Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Interpretação de Exames Laboratoriais - Apostilas - Bio Medicina Parte1, Notas de estudo de Biomedicina

Apostilas de Bio Medicina sobre o estudo da Interpretação de Exames Laboratoriais, Exame de Urina, volume, cor, odor, Glicose Bilirrubina Urobilinogênio.

Tipologia: Notas de estudo

2013
Em oferta
30 Pontos
Discount

Oferta por tempo limitado


Compartilhado em 03/04/2013

Aquarela
Aquarela 🇧🇷

4.5

(636)

708 documentos

Pré-visualização parcial do texto

Baixe Interpretação de Exames Laboratoriais - Apostilas - Bio Medicina Parte1 e outras Notas de estudo em PDF para Biomedicina, somente na Docsity! Interpretação de Exames Laboratoriais Exame de Urina O exame de urina proporciona ao clinico informações preciosas sobre patologia renal e do trato urinário, bem como sobre algumas moléstias extras renais. Pela sua simplicidade, baixo custo e pela facilidade na obtenção da amostra para análise. È o exame de rotina, já utilizado desde a mais remota antiguidade; talvez aquele a que mais se recorre. O exame de urina compreende em exame físico, exame químico, exame microscópico, identificação de cálculos e exame bacteriológico. Colheita Para se processar o exame completo de urina, deve ser recolhido o jato médio, desprezando o que esta no canal da uretra. Esse cuidado é necessário para se obterem dados quanto à composição quantitativa da urina, como a eliminação da uréia, cloretos, glicose. Para o exame microscópico do sedimento urinário, deve-se utilizar urina recentemente emitida ou conservada em refrigerador. Para obter a urina de 24h, precede-se da seguinte maneira: esvazia-se a bexiga a dada hora (oito da manha, por exemplo), desprezando-se essa micção; daí por diante coleciona-se toda a urina emitida ate o dia seguinte inclusive à micção das oito horas, (ou da hora que iniciou a colheita do dia anterior). A colheita em crianças pode ser feita por meio de coletor de plástico ou da punção suprapúbica. EXAME FÍSICO Volume A unidade funcional do rim é o néfron, cada rim contém cerca de um milhão de néfrons. Aproximadamente 1.200 ml de sangue circula nos rins por minuto e são filtrados. Desde total, aproximadamente 1 ml de urina é formado por minuto. Cerca de 150 litros do filtrado glomerular são reabsorvidos pelos túbulos em 24h. O volume excretado varia com alimentação, com exercícios físicos, com a temperatura ambiente, e particularmente com o volume de liquido ingerido. Em crianças a diurese é proporcionalmente maior do que do adulto. Nas seguintes condições o volume urinário é aumentado (poliúria): diabetes mellitus, certas afecções do sistema nervoso, amiloidose renal, rim contraído, emoções, frio e ingestão excessiva de líquidos. Nota-se diminuição de volume (oligúria): nefrite aguda, febre, diarréia, vômito, choque, desidratação, nefropatia tubular tóxica, enfarte hemorrágico do rim, moléstias cardíacas e pulmonares. Cor A cor da urina é variável e depende da maior ou menor concentração dos pigmentos urinários, de medicamentos ou elementos patológicos nela eliminados e de certos alimentos. Normalmente tem coloração entre amarelo-citrino e amarelo-avermelhado. O urocromo é o principal responsável pela cor amarela, e a uroeritrina, pela vermelha. 2 Em condições patológicas (estado febril, por exemplo) o teor de uroeritrina aumenta e a urina torna-se acentuadamente vermelha. As urinas ácidas em geral são mais escuras do que as alcalinas. Em estados patológicos a urina pode apresentar diversas colorações. Os glóbulos vermelhos serão verificados ao microscópio, após centrifugação, ou mesmo pela sedimentação espontânea. A hematúria de origem glomerular (glomerulonefrite aguda) jamais apresenta coágulos, ao passo que, em outros tipos de hematúria, como no traumatismo ou tumor, eles frequentemente estão presentes. A urina de aspecto leitoso pode resultar da presença de pus, ou grandes quantidades de cristais de fosfato. O uso de certos medicamentos (fenazopiridina, pyridium, azul de metileno e outros) e a ingestão de determinados alimentos como a beterraba, fazem com que a urina fique vermelha, azul ou outras. A coloração amarela-esverdeada geralmente é produzida pela presença