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Apostila Desenho - Arquitetura FAG, Notas de estudo de Engenharia Civil

Apostila Desenho - Arquitetura FAG

Tipologia: Notas de estudo

Antes de 2010
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Baixe Apostila Desenho - Arquitetura FAG e outras Notas de estudo em PDF para Engenharia Civil, somente na Docsity! PARTE 1 – NOÇÕES GERAIS DO DESENHO TÉCNICO 1 O DESENHO COMO FORMA DE EXPRESSÃO Desde suas origens o homem comunica-se através de grafismos e desenhos. As primeiras representações que conhecemos são as pinturas rupestres, em que o homem representava não apenas o mundo que o cercava, mas também as suas sensações: alegrias, medos, danças... Ao longo da história, a comunicação através do desenho, foi evoluindo, dando origem a duas formas de desenho: um é o desenho artístico, que pretende comunicar idéias e sensações, estimulando a imaginação do espectador; e o outro é o desenho técnico, que tem por finalidade a representação dos objetos o mais próximo do possível, em formas e dimensões. Em arquitetura, o desenho é a principal forma de expressão. É através dele que o arquiteto exterioriza as suas criações e soluções, representando o seu projeto, seja ele de um móvel, uma casas ou uma cidade. 1.1.O DESENHO TÉCNICO O desenho começou a ser usado como meio preferencial de representação do projeto arquitetônico a partir do Renascimento, quando as representações técnicas foram iniciadas nos trabalhos de Brunelleschi e Leonardo da Vinci. Apesar disso, ainda não havia conhecimentos sistematizados de geometria descritiva, o que tornava o desenho mais livre e sem nenhuma normatização. Um dos grandes avanços em desenho técnico se deu com a geometria descritiva de Gaspar Monge (1746-1818), que pesquisou e apresentou um método de representação das superfícies tridimensionais dos objetos sobre a superfície bidimensional. A geometria mongeana, como também é conhecida, embasa a técnica do desenho até os dias atuais. FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 Com a Revolução Industrial, os projetos das máquinas passaram a necessitar de maior rigor e os diversos projetistas necessitaram de um meio comum para se comunicar. Desta forma, instituíram-se a partir do século XIX as primeiras normas técnicas de representação gráfica de projetos. A normatização hoje está mais avançada e amadurecida. O Desenho Arquitetônico é uma especialização do desenho técnico normatizado voltada para a execução e representação de projetos de arquitetura. O desenho de arquitetura, portanto, manifesta-se como um código para uma linguagem, estabelecida entre o emissor (o desenhista ou projetista) e o receptor (o leitor do projeto). Dessa forma, seu entendimento envolve um certo nível de treinamento. Por este motivo, este tipo de desenho costuma ser uma disciplina importante nos primeiros períodos das faculdades de arquiteturas. Assim, o Desenho Arquitetônico é a forma de comunicação do arquiteto. Quando o elaboramos estamos criando um documento. Este contém, na linguagem de desenho, informações técnicas relativas a uma obra arquitetônica. Esse desenho segue normas de linguagem que definem a representatividade das retas, curvas, círculos e retângulos, assim como dos diversos outros elementos que nele aparecem. Assim poderão ser perfeitamente lidos pelos outros profissionais envolvidos na construção. Esses desenhos podem ser realizados sobre uma superfície de papel, dentro de pranchas na maioria das vezes em papel sulfurizê (quando utiliza-se o grafite) ou vegetal (para o desenho a tinta, como o nanquim), ou na tela de um micro computador, para posterior reprodução. Do modo convencional, são executados sobre pranchetas, com uso de réguas, esquadros, lapiseira, compasso, caneta de nanquim, etc. Hoje podem ser também digitalizados através da computação gráfica, em programas de computador específicos, que quando reproduzidos devem ter as mesmas informações contidas nos convencionais. Ou seja, os traços e os demais elementos apresentados deverão transmitir todas as informações necessárias, para a construção do objeto, com a mesma representatividade, nos dois processos. 1.2. A IMPORTÂNCIA DAS NORMAS TÉCNICAS FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 materiais Embora a mão e a mente controlem o desenho acabado, materiais e equipamentos de qualidade tornam o ato de desenhar agradável, facilitando a longo prazo a obtenção de um trabalho de qualidade. CHING, Francis D. K. 2.1 LÁPIS OU LAPISEIRAS 2.1.1 Lapiseira Tradicional Devido ao seu grafite relativamente espesso, ela facilita o traçado de diversos pesos de linhas nítidos. O principiante deve manter a ponta bem afiada até desenvolver habilidade de girar a lapiseira enquanto desenha. 2.1.2 Lapiseira Mecânica Utiliza uma mina de grafite, que não necessita ser apontada. Ela é utilizada para o traçado de linha nítidas e finas se você girá-la suficientemente enquanto desenha. Para linhas relativamente espessas e fortes, você tem que usar uma série de linhas, ou uma lapiseira com minas de grafite mais espessas. Estão disponíveis lapiseiras que utilizam minas de 0,3 mm, 0,5mm, 0,7mm e 0,9mm, principalmente. O ideal é que a lapiseira tenha uma pontaleta de aço, com a função de proteger o grafite da quebra quando pressionado ao esquadro no momento da graficação. 