a c i a chuveiro d e s c o n e c t o r coluna de queda lavatório b i d ê b a c i a c a i x a c o l e t o r a subcole tor sifão contra insetos caixa de i n s p e ç ã o caixa coletora dispositivo de alarme hiato de segurança nível do aparelho mais baixo registro localizador de obstrução duto de drenagem hiato de segurança nível do aparelho mais baixo nível do aparelho mais baixo hiato de segurança coluna de queda de segurança ou "coluna-ladrão" coluna de ventilação cole tor públ ico FIGURA Nº 6 (representação esquemática, sem escala) ESGÔTO DE SEGURANÇA: Interconexão I, entre tubo de queda e "coluna-ladrão". I localizada em nível abaixo do ralo ou desconector. Registro localizador de obstrução e respectivo dreno; sifão contra acesso de insetos. Jarbas B. Karman 73 INVERSÃO DE FLUXO (A) - ASPIRAÇÃO POR FALTA DE RESPIRO- QUEBRA-VÁCUO FIGURA Nº 7 (representação esquemática, sem escala) PRESSÃO NEGATIVA EM REDE DE ALIMENTAÇÃO DE ÁGUA DESCENDENTE: Exemplo de suprimento de bebedouro com água poluída, procedente de bidê e de lavadora de utensílios por formação de pressão negativa na coluna de abastecimento de água, decorrente do fechamento do registro da caixa de água. Para superação da pressão negativa os autores recorrem ao "respiro-quebra- vácuo" . hidroterapia bebedouro com registro aberto lavadora de utensílios (inversão de fluxo) chuveirinho de bidê (inversão de fluxo) barrilete registro fechado (para limpeza, reparos) reservatório de água superior filtro de proteção contra poeira e insetos "respiro-quebra-vácuo" formação de pressão negativa na ausência de respiro-quebra-vácuo 74 Manutenção Incorporada à Arquitetura Hospitalar INVERSÃO DE FLUXO (B) - ASPIRAÇÃO POR FALTA DE RESPIRO- QUEBRA-VÁCUO FIGURA Nº 8 (representação esquemática, sem escala) PRESSÃO NEGATIVA EM REDE DE ALIMENTAÇÃO ASCENDENTE: Exemplo de formação de pressão negativa em rede de suprimento de água, alimentação de bebedouro com água poluída, provinda de bacia sanitária, por inversão de fluxo. Para superação da pressão negativa os autores recorrem ao "respiro-quebra-vácuo". filtro de proteção contra poeira e insetos c o b e r t u r a bacia sanitária cheia, por obstrução válvula de descarga a c i o n a d a (inversão de fluxo) bebedouro com registro aberto pia com torneira registro geral de suprimento de água aspiração de água por trompa de vácuo inversão do fluxo ascendente formação de pressão negativa acima de aproximadamente 10m (função de pressão atmosférica local - princípio de Torricelli) válvula de retenção "respiro-quebra-vácuo" máquinas de lavar roupa, de elevado consumo de água, com registros abertos
Docsity logo



Copyright © 2024 Ladybird Srl - Via Leonardo da Vinci 16, 10126, Torino, Italy - VAT 10816460017 - All rights reserved