de pigmentos biliares, principalmente a bilirrubina. Aspecto Geralmente a urina recentemente emitida é límpida. Deixada em repouso por algum tempo, pode haver formação de pequeno depósito (constituído por leucócitos) denominado nubécula. Esta é mais acentuada nas mulheres. As substâncias que mais frequentemente turvam a urina são as seguintes: fosfatos amorfos, uratos amorfos, pus e germes. Odor O cheiro característico da urina recentemente emitida tem sido atribuído a ácidos orgânicos voláteis que ela contêm. Com o envelhecimento, o cheiro se torna amonical. Sob a influência de alguns medicamentos a urina adquire odor particular. Reação de pH A reação da urina é verificada pelo papel de tornassol ou outro. A urina de reação ácida torna o papel tornassol azul de cor vermelha, inversamente a urina alcalina torna 5 Interpretação: pelos métodos habituais de pesquisa, a urina normal não encerra bilirrubina. É oriunda do metabolismo da hemoglobina, formada pelas células do sistema retículo-histocitário do baço, da medula óssea. Encontra-se no sangue sob as formas livres (não-conjugada) e combinada (conjugada ao ácido glicurônico). A bilirrubina é observada quando a bilirrubinemia se acha acima de 2 mg/dl, à custa da bilirrubina conjugada, e pode ser notada antes da coloração amarela da pele e mucosas. Urobilinogênio Tiras Reagentes: imergir a tira reagente (que é impregnado com p-dimetil- benzaldeído, produz coloração marrom-avermelhada com urobilinogênio), e comparar a coloração obtida com a tabela que acompanha as tiras. Reativo de Ehrlich: colocar 5 ml de urina em um tubo de ensaio, adicioner 5 ml do reativo. Adicionar 10 ml da solução saturada de acetato de sódio e misturar. O desenvolvimento da coloração rósea ou vermelha indica a presença de urobilinogênio ou de porfobilinogênio. Interpretação: a urina normalmente encerra traços de urobilinogênio, que rapidamente se oxida para urobilina. A taxa está elevada quando há hemólise (anemia hemolítica) ou em hepatopatias. Acha-se elevada também na policitemia, no cisto hemorrágico do ovário, na doença hemolítica perinatal, em alguns estágios da malária, na insuficiência cardíaca e na cirrose hepática. EXAME MICROSCÓPICO Para proceder ao exame microscópico do sedimento urinário, a urina deve ser recente; ao contrário, os elementos organizados (cilindros, hemácias, leucócitos) perdem sua estrutura normal, dificultando ou tornando impossível a identificação. Se o exame não puder ser feito logo após a emissão da urina, torna-se necessário adicionar a ela uma substância conservadora (formol, ácido bórico). Sempre que possível a urina deve ser mantida no refrigerador até o momento da centrifugação. Para obtenção do sedimento, mistura-se a mostra de urina, de preferência a primeira da manhã e coloca-se 10 ml em um tubo cônico, resistente, levando ao centrigugador, depois de tarado com outro tubo idêntico que ficará em oposição no aparelho. Centrifuga-se, durante 5 minutos, a cerca de 1.500 rpm. Formado o sedimento, por meio de centrigugação, decanta-se o líquido sobrenadante, agita-se o resíduo que fica no fundo do tubo, tranfere-se pequena porção para lâmina e recobre com lamínula. Leva-se a lâmina, assim preparada, ao microscópio e examina-se com luz reduzida e pequeno aumento para visão de conjunto e, em seguida com objetiva de 40X, para identificação e contagem dos elementos observados. COMPOSIÇÃO DO SEDIMENTO Considerações Importantes: Coleta: a amostra ideal deve ser coletada após higiene, coletando o jato médio. Estes cuidados afastam toda fonte de contaminação, objetivando resultado seguro. Tempo: a amostra deve ser processada no prazo de 2 horas. Conservantes: no prazo de 2 horas não é necessário. Em caso de transporte, ultrapassando este tempo, é aconselhável refrigerar a amostra. Análise Microscópica Sua finalidade é detectar e identificar os elementos insolúveis. Esses elementos incluem: eritrócitos, leucócitos, células epiteliais, bactérias, leveduras, parasitas, muco, espermatozóides, cristais e artefatos. Como alguns não tem significado clínico e outros são considerados normais, a menos que presentes em quantidades muito grandes, o exame do sedimento urinário deve compreender tanto a identificação quanto a quantificação dos elementos encontrados. 