2.1.3 Lápis O lápis comum de madeira e grafite também pode ser usado para desenho. O lápis dever ser apontado, afiado com uma lixa pequena e, em seguida, ser limpo FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 com algodão, pano ou papel. De maneira geral, costuma se classificar o lápis através de letras, números, ou ambos, de acordo com o grau de dureza do grafite (também chamado de “mina”). Classificação por números Nº 1 – macio, geralmente usado para esboçar e para destacar traços que devem sobressair; Nº 2 – médio, é o mais usado para qualquer traçado e para a escrita em geral; Nº 3 – duro, usado em desenho geométrico e técnico. Classificação por letras A classificação mais comum é H para o lápis duro e B para lápis macio. Esta classificação precedida de números dará a gradação que vai de 6B (muito macio) a 9H (muito duro), sendo HB a gradação intermediária. Outras classificações 4H duro e denso • Indicado para lay-outs precisos • Não indicado para desenhos finais • Não use com a mão pesada – produz sulcos no papel de desenho e fica difícil de apagar; • Não copia bem. 2H médio duro • Grau de dureza mais alto, utilizado para desenhos finais; • Não apaga facilmente se usado com muita pressão. FH médio • Excelente peso de mina para uso geral; • Para lay-outs, artes finais e letras. HB macio FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 • Para traçado de linhas densas, fortes e de letras; • Requer controle para um traçado de linhas finas; • Facilmente apagável; • Copia bem; • Tende a borrar com muito manuseio. A dureza de um grafite para desenho depende dos seguintes fatores: 1. O grau do grafite, que varia de 9H (extremamente duro) a 6B (extremamente macio); 2. Tipo e acabamento do papel (grau de aspereza): quanto mais áspero um papel, mais duro deve ser o grafite que você usar; 3. A superfície de desenho: quanto mais dura a superfície, mais macio parece o grafite; 4. Umidade: condições de alta umidade tendem a aumentar a dureza aparente do grafite. * Atualmente é mais prático o uso de lapiseira. Recomendamos a de 0,5mm e a de 0,9mm, com grafite HB. **Todos os três tipos de instrumentos são capazes de produzir desenhos de qualidade. Sua preferência pessoal é uma questão de OPÇÃO e de HABILIDADE PESSOAL. 2.2. BORRACHA Sempre use borracha macia, compatível com o trabalho para evitar danificar a superfície do desenho. Evite o uso de borrachas para tinta, que geralmente são mais abrasivas para a superfície de desenho. 2.3 ESQUADROS FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 São chapas em plástico ou acrílico, com elementos diversos vazados, que possibilitam a reprodução destes nos desenhos. O gabarito de círculos é útil para o traçado de pequenos círculos de raios pré- disponíveis. Outros gabaritos úteis: formas geométricas, equipamentos sanitários/ hidráulicos e mobiliário. Para curvas de raio variável usa-se a “curva francesa”. 2.7 RÉGUA PARALELA Destinada ao traçado de linhas horizontais paralelas entre si no sentido do comprimento da prancheta, e a servir de base para o apoio dos esquadros para traçar linhas verticais ou com determinadas inclinações. O comprimento da régua paralela deve ser um pouco menor do que o da prancheta. 2.8 PRANCHETA Geralmente de madeira, em formato retangular, onde se fixam os papéis para os desenhos. FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 Para cobrir pranchetas, pode-se usar o seguinte: 1. Coberturas de vinil, que fornecem uma superfície de desenho suave e uniforme. Furos de alinhamento e cortes ficam naturalmente encobertos. 2. Revestimento e fórmica ou material resistente similar, sem imperfeições de superfície. FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 3 GRAFICAÇÃO ARQUITETÔNICA Sempre que possível o desenho deve estar bem paginado, dentro de pranchas padronizadas com margens e carimbo com as informações necessárias. Deve estar limpo e sem rasuras. Conter traços homogêneos, com espessuras diferenciadas que identifiquem e facilitem a compreensão dos elementos desenhados. Textos com caracteres claros que não gerem dúvidas ou dupla interpretação. Dimensões e demais indicações que permitam a boa leitura e perfeita execução da obra. Sempre que possível seguir uma norma de desenho estabelecida (NBR 6492). Para quem está iniciando parece difícil mas com a prática se torna um prazer. A base para a maior parte do desenho arquitetônico é a linha, cuja essência é a continuidade. Em um desenho constituído somente de linhas, a informação arquitetônica transmitida (espaço volumétrico; definição dos elementos planos, sólidos e vazios; profundidade) depende primordialmente das diferenças discerníveis no peso visual dos tipos de linhas usados. 1. AS LINHAS As linhas são os principais elementos do desenho arquitetônico. Além de definirem o formato, dimensão e posicionamento das paredes, portas, janelas, pilares, vigas e etc, determinam as dimensões e informam as características de cada elemento projetado. Sendo assim, estas deverão estar perfeitamente representadas dentro do desenho. As linhas de um desenho normatizado devem ser regulares, legíveis (visíveis) e devem possuir contraste umas com as outras. Nas plantas, cortes e fachadas, para sugerir profundidade, as linhas sofrem uma gradação no traçado em função do plano onde se encontram. As em primeiro FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 As linhas a lápis ou lapiseira podem variar tanto em intensidade como em espessura, assim o peso dessa linha é dosada pela densidade do grafite usado – o qual é afetado pelo seu grau de dureza, pela superfície de desenho, pela umidade e também pela pressão exercida sobre o desenho. Ao realizar um desenho, é essencial que se saiba o que cada linha representa, quer seja uma aresta, uma intersecção de dois planos, uma linha em corte, ou simplesmente uma mudança de material ou de textura. Todas as linhas devem começar e terminar de forma definida, o encontro de duas linhas devem ser sempre tocando nos seus extremos, mantendo uma relação lógica do início ao fim. FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 3.1.3 Técnicas de Graficação FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 Não desenho apoiado nos cantos do instrumento – suja o esquadro ou régua e ocasiona borrão na folha de desenho. Desenhe sobre a borda reta, deixando um pequeno espaço entre a borda e a grafite. 