6 Existem diferentes técnicas para a realização do exame e, essas variações desempenham papel importante na acurácia deste exame, como o volume da amostra centrifugada, a velocidade e duração da centrifugação, e quanto tempo até a realização do exame desde que a amostra foi coletada (quanto mais longo for o tempo de espera, maiores são as chances de alterações morfológicas no sedimento). O exame microscópico ainda é um auxiliar valioso no diagnóstico. No sentido de melhorar sua fidedignidade há a padronização das técnicas, do aprimoramento do controle de qualidade e da educação constante do pessoal técnico. Metodologia A contagem de Addis, como é chamada, usava um hemocitômetro para contar o número de hemácias, leucócitos, de cilindros e células epiteliais presentes em uma amostra. Raramente é usada hoje, pois existem sistemas comerciais que padronizam o sistema microscópico. Componentes do Sedimento O sedimento urinário normal pode conter vários elementos figurados. Até mesmo a presença de pequeno número de elementos comumente considerados patológicos, como hemácias, leucócitos e cilindros, podem ser normais. Os estudantes muitas vezes sentem dificuldade de entender isso, pois geralmente dá ênfase aos sedimentos anormais e aos que têm grande número de elementos. Hemácias Como as hemácias não podem entrar no filtrado dos néfrons íntegros, achados de mais que uma hemácia ocasional é considerado anormal. A existência de hemácias na urina tem relação com lesões na membrana glomerular ou nos vasos do sistema urogenital. O seu número também ajuda a determinar a extensão da lesão renal. A observação de hematúria microscópica pode ser essencial para o diagnóstico de cálculos renais. Também é preciso considerar a possibilidade de contaminação menstrual em amostras de urina feminina. As hemácias aparecem na urina como discos incolores com diâmetro aproximado de sete mícrons. De todos os elementos do sedimento, são as hemácias que os estudantes têm maior dificuldade para identificar, devido a ausência de estruturas características, as variações no tamanho e à grande semelhança com outros componentes da urina. Geralmente são encontrados menos de cinco leucócitos por campo de grande aumento na urina normal, mas na urina feminina esse número pode ser maior. Embora os leucócitos, assim como as hemácias, possam passar para a urina através de uma lesão glomerular ou capilar. O número elevado de leucócitos na urina é chamado de piúria e indica a presença de infecção ou inflamação no sistema urogenital. Entre as causas mais freqüentes de piúria estão as infecções bacterianas, tais como Leucócitos 7 pielonefrite, cistite, prostatite e uretrite, mas a presença de leucócitos também pode ser observada em doenças não-bacterianas, como a glomerulonefrite, o lúpus eritematoso e os tumores. Os leucócitos são maiores que as hemácias, medindo cerca de doze mícrons de diâmetro. São mais facilmente observados e identificados porque contêm grânulos citoplasmáticos e núcleos lobulados. Células Epiteliais Não é incomum encontrar células epiteliais na urina, já que elas provêm do tecido de revestimento do sistema urogenital. A menos que estejam presentes em grande número ou em formas anormais, representam uma descamação de células velhas. Na urina, encontram-se três tipos de células epiteliais, que são classificadas de acordo com seu local de origem. • Células Pavimentosas: são as mais freqüentes e menos significativas. Provêm do revestimento da vagina e das porções inferiores da uretra masculina e feminina, podem ser encontradas em grande número nas amostras de urina de mulheres, colhidas sem usar a técnica de jato médio estéril. • CélulasTransicionais: originam-se do revestimento da pelve renal, da bexiga e da porção superior da uretra. São menores que as pavimentosas, esféricas, caudadas ou poliédricas com núcleo central. Raramente têm significado clínico, a menos que sua quantidade seja grande e sua forma anômala. • Células dos Túbulos Renais: são as mais importantes porque, quando sua quantidade é grande, há indício de necrose tubular. São especialmente importantes na rejeição do enxerto renal. Sua presença traduz a existência de doenças causadoras de lesão tubular, entre as quais pielonefrite, reações tóxicas, infecções virais, rejeição de transplante e efeitos secundários da glomerulonefrite. Cilindros Os cilindros são os únicos elementos exclusivamente renais encontrados no sedimento urinário. Formam-se principalmente no interior da luz do túbulo contorcido distal e do ducto coletor, possibilitando a visão microscópica das condições existentes no interior dos néfrons. 