3.1.4 Desenhando Elementos Circulares 5.. Sequência de Desenho A seqüência que deve-se adotar para se obter um bom resultado final: 1. Esboce levemente as principais linhas verticais e horizontais; 2. Preencha as linhas secundárias; 3. Reforce as linhas finais, tendo em mente a intensidade apropriada de cada uma delas. FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 O uso de linhas guia é obrigatório para que as letras sejam consistentes na altura. As letras devem comunicar e não distrair ou prejudicar o desenho em si. Desta forma, algumas dicas: 1. As letras devem ser sempre maiúsculas e não inclinadas – letras inclinadas geralmente são direcionais, distraindo a visão em um desenho retilíneo. 2. Para manter as letras verticais, um pequeno esquadro ajuda a manter os traços verticais das letras. 3. Mantenha a proporção de áreas iguais para cada letra, para que seu texto seja mais estável. 3.3 FORMATO E DIMENSÕES DO PAPEL As folhas em que desenha o projeto arquitetônico é denominada prancha. Os tamanhos do papel devem seguir os mesmos padrões do desenho técnico. No Brasil, a ABNT adota o padrão ISO: usa-se um módulo de 1 m², cujas dimensões seguem uma proporção equivalente raiz quadrada de 2 (841 x 1189 mm), que remete às proporções áureas do retângulo. Esta é a chamada folha A0 (a-zero). A partir desta, obtém-se múltiplos e submúltiplos (a folha A1 corresponde à metade da A0, assim como a 2A0 corresponde ao dobro daquela. FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 A maioria dos escritórios utiliza predominantemente os formatos A1 e A0, devido à escala dos desenhos e à quantidade de informação. Em nossas aulas utilizaremos geralmente os formatos A2 e A3, pela facilidade de manuseio e dimensões das pranchetas e réguas paralelas disponíveis. Apesar da normatização incentivar o uso das folhas padronizadas, é muito comum que os desenhistas considerem que o módulo básico seja a folha A4 ao invés da A0. Isto costuma se dever ao fato de que qualquer folha obtida a partir desde módulo pode ser dobrada e encaixada em uma pasta neste tamanho, normalmente exigida pelos órgãos públicos de aprovação de projetos. Este formato pode ser conseguido também pelas folhas padronizadas, desde que se utilize as recomendações para dobramento das folhas, conforme a norma referida. Do formato A0 resultará os demais formatos de papéis: Referência X (mm) Y (mm) a (mm) 2 A0 1189 1682 15 A0 841 1189 10 A1 594 841 10 A2 420 594 7 A3 297 420 7 FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 A4 210 297 7 A5 148 210 5 3.3.1 Dobramento Das Pranchas As cópias dos projetos podem ser arquivadas dobradas, ocupando menor espaço e sendo mais fácil seu manejo. O formato final deve ser o A4, para arquivamento. A NBR 6492 mostra uma seqüência de dobramento, para os tamanhos-padrão de papel. FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 • Escala 1:1, 1:2, 1:5 e 1:10 - Detalhamentos em geral; • Escala 1:20 e 1:25 - Ampliações de banheiros, cozinhas ou outros compartimentos; • Escala 1:50 - É a escala mais indicada e usada para desenhos de plantas, cortes e fachadas de projetos arquitetônicos; • Escala 1:75 - Juntamente com a de 1:25, é utilizada apenas em desenhos de apresentação que não necessitem ir para a obra. • Escala 1:100 - Opção para plantas, cortes e fachadas quando é inviável o uso de 1:50. Plantas de situação e paisagismo. Também para desenhos de estudos que não necessitem de muitos detalhes; • Escala 1:175 - Para estudos ou desenhos que não vão para a obra; escala 1:200 e 1:250- Para plantas, cortes e fachadas de grandes projetos, plantas de situação, localização, topografia, paisagismo e desenho urbano; • Escala 1:500 e 1:1000 - Planta de localização, paisagismo, urbanismo e topografia; • Escala 1:2000 e 1:5000 - Levantamentos aerofotogramétricos, projetos de urbanismo e zoneamento. As escalas são classificadas em dois tipos: Escala Numérica: A escala numérica pode ser de redução ou de ampliação. FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 É chamada de ampliação quando a representação gráfica é maior do que o tamanho real do objeto. Exemplo: 3:1, 5:1, 10:1 A escala de redução é mais utilizada em arquitetura. Quando o desenho é sempre realizado em tamanho inferior ao que o objeto real. Exemplo: 1:25, 1:50, 1:100 Ex. Escala 1:5 – cada 1 cm do desenho representa 5cm da peça. Para desenhar nesta escala divide-se por 5 a verdadeira grandeza das medidas. D R Escalas Gráficas É a representação através de um gráfico proporcional à escala utilizada. É utilizada quando for necessário reduzir ou ampliar o desenho por processo fotográfico. Assim, se o desenho for reduzido ou ampliado, a escala o acompanhará em proporção. Para obter a dimensão real do desenho basta copiar a escala gráfica numa tira de papel e aplica-la sobre a figura. Ex.: A escala gráfica correspondente a 1:50 é representada por segmentos iguais de 2cm, pois 1 metro/50= 0,02 = 2cm. FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 3.5 DIMENSIONAMENTO/ COTAGEM – Colocação de cotas no desenho Cotas: são os números que correspondem às medidas reais no desenho. É a forma pela qual passamos nos desenhos, as informações referentes as dimensões de projeto. São normalmente dadas em centímetros. Isso porque nas obras, os operários trabalham com o "metro" (trena dobrável com 2 metros de comprimento), que apresenta as dimensões em centímetros. Assim, para quem executa a obra, usuário do "metro", a visualização e aplicação das dimensões se torna mais clara e direta. Isso não impede que seja utilizada outra