10 75% deles contêm oxalato de cálcio, sendo possível evitar formações futuras através de mudanças da dieta. Artefatos Podem ser encontrados contaminantes de todos os tipos de urina, principalmente nas amostras colhidas em condições impróprias ou em recipientes sujos. O que mais confunde os estudantes são as gotículas de óleo e os grânulos de amido (pó de talco), por se parecerem com hemácias. Manual de Procedimentos Em cada setor de trabalho deve estar sempre a mão um manual de procedimentos para aquela parte da análise. Nele deve constar as seguintes informações para cada procedimento: princípios e objetivo da análise, tipo de amostra e método de coleta, reagentes, padrões e parâmetros, ajuste dos instrumentos, normas e cronograma de manutenção dos equipamentos, descrição de todas as etapas da análise, cálculos, freqüência e tolerância das aferições, valores normais e críticos, notas específicas, limitações e validade do método, valores de referência e data. Resumo Que o exame de urina pode proporcionar informações preciosas sobre patologia renal e do trato urinário, bem como sobre algumas moléstias extras renais; Que para proceder ao exame microscópico do sedimento urinário, a urina deve ser recente; A finalidade do exame microscópico é detectar e identificar os elementos insolúveis. Parasitologia É o estudo dos parasitas ou doenças parasitárias, métodos de diagnóstico e controle de doenças parasitárias. A amostra mais utilizada para a pesquisa de parasitas são as fezes, todavia os parasitas podem estar presentes dentro e sobre todas as partes do corpo (ex: Plasmodium, Trichomonas). Parasitos são organismos que vivem em ou sobre um hospedeiro e sobrevive às suas custas. Os parasitas dividem-se em: 1. Parasitas comensais: não causam efeitos perigosos óbvios ao hospedeiro. Ex. Piolho. 2. Parasitas patogênicos: podem causar doença severa e morte do hospedeiro se não houver tratamento. Ex. Malária, Taenia. 3. Parasitas oportunistas: não causam doença em hospedeiros sadios, mas podem causar doenças severas em pacientes imunodeprimidos. Os hospedeiros se classificam em: a) Definitivo: hospedeiro definitivo é o organismo no qual a vida sexual madura ou a forma adulta do parasita é encontrada; 11 b) Intermediário: é um organismo que é exigido para completar o ciclo de vida do parasita. Os parasitas que infectam o homem se dividem em 3 grupos (protozoários, helmintos e artrópodes): a) Protozoários: protos (primeiro) zoon (animal) - São animais simples destituídos de tecidos e órgãos, mas apesar disso, exercem todas as funções necessárias às atividades vitais. São constituídos de protoplasma e organóides. São chamados de organismos unicelulares. Os protozoários dividem-se conforme o modo de locomoção: - Amebas: Classe Rhizopoda, movimentam-se pela emissão de pseudópodes (falsos pés). Ex. Entamoebas, Endolimax e Iodamoebas. - Flagelados: Classe Mastigophora. Movimentam-se através de flagelos. Dentre os 3 tipos que se encontram no homem (Giardia intestinalis, Chilomastix mesnilii e Trichomonas hominis); somente a Giardia é considerada patogênica. - Ciliados: O único ciliado que parasita o homem é o Balantidium coli (é um parasita comum do intestino dos suínos). Os protozoários patogênicos são: Entamoeba histolytica, Giardia intestinalis, Trichomonas vaginalis, Balantidium coli, Isospora belli e Sarcocystis sp. Os protozoários não patogênicos são: Entamoeba coli, Endolimax nana, Iodamoeba butschlii, Trichomonas hominis e Chilomastix mesnilii. b) Helmintos: é o nome comum dos vermes. Os Helmintos se dividem em duas classes: I. Filiformes cilíndricos (Nematelmintos) - animais livres de solos úmidos, aquáticos de água doce ou salgada. Corpo mole, alongado e segmentado. - Nematelmintos: dentre os nematelmintos estão: Enterobius vermicularis, Trichiuris trichiura, Áscaris lumbricóides e Ancilostomídeos. II. Achatados (Platelmintos) - Animais alongados, vermiformes e achatados dorso- ventralmente, células diferenciadas em tecidos e órgãos. - Platelmintos: Os Platelmintos dividem-se ainda em: a) Trematódeos : Schistosoma mansoni; Fasciola hepatica. b) Cestódeos: Taenis solium, Taenia saginata, Hymenolepis nana, Hymenolepis diminuta. Detectação de Parasitas 1. Cálice de decantação; Métodos Para Detecção de Parasitas Nas Fezes Hoffmann Baseado na sedimentação espontânea das fezes após duas horas. É um método específico para pesquisa de Schistosoma mansoni, porém por mostrar-se altamente eficiente também nas pesquisas de protozoários, este método é amplamente utilizado para a pesquisa dos demais parasitas. Material necessário 2. Peneira; 3. Gaze dobrada em 4; 4. Água corrente ou destilada; 5. Espátula de madeira (tipo abaixador de língua); 6. Lâmina e lamínula. Tomar cerca de 4 g de fezes recém emitidas, dissolvê-las no próprio recipiente de coleta (frasco padrão para coleta de amostra) utilizando um pouco de água. Transferir o material dissolvido para um cálice de decantação fazendo filtrar em peneira contendo gaze em 4. Completar até ¾ do volume de água e deixar repousar em superfície firme e livre de vibrações por no mínimo 2 horas. Retirar o sedimento com um canudo ou pipeta Pasteur e transferir para lâmina de vidro adicionando 2 gotas de solução de Lugol e cobrindo com lamínula. Observar ao microscópio em objetiva de 10x. 12 Baermann & Moraes Método baseado no Hidrotermotropismo positivo das larvas de Strogilóides stercoralis. Material necessário 1. Estante para Baermann; 2. 2. Tubos de Hemólise; 3. Peneira e gaze; 4. Lâminas e lamínulas; 5. Tubo de látex e pinça de Mohr; 6. Funil; 7. Água aquecida a 45ºC. Colocar a água aquecida no funil com o tubo de látex vedado pela pinça de Mohr, quantidade suficiente para tocar a extremidade inferior da peneira contendo as fezes. Depositar pequena quantidade de fezes sobre a peneira contendo gaze e deixar em repouso por 45 a 60 minutos. Após este tempo, soltar a pinça de Mohr e deixar que o material escorra para um tubo de hemólise. Centrifugar o material em baixa rotação e observar o sedimento em objetiva de 10x. Este método é específico para a pesquisa de larvas de S. stercoralis. Direto O método direto é específico para a pesquisa de trofozoítos nas fezes (forma adulta dos protozoários). Material necessário 1. Fezes recém emitidas; 2. Lâmina e lamínula de vidro; 3. Espátula de madeira; 4. Solução de NaCl a 0,85%. Aplicar diretamente na lâmina de vidro pequena quantidade de fezes frescas fazendo misturar com algumas gotas de solução salina fisiológica, homogeneizando suavemente. Cobrir com lamínula e observar imediatamente ao microscópio. Kato e Stoll Métodos para contagem de ovos de Helmintos. Willis (Flutuação em salina saturada) Essa técnica se baseia na propriedade que alguns ovos de helmintos apresentam de flutuarem na superfície de uma solução de densidade elevada e de aderirem ao vidro. Este procedimento é específico para a pesquisa de ovos de Ancilostomídeos. 1. A solução saturada de cloreto de sódio é feita adicionando aproximadamente 40g de NaCl a 100mL de água sob aquecimento até o ponto em que o sal não se dissolva mais na água. A densidade desta solução deve ser de aproximadamente 1,20g/mL. 2. Colocar uma quantidade de fezes (aproximadamente 2 g) coletadas de várias partes do bolo fecal em uma pequena cuba contendo uma parte de solução saturada de cloreto de sódio, dissolver as fezes nesta solução e acrescentar água até a borda. 3. Colocar sob a borda da cuba uma lâmina de vidro quase tocando a solução saturada e deixar de 30 a 45 minutos . Após este tempo, inverter a lâmina rapidamente e observar ao microscópio. 