unidade. Normalmente, para desenhos de alguns detalhes, quando a execução requer rigorosa precisão, as dimensões podem ser dadas em milímetros. Na hora de cotar, deve-se ter o cuidado de não apresentar num mesmo desenho, duas unidades diferentes, centímetros e metros por exemplo. As áreas podem e devem ser dadas em metros. Assim, procurar sempre informar através de uma "nota de desenho" as unidades utilizadas, como por exemplo: "cotas dadas em centímetros" e "áreas em metros". As cotas indicadas nos desenhos determinam a distância entre dois pontos, que pode ser a distância entre duas paredes, a largura de um vão de porta ou janela, a altura de um degrau de escada, o pé direito de um pavimento, etc.. A ausência das dimensões provocará dúvida para quem executa, e na dificuldade de saná-las, normalmente o responsável pela obra, extrai do desenho, a informação, medindo com o metro, a distância desejada. Portanto, não são indicadas, para os desenhos de projetos executivos, as escalas de 1:25, 1:75, 1:125, difíceis de se transformar com a utilização do “metro” de obra. Os desenhos de arquitetura, bem como todo desenho técnico, devem ter as suas medidas indicadas corretamente. • Indicar a medida da cota errada ou uma má indicação costuma trazer prejuízos e aborrecimentos. FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 PARTE 2 – O DESENHO ARQUITETÔNICO 1 O PROJETO E O DESENHO DE ARQUITETURA Os projetos arquitetônicos devem conter todas as informações necessárias para que possam ser completamente entendidos, compreendidos e executados. O projeto de arquitetura é composto por informações gráficas, representadas pelos desenhos técnicos através de plantas, cortes, elevações e perspectivas – e por informações escritas – memorial descritivo e especificações técnicas de materiais e sistemas construtivos. O desenho arquitetônico é uma especialização do desenho técnico normatizado voltada para a representação dos projetos de arquitetura. O desenho de arquitetura, portanto, manifesta-se como um conjunto de símbolos que expressam uma linguagem, estabelecida entre o emissor (o desenhista ou projetista) e o receptor (o leitor do projeto). É através dele que o arquiteto transmite as suas intenções arquitetônicas e construtivas. Assim, o projeto arquitetônico é composto por diversos documentos, entre eles as plantas, os cortes e as elevações ou fachadas. Neles encontram-se as informações sob forma de desenhos, que são fundamentais para a perfeita compreensão de um volume criado com suas compartimentações. Nas plantas, visualiza-se o que acontece nos planos horizontais, enquanto nos cortes e elevações o que acontece nos planos verticais. Assim, a partir do cruzamento das informações contidas nesses documentos, o volume poderá ser construído. Para isso, devem ser indicadas todas as dimensões, designações, áreas, pés direitos, níveis etc. As linhas devem estar bem diferenciadas, em função de suas propriedades (linhas em corte ou vista) e os textos claros e corretos. 1. OS ELEMENTOS DO DESENHO ARQUITETÔNICO FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 Os elementos do desenho arquitetônico são vistas ortográficas formadas a partir de projeções ortogonais, ou seja, sistemas em que as linhas projetantes são paralelas entre si e perpendiculares ao plano projetante. Se forem consideradas as linhas projetantes como raios visuais do observador, seria como se o observador estivesse no infinito – assim os raios visuais seriam paralelos entre si. Os desenhos básicos que compõem um projeto de arquitetura, a partir de projeções ortogonais, são: as plantas baixas, os cortes, as elevações ou fachadas, a planta de cobertura, a planta de localização e a planta de situação. Planta Baixa: desenho onde são indicadas as dimensões horizontais. Este desenho é o resultado da interseção de um plano horizontal com o volume arquitetônico. Consideramos para efeito de desenho, que este plano encontra-se entre 1,20 a 1,50m de altura do piso do pavimento que está sendo desenhado, e o sentido de observação é sempre em direção ao piso (de cima para baixo). Então, tudo que é cortado por este plano deve ser desenhado com linhas fortes (grossas e escuras) e o que está abaixo deve ser desenhado em vista, com linhas médias (finas e escuras). Sempre considerando a diferença de níveis existentes, o que provoca uma diferenciação entre as linhas médias que representam os desníveis. Cortes: são os desenhos em que são indicadas as dimensões verticais. Neles encontramos o resultado da interseção do plano vertical com o volume. A posição do plano de corte depende do interesse de visualização. Recomenda-se sempre passá-lo pelas áreas molhadas (banheiro e cozinha), pelas escadas e poço dos FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 2 A PLANTA BAIXA 2.1 CONCEITUAÇÃO A planta baixa é a representação gráfica de uma vista ortográfica seccional do tipo corte, obtida quando imaginamos passar por uma construção um plano projetante secante horizontal, de altura a seccionar o máximo possível de aberturas (média de 1,20 a 1,50m em relação ao piso do pavimento em questão) e considerando o sentido de visualização do observador de cima para baixo, acrescido de informações técnicas. FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 PLANTA BAIXA SEME SCALA 2.2 DENOMINAÇÃO E QUANTIDADE Qualquer construção projetada para um único piso terá a necessidade óbvia de uma única planta baixa, que será denominada simplesmente “Planta Baixa”. Em construções projetadas com vários pavimentos, será necessária uma planta baixa para cada pavimento distinto arquitetonicamente. Vários pavimentos iguais terão como representação uma única planta baixa, que neste caso será chamada de “Planta Baixa do Pavimento Tipo”. Quanto aos demais pavimentos, o título da planta recebe a denominação do respectivo piso. Exemplo: Planta Baixa do 1º Pavimento; Planta Baixa do Sub-solo; Planta Baixa do Pavimento de Cobertura... Utilizam-se as denominações “piso” ou “pavimento” e não andar. 