15 O quadro clínico apenas não a distingue de outras verminoses, havendo, portanto, necessidade de confirmação do achado de ovos nos exames parasitológicos de fezes. Características epidemiológicas O Ascaris é o parasita que infecta o homem com maior freqüência, estando mais presente em países de clima tropical, subtropical e temperado. As más condições de higiene e saneamento básico e a utilização de fezes como fertilizantes contribuem para a prevalência desta helmintose nos países do Terceiro Mundo. Amebíase Aspectos Clínicos Infecção causada por um protozoário que se apresenta em duas formas: cisto e trofozoíto. Esse parasito pode atuar como comensal ou provocar invasão de tecidos, originando, assim, as formas intestinal e extra-intestinal da doença. O quadro clínico varia de uma diarréia aguda e fulminante, de caráter sanguinolento ou mucóide, acompanhada de febre e calafrios, até uma forma branda, caracterizada por desconforto abdominal leve ou moderada, com sangue ou muco nas dejeções. Pode ou não ocorrer períodos de remissão. Em casos graves, as formas trofozoíticas se disseminam através da corrente sangüínea, provocando abcesso no fígado (com maior freqüência), nos pulmões ou no cérebro. Quando não diagnosticadas a tempo, podem levar o paciente ao óbito. Aspectos Epidemiológicos Agente etiológico - Entamoeba hystolytica. Modo de transmissão Ingestão de alimentos ou água contaminados por dejetos, contendo cistos amebianos. Ocorre mais raramente na transmissão sexual devido a contato oral-anal. Diagnóstico Laboratorial Presença de trofozoítos ou cistos do parasito encontrados nas fezes; em aspirados ou raspados, obtidos através de endoscopia ou proctoscopia; aspirados de abcessos ou cortes de tecido. Quando disponíveis, podem ser dosados anticorpos séricos que são de grande auxílio no diagnóstico de abcesso hepático amebiano. A ultrassonografia e tomografia axial computadorizada são úteis no diagnóstico de abcessos amebianos. Características epidemiológicas Estima-se que mais de 10% da população mundial está infectada por E. histolytica, espécie patogênica. Em países em desenvolvimento, a prevalência da infecção é alta, sendo que 90% dos infectados podem eliminar o parasito durante 12 meses. Infecções são transmitidas por cistos através da via fecal-oral. Os cistos, no interior do hospedeiro humano, se transformam em trofozoítos. A transmissão é mantida pela eliminação de cistos no ambiente, que podem contaminar a água e alimentos. Sua ocorrência está associada com condições inadequadas de saneamento básico. 16 Estrongiloidíase Aspectos Clínicos Doença parasitária intestinal, freqüentemente assintomática. As formas sintomáticas apresentam inicialmente alterações cutâneas, secundárias à penetração das larvas na pele e caracterizadas por lesões urticariformes ou maculopapulares, lesão serpiginosa ou linear pruriginosa migratória (larva currens). A migração da larva pode causar manifestações pulmonares, como tosse seca, dispnéia ou broncoespasmo e edema pulmonar (Síndrome de Löeffer). As manifestações intestinais podem ser de média ou grande intensidade, com diarréia, dor abdominal e flatulência, acompanhadas ou não de anorexia, náusea, vômitos e dor epigástrica, que pode simular quadro de úlcera péptica. Os quadros de estrongiloidíase grave (hiperinfecção) se caracterizam por: febre, dor abdominal, anorexia, náuseas, vômitos, diarréias profusas, manifestações pulmonares (tosse, dispnéia e broncoespasmos e, raramente, hemoptise e angústia respiratória). Aspectos Epidemiológicos Agente etiológico - O helminto Strongiloides stercoralis. Modo de transmissão As larvas infectantes (filarióides), presentes no meio externo, penetram através da pele, no homem, chegando aos pulmões, traquéia, epiglote, atingindo o trato digestivo, via descendente, onde se desenvolve o verme adulto. Nesse local, são liberadas larvas rabditóides (não infectantes), que saem através das fezes e podem evoluir, no meio externo, para a forma infectante ou para adultos de vida livre, que, ao se acasalarem, geram novas formas evolutivas. Pode ocorrer, também, auto- endoinfecção, quando as larvas passam a ser filarióides no interior do próprio hospedeiro, sem passar por fase evolutiva no meio externo. Auto-exoinfecção ocorre quando as larvas filarióides são transformadas na região anal ou perianal, onde novamente penetram no organismo do hospedeiro. Diagnóstico Laboratorial Parasitológico de fezes, escarro ou lavado gástrico através do Baerman-Morais. Em casos graves, podem ser utilizados testes imunológicos, como ELISA, hemaglutinação indireta, imunofluorescência indireta. O estudo radiológico do intestino delgado auxília o diagnóstico. Diagnóstico diferencial Ascaridíase, giardíase, ancilostomíase, pneumonia, urticária, colecistite, pancreatite, eosinofilia pulmonar tropical. A larva currens deve ser diferenciada da larva migrans, que é causada pela larva do Ancylostoma brasiliensis e caninum. Características epidemiológicas A doença ocorre mais em regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, há variação regional em função da idade, diferenças geográficas e sócio-econômicas. Os estados que mais freqüentemente diagnosticam são Minas Gerais, Amapá, Goiás e Rondônia. 17 Esquistossomose Mansônica Aspectos Clínicos A maioria das pessoas infectadas pode permanecer assintomáticas dependendo da intensidade da infecção; a sintomatologia clínica corresponde ao estágio de desenvolvimento do parasito no hospedeiro, podendo ser dividida em: 1. Dermatite Cercariana: corresponde à fase de penetração das larvas (cercárias) através da pele. Varia desde quadro assintomático até a apresentação de quadro clínico de dermatite urticariforme, com erupção papular, eritema, edema e prurido, podendo durar até 05 dias após a infecção. 2. Esquistossomose Aguda ou Febre de Katayama: após 3 a 7 semanas de exposição pode aparecer quadro caracterizado por febre, anorexia, dor abdominal e cefaléia. Ao exame físico pode ser encontrado hepato-esplenomegalia. Laboratorialmente, o achado da eosinofilia elevada é bastante sugestivo quando associado a dados epidemiológicos. 3. Esquistossomose Crônica: esta fase inicia-se a partir dos 06 meses após a infecção, podendo durar vários anos. Nela, podem surgir os sinais de progressão da doença para diversos órgãos, podendo atingir graus extremos de severidade como: hipertensão pulmonar e portal, ascite, ruptura de varizes do esôfago. Apresenta-se por qualquer das seguintes formas: a) Tipo I ou Forma Intestinal: caracteriza-se por diarréias repetidas que podem ser muco-sangüinolentas, com dor ou desconforto abdominal. Porém, pode apresentar-se assintomática. b) Tipo II ou Forma Hepatointestinal: caracterizada pela presença de diarréias e epigastralgia. Ao exame físico, o paciente apresenta hepatomegalia, podendo-se notar, à palpação, nodulações que correspondem a áreas de fibrose decorrentes de granulomatose peri-portal ou fibrose de Symmers, nas fases mais avançadas dessa forma clínica. c) Tipo III ou Forma Hepatoesplênica Compensada: caracterizada pela presença de hepato-esplenomegalia. As lesões perivasculares intra-hepáticas são em quantidade suficiente para gerar transtornos na circulação portal, com certo grau de hipertensão que provoca congestão passiva do baço. d) Tipo IV ou Forma Hepatoesplênica Descompensada: inclui as formas mais graves de Esquistossomose mansônica, responsáveis pelo obituário por essa causa específica. Caracteriza-se por fígado volumoso ou já contraído pela fibrose perivascular, esplenomegalia avantajada, ascite, circulação colateral, varizes do esôfago, hematêmese, anemia acentuada, desnutrição e quadro de hiperesplenismo. Aspectos Epidemiológicos A Esquistossomose Mansônica é uma endemia importante no Brasil, causada por parasito trematódeo Schistosoma mansoni, que requer caramujos de água doce, parada ou com pouca correnteza, como hospedeiros intermediários para completar o seu ciclo de desenvolvimento. A magnitude de sua prevalência e a severidade das formas clínicas complicadas confere à Esquistossomose uma grande transcendência. No entanto, é uma endemia de fácil manejo e controlável, com grau de vulnerabilidade satisfatório para as ações de saúde pública. Agente Etiológico: Schistosoma mansoni, cuja principal característica é o seu dimorfismo sexual quando adulto. Reservatório O homem é o reservatório principal. No Brasil, foram encontrados naturalmente infectados alguns roedores, marsupiais, carnívoros silvestres e ruminantes. Ainda não está bem definida a participação desses animais na transmissão da doença.
Docsity logo



Copyright © 2024 Ladybird Srl - Via Leonardo da Vinci 16, 10126, Torino, Italy - VAT 10816460017 - All rights reserved