2.3 COMPOSIÇÃO DO DESENHO FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 Como em todos os desenhos técnicos, a representação gráfica não se constituirá apenas na reprodução do objeto, mas também na complementação através de um determinado número de informações, ou indicadores. Do ponto de vista didático, convém então dividir os elementos graficados em dois grupamentos: desenho dos elementos construtivos e representação das informações. Em planta baixa, os componentes mais comuns e normalmente freqüentes, em cada um dos casos, são os seguintes: a) Desenho dos elementos construtivos: paredes e elementos estruturais; aberturas (portas, janelas, portões); pisos e seus componentes (degraus, rampas, escadas); equipamentos de construção (aparelhos sanitários, roupeiros, lareiras); aparelhos elétricos de porte (fogões, geladeiras, máquinas de lavar) e elementos de importância não visíveis. b) Representação das informações: nome das dependências; áreas úteis das peças; níveis; posições dos planos de corte verticais; cotas das aberturas; cotas gerais; outras informações. 2.4 REPRESENTAÇÃO DOS ELEMENTOS CONSTRUTIVOS 2.4.1 PAREDES São representadas de acordo com suas espessuras e com simbologia relacionada ao material que as constitui. Normalmente desenha-se a parede de 15cm, ela pode variar conforme a intenção e necessidade arquitetônica. a) parede de tijolos: FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 Em nível de representação gráfica em Planta Baixa, os pisos são apenas distintos em dois tipos: comuns ou impermeáveis. Salienta-se que o tamanho do reticulado constitui uma simbologia, não tendo a ver necessariamente com o tamanho real das lajotas ou pisos cerâmicos. a) pisos comuns: b) pisos impermeáveis: 2.4.5 EQUIPAMENTOS DE CONSTRUÇÃO Dependendo de suas alturas, podem ser seccionados ou não pelo plano que define a planta baixa. Em uma ou outra situação, são normalmente representados pelo número mínimo de linhas básicas para que identifiquem sua natureza. a) Vaso sanitário: b) Lavatório: FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 c) Balcão com pia: d) Tanque: e) Chuveiro: 2.4.6 APARELHOS ELÉTRICOS Em Planta Baixa são representados os aparelhos elétricos de porte, de posição fixa ou semi-fixa e projetada, pela necessidade de conhecimento de seus posicionamentos, com vista aos projetos complementares. a) Geladeira: b) Fogão: c) Máquina de Lavar: FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 2.4.7 ELEMENTOS NÃO VISÍVEIS No desenho da Planta Baixa deve-se indicar elementos julgados de importância pelo projetista, mas situados acima do plano de corte, ou abaixo, mas escondidos por algum outro elemento arquitetônico. Neste caso, deve-se sempre representar o contorno do elemento considerado, através do emprego de linhas tracejadas curtas, de espessura fina, conforme exemplificações a seguir. FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 JANELAS: todas as janelas devem ser cotadas em Planta Baixa, identificando-se sua largura, altura e peitoril, de acordo com o seguinte: a) Sempre na ordem “l x h / p” (largura por altura sobre peitoril); b) Algarismos padronizados; c) Posicionamento interno ou externo à construção (apenas uma opção em um projeto). 2.5.6 COTAS GERAIS O desenho da Planta Baixa só será considerado completo se, além da representação gráfica dos elementos, contiver todos os indicadores necessários, dentre os quais as cotas (dimensões) são dos mais importantes. A cotagem deve seguir as seguintes indicações gerais: a) As cotas devem ser preferencialmente externas; b) As linhas de cota no mesmo alinhamento devem ser completas; c) A quantidade de linhas deve ser distribuída no entorno da construção, sendo que a primeira linha deve ficar afastada 2,5 cm do último elemento a ser cotado e as seguintes devem afastar-se umas das outras 1,0cm; FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 d) Todas as peças e espessuras de paredes devem ser cotadas; e) Todas as dimensões totais devem ser identificadas; f) As aberturas de vãos e esquadrias devem ser cotadas e amarradas aos elementos construtivos; g) As linhas mais subdivididas devem ser as mais próximas do desenho; h) As linhas de cota nunca devem se cruzar; i) Identificar pelo menos três linhas de cota: subdivisão de paredes e esquadrias, cotas das peças e paredes, e cotas totais externas. 2.5.7 OUTRAS INFORMAÇÕES Além das informações anteriores, já discriminadas e ocorrentes em qualquer projeto, cabe ao projetista adicionar ainda todos e quaisquer outros elementos que julgue serem indispensáveis ao esclarecimento e que não congestionem demais a representação gráfica. Entre os mais freqüentes, citam-se: dimensões de degraus; sentido de subida das escadas (setas); capacidade de reservatórios superior e inferior; indicação de projeções de coberturas; identificação de iluminação zenital; eventual discriminação dos tipos de pisos. 2.6 ROTEIRO SEQUENCIAL DE DESENHO A seqüência de etapas descriminada a seguir procura indicar o caminho mais lógico a ser seguido no desenho da Planta Baixa de um projeto de arquitetura. Na seqüência apresentada, além de uma maximização da racionalização do uso do instrumental de desenho, procura-se um andamento lógico que, inclusive, viabilize FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 uma conferência do desenho e sua elaboração e minimize ao máximo a probabilidade de erro. 1ª ETAPA (com traço bem fino – traço de construção): 1. Marcar o contorno externo do projeto; 2. Desenhar a espessura das paredes externas; 3. Desenhar as principais divisões internas; 2ª ETAPA (com traços médios): 1. Desenhar as aberturas – portas e janelas; 2. Desenhar as louças e pia da cozinha – “áreas molhadas”; 3. Desenhar a projeção da cobertura em linha fina contínua; 4. Apagar o excesso dos traços. 3ª ETAPA (com traços médios e fortes): 1. Desenhar as linhas tracejadas – projeção da cobertura, reservatórios, outras; 2. Denominar os ambientes; 3. Indicar a área de cada ambiente e a especificação do tipo de piso; 4. Cotar aberturas – portas, janelas, portões; 5. Colocar a indicação de nível; 6. Cotar o projeto; 7. Desenhar piso nas “áreas molhadas”; 8. Indicar a posição dos cortes; a entrada principal; o norte; 9. Acentuar a espessura dos traços da parede; 10. Denominar o tipo de desenho (planta baixa, planta de cobertura, implantação...), bem como colocar a escala (1/50; 1/100...). FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 As Plantas Baixas, sempre que possível devem ser representadas na escala 1:50. Em projetos de edificações de grande porte, por inconveniência ou impossibilidade de tamanho do papel, é permissível o desenho na escala 1:75 ou 1:100. Dedicar especial atenção às espessuras dos traços em uma representação definitiva de Planta Baixa. Os elementos mais próximos do plano de secção são representados em espessura grossa (paredes e elementos estruturais cortados); os elementos a distância média até o nível do piso, ou de menos importância, em espessura média (portas, janelas, equipamentos de construção, aparelhos elétricos, escadas, etc); e os elementos ao nível do piso ou de menor importância, em espessura fina (pisos, degraus, hachuras, linhas de cota e auxiliares, tracejados de elementos não visíveis, etc). Os títulos da Plantas Baixas, conjuntamente com as respectivas escalas, devem ser posicionados, com caracteres em destaque, abaixo e preferencialmente à esquerda dos respectivos desenhos. As áreas construídas devem constar em legenda ou em quadro em destaque, próximo à legenda. FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 3 OS CORTES 3.1 CONCEITUAÇÃO Os CORTES são representações de vistas ortográficas seccionais do tipo “corte”, obtidas quando passamos por uma construção um plano de corte e projeção VERTICAL, normalmente paralelo às paredes, e retiramos a parte frontal, mais um conjunto de informações escritas que o complementam. Assim, neles encontramos o resultado da interseção do plano vertical com o volume. Os cortes são os desenhos em que são indicadas as dimensões verticais. O objetivo dos cortes em um projeto de edificação é ilustrar o maior número de relações entre espaços interiores e significantes, que se desenvolvem em altura, e que, por conseqüência, não são devidamente esclarecidos em planta baixa. A sua orientação é feita na direção dos extremos mais significantes deste espaço. Normalmente se faz no mínimo dois cortes, um transversal e outro longitudinal ao objeto cortado, para melhor entendimento. Podem sofrer desvios, sempre dentro do mesmo compartimento, para possibilitar a apresentação de informações mais pertinentes. Os cortes podem ser transversais (plano de corte na menor dimensão da edificação) ou longitudinais (na maior dimensão). A quantidade de cortes necessários em um projeto, porém, é de exclusiva determinação do projetista, em função das necessidades do projeto. São fatores q ue influenciam a quantidade de cortes: a) irregularidades das paredes internas; b) sofisticação de acabamentos internos; c) formato poligonal da construção; FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 d) diferenças de níveis nos pisos; e) existência de detalhamentos internos. PLANO QUE GERA O CORTE TRANSVERSAL: PLANO QUE GERA O CORTE LONGITUDINAL: 3.2 POSICIONAMENTO DOS CORTES Os planos normalmente são paralelos às paredes, e posicionados pela presença de: pés-direitos variáveis, esquadrias especiais, barreiras impermeáveis, equipamentos de construção, escadas, elevadores... A posição do plano de corte e o sentido de observação depende do interesse de visualização. Recomenda-se sempre passá-lo pelas áreas molhadas (banheiro e cozinha), pelas escadas e poço dos elevadores. Os cortes devem sempre estar indicados nas plantas para possibilitar sua visualização e interpretação – indicar a sua posição e o sentido de visualização. A indicação dos cortes em planta baixa tem uma simbologia específica: FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 espaço cortado. O sentido de visualização dos cortes deve ser indicado em planta, bem como a sua localização. CORTE AB SENTIDO INDICADO CORTE AB SENTIDO INDICADO CORTE CD INDICADO CORTE CD INDICADO CORTE AB E CORTE CD INDICADOS EM PLANTA FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 3.3 REPRESENTAÇÃO DOS ELEMENTOS CONSTRUTIVOS 3.3.1 FUNDAÇÕES São desenhadas em função dos materiais utilizados e de sua disposição geral, com dimensões aproximadas, se houver, pois seu detalhamento é função do projeto estrutural. Alguns exemplos de fundações mais utilizadas: 3.3.2 PISO/CONTRA-PISO Normalmente identifica-se apenas a espesssura do contrapiso + piso com espessura aproximada de 10cm, através de duas linhas paralelas, cortadas – espessura de linha média-grossa. A terra ou aterro são indicados através de hachura inclinada. O contrapiso-piso ocorre alinhado com a viga baldrame das paredes. FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 3.3.3 PAREDES Nos cortes, as paredes podem aparecer seccionadas ou em vista. No caso de paredes seccionadas, a representação é semelhante ao desenho em planta baixa. Existindo paredes em vista (que não são cortadas pelo plano de corte) a representação é similar aos pisos em planta. PAREDE CONVENCIONAL PAREDE TOTALMENTE PAREDE PARCIALMENTE EM VISTA IMPERMEABILIZADA (VISTA) IMPERMEABILIZADA(VISTA) 3.3.4 EQUIPAMENTOS DE CONSTRUÇÃO Os equipamentos de construção podem aparecer em corte ou em vista na representação dos cortes verticais. Tanto numa situação como em outra, basta representá-los com suas linhas básicas, que identificam o aparelho ou equipamento. Abaixo, algumas representações: 3.3.5 FORROS/LAJES Geralmente os forros são constituídos de lajes de concreto, representadas de maneira similar ao contrapiso, com espessura de 10cm. Sobre as paredes, representa-se as vigas em concreto. Pode haver forro de madeira ou gesso, por exemplo, abaixo da laje ou sem a presença desta. Estes forros serão representados por duas linhas finas paralelas com a espessura do forro. 3.3.6 COBERTURAS Neste semestre, representaremos a cobertura de forma simplificada – apenas com os traços básicos de seu contorno ou com laje impermeabilizada. No próximo semestre, se estudará o detalhamento da cobertura e a forma de representação de todos os seus elementos estruturais e materiais. FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 A simbologia utilizada para indicação dos níveis em cortes é: Os níveis devem ser sempre indicados em METROS e acompanhados do sinal, conforme localizarem-se acima ou abaixo do nível de referência (00). Sempre são indicados com referência ao nível ZERO. FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 3.4 EXEMPLO DE CORTES FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 CORTE AB SEM ESCALA Os cortes devem ser desenhados SEMPRE NA MESMA ESCALA DA PLANTA BAIXA, preferencialmente 1/50. FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 4.1 CONCEITUAÇÃO Elevações ou fachadas são elementos gráficos componentes de um projeto de arquitetura, constituídos pela projeção das arestas visíveis do volume sobre um plano vertical, localizado fora do elemento arquitetônico. São as vistas principais (frontal, posterior, lateral direita ou esquerda), ou eventualmente, auxiliares, da edificação, elaboradas com a finalidade de fornecer dados para a execução da obra, bem como antecipar a visualização externa da edificação projetada. Nelas aparecem os vãos de janelas, portas, elementos de fachada, telhados assim como todos os outros visíveis de fora da edificação. Os desenhos em elevação expressam a forma e as massas da estrutura, as aberturas de portas e janelas (tipo, tamanho e localização), os materiais, a textura e o contexto. Em desenhos constituídos apenas de linhas, sem penumbras e sombras projetadas, diferenças nos pesos das linhas auxiliam na sugestão da profundidade dos planos. Quanto mais pesada a delineação de um elemento, mais para a frente ele parece situar-se; quanto mais leve a delineação, mais ele parece recuar. 4.2 QUANTIDADE DE ELEVAÇÕES A quantidade de elevações externas necessárias é variável, ficando sua determinação a critério do projetista, normalmente dependendo de critérios tais como: • sofisticação dos acabamentos externos • número de frentes do lote • posição da porta principal de acesso • irregularidade das paredes externas Para a aprovação de um projeto na Prefeitura Municipal, exige-se no mínimo uma representação de elevação, normalmente a frontal. FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 4.3 DENOMINAÇAÕ DAS ELEVAÇÕES Havendo uma única fachada, o desenho recebe apenas esta denominação específica: ELEVAÇÃO ou FACHADA. Existindo mais do que uma elevação, há que se distinguir os vários desenhos conforme a sua localização no projeto. Há critérios variáveis, aceitos desde que, num mesmo projeto, utilize-se sempre o mesmo critério: • pelo nome da vista: frontal, posterior, lateral direita, lateral esquerda • pela orientação geográfica: norte, leste, sudeste • pelo nome da rua: para construções de esquina • pela importância: principal, secundária (apenas para duas fachadas) • letras e números 4.4 REPRESENTAÇÃO DOS ELEMENTOS Em elevações ou fachadas a principal indicação é de que os elementos devem ser representados com a máxima fidelidade possível, dentro dos recursos disponíveis de instrumental e de escala.saiba-se, complementarmente, que na maioria das vezes não há outra indicação de informações, senão dos materiais utilizados (não se deve cotar as fachadas). Abaixo, algumas demonstrações exemplificativas de alguns dos principais componentes de elevações: revestimentos e esquadrias, os quais podem apresentar várias diversificações além das apresentadas. A B C D PORTAS: • Marco – 5cm A – porta cega FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 • Fechadura – altura 100 a 105 cm B – porta almofadada • Soleira – 5 cm C – Porta envidraçada • Divisões principais D – Porta de lambris • Elementos secundários A B C JANELAS: Marco – 5 cm A – Guilhotina com venezianas Pingadeira externa – 5cm B – De correr com persianas Divisões estruturais C – Basculante metálica/madeira Parte externa Parte interna REVESTIMENTOS: 4.5 ETAPAS PARA O DESENHO DA ELEVAÇÃO No caso em que as fachadas/elevações são desenhadas na mesma escala que a planta baixa e os cortes (recomendável), o trabalho do desenhista fica consideravelmente facilitado – o escalímetro não precisa ser usado. ETAPAS: 1. Colar a prancha em branco sobre a prancheta, sobre a qual vamos desenhar a elevação; 2. Sobre a prancha em branco colar a planta baixa no sentido da elevação que vamos desenhar; FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 • desenho do polígono da cobertura e/ou beiral; • linhas do telhado; • elementos do telhado (chaminés, reservatórios...) • contorno da construção (linha tracejada); • delimitação do terreno; • elementos da rede pluvial (calhas, condutores, caixas, canalizações...) b) informações: • cotas da cobertura; • cotas de beirais e/ou similares; • setas de indicação do sentido de escoamento das águas dos telhados, terraços, calhas e canalizações; • dimensões dos elementos do telhado; • cotas de posição de elementos do telhado; • dimensionamento da rede pluvial (diâmetros, declividades, dimensões gerais..) • tipos de telhado quanto ao material; • inclinação ou declividade das águas do telhado; • outras informações de interesse da cobertura. 5.3 INFORMAÇÕES GERAIS 5.3.1 ESCALAS Usualmente se utilizam as escalas 1:100 ou 1:200, conforme detalhamento e informações necessárias. Porém, no momento do desenho, é aconselhável que se utilize os desenhos da planta baixa com base. Assim, recomenda-se o desenho em escala 1:50 (mesma da planta baixa) e, caso necessário, reproduz-se o desenho em cópia reduzida. 5.3.2 PLANTA DE LOCALIZAÇÃO E COBERTURA Se trata de uma planta de cobertura acrescida das informações da planta de localização, ou seja, com o desenho completo do terreno e tratamentos externos, FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 cotas da construção, de seu posicionamento e do terreno, além das cotas do telhado. 5.3.3 ESPESSURAS DE TRAÇOS As espessuras grossas prevalecem para o desenho da cobertura propriamente dita, decrescendo à medida que o objeto representado se afasta do observador. A rede pluvial subterrânea, sendo o elemento mais afastado (e ainda não visível) é sempre indicada com espessura fina. 5.3.4 IDENTIFICAÇÃO DAS LINHAS Consideradas as setas indicativas dos escoamentos das águas, em telhados de declividade constante, as linhas podem ser facilmente identificáveis: a) setas de mesma direção e sentidos opostos indicam cumeeiras (quando sentidos divergentes), ou rincões horizontais (quando em sentidos convergentes); b) setas concorrentes com sentido convergente indicam rincões inclinados e divergentes indicam espigões. 5.4 EXEMPLO FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 PLANTA DE COBERTURA SEM ESCALA 6 A PLANTA DE LOCALIZAÇÃO, LOCAÇÃO OU IMPLANTAÇÃO 6.1 CONCEITUAÇÃO É uma vista ortográfica principal superior esquemática, abrangendo o terreno e o seu interior, que tem a finalidade de identificar o formato, as dimensões e a localização da construção dentro do terreno para o qual está projetada. O elemento básico se constituirá na representação do contorno da edificação, sem representação de quaisquer elementos internos (objeto da planta baixa), e dos elementos complementares. Além da edificação definida e posicionada, serão representados nesta planta os tratamentos externos, como muros, cercas, caminhos, play-grounds, piscinas, passeios, acessos... A Planta de Implantação é essencial para o início da obra. Nela devem ficar definidos todos os elementos necessários para o início desta. Primeiramente, ela precisa informar precisamente a posição do contorno externo da edificação, amarrado às divisas do terreno (dimensionamento dos recuos), possibilitando assim a sua marcação no lote. Todos os outros elementos importantes também devem ser marcados precisamente (edificações existentes, árvores existentes e à plantar, calçadas, acessos, muros...). Para o início da obra, alguns serviços básicos precisam ser marcados na Planta de Implantação, para que sejam localizados antes do início da obra, são eles: localização do poste padrão, para o fornecimento de energia elétrica; localização do hidrômetro, para a ligação do fornecimento de água; local para destinação do lixo; rede de esgoto e rede de escoamento pluvial. Todos esses serviços precisam ser localizados dentro do lote, de acordo com o Código de Obras do Município e, por isso, precisam estar devidamente localizados na planta de implantação. MUITAS VEZES COSTUMA-SE REPRESENTAR A PLANTA DE COBERTURA JUNTAMENTE COM A IMPLANTAÇÃO (OU PLANTA DE LOCALIZAÇÃO). NESSE CASO, SE DÁ GRANDE FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 • Especial atenção para que as cotas de posicionamento da construção sejam sempre em relação à edificação e não em relação ao beiral. 6.4 EXEMPLO 6.4.1 PLANTA DE LOCALIZAÇÃO Nesse caso, representa-se apenas a Planta de localização, com a locação da obra dentro do lote e seus recuos. Não é muito usual. PLANTA DE LOCALIZAÇÃO SEM ESCALA FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 6.4.2 PLANTA DE IMPLANTAÇÃO E COBERTURA Nesse caso, representa-se as informações da planta de cobertura (elementos externos do telhado e rede pluvial) acrescido das informações da planta de localização e elementos da implantação. LOCALIZAÇÃO, COBERTURA E IMPLANTAÇÃO SEM ESCALA FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 7.3.4 INFORMAÇÕES GENÉRICAS Nas informações mais importantes (nome de ruas e acessos) devem ser utilizadas somente letras maiúsculas, reservando-se as minúsculas para as informações complementares. Em zona rural é indispensável a indicação do nome dos proprietários lindeiros (vizinhos). Em zona urbana é conveniente a colocação do número do lote no desenho, mesmo que este conste da legenda. As cotas do terreno devem ser externas a este. Em outros elementos, as cotas destes devem ser também sempre externas. A orientação geográfica deve ser desenhada de tal forma que o norte sempre se situe voltado para a parte superior da prancha (1º ou 2º quadrantes). A simbologia indicativa do norte deve ser sempre posicionada em local de destaque, externamente ao desenho, na maioria das vezes, ou mesmo internamente, quando houver espaço disponível. Quando o terreno for de pequenas dimensões (zona urbana) é preferível que o interior do lote em questão seja hachurado, para um maior destaque. FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102 7.4 EXEMPLO PLANTA DE SITUAÇÃO SEM ESCALA FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG Curso de Arquitetura e Urbanismo